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Autor Tópico: Este Governo  (Lida 597444 vezes)

Automek

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Re:Este Governo
« Responder #2720 em: 2014-11-18 14:50:06 »
Os fascistas têm pequenas diferenças (más, claro), mas nazistas e comunistas esses são totalmente iguais no modus operandis.
Ambos mataram e escravizaram em nome de bons princípios, sendo que os nazis era em nome do apuramento da raça e os comunistas para eliminar quem não concordasse com as suas ideias, o que colocaria em causa a paz social.
A única diferença entre nazistas e comunistas é que estes últimos não foram ilegalizados e gozam de grande complacência, apesar de terem morto mais pessoas que o nazismo. Mas são iguais.

mibusiness

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Re:Este Governo
« Responder #2721 em: 2014-11-18 15:16:45 »
a luísa sempre a ser humilhada na argumentação, no entanto, a sua esquerdopatia não a deixa evoluir e aprender alguma coisa

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Re:Este Governo
« Responder #2722 em: 2014-11-18 15:43:06 »
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Provedor de Justiça abre 179 processos contra cobrança de portagens pelo Fisco

DE, 18/11/14 15:00

Provedor de Justiça abre 179 processos contra cobrança de portagens pelo Fisco

Cobrança de portagens pelo Fisco motivou confrontos em alguns serviços das Finanças.

O Provedor de Justiça abriu, entre o início do ano e o final de Outubro, 179 processos contra a cobrança de taxas de portagens pelo Fisco. Esta tem sido uma das cobranças que mais polémica tem gerado, tendo mesmo provocado confrontos nalguns Serviços de Finanças.

Às mãos de José de Faria Costa não chegaram ainda queixas relativas a taxas moderadoras, bilhetes de autocarro e propinas.

Daqueles 179 casos, em cerca de 15 os cidadãos questionam a cobrança destes encargos pela Autoridade Tributária e Aduaneira (AT).

Há ainda outros motivos invocados pelos contribuintes, tais como o valor dos custos administrativos cobrados no âmbito do sistema de pós-pagamento das taxas de portagem e o valor das próprias coimas e das custas processuais. É que uma dívida de um euro pode gerar processos que ultrapassam os cem euros.

Há ainda quem questione o próprio procedimento de cobrança e os atrasos ou a recusa da restituição dos valores no caso de cobrança indevida, bem como o funcionamento dos dispositivos electrónicos e dos serviços de Via Verde.

De acordo com os dados da Provedoria de Justiça têm sido feitas diligências junto das concessionárias e da AT que têm levado à anulação de processos de contra-ordenação e de penhoras, nos casos de inexistência e de incorrecções nas notificações, e ao pagamento das dívidas em prestações

vbm

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Re:Este Governo
« Responder #2723 em: 2014-11-19 19:47:32 »
Por acaso é curioso como o conceito de nacionalidade transforma a visão liberal sobre as coisas.

Ninguém aceitaria, jamais, que o Presidente da Câmara em Coimbra dissesse que nenhum português lá pode residir a não ser que tenha lá nascido ou se comprar uma casa de 250K mas, no fundo, é isso que fazemos aos estrangeiros. A única diferença nessa visão liberal vs não liberal é apenas o conceito de nacionalidade.

Agora imagine-se o caso teórico em que portugal se dividia ao meio, constituindo dois países (já houve vários casos na Europa). De repente um Algarvio é estrangeiro no Minho e leva com todas as restrições. Achariam normal, portanto ?

É evidente que se a população de um território possuir independência política, isso distingue-a da de outro território com outra independência política. O mesmo não ocorre entre as populações de terras de um mesmo país independente. Não percebo qual é a tua estranheza! Este tipo de diferenciação apenas cessará quando as populações de todas as terras tiverem um único governo político, e mesmo assim, de certeza se manterão inúmeras diferenças regionais e tipos variados de autonomia.

Luisa Fernandes

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Re:Este Governo
« Responder #2724 em: 2014-11-19 19:50:31 »
Em sentido figurado, um lodaçal é um ambiente de vida desregrada, um lugar aviltante. Literalmente, o vocábulo expressa um lugar onde há muito lodo, um atoleiro. O escândalo BES, com responsáveis evidentes e nenhum preso, o roubo legal de milhares de milhões de dólares operado pelo Luxemburgo às economias dos países europeus e a recente hecatombe que se abateu sobre o Governo e as cúpulas da administração pública portuguesa mostram que é lá, num lodaçal, que vivemos.

