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Autor Tópico: Educação - Tópico principal  (Lida 376229 vezes)

Luisa Fernandes

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #240 em: 2013-09-11 18:04:11 »
Sobre a Liberdade De Escolha

Na semana passada, com as alterações aprovadas em Conselho de Ministros do Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo, sorrateiramente e sem qualquer discussão, foi dado mais um passo para destruir a Escola Pública em Portugal, isto é, por fim a essa ideia de se ter uma escola pública de qualidade, universal, laica, gratuita e tolerante que promova a equidade e igualdade de oportunidades para todos. O que foi aprovado consiste, genericamente, no financiamento direto do Estado às famílias que optem por escolas particulares em vez de escolas públicas. Ou seja, permitirá, em tese, que as famílias tenham liberdade de escolha entre o sistema público ou privado disponível, colocando em livre concorrência ambos os sistemas de ensino.

Acredito que muitos olharão para esta medida com alguma simpatia e condescendência visto que o princípio da liberdade de escolha parece ser, em si mesmo, algo de positivo. Convém, por isso, analisar em maior detalhe o que nos é apresentado e perceber os pressupostos, as experiências, os estudos e as consequências do que se pretende implementar. Façamo-lo em 3 pontos:

1. Um dos pressupostos principais que está por detrás desta medida é considerar que a Liberdade Escolha, assim concretizada, beneficia a qualidade do sistema educativo em geral. No entanto, não há nenhuma evidência disso nos países que experimentaram estas medidas. Pelo contrário, como é reconhecido por um dos maiores defensores deste princípio da liberdade de escolha, Alexandre Homem Cristo: “as análises dos vários sistemas dão sinais inquietantes quanto ao aumento da segregação social nas escolas (associada à liberdade de escolha da escola), quanto à dificuldade em promover a inovação nas abordagens pedagógicas em sistemas com elevados níveis de competitividade e, em alguns países, quanto à queda dos desempenhos escolares”, como é exemplo o caso flagrante da Suécia.

2. Um dos argumentos usado para defender o princípio da liberdade de escolha é que este promove uma maior justiça social entre todos e que é um direito dos pais escolherem a escola ou o sistema de ensino que acham mais adequado para os seus filhos. Apesar do argumento ser atraente ele é falacioso, note-se que a liberdade de escolha que se pretende dar serve apenas para alguns tipos de escolas. Certamente que os melhores exemplos do ensino privado ficarão, por opção dos próprios colégios, fora do âmbito desta liberdade de escolha. Sim, porque estes colégios são bons, fundamentalmente, porque fazem uma seleção de alunos que não lhes interessa prescindir, até por que não têm problemas em termos de procura. Portanto, a liberdade de escolha que este governo pretende oferecer é dirigida apenas para as escolas tipo grupo GPS e similares, que fazem ou pretendem fazer negócio à custa do estado. Além disso, convém que se perceba que esta suposta liberdade de escolha ficará sempre restrita às opções nas áreas de residência, ao número de vagas disponíveis, criando, como os estudos nos outros países têm revelado, escolas públicas “guetizadas” e empobrecidas nos centros urbanos constituídas em grande parte por alunos problemáticos rejeitados pelas escolas privadas, aumentando assim o fosso das desigualdades sociais.

3. Um outro argumento usado para a defesa da liberdade de escolha, assim concretizada, é a convicção de que haverá uma melhor racionalização dos recursos e gestão dos dinheiros públicos. Não tenhamos dúvidas que, a longo prazo, tal poderá se verificar, pois, analisando o que hoje já acontece nas escolas privadas que vivem à custa dos dinheiros públicos podemos verificar que, segundo dados oficiais que comparam o ensino público e o ensino privado subsidiado, as turmas têm um maior número de alunos, os professores têm condições muito mais precárias, as ofertas formativas e apoio aos alunos com necessidades educativas são muito mais reduzidas. Por outro lado, a curto e médio prazo, esta opção será demolidora para a escola pública, visto que, não havendo mais dinheiro disponível, o dinheiro a transferir para as escolas privadas através deste sistema de subsidiação será retirado ao orçamento das escolas públicas, ou seja, provocará necessariamente um empobrecimento e uma diminuição brutal da qualidade da escola pública, por via, por exemplo, do despedimento de professores, da ausência de investimentos ou requalificações nas escolas, do aumento do nº de alunos por turma, da diminuição de funcionários e auxiliares educativos, da redução das ofertas formativas e do fecho de um maior número de escolas. Ou seja, esta suposta liberdade de escolha que nos querem agora oferecer terá o efeito pernicioso de, à custa dela, se por em causa a igualdade de oportunidades e a qualidade de ensino para todos. O objetivo não é uma melhor gestão dos dinheiros públicos, mas sim uma transferência dos dinheiros públicas para as mãos privadas de forma a se poder salvar muitos colégios que, com esta crise, veem a sua fonte de lucros em perigo.

