A teoria da irrelevância da estrutura do capital de Modigliani e Miller é um modelo teorica que permite depois resolver outras questões, na medida em que assenta em cenários irrealistas tipo:
Investors have homogeneous expectations regarding future cash flows.
Bonds and stocks trade in perfect markets.
Investors can borrow and lend at the same rate.
There are no agency costs.
Investment and financing decisions are independent of one another.
Diz-se que o valor da empresa não é afectado pela estrutura do capital baseado nessas assunções, nomeadamente que não existe impostos, custos de stress financeiro ou custos de agência, perspectiva sobre a qual os investidores chegarão ao mesmo valor da empresa quando os cash flows são os mesmos, isto porque não existe beneficio ao nível da empresa em contrair financiamento pois não há juros para deduzir. Em resumo as empresas serão indiferentes à fonte do capital e os investidores usarão credito apenas se desejarem alavancar.
Acontece que esta não é a realidade e um palerma qualquer percebe isso sem grande argumentação.
Diz-se ainda que o custo dos capitais proprias é uma função linear do rácio da divida/capitais proprios (Debt/Equity) isto porque os credores têm prioridade sobre os resultados e sobre os activos em caso de liquidação, pelo que reclamam uma taxa de "risco" menor, resultando num custo da dívida será menor do que o custo de capital próprio.
Há medida que a empresa se alavanca (utiliza mais dívida em sua estrutura de capital) o custo dos capitais próprios também aumenta devido a senioridade da divida dada por:
r_e= r_0+(r_0-r_d).(D/E) onde r_0 é o custo dos capitais prorios considerando ausência de financiamento.
O WACC é constante porque à medida que se usa mais dívida (que é a fonte de capital mais barata), maior é o custo dos capitais próprios.
Acresce no entanto que há medida que a empresa se alavanca (utiliza mais dívida em sua estrutura de capital), maior é o risco para os credores que assim reclamam um prémio maior por esse risco, e nesses termos o o custo da dívida aumenta e quando consideramos impostos, especialmente a dedução dos juros), a empresa diminui o custo da dívida e consequentemente diminui o WACC que por sua vez aumenta o valor da empresa (na medida conhecida da taxa marginal sobre de imposto sobre IRC).
Digamos que o valor óptimo da estrutura de capital, se fosse possível, seria 99.99% em dívida...No entanto existem também os custos relacionados com as dificuldades (stress) financeiro que resulta num aumento do custo da dívida e também do capital proprio, com consequente aumento do WACC que por sua vez diminuir o valor da empresa.
Assim, a estrutura optima de capital é aquela onde o valor da empresa é maximidado e o custo do capital minimizado...
Tem-se ainda os custos de agência que por sua vez não permite atingir esse ponto optima, até porque a gestão tem tendência a recorrer a capitais próprios em vez de divida (pecking order theory)... e por outro lado existe assimetria de informação já que a ideia é que os gestores tem melhor informação do que os investidores (credores) que lhes permite enviesar decisões, assim, a forma de combater isso e garantir uma melhor estrutura de capital, esta, entre outras coisas, na boa governança corporativa.
Resumindo:
Há sempre alguém ignorante disponível para criticar aquilo que se apreende nas universidades, mas estou convencido que é porque não sabem puto da poda e querem mandar umas bocas que, como sempre, serão de grande inutilidade para quem quer que seja. Enfim, gente poluente... Vbm não me estou a referir a ti obviamente.