Eu também percebo, mas não concordo.
Dar visto de residência e até de nacionalidade
a cidadãos com determinadas características
nada tem de chocante e pode ter muito de conveniente.
Por exemplo, cidadãos com altas qualificações intelectuais
poderiam beneficiar de facilidades de concessão
de visto de residência e até de nacionalidade.
Os Estados Unidos dão essas facilidades
e qualquer governo dirigido por estadistas
com dois dedos de testa, fazem-no igualmente.
O dinheiro que tragam para o país, mesmo que apenas
na forma de adquirir um investimento imobiliário já realizado,
pode ser naturalmente uma razão valiosa para concessão de visto.
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Não pode dizer-se que os efeitos económicos não são nenhuns
porque isso é estúpido, desde logo, e no mínimo, o encaixe
da transmissão de propriedade pode, e em princípio fá-lo,
levar a redução de dívida contraída na construção do imóvel.
As imobiliárias que o digam, que todas desanuviaram
as tensões de tesouraria que sofriam.
Isto, no mínimo, pois há hipótese de uma certa proporção
de imigrantes afluentes residirem e fixarem-se mesmo
em Portugal e eventualmente investirem
em novas actividades ou participarem
nas existentes.
Tudo isto é são, admissível e em si, não forma
desigualdade com outros pretendentes residentes,
desde que estes sejam tratados com respeito, justiça,
e dentro da lei de imigração vigente: só podemos aceitar
imigrantes que tenham modo de vida em Portugal, e portanto
venham exercer uma actividade produtiva útil e necessária.
Agora, do que a lei não tem culpa é se o Estado recruta
para os seus quadros gangs corruptos que dispensam
a exigência legal que interdita a imigração de ladrões,
assassinos, narcotraficantes, contrabandistas, etc.