Ao invés de se discutir exames vs. provas de aferição, devíamos olhar para a realidade e procurar formas de melhorar o desempenho escolar de alunos com carências sociais e económicas, que são a esmagadora maioria dos que chumba nos testes de PISA. Nada disto é novidade, mas ainda não vi nenhum responsável pelo Ministério ou pelas Escolas, a sugerir formas de resolver este problema (que não sejam mais exames ou proibir os chumbos).
Pode não ser inteiramente fácil ou possível.
Tal como existe uma correlação entre estatuto sócio-económico e achievement académico, existe uma correlação entre QI e estatuto sócio-económico, bem como uma correlação entre QI e achievement académico.
O provável, é que a realidade que o QI mede seja a razão para ambas as realidades resultantes.
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Daí resulta que pode intrinsecamente fazer mais sentido promover sistemas que melhorem os resultados de todos, e particularmente sistemas que melhorem muito os resultados dos que já são melhores (via captar e desenvolver talentos raros, em vez de os sujeitar a um ritmo ditado pela totalidade do grupo). Isto principalmente na realidade actual, em que as actividades que criam muito valor e emprego para todos os outros serão ditadas por um número limitado de pessoas incrivelmente inteligentes/talentosas/motivadas.
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Outra coisa, por vezes muitos dos alunos que estão aí como chumando no curriculum convencional possuem, também eles, talentos raros em áreas que não correlacionam bem com a educação formal. Também para esses, o ênfase provavelmente deveria estar mais nessas áreas e menos no curriculum formal (excepto para atingir mínimos, não necessariamente ditados por um programa comum).