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Autor Tópico: Banco Espírito Santo (BES) - Tópico principal  (Lida 655666 vezes)

Kin2010

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Re:Banco Espírito Santo (BES) - Tópico principal
« Responder #2320 em: 2014-09-06 21:19:30 »
isso do adminstrator que nao sabia nada de banca eh mais um sintoma de um sistema de governo das cotadas q eh uma palhacada e q tem de ser revisto, obviamente que foi escolhido para estar calado e dar carta branca aos insiders do conselho executivo. eh provavel que nao seja caso isolado e que estejamos perante algo sistematico

Neste caso era numa grande empresa privada. Os grandes accionistas não se importavam nada de pagar essas mordomias a esse administrador, mesmo sem ele abrir a boca. É diferente dos casos semelhantes em empresas públicas.

kitano

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Re:Banco Espírito Santo (BES) - Tópico principal
« Responder #2321 em: 2014-09-06 21:21:59 »
O problema do governance actual é que os accionistas importam-se...mas não podem fazer puto.
"Como seria viver a vida que realmente quero?"

Kin2010

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Re:Banco Espírito Santo (BES) - Tópico principal
« Responder #2322 em: 2014-09-06 21:46:04 »
O problema do governance actual é que os accionistas importam-se...mas não podem fazer puto.

Creio que é mais os pequenos e médios accionistas importam-se, mas os grandes accionistas, que são quem decide, não se importam, porque ter aquela pessoa lá, mesmo sem nada fazer, é-lhes útil, pois estão com isso a pagar um favor político a algum partido / sector / grupo / família, que os ajudou a fazer negócio numa área qualquer, não necessariamente na área da empresa na qual o tal administrador está.

johnpotato

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Re:Banco Espírito Santo (BES) - Tópico principal
« Responder #2323 em: 2014-09-07 00:56:16 »
As provisões estão no relatório semestre.
A indicação de que o BdP exigiu á anterior administração almofada de 2Bilioes, é no comunicado do BdP (também disponivel na CMVM).

Já tentei procurar de todas as maneiras e provisões constituídas a mando do Banco de Portugal só encontro o Papel Comercial.

No relatório semestral encontro o seguinte que dá a entender que foi o BES a decidir (ou simplesmente seguir a lei) essa provisão de 2 mil milhões:
Citar
Apesar de à data da aprovação das contas não se conhecer, com a precisão necessária, o plano de reestruturação do GES, o Conselho de Administração decidiu constituir provisões para imparidades no montante de 1206M€

Automek

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Re:Banco Espírito Santo (BES) - Tópico principal
« Responder #2324 em: 2014-09-07 02:52:21 »
O problema do governance actual é que os accionistas importam-se...mas não podem fazer puto.
O melhor que podem fazer é mesmo deixarem de ser accionistas

itg00022289

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Re:Banco Espírito Santo (BES) - Tópico principal
« Responder #2325 em: 2014-09-09 16:58:21 »
Vale muito a pena ir lendo o João Rendeiro sobre BES/GES/CMVM/BdP.