Estes três escândalos, de tantos que tornam desesperada a vida cívica, têm uma génese: a desagregação do Estado, com a consequente anulação do seu poder fiscalizador e regulador sobre o mundo financeiro. Contrariamente ao discurso das maiorias, nacional e europeia, o nosso problema não é o excesso de Estado mas o seu constante e progressivo aniquilamento. O nosso problema consiste em encontrar meios políticos para devolver ao Estado instrumentos de fiscalização e regulação que protejam o interesse geral.

O meritório trabalho do International Consortium of Investigative Journalists expôs uma dimensão magna de um roubo legal, que permitiu a cerca de 340 empresas internacionais, assistidas fiscalmente por uma só, de consultoria financeira, a Pricewaterhousecoopers, pagarem apenas cerca de 1% de imposto sobre os lucros. Moralmente nojento, quando pensamos na monstruosa carga fiscal que, em nome da crise, asfixia os cidadãos. Repugnante, quando esta degradante evasão fiscal, grosseiramente violadora da lealdade devida entre estados-membros da União Europeia, foi conduzida sob a responsabilidade de Jean-Claude Junker, que acaba de assumir a presidência da Comissão Europeia.

Vivemos num lodaçal de ataques aos direitos básicos dos cidadãos, perpetrados por figurões que se dizem, sempre, de bem com a sua consciência de sociopatas, de quebra constante da confiança no Estado, de desespero crescente quanto ao futuro. Porque as leis, iníquas e de complexidade impenetrável, protegem os fortes do mesmo passo que diminuem os apoios sociais e o direito dos mais débeis.

Responsabilidade moral e política são coisas que os dirigentes não conhecem. Mas a falta de decoro é-lhes pródiga. Um episódio pouco divulgado mostra-o com clareza. No dia 11 deste mês, numa audição na comissão parlamentar dos Negócios Estrangeiros e Comunidades, a propósito da eleição de Portugal para o Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas e respondendo a considerações que vários deputados fizeram sobre o impacto da crise na vida dos portugueses, o ministro Rui Machete afirmou que os direitos fundamentais sociais dependem da economia e podem ser restringidos em função dela. Ou seja, em matéria de direitos fundamentais contam nada as aquisições civilizacionais, as convenções internacionais que subscrevemos e a Constituição da República Portuguesa, porque mandam o PIB e os credores internacionais. Rui Machete disse que na ONU “Portugal pautará a sua actuação pelo objetivo da defesa da dignidade da pessoa humana e do carácter individual, universal, indivisível, inalienável e interdependente de todos os direitos humanos, sejam direitos civis, culturais, económicos, políticos ou sociais“. Rui Machete afirmou ir defender na ONU os mesmos direitos sociais que, garantiu, podem ser suspensos cá dentro, penalizando as pessoas em pobreza extrema, os idosos e as crianças. Forte lógica, sólida moral.

Importa relembrar, a propósito desta (mais uma) infeliz intervenção pública de Rui Machete, que “os órgãos de soberania não podem, conjunta ou separadamente, suspender o exercício dos direitos, liberdades e garantias, salvo em caso de estado de sítio ou de estado de emergência, declarados na forma prevista na Constituição” (Artigo 19º, nº 1, da CRP).

E voltamos ao lodaçal, que explica a abulia generalizada. Novo exemplo: sorrateiramente, avança a municipalização da Educação, metáfora para consagrar nova tragédia, qual seja entregar ao arbítrio das câmaras aderentes um domínio estratégico, que jamais deveria sair da tutela central. Basta reler a história da I República (a descentralização/municipalização da educação foi definida pela primeira vez em decreto de 29 de Março de 1911) para perceber que não é de descentralização municipalista, mas de autonomia, que as escolas e os professores necessitam e que a substituição do monolitismo vigente por vários caciquismos não resolverá um só problema e acrescentará muitos mais e graves.

A pequena dimensão do país, a natureza dos compromissos, legais e éticos, assumidos pelo Estado face a um vastíssimo universo de cidadãos e as economias de escala que as rotinas informáticas permitem, justificam que a gestão da Educação permaneça centralizada. Quanto aos aspectos que ganharão, e são muitos, se aproximarmos a capacidade de decidir ao local onde as coisas acontecem, não deve o poder ser entregue às câmaras, mas aos professores e às escolas. Justifica-o a circunstância de estarmos a falar da gestão pedagógica. Porque quem sabe de pedagogia são os professores.
Quem não Offshora não mama...

