Não me surpreende a tua resposta. Reconheço o alimento do pensamento escrito por mestres que já morreram,
vários, há milhares de anos. Emociona-me tal relação mediada pelo que escreveram e tão comentada foi, é,
ao longo dos séculos, qual ´internet' no fio do tempo! {Uma das surpresas mais risíveis do convívio com
os grandes é descobrir a extensa mediocridade de tantos e tantos que nada valem e nada dizem, que já
não tenha sido descoberto, pensado, discutido e aberto vias para mais descobertas!}
Sobre o nada oriental, longe de surpreender qualquer ocidental, é o encontro
comum do pensamento sobre o real. Sendo tudo o que é composto d'o que há
nada é que não resulte da relação que se compõe do que há com o que há.
Claro, isto aplica-se ao próprio observador da coisa observada, - ainda
que o observador possa ser observado -, e nenhum se exclua
de ser parte do que há, justamente isso revelando-o
como é.
Platão di-lo, liminar mente:
«O que por natureza pode agir sobre outro ou dele sofrer
a mínima acção, mesmo que insignificante,
é o que pode considerar-se real.»
De modo que, sendo real apenas o que interage, representar o universo
é (d)escrevê-lo segundo as relações observáveis nas interacções
que ocorrem. O resultado, o logos, um discurso, reverte
natural mente ao nada que representa o nada
natal em que ocorre o que só existe ao cruzar-se
com o que encontre na solicitude do nada
a que tudo igual mente reverte.
Mas para mim, o logos é a lanterna com que caminho
no cosmos e a bengala com que tacteio o caminho.
E por isso, censuro os medíocres na docência
da instrução pública do meu país.