Citar
KPMG, GES, CMVM E BdP

Está montada a guerra civil entre auditores e Reguladores no caso GES.
A KPMG já percebeu que não tem forma de escapar a grave responsabilidade civil no caso GES e vai daí o seu Presidente, em entrevista ao EXPRESSO, deixa um claro aviso à CMVM e ao BdP: ou nos safamos os três saindo em ombros e aclamação, ou vai tudo ao charco.
Como primeiro tiro Sikandar Sattar apontou ao elo mais fraco, Pedro Duarte Neves, o Vice-Governador do BdP responsável, até agora, pela supervisão. Deixou nas entrelinhas que Neves não terá informado devidamente o Governador do BdP, sobre os termos do aviso feito pela KPMG em relação às excepcionais perdas da chamada operação EUROFIN – na reunião que ambos mantiveram a 16 de julho no BdP.
A Presidência da República, por sua vez, veio publicamente puxar as orelhas ao Governador por ter sido ele quem levou Cavaco Silva a fazer afirmações sobre o BES que se revelaram imprudentes. O Governador, por sua vez, entende que Pedro Duarte Neves não foi rigoroso nos seus briefings internos – o que o levou a ser excessivamente optimista nas suas declarações públicas e conversas privadas com o Presidente e o Primeiro-Ministro.
Como resultado de tudo isto – e muitas outras…- Pedro Duarte Neves vai perder o essencial das suas funções e só não é despedido porque a sua posição é inamovível. No entanto, não cairá sem luta como o comunicado de sábado 6 de Setembro, desmentindo a entrevista de Sattar, deixa claro. Duarte Neves – et pour cause – também ele, não aceita ser o bode expiatório deste monumental imbróglio.
A CMVM por sua vez também foi posta seriamente em causa por Sattar. Mas como Carlos Tavares e a sua CMVM ‘BAND’ tiveram atuação no Hardrock Cafe, ainda estão a recuperar do esforço e não tiveram tempo de reagir no fim de semana.
Agora, a questão para a CMVM é séria. Pois se a CMVM e o BdP estavam em discussões internas sobre o caso EUROFIN antes de 16 de julho, como dá a entender Sattar, então coloca-se um gravíssimo caso de falta de informação clara e transparente para os investidores, da responsabilidade dos reguladores. A litigância potencial para a responsabilidade cível de Tavares, Ferreira, Costa & Ca nesta matéria seria enorme.
Como se vê a Comissão Parlamentar de inquérito sobre o caso GES que iniciará os seus trabalhos em Outubro terá em mãos matéria da maior relevância. Tão relevante que me pergunto se um exaustivo trabalho deixaria pedra sobre pedra no sistema Constitucional vigente. Talvez por isso Marques Mendes vá recomendando que o melhor seria ter uma Comissão Parlamentar “expresso” que, com a desculpa do calendário político eleitoral, rapidamente sobrevoasse o tema e limitasse o risco sistémico.
Um acordo político entre os partidos permitiria tratar o tema GES sem tratar de nada. Uma espécie de reedição de Camarate, onde se vai já em tantas Comissões Parlamentares de inquérito que o tema está anestesiado.
Que grande teste à Democracia Portuguesa.

http://joaorendeiro.com/wordpress/?p=1991

Zenith

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Re:Banco Espírito Santo (BES) - Tópico principal
« Responder #2326 em: 2014-09-09 20:09:14 »
As provisões estão no relatório semestre.
A indicação de que o BdP exigiu á anterior administração almofada de 2Bilioes, é no comunicado do BdP (também disponivel na CMVM).

Já tentei procurar de todas as maneiras e provisões constituídas a mando do Banco de Portugal só encontro o Papel Comercial.

No relatório semestral encontro o seguinte que dá a entender que foi o BES a decidir (ou simplesmente seguir a lei) essa provisão de 2 mil milhões:
Citar
Apesar de à data da aprovação das contas não se conhecer, com a precisão necessária, o plano de reestruturação do GES, o Conselho de Administração decidiu constituir provisões para imparidades no montante de 1206M€
No comunicado do BdP em 30 Julho diz
Citar
De acordo com a informação hoje divulgada pelo BES, as perdas resultantes da exposição ao GES, apuradas e reconhecidas nas demonstrações financeiras referentes a 30 de junho de 2014, mantiveram-se dentro dos limites antecipados e em conformidade com a provisão de 2 mil milhões de euros que o Banco de Portugal determinou que fosse constituída para esta exposição.

Não se sabe quando é que foi feita essa exigência, mas foi obviamente antes dos resultados do semestre. A questão é se foi antes do aumento de capital, o que indicaria que BdP não estava satisfeito com contas do 1º trimestre. São comunicações privadas entre BES e BdP e não há hipotese de provar com base em informação publica, mas o facto é que aumento de capital em conjunto com essa provisão dava o tal racio de core equity de 8% i.e. uma pequana folga  de 1% relativamente ao exigido pelo BdP.

Thorn Gilts

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Re:Banco Espírito Santo (BES) - Tópico principal
« Responder #2327 em: 2014-09-09 22:58:40 »
Relevante.