Incognitus

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Re:Este Governo
« Responder #2725 em: 2014-11-19 19:59:16 »
E obvio q os direitos se dobram a economia - entao se so existirem 5 batatas e cada pessoa tiver direito a uma, existindo 10 pessoas, torna-se obvio que esse direito vai ser incumprido.
« Última modificação: 2014-11-19 20:00:07 por Incognitus »
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Automek

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Re:Este Governo
« Responder #2726 em: 2014-11-19 21:26:34 »
É evidente que se a população de um território possuir independência política, isso distingue-a da de outro território com outra independência política. O mesmo não ocorre entre as populações de terras de um mesmo país independente. Não percebo qual é a tua estranheza! Este tipo de diferenciação apenas cessará quando as populações de todas as terras tiverem um único governo político, e mesmo assim, de certeza se manterão inúmeras diferenças regionais e tipos variados de autonomia.

A independência política é o suficiente para mudar o raciocínio das pessoas sobre a mesma situação (liberdade de pessoas e bens, por exemplo), donde se tira que as pessoas não são verdadeiramente liberais. Colocar pautas aduaneiras num produto estrangeiro extra-UE é algo profundamente anti-liberal. Mas se esse país aderir à UE fizer um acordo aduaneiro, a restrição desaparece.
Esta distinção é completamente absurda do ponto de vista liberal.

vbm

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Re:Este Governo
« Responder #2727 em: 2014-11-19 21:33:16 »
O defeito histórico do liberalismo foi precisamente o de impedir o desenvolvimento dos países menos evoluídos. Defender o comércio internacional sem protecionismo económico acarretou manietar no subdesenvolvimento as economias mais fracas. Este inconveniente ainda actualmente age em pleno. Liberalismo requer sensível igualdade de desenvolvimento entre países, territórios, povos. Sem o que é mera exploração destravada.

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Re:Este Governo
« Responder #2728 em: 2014-11-19 21:48:57 »
O defeito histórico do liberalismo foi precisamente o de impedir o desenvolvimento dos países menos evoluídos. Defender o comércio internacional sem protecionismo económico acarretou manietar no subdesenvolvimento as economias mais fracas. Este inconveniente ainda actualmente age em pleno. Liberalismo requer sensível igualdade de desenvolvimento entre países, territórios, povos. Sem o que é mera exploração destravada.
É completamente ao contrário do que dizes.
Aliás nem se consegue perceber como é que um país que exporta 100 com restrições fica pior quando passa a exportar 300 sem restrições.
Nem se consegue perceber como é que um país fica pior quando pode comprar 100 a um preço de 1 quando antes comprava 100 a um preço de 2.

vbm

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Re:Este Governo
« Responder #2729 em: 2014-11-20 09:40:28 »
É completamente ao contrário do que dizes.
Aliás nem se consegue perceber como é que um país que exporta 100 com restrições fica pior quando passa a exportar 300 sem restrições.
Nem se consegue perceber como é que um país fica pior quando pode comprar 100 a um preço de 1 quando antes comprava 100 a um preço de 2.

Fica melhor, aliás muito melhor, porque compensa a sub-exportação de 200, com uma produção própria de 400, em vez dos 200 que importava. E comprar lá fora pelo preço 2 em vez de 1, mais o ajuda a substituir tais importações.

No entanto, esta teoria, como todas em geral, só tem validade no domínio da sua  aplicação útil, que quanto a mim, é no caso de países, territórios, povos com grandes desníveis de desenvolvimento; a partir de uma certa igualdade ou equivalência de desenvolvimento das sociedades, o liberalismo económico das relações entre nações já é tolerável e pode até ser mutuamente benéfico entre os países.

Passar da fase protecionista para a de liberalização do comércio suscita muitas resistências, não só dos monopólios internos como dos sindicatos profundamente conservadores e sectários. A inabilidade política, cultural e científica dos governantes presta-se  a provável inépcia na mudança conveniente e acaba por dar razão a todos os alarmistas reacionários.

Mas liberalismo sem base prévia de desenvolvimento próprio de um país: nem pensar!

Automek

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Re:Este Governo
« Responder #2730 em: 2014-11-20 11:11:44 »
Se isso fosse verdade a situação óptima era fechar as fronteiras a tudo o que não pode ser produzido internamente (só entravam matérias primas e pouco mais).

Esqueces-te, contudo, que quando obrigas alguém a comprar um par de sapatos por 50, quando os podia comprar por 30, retiras 20 a outras indústrias. No global ficas com menos bens e serviços e desenvolves menos sectores.

Os sector dos têxteis e do calçado mostram bem como foi importante terem sido sujeitos a uma brutal concorrência. Ouve muito choro na altura, houve falências, mas hoje produzem coisas de altíssimo valor acrescentado. Se tivéssemos seguido o teu raciocínio do proteccionismo ainda hoje andávamos a produzir porcarias para vender a baixo preço.

