Quanda fiz física na FCUL, eu bem vi a qualidade dos que no 3º ano "optavam" pela física ensino... pelas médias, não deveriam saber grande coisa para ensinar.
Agora não sei como é mas há uns 30/35 anos quase que imploravam às pessoas que viessem dar aulas em algumas disciplina (matemática, então, era mato). Quem tenha agora na casa dos 45/50 anos certamente que teve bastantes professores vindos dos chamados, na altura, mini concursos.
O facto de ter tido professores vindo dos mini concursos e professores dos cursos de professores permitiu-me fazer a comparação e ver que as qualidades para comunicar e explicar são muito mais importantes do que ser ou não de um curso de professores.
Das dezenas de professores que tive no preparatório e secundário, o melhor de todos veio dos mini concursos, com o segundo ano de engenharia incompleto. Era um comunicador nato. Apesar de ser excelente, com estas qualificações hoje nem sequer entrava na porta da escola. Outro de desenho, andava a tirar o curso de arquitectura (3º ano, salvo erro). Também excelente.
E, no entanto, tive outros que vieram com a preparação de professor e que não valeram um charuto. Pior. Andaram a espalhar a miséria nas escolas durante décadas, sem que o sistema os pudesse expurgar.
Avaliar um candidato a professor pela média de um ou vários exames nacional, a única coisa que diz é que aquela pessoa sabe a matéria, na versão escrita. É admitido para um curso de professores, apesar de poder ser o tipo mais aborrecido e monocórdico do mundo a falar. Logo à partida o processo começa torto. Esse indivíduo nem devia começar, quanto mais conseguir tirar o curso. É um erro de casting.