Em síntese, o que este governo se prepara para finalmente concretizar é não só fruto de um dogma ideológico de que o sistema privado pode fazer melhor e mais barato do que o sistema público, mas também do cumprimento de promessas eleitorais a um grupo de potenciais interessados neste negócio, que se regozija com a assunção da incapacidade e falta de desejo deste governo em continuar a reformar e a melhorar a escola pública em prol da equidade e da igualdade de oportunidades para todos.

J. Narciso
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Incognitus

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #241 em: 2013-09-11 19:22:37 »
Errado. Não é necessário existir NENHUM argumento para se defender a liberdade de escolha. A liberdade de escolha deve ser o princípio por defeito. LIMITAR a liberdade de terceiros é que necessita de um qualquer argumento excepcional.

(isto embora existam magotes de argumentos a favor da liberdade de escolha. Mas mesmo que não existisse nenhum - se pudéssemos ter liberdade para quem a quisesse e falta de liberdade para quem não a quisesse, para que raio é que alguém defenderia a falta de liberdade para todos - apenas para chatear quem não concorda?)
« Última modificação: 2013-09-11 20:52:09 por Incognitus »
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Zel

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #242 em: 2013-09-11 20:24:59 »
deprimente ler esses texto da luisa, pobre pais entregue aos comunas-fascistas

Incognitus

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #243 em: 2013-09-13 01:10:39 »
A penalização com pagar a dobrar é o minimo que os colectivistas querem. Idealmente, gostariam mais de proibir a coisa simplesmente.


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kitano

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #244 em: 2013-09-13 09:10:30 »
Ou pagar a triplicar...pagar o publico, pagar o seu privado e ainda pagar o privado de alguns outros... :D
"Como seria viver a vida que realmente quero?"

Luisa Fernandes

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #245 em: 2013-09-13 14:50:45 »
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Zel

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #246 em: 2013-09-14 02:34:12 »


neste video o marc faber defende o que eu aqui ja tenho dito, que ha demasiado educacao, demasiados graus, demasiada BS e que a educacao eh em larga medida um mito que esta na curva de retornos descentes e produz gente que custa dinheiro a sociedade e eh incapaz de criar valor que justifique

pelo menos alguem concorda comigo  :D
« Última modificação: 2013-09-14 02:35:32 por Neo-Liberal »

Luisa Fernandes

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #247 em: 2013-09-14 13:02:04 »
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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #248 em: 2013-09-14 13:46:36 »
Garantir a qualidade das aprendizagens e dos resultados escolares continua a ser um dos grandes problemas que ainda hoje enfrentamos na educação.

Os relatórios da OCDE, designadamente do PISA, indicam que temos um sistema de ensino muito desigual em que convivem, por vezes lado a lado, escolas muito boas (públicas e privadas), em que os alunos obtêm bons resultados escolares, com escolas muito más (públicas e privadas), em que o insucesso e o abandono escolar são muito elevados e que, portanto, não inspiram confiança às famílias. Portugal é mesmo, de acordo com os dados do PISA, um dos países da OCDE com maior desigualdade escolar.

O desafio que o país tem pela frente é pois o de diminuir esta desigualdade, reduzir o insucesso escolar e o abandono precoce, criando condições para aumentar, em cada escola, o número de alunos com aproveitamento positivo, sempre que possível bons, muito bons e excelentes. Este desafio exige dos poderes públicos políticas e investimentos centrados na melhoria da qualidade pedagógica, organizacional, material e tecnológica de todas as escolas. Exige políticas de estímulo e de apoio, mas também de regulação e de controlo da qualidade, baseados em sistemas de informação e de avaliação.