Automek

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Re:Este Governo
« Responder #2731 em: 2014-11-20 11:21:44 »
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Proteccionismo e declínio civilizacional

Quando no século XIX os Europeus chegaram à Tâsmania,  encontraram o mais pequeno kit de ferramentas de qualquer povo à face da Terra. Os quatro mil habtantes da ilha tinham um nível de sofisticação e bem-estar bastante inferior ao dos seus vizinhos na Austrália. Já no século XIX, arqueólogos descobriram algo fascinante: cerca de 8 mil anos antes da descoberta da Tâsmania por Europeus, os habitantes da ilha utilizavam um conjunto de ferramentas bastante mais sofisticado, semelhante ao dos seus vizinhos da Austrália. Para quem julga que a modernidade é uma função sempre positiva do tempo, isto pode parecer paradoxal.

O que aconteceu foi que 8 mil anos antes inundou-se o estreito de Bass, fechando qualquer ligação entre a Tasmânia e a Austrália. Os dois povos deixaram de comunicar. Isolados, o povo da Tasmânia foi lentamento perdendo a capacidade de produzir objectos mais complexos, que requerem um maior nível de especialização dentro da população. Com um fraco nível de especialização, muito do conhecimento e capacidade de produção para objectos complexos perdeu-se. A população da Tasmânia vivia bastante pior no século XIX do que 8 mil anos antes.

A lição da Tasmânia está, ainda hoje, bastante longe de ter sido aprendida. O nível de especialização e respectiva inovação tecnológica nas sociedades modernas continuou a aumentar e a permitir melhorias constantes no estilo de vida, especialmente no ocidente. Isto acontece em grande parte devido ao comércio internacional que permite a especialização necessária para produzir diversos bens e serviços da forma mais eficiente possível. Deixadas numa ilha coberta de recursos naturais, 100 mil pessoas tiradas ao acaso não conseguiriam reproduzir tudo o que hoje consideramos essencial, da internet à comida embalada. O que temos hoje só é possível porque 4 mil milhões de pessoas têm uma função específica, irrepetível, que torna possível a produção de iPhones e de operações a hérnias discais.

Portugal tem 10 milhões de habitantes, num Mundo com 7 mil milhões. Apenas um em cada 700 pessoas no Mundo é portuguesa, um rácio bastante inferior ao que existia entre a Tazmânia e a Austrália. O fecho mesmo que apenas parcial do país ao comércio internacional, colocaria nas mãos de 10 milhões de pessoas o trabalho de criar, vender e prestar a mesma diversidade de serviços que 7 mil milhões de pessoas conseguem fazer. O declínio seria inevitável, tal como todas as nações que antes optaram pelo proteccionismo.
Posted by Carlos Guimarães Pinto at 18:17

http://portugalcontemporaneo.blogspot.pt/2014/11/proteccionismo-e-declinio-civilizacional.html

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Re:Este Governo
« Responder #2732 em: 2014-11-20 11:28:42 »
E um problema associado ao do "bom motivo": que visa obrigar os outros a um dado caminho geralmente ignora que podem existir milhares ou milhoes de caminhos alternativos e so por sorte estara a fixar na lei o melhor deles (ou sequer um bom).
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Re:Este Governo
« Responder #2733 em: 2014-11-20 11:38:42 »
E um problema associado ao do "bom motivo": que visa obrigar os outros a um dado caminho geralmente ignora que podem existir milhares ou milhoes de caminhos alternativos e so por sorte estara a fixar na lei o melhor deles (ou sequer um bom).
Quem defende o proteccionismo nem lhe ocorre que iriam comprar computadores mais caros, pneus mais caros, vestuário mais caro, móveis mais caros, etc, o que, na prática, significaria não poder comprar tudo o que têm neste momento. Como é que isso pode ser uma situação benéfica ? (já nem coloco a questão no plano moral, claro)

Pip-Boy

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Re:Este Governo
« Responder #2734 em: 2014-11-20 12:24:55 »
O proteccionismo pode ser benéfico ou necessário para estabelecer regras minimas de competição entre países.
Por exemplo, se um país A impõe limites de poluição e o país B não, sem proteccionismo como resolves a desvantagem duma empresa no país A vs B ?


The ultimate result of shielding men from the effects of folly, is to fill the world with fools.