Citar
Está montada a guerra civil entre auditores e Reguladores no caso GES.
A KPMG já percebeu que não tem forma de escapar a grave responsabilidade civil no caso GES e vai daí o seu Presidente, em entrevista ao EXPRESSO, deixa um claro aviso à CMVM e ao BdP: ou nos safamos os três saindo em ombros e aclamação, ou vai tudo ao charco.
Como primeiro tiro Sikandar Sattar apontou ao elo mais fraco, Pedro Duarte Neves, o Vice-Governador do BdP responsável, até agora, pela supervisão. Deixou nas entrelinhas que Neves não terá informado devidamente o Governador do BdP, sobre os termos do aviso feito pela KPMG em relação às excepcionais perdas da chamada operação EUROFIN – na reunião que ambos mantiveram a 16 de julho no BdP.
A Presidência da República, por sua vez, veio publicamente puxar as orelhas ao Governador por ter sido ele quem levou Cavaco Silva a fazer afirmações sobre o BES que se revelaram imprudentes. O Governador, por sua vez, entende que Pedro Duarte Neves não foi rigoroso nos seus briefings internos – o que o levou a ser excessivamente optimista nas suas declarações públicas e conversas privadas com o Presidente e o Primeiro-Ministro.
Como resultado de tudo isto – e muitas outras…- Pedro Duarte Neves vai perder o essencial das suas funções e só não é despedido porque a sua posição é inamovível. No entanto, não cairá sem luta como o comunicado de sábado 6 de Setembro, desmentindo a entrevista de Sattar, deixa claro. Duarte Neves – et pour cause – também ele, não aceita ser o bode expiatório deste monumental imbróglio.
A CMVM por sua vez também foi posta seriamente em causa por Sattar. Mas como Carlos Tavares e a sua CMVM ‘BAND’ tiveram atuação no Hardrock Cafe, ainda estão a recuperar do esforço e não tiveram tempo de reagir no fim de semana.
Agora, a questão para a CMVM é séria. Pois se a CMVM e o BdP estavam em discussões internas sobre o caso EUROFIN antes de 16 de julho, como dá a entender Sattar, então coloca-se um gravíssimo caso de falta de informação clara e transparente para os investidores, da responsabilidade dos reguladores. A litigância potencial para a responsabilidade cível de Tavares, Ferreira, Costa & Ca nesta matéria seria enorme.
Como se vê a Comissão Parlamentar de inquérito sobre o caso GES que iniciará os seus trabalhos em Outubro terá em mãos matéria da maior relevância. Tão relevante que me pergunto se um exaustivo trabalho deixaria pedra sobre pedra no sistema Constitucional vigente. Talvez por isso Marques Mendes vá recomendando que o melhor seria ter uma Comissão Parlamentar “expresso” que, com a desculpa do calendário político eleitoral, rapidamente sobrevoasse o tema e limitasse o risco sistémico.
Um acordo político entre os partidos permitiria tratar o tema GES sem tratar de nada. Uma espécie de reedição de Camarate, onde se vai já em tantas Comissões Parlamentares de inquérito que o tema está anestesiado.
Que grande teste à Democracia Portuguesa.
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Re:Banco Espírito Santo (BES) - Tópico principal
« Responder #2328 em: 2014-09-10 10:38:33 »
Citar
Passos Coelho deu “indicação” ao GES para afastar Ricardo Salgado em 2013

Reuniões entre Carlos Costa e o primeiro-ministro sobre a contaminação do GES ao BES começaram em Outubro de 2013, depois de o Banco de Portugal tomar conhecimento do buraco de sete mil milhões de euros.