Porém, o que tem feito o Governo? Cancelou todos os programas de combate ao insucesso e de avaliação da qualidade do ensino, retirou autonomia às escolas públicas e reduziu a capacidade destas para atrair novos alunos, suspendeu todos os programas de modernização das escolas. Resumindo, o Governo desistiu de melhorar a qualidade das escolas públicas. E porquê?

A resposta vem com a aprovação do diploma de financiamento das escolas privadas: porque o Governo acredita que o mercado fará aquilo que ele não consegue fazer. Com o cheque-ensino o Governo teria encontrado uma solução milagrosa que o dispensaria de ter uma política de exigência com as escolas. O Governo parece acreditar que, financiando mais generosamente as escolas privadas, o mercado e a competição entre escolas farão o que é preciso pela qualidade.

A solução encontrada pelo Governo merece, contudo, que nos coloquemos várias interrogações.

Primeira interrogação: em que outro país do mundo os problemas da qualidade do ensino básico e secundário se resolveram com o cheque-ensino? Resposta: em nenhum. A opção pelo cheque-ensino vem ao arrepio de todas as recomendações dos organismos internacionais. Sabe-se, hoje, que esta opção, ensaiada em países como o Reino Unido e a Suécia, se revelou desastrosa do ponto de vista da melhoria global da qualidade dos sistemas de ensino.

Segunda interrogação: será que estaremos então apenas perante uma crença ideológica no mercado? Resposta: se é verdade que a opção pelo cheque-ensino revela radicalismo ideológico por parte do Governo, revela sobretudo cedência a grupos de interesse. Com esta solução o Governo, objetivamente, transfere recursos públicos adicionais para algumas escolas privadas e para algumas famílias, cujas escolhas educativas passarão agora a ser financiadas pelo Estado.

Terceira interrogação: pode esta medida vir a beneficiar alunos de famílias pobres que, com o cheque-ensino, poderão escolher mais livremente e deixar de estar obrigados a frequentar uma escola pública? Resposta: quando existe possibilidade de escolha, as escolas com muita procura “naturalmente” selecionam os alunos. Esta medida permitirá que as escolas com mais procura, entre dois alunos bons, um pobre e outro rico, escolham o rico com o apoio financeiro do Estado.

Quarta interrogação: existindo já liberdade de escolha entre universidades públicas, porque não pode esta ser aplicada ao ensino básico e secundário? Resposta: as universidades estão impedidas, pelas regras de acesso ao ensino superior, de escolher os seus alunos, estão obrigadas a aceitar todos os alunos que cumpram os requisitos estabelecidos. Por isso o financiamento é feito às instituições e não aos alunos, embora varie em função do número de alunos que as instituições consigam atrair com base na sua reputação. Será que as escolas privadas estão disponíveis para, em troca do cheque-ensino, abdicar do poder de selecionar os alunos e de aceitar todos aqueles que cumpram requisitos? Será que esta é uma exigência do Governo para poderem beneficiar do cheque-ensino?

O Governo tem dois problemas, fruto de dois preconceitos: um com as escolas públicas, outro com a igualdade de oportunidades. Tenta resolver o primeiro problema alimentando a oposição entre público e privado, com um tratamento que favorece o privado. Tenta resolver o segundo afirmando o primado do princípio da liberdade sobre o da igualdade. Ora, a social-democracia foi construída, justamente, com tentativas de superação destas oposições, não com a sua agudização.

No caso da educação, a superação passa por reconhecer que atribuir o primado à igualdade na organização e funcionamento da escola é a melhor forma de garantir a quem a frequenta mais liberdade de escolha na sua vida adulta futura.

O desenvolvimento dos países está ancorado nesta instituição, a escola pública, que se inventou para garantir a igualdade de oportunidades entre todos os cidadãos, a qual, por sua vez, garante a todos mais liberdade de escolha na construção do seu futuro.

Maria de Lurdes Rodrigues
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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #249 em: 2013-09-14 14:01:50 »
neste video o marc faber defende o que eu aqui ja tenho dito, que ha demasiado educacao, demasiados graus, demasiada BS e que a educacao eh em larga medida um mito que esta na curva de retornos descentes e produz gente que custa dinheiro a sociedade e eh incapaz de criar valor que justifique

pelo menos alguem concorda comigo  :D

Muito bons esses 3 minutos iniciais (o resto também mas são coisas de que já se falou aqui inúmeras vezes).