Automek

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Re:Este Governo
« Responder #2735 em: 2014-11-20 13:50:14 »
O proteccionismo pode ser benéfico ou necessário para estabelecer regras minimas de competição entre países.
Por exemplo, se um país A impõe limites de poluição e o país B não, sem proteccionismo como resolves a desvantagem duma empresa no país A vs B ?
Então mas essa questão coloca-se em tudo.
Se cá o salário é de 500 e lá é de 50, impedimos a importação ?
Se cá é uma empresa privada normal e lá é subsidiada pelo estado, impedimos a importação ?
Se cá se obriga a ter X casas de banhos e lá não, impedimos a importação ?
Há um sem número de diferenças que podem significar desvantagem na concorrência

Esse motivo da poluição é um dos muitos bons motivos que o Inc refere. Repara que os países onde a poluição é mais discutida é precisamente nos países desenvolvidos. Se nunca deixarmos um país desenvolver-se nunca vai lá chegar. Entre ter fome ou estar preocupado com o fumo da fábrica as pessoas vão começar pelo básico (isto além da poluição ser uma hipocrisia quando os países ricos compram quotas de poluição, exportam lixo para outros países e permitem que as suas empresas vão fabricar nesses países).

Eu sei que a tentação de querer ter um mundo igual, de imediato, automaticamente, é grande, mas as acções proteccionistas vão no sentido de impedir, precisamente, que um outro país se desenvolva.

Automek

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Pip-Boy

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Re:Este Governo
« Responder #2737 em: 2014-11-20 15:22:23 »
O proteccionismo pode ser benéfico ou necessário para estabelecer regras minimas de competição entre países.
Por exemplo, se um país A impõe limites de poluição e o país B não, sem proteccionismo como resolves a desvantagem duma empresa no país A vs B ?
Então mas essa questão coloca-se em tudo.
Se cá o salário é de 500 e lá é de 50, impedimos a importação ?
Se cá é uma empresa privada normal e lá é subsidiada pelo estado, impedimos a importação ?
Se cá se obriga a ter X casas de banhos e lá não, impedimos a importação ?
Há um sem número de diferenças que podem significar desvantagem na concorrência

Esse motivo da poluição é um dos muitos bons motivos que o Inc refere. Repara que os países onde a poluição é mais discutida é precisamente nos países desenvolvidos. Se nunca deixarmos um país desenvolver-se nunca vai lá chegar. Entre ter fome ou estar preocupado com o fumo da fábrica as pessoas vão começar pelo básico (isto além da poluição ser uma hipocrisia quando os países ricos compram quotas de poluição, exportam lixo para outros países e permitem que as suas empresas vão fabricar nesses países).

Eu sei que a tentação de querer ter um mundo igual, de imediato, automaticamente, é grande, mas as acções proteccionistas vão no sentido de impedir, precisamente, que um outro país se desenvolva.

Dei o exemplo da poluição porque era simples mas todos os que indicas também podiam ser factores de diferença, claro.
E concordo contigo que o proteccionismo implica exactamente isso, impedir que um outro país se desenvolva.
Mas se o país A não tiver beneficio do desenvolvimento do país B então não tem motivo para o ajudar a desenvolver, daí protege-se.
É semelhante ao que se passa nas leis de emigração.

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Re:Este Governo
« Responder #2738 em: 2014-11-20 15:33:43 »
Mas se o país A não tiver beneficio do desenvolvimento do país B então não tem motivo para o ajudar a desenvolver, daí protege-se.
Aqui não importa se tem benefício ou não porque é o mercado que vai decidir e o desenvolvimento (ou não) do outro país é o resultado das escolhas das pessoas e não dos governos.

Repara que se eu comprar pneus por importados por 200 em vez de pagar 300 com proteccionismo, vou ficar com 100 para gastar voluntariamente noutras indústrias. É isso que deveria ser promovido.

Claro que há indústrias locais que vão falir, outras vão reestruturar-se (calçado e têxteis são bons exemplos, como já referi) e outras novas vão aparecer.

Dizer que temos de proteger os pneus para vender a 300, impedindo-me de gastar 200 em pneus e 100 em vinho é dizer que a industria de pneus é mais importante do que a do vinho. Há sempre bons motivos, mas costumam ser moralmente inaceitáveis.

Pip-Boy

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Re:Este Governo
« Responder #2739 em: 2014-11-20 15:54:45 »
Claro que há indústrias locais que vão falir, outras vão reestruturar-se (calçado e têxteis são bons exemplos, como já referi) e outras novas vão aparecer.

Nesse caso tens aumento do desemprego, pelo menos até as novas actividades aparecerem.
Donde podes acabar a gastar 200 em pneus, 100 em subsidios de desemprego e continuar sem beber vinho :)

O proteccionismo, na minha opinião, serve para suavizar esse choque, não para criar uma barreira definitiva mas dando tempo a que as diferenças se esbatam.
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