Artigo integral:
http://www.publico.pt/economia/noticia/ja-em-2013-passos-coelho-deu-indicacao-ao-ges-para-afastar-ricardo-salgado-do-bes-1669151

Zel

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Re:Banco Espírito Santo (BES) - Tópico principal
« Responder #2329 em: 2014-09-10 10:47:41 »
isso do adminstrator que nao sabia nada de banca eh mais um sintoma de um sistema de governo das cotadas q eh uma palhacada e q tem de ser revisto, obviamente que foi escolhido para estar calado e dar carta branca aos insiders do conselho executivo. eh provavel que nao seja caso isolado e que estejamos perante algo sistematico

Neste caso era numa grande empresa privada. Os grandes accionistas não se importavam nada de pagar essas mordomias a esse administrador, mesmo sem ele abrir a boca. É diferente dos casos semelhantes em empresas públicas.

nao eh tao diferente como pensas, o grosso do capital nao esta verdadeiramente representado e muitos dos grandes accionistas tb sao empresas cotadas e tem o mesmo problema e na pratica representam os seus proprios insiders, sao casos parecidos pois tanto no caso da FP como neste caso temos um patrao ausente e um regabofe com o dinheiro dos outros.
« Última modificação: 2014-09-10 10:49:22 por Neo-Liberal »

Zel

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Re:Banco Espírito Santo (BES) - Tópico principal
« Responder #2330 em: 2014-09-10 10:48:21 »
O problema do governance actual é que os accionistas importam-se...mas não podem fazer puto.
O melhor que podem fazer é mesmo deixarem de ser accionistas

nem mais, os accionistas estao muito mal protegidos no sistema actual e precisam de perceber isso. a margem de seguranca nestes investimentos precisa de ser grande.
« Última modificação: 2014-09-10 10:50:35 por Neo-Liberal »

Automek

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Re:Banco Espírito Santo (BES) - Tópico principal
« Responder #2331 em: 2014-09-10 10:57:59 »
sim, sobretudo com reguladores e governantes a dizerem que está tudo bem

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Re:Banco Espírito Santo (BES) - Tópico principal
« Responder #2332 em: 2014-09-10 15:37:08 »
.....soube que os "meninos" do BPES,

http://www.espiritosanto.com/

....andam todos à procura de "emprego"......

....o nº1, nº2, nº3....etc.....etc......eh, eh.....



deMelo

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Re:Banco Espírito Santo (BES) - Tópico principal
« Responder #2333 em: 2014-09-11 10:09:20 »
Confirmo Batman....  8)
The Market is Rigged. Always.

Tranquilo

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Re:Banco Espírito Santo (BES) - Tópico principal
« Responder #2334 em: 2014-09-11 10:38:48 »
No Novo banco também anda muita malta à procura de emprego...
A Bolsa ou a Vida !? A Vida porque a Bolsa faz-me falta...

johnpotato

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Re:Banco Espírito Santo (BES) - Tópico principal
« Responder #2335 em: 2014-09-11 15:11:00 »
Não se sabe quando é que foi feita essa exigência, mas foi obviamente antes dos resultados do semestre. A questão é se foi antes do aumento de capital, o que indicaria que BdP não estava satisfeito com contas do 1º trimestre. São comunicações privadas entre BES e BdP e não há hipotese de provar com base em informação publica, mas o facto é que aumento de capital em conjunto com essa provisão dava o tal racio de core equity de 8% i.e. uma pequana folga  de 1% relativamente ao exigido pelo BdP.

AHhh! Obrigado.
Realmente seria muito interessante perceber como e quando apareceu esse requisito das reservas de 2 mil milhões.

Happy_TheOne

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Re:Banco Espírito Santo (BES) - Tópico principal
« Responder #2336 em: 2014-09-11 16:04:18 »
Citar
Começo a achar o Victor Bento, um bocado Choninhas.

Desde que recusou ser ministro das finanças que fiquei com essa ideia ......fala fala mas na hora de fazer nao sabe nada ....

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Re:Banco Espírito Santo (BES) - Tópico principal
« Responder #2337 em: 2014-09-11 19:20:24 »
.....li hoje a noticia, (visão ?) de que fundos norte-americanos de alto risco, estariam a propor aos acionistas BES (banco mau) a compra das suas acções a 4 cents....alguém confirma ?....eh.eh....