Incognitus

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #250 em: 2013-09-14 14:05:32 »
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O Governo tem dois problemas, fruto de dois preconceitos: um com as escolas públicas, outro com a igualdade de oportunidades. Tenta resolver o primeiro problema alimentando a oposição entre público e privado, com um tratamento que favorece o privado. Tenta resolver o segundo afirmando o primado do princípio da liberdade sobre o da igualdade. Ora, a social-democracia foi construída, justamente, com tentativas de superação destas oposições, não com a sua agudização.

Dois problemas com o texto. Um é que o tratamento não favorece o privado - apenas iguala as condições apoiando todas as crianças por igual. E o segundo é que apoiar todas as crianças por igual é naturalmente mais equalitário do que só apoiar algumas.

Portanto esse texto é um lixo manhoso que só quer favorecer as suas opções penalizando quem não as partilha.
« Última modificação: 2013-09-14 14:05:54 por Incognitus »
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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #251 em: 2013-09-14 16:06:42 »
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O Governo tem dois problemas, fruto de dois preconceitos: um com as escolas públicas, outro com a igualdade de oportunidades. Tenta resolver o primeiro problema alimentando a oposição entre público e privado, com um tratamento que favorece o privado. Tenta resolver o segundo afirmando o primado do princípio da liberdade sobre o da igualdade. Ora, a social-democracia foi construída, justamente, com tentativas de superação destas oposições, não com a sua agudização.

Dois problemas com o texto. Um é que o tratamento não favorece o privado - apenas iguala as condições apoiando todas as crianças por igual. E o segundo é que apoiar todas as crianças por igual é naturalmente mais equalitário do que só apoiar algumas.

Portanto esse texto é um lixo manhoso que só quer favorecer as suas opções penalizando quem não as partilha.

Basta ver quem o escreveu ....a pessoa que gastou magotes de milhões de euros em parque escolares para agora estarem fechado ....o que ez ela quando lá esteve ....eu ainda fico surpreendido com esta sociedade atrasada que depois do estas pessoas fizeram pelo ensino ainda lhe dão destaque para lixos escritos e direito de antena ....é esta merda que esta mal neste pais dar direito de antena a quem faz merda em cima de merda .....Sócrates na RTP1 , todos os palermas que escrevem por esses media ( ainda por cima pagos ....mais aberrante ainda), foi o palhaço zorrinho que fez os que fez com a frota e ainda abre a boca sempre a criticar e a fLar em despesismo ...esta na hora de deixar esta gente no seu lugar reduzida a sua insignificância ....

Automek

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #252 em: 2013-09-14 19:19:26 »
Uma representante de milhares de professores (escusado será dizer que é da Fenprof). Imaginem uma escola privada a pagar a vários professores com horário zero.

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Professora descontente interrompeu discurso de Nuno Crato em Viseu

Uma professora descontente com o estado da educação em Portugal interrompeu nesta sexta-feira o discurso do ministro Nuno Crato, durante a tomada de posse do presidente do Instituto Politécnico de Viseu (IPV).

O ministro da Educação e Ciência discursava numa sessão solene na Aula Magna do IPV, sobre a importância de “dotar os jovens, em todo o seu percurso de estudo, das ferramentas que lhes permitam ter uma capacidade e uma liberdade de escolha nos momentos decisivos”.

Apontou que “essas ferramentas têm nomes”, como Português, Matemática, Inglês, Física, História e Geografia, tendo sido nesse momento interrompido por Delmira Figueiredo, professora há 21 anos.

“Há mais”, disse a professora da Escola Básica 2/3 do Caramulo, concelho de Tondela, do meio da plateia.

Nuno Crato concordou, referindo-se também à Música, à Astronomia, à Poesia, à Pintura e ao Cinema e foi novamente interrompido pela professora, que o questionou se “tem consciência do que está a fazer à educação”.

“Eu tenho todo o gosto em discutir consigo noutra ocasião, creio que aqui é um bocadinho despropositado, embora a minha natureza democrática me leve a aceitar este diálogo”, respondeu o governante.

