Os mais antigos lembram-se que passei um mau bocado devido a uma medicação (Risperdal) que tomei durante sete anos para curar um esgotamento. Tive de parar a medicação porque os altos níveis de prolactina no meu corpo deram cabo dele e eu desenvolvi uma série de nódulos da mama que podiam originar cancro. Recentemente fui operada a uma mama mas a biópsia deu negativo. Deixei de tomar o Risperdal (anti-psicótico) abruptamente e os sintomas de abstinência foram piores que a doença: tremuras musculares, angina de peito, alterações na visão e concentração, risos incontroláveis, alucinações visuais, auditivas, etc. Um horror. Estava no fórum na altura talvez se lembram e tenham notada a alteração dos comportamentos.
Bom, o pior é que perdi o médico na altura, chateei-me com ele por me ter dado um anti-psicótico demasiado forte e fui-me embora. Continuei a trabalhar e podem imaginar o que foram aqueles meses. saltitei de médico em médico até ir a um Professor em Coimbra que me deu uma medicação forte para neutralizar a abstinência... nem imaginam a carga de fármacos! A minha médica de família lá acordou e percebeu que tinha de me dar um mês de atestado para eu fazer a desintoxicação. Mas foi muito renitente, imaginem! Estive quase um ano a recuperar, de vez em quando trabalhava, outras vezes metia mais um mês.
Agora imaginem o pandemónio na escola. Varias substituições de um mês, durante um ano inteiro, lembro-me que uma vez cheguei á escola no mesmo dia da minha substituta. A diretora ficou maluca e achou que a culpa era minha. Passou a agredir-me verbalmente. Uns pais de alunos fizeram queixa de mim dizendo que eu era toxicodependente e insultava os alunos. A diretora abriu um processo de averiguações. Eu discuti com ela, gritei e depois ignorei-os. Queixei-me á inspecção e acusei a escola de estar contra mim. Foi um mail completamente maluco. Eles telefonaram-me e eu gritei com eles, que me ia embora da escola. Eles mandaram um pedido de esclarecimento á Escola. Foi a Diretora que respondeu...
No fim, quando já estava quase boa, o meu irmão conseguiu convencer-me ao internamento. Aceitei porque eu na altura deixei de conseguir ler. O médico aceitou deixar-me fazer tratamento ambulatório e ao fim de 3 meses estava em forma. Tomo uma medicação leve e assim ficarei até ao final da vida. Não tenho tido efeitos colaterais.
O que eu não perdoo: a atitude da diretora. Agredir uma pessoa doente, ter uma atitude de discriminação perante uma pessoa em sofrimento.
E assim foi. Aqui no fórum o Inc baniu-me. Ainda gostava de saber porquê.