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Re:Banco Espírito Santo (BES) - Tópico principal
« Responder #2338 em: 2014-09-12 17:29:50 »
.....artigo da Proteste/investe de hoje:


Citar
Crise no BES: 3 dúvidas frequentes dos investidores

Data da publicação: 11set2014


https://www.deco.proteste.pt/investe/crise-no-bes-3-duvidas-frequentes-dos-investidores-s5067814.htm
 

Os depositantes deverão sair apenas com as dores de cabeça que a situação lhes provocou, mas os acionistas e os obrigacionistas deverão perder muito, se não for tudo.

Foi no primeiro fim de semana de agosto que o Banco de Portugal, a autoridade do sistema financeiro nacional, decidiu pôr fim ao Banco Espírito Santo, então o maior banco cotado português. Prontamente, a DECO, com o apoio da equipa de analistas da PROTESTE INVESTE, lançou um formulário para recolher as queixas e preocupações dos acionistas e dos investidores. Após as primeiras semanas, conseguimos detetar as perguntas mais frequentes dos consumidores, que respondemos aqui. No entanto, ainda há muito trabalho pela frente. Como explica André Gouveia, em entrevista, os relatos serão alvo de uma análise jurídica para saber quais os próximos passos a tomar.

Gostaria de saber se as minhas poupanças estão seguras no Novo Banco. Apliquei 10 mil euros num produto que no contrato diz ser um depósito à ordem com vertente de poupança associada. Chama-se conta BES 100%.

Não se espera que os antigos clientes do BES (agora clientes do Novo Banco), em particular os seus depositantes sinta qualquer impacto nas suas poupanças em resultado da decisão do Banco de Portugal. Os depósitos e os créditos passaram para o Novo Banco e será com esta entidade que os clientes poderão prosseguir o seu relacionamento normal. Mesmo no pior dos desfechos, o Fundo de Garantia de Depósitos assume o reembolso das contas à ordem e a prazo até ao valor máximo de 100 mil euros por titular.
 

Tenho 13176 ações do BES, das quais 3791 foram subscritas no último aumento de capital. O BES é o meu principal banco e, durante anos, o único banco. Tenho o crédito à habitação e todas as minhas poupanças no BES.


Os acionistas e os detentores de obrigações subordinadas do BES perderam provavelmente todo o dinheiro investido. A atividade com valor passou para o Novo Banco e o BES ficou apenas com ativos de má qualidade, pelo que após a sua liquidação não deverá restar nada para entregar aos acionistas e aos obrigacionistas afetados.

A PROTESTE INVESTE não aconselhou a participação no aumento de capital e aconselhava a venda dos títulos do BES (a última análise foi publicada a 31 de julho). Não obstante a análise específica ao BES, sempre alertámos para os riscos do investimento em ações, mas é verdade que a falência deste banco não foi um processo normal.
 

Em janeiro fui aliciado no meu balcão para subscrever 100 mil euros à taxa de 4,15% com vencimento para outubro de 2014 em papel comercial da Rioforte. Disseram-me que era uma aplicação segura como uma conta a prazo. Será que há algum perigo nesta aplicação de não reaver o capital mais os juros no vencimento? Ou será que, mesmo perdendo dinheiro, posso fazer uma liquidação antecipada?


Há muitos clientes do BES preocupados com as implicações do colapso do banco. Como é sabido, os problemas tiveram origem em relações impróprias com outras empresas do Grupo Espírito Santo (GES), como a Rioforte. Uma das faces mais visíveis (e graves) passou pela venda de dívida emitida por empresas do GES aos balcões do BES. Ora, estas empresas estão, muitas delas, em processo de falência, pelo que os clientes que compraram esse tipo de dívida (exemplo: papel comercial) poderão ter perdas consideráveis. Nestes casos, o Banco de Portugal e o Novo Banco ainda não esclareceram definitivamente os potenciais lesados. Há a intenção explícita de ressarcir os clientes pelas más práticas do BES, mas não existe ainda nenhuma decisão.

Sempre desaconselhámos a compra deste tipo de produtos de dívida, cujo nível de risco é de difícil perceção até em casos normais. Muito certamente, muitos clientes do BES apostaram nestas aplicações desconhecendo por completo em que consistiam e o nível de risco que lhes estava subjacente.

Automek

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