No fim da cerimónia, Delmira Figueiredo admitiu aos jornalistas que tentou ficar calada, mas não conseguiu, porque “o que o senhor ministro estava a dizer é uma mentira, as escolas não funcionam”.

Convidou-o a visitar a escola onde lecciona, para conhecer a realidade.

“Ficámos seis professores do ano passado, os colegas foram postos na rua. É quase o desemprego, porque estão em horário zero. Estão na escola, não podem fazer o que de melhor sabem fazer e são precisos”, lamentou.

Delmira Figueiredo contou que já se cruzou várias vezes com Nuno Crato e que “acreditava nele, no que ele dizia da educação democrática”.

“Se calhar não é por acaso que ele não aparece com tanta frequência, porque eu acho que ele não acredita no que está a fazer. Eu acho que ele queria uma escola melhor. Porque, um professor como ele foi, é impossível querer a morte da escola”, considerou.

Em declarações aos jornalistas, Nuno Crato disse que “essa senhora devia estar com alguma vocação psicanalítica”, e não saber a que estava ela a referir-se.

“Eu estou a fazer aquilo que sempre pensei, aquilo que penso que é melhor para a educação. Estou em colaboração com os politécnicos, com as universidades, com as escolas, a defender um conjunto de princípios fundamentais”, explicou.

Segundo o ministro, tratam-se de princípios como “o desenvolvimento da educação desde o primeiro ciclo, uma educação sólida, que permita aos jovens mais tarde poderem ter opção para escolher cursos superiores de acordo com aquilo que gostam, que é a sua vocação e [é] bom para o país”.

Delmira Figueiredo integrava um grupo de professores que, empunhando bandeiras da Fenprof, aguardavam a chegada do ministro na estrada, junto às instalações do IPV.

“Estamos aqui a protestar porque estas medidas que o Governo tem tomado estão a reduzir o emprego e a piorar a qualidade de ensino e da educação dada às crianças e aos jovens”, justificou à agência Lusa o dirigente da Fenprof Francisco Almeida.
http://www.publico.pt/sociedade/noticia/professora-descontente-interrompeu-discurso-de-nuno-crato-em-viseu-1605770

Zel

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #253 em: 2013-09-14 23:35:16 »
escolas privadas ja perderam 30% do alunos segundo a RTP, brutal


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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #254 em: 2013-09-16 00:22:17 »
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Escolas sem técnicos e com menos auxiliares

SOL.pt - 15 de Setembro, 2013

É um ano lectivo a várias velocidades e marcado por cortes e incertezas aquele que começou, esta quinta-feira, para um milhão e 350 mil alunos. Menos professores de Educação Especial, menos funcionários destacados através dos programas ocupacionais do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), técnicos dos cursos profissionais por contratar e alunos ainda com horários indefinidos e turmas por decidir.

Adalmiro Fonseca, da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), passou os últimos dias em rondas por escolas do Norte e ouviu queixas e preocupações. “Na maior escola de Gaia, no ano passado estavam colocados 10 funcionários ao abrigo dos programas do IEFP. Este ano, vão ter quatro”, conta, explicando que esta redução “está a acontecer em várias escolas e põe em causa a segurança dos alunos”.

O corte também está a afectar a Educação Especial: “Conheço uma escola que no ano passado tinha oito professores e agora o Ministério diz que chegam quatro. Mas há outros casos”, garante Arlindo Ferreira, autor do Blog de ArLindo.

‘Está tudo muito atrasado’

Noutras escolas, o problema é estar ainda a decorrer a contratação de técnicos para os cursos profissionais. “Só agora é que veio a autorização para contratar professores para cursos como cozinha ou jardinagem. Está tudo muito atrasado. É impossível que as aulas comecem na segunda-feira”.

Também atrasada esteve a colocação de docentes contratados, que desde o início da semana aguardavam a publicação das listas de colocação – que acabaram por sair na quinta-feira ao final do dia – para se apresentarem ao serviço na segunda-feira.

29 mil desempregados

Ao todo foram colocados nas escolas 6.593 professores, para suprir as necessidades deixadas em aberto pelo concurso geral de colocação de docentes que terminou no final de Agosto.

Destes, 793 eram professores do quadro com horário-zero e 5.800 são contratados (346 dos quais através de renovação).

Sobram ainda 1.991 horários, disponíveis para contratação a nível de escola. Como havia 37 mil professores sem emprego antes destas colocações, as vagas que agora sobram deixarão ainda assim cerca de 29 mil docentes no desemprego.

Crato desvaloriza

O ministro Nuno Crato desdramatizou, contudo, as críticas feitas por directores e professores. “O ano lectivo está a abrir com normalidade”, assegurou, esta quarta-feira, o ministro da Educação, que foi a Oliveira de Azeméis com Passos Coelho, para inaugurar a Escola Secundária Ferreira de Castro.

Mas se a agora inaugurada secundária já estava a funcionar em pleno no ano lectivo passado, Adalmiro da Fonseca garante que muitas das obras da Parque Escolar estão paradas, causando situações caricatas: “Ainda esta semana passei por uma escola que está metade nova e metade a funcionar em contentores”.

A polémica do cheque-ensino

A grande discussão do ano lectivo que agora começa será, porém, em volta da subsidiação pelo Estado dos alunos em colégios privados, através dos chamados contratos simples de educação.

Na semana passada e depois da aprovação do novo Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo, as declarações do ministro não deixaram margem para dúvidas de que a intenção é alargar este sistema de ‘cheque-ensino’. Mas a forma como isso será posto em prática é tudo menos clara.

Sabe-se que estes apoios – que no ano lectivo de 2011/12 chegaram a 21.219 alunos em 394 colégios – deverão deixar de ser dirigidos apenas a famílias carenciadas, sendo escalonados de acordo com os rendimentos. Sabe-se também que os contratos simples, que em 2011/12 custaram ao Estado 17 milhões de euros, serão alargados sem aumentar a despesa – mas resta saber como serão atribuídos e que valores terão.

Rodrigo Queirós e Melo, da Associação de Estabelecimentos do Ensino. Particular e Cooperativo (AEEP), aplaude a intenção do Governo. E lembra que o que existe agora “é residual” e que ainda há margem para aumentar estes apoios “de forma paulatina”, em projectos-piloto. “Sabe-se quanto custa cada aluno ao Estado. O dinheiro deve seguir o aluno”, defende, garantindo que “não está em causa atacar a escola pública, mas dar liberdade aos pais para escolherem as melhores escolas”.

Paulo Guinote teme, contudo, que a medida se traduza “na precarização e empobrecimento da escola pública”. E frisa que “nenhum estudo demonstra que este sistema melhore os resultados académicos”.

Fonte oficial do Ministério da Educação e Ciência (MEC) assegura que os novos apoios estarão em vigor no ano lectivo de 2014/15, “pois o diploma aprovado determina que essa legislação [com a regulamentação] terá de ser produzida em 180 dias”.

Luisa Fernandes

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #255 em: 2013-09-17 12:57:19 »
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Incognitus

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #256 em: 2013-09-17 13:16:26 »
Boa porcaria de BD. O primeiro senhor segundo essa lógica pagará mais impostos que o segundo. E o seu filho deve ter tanto direito a um apoio na educação quanto o do segundo. Pelo que no limite nunca seria o segundo a pagar a educação do primeiro - seria o primeiro a pagar pelo menos parcialmente a do segundo, fosse ela numa escola privada ou pública.

O uso de BDs destas, obviamente deturpadoras da realidade, é típico da propaganda. Hesito em deixar isto aqui por ser tão óbvio e estúpido.
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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #257 em: 2013-09-17 13:18:27 »
Deixa ficar Inc, porque a BD ilustra bem como funcionam algumas escolas públicas.  ;)

Incognitus

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #258 em: 2013-09-17 13:20:54 »
O triste é que para uma parte da população, fraca da cabeça e predisposta a acreditar naquilo, aquele tipo de propaganda funciona a 100% mesmo sendo obviamente falsa. E também é triste que quem faça aquele tipo de coisas muitas vezes tem capacidade mental suficiente para saber a fraude que está a fazer, mas mesmo assim avança com ela.
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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #259 em: 2013-09-17 13:44:33 »
Realmente quem nao percebe que um desconto de 50% do salario do Ronaldo custa menos que 5€ num salario de 700€, vive em outro mundo!


Excel, puro excel.


No exemplo acima o esforço e a contribuição de 5€ é de uma dimensão muito maior.
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