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Autor Tópico: Educação - Tópico principal  (Lida 377163 vezes)

Deus Menor

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Re: Educação - Tópico principal
« Responder #1220 em: 2016-01-06 16:11:31 »

Exames orais a partir do 10º ano, e  na faculdade mudaria tudo, professores e alunos.

tommy

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Re: Educação - Tópico principal
« Responder #1221 em: 2016-01-06 16:13:53 »

Exames orais a partir do 10º ano, e  na faculdade mudaria tudo, professores e alunos.


mas não te preocupa que as crianças irão ficar traumatizadas??!? onde está o teu coração?

Deus Menor

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Re: Educação - Tópico principal
« Responder #1222 em: 2016-01-06 16:15:01 »

Exames orais a partir do 10º ano, e  na faculdade mudaria tudo, professores e alunos.


mas não te preocupa que as crianças irão ficar traumatizadas??!? onde está o teu coração?

Quem ficava traumatizado seria a vaidade de alguns Pais, Alunos e Professores...

Thunder

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Re: Educação - Tópico principal
« Responder #1223 em: 2016-01-08 12:36:36 »
Obrigado Heras pelo trabalho que tiveste a responder ao meu pedido.

Eu tenho amigos professores, que segui desde o secundário, faculdade, concursos. E o tipo de concurso que conhecia era esse do tipo RR.
Contar a nota e depois o extra do tempo de serviço.

Na altura um dos meus amigos que estava a entrar estava indignado com o sistema.
Colegas dele que entraram em Faculdades "rascas" e que no secundário eram autênticas nódoas a Português, Matemática e Ciências com sequências de notas negativas, iriam sair à frente dele no concurso. Eu testemunhei que ele era aplicado e estudava bastante e a matéria não era fácil.
Ou seja o sistema beneficia de forma grotesca quem frequenta cursos fáceis.

Curso fácil » melhores notas » ser colocado mais facilmente
estando colocado: acumulas mais "bonus" de tempo de serviço » continuas a subir na classificação

Basicamente o sistema barra os melhores. E incita muito ao comodismo dos que já estão dentro do sistema.

Mas concordo que pela tua descrição essa BCE era um sistema lento e com pouco nexo.

Para melhorar o processo de graduação, talvez um exame nacional no final da Faculdade ajudasse a separar as águas.
Imagina; quem fosse para professor na área de física teria que fazer um exame de matemática e física a nível nacional. E a nota desse exame contar bastante para a graduação. Quem tivesse notas abaixo de 10-12 em disciplinas "nucleares" para ensinar em determinada área seria barrado de entrar no sistema.
Os anos de serviço deveriam ter um peso muito mais moderado nessa seriação. E depois de x anos deixarem simplesmente de continuar a acumular.

Eu acho que seria benéfico algo deste tipo:

- Escolas com capacidade de contratar e até de estipular os salários.
- Pais com possibilidade de matricular os filhos numa escola da sua escolha.
- Parte do orçamento da escola baseado no número de candidaturas e/ou inscritos na mesma escola.
- Direcção da escola com algum tipo de critério objectivo de avaliação (baixa taxa de abandono escolar, taxa de entrada em cursos superiores ou cursos vocacionais, notas nos exames nacionais - tendo em conta factores como evolução/regressão das notas, factores sócio-económicos, etc).
- Acordo dos principais partidos, para que seja uma política com estabilidade e que não mude constantemente.

Há, do meu ponto de vista, o problema que temos uma cultura em que a "cunha" tem uma força brutal. E tal poderia ser uma fonte de insucesso de tal arquitetura.
Bem como uma alergia alargada à meritocracia; há um problema cultural com o diferenciar, com o premiar quem executa, quem atinge metas.
« Última modificação: 2016-01-08 12:49:12 por Thunder »
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Re: Educação - Tópico principal
« Responder #1224 em: 2016-01-08 12:48:34 »
Outra coisa; como o Inc disse, provavelmente o TC barraria um modelo do tipo que acabei de sugerir. E teria uma oposição brutal de sindicatos e profs mais antigos.

Mais uma nota:
Esse meu amigo, que é uma pessoa de bom carácter e que sempre lutou muito na vida (desde cedo trabalhou para pagar os seus estudos), atinado, com valores e espinha dorsal, ficou chocado (enojado seria o termo mais correcto) com a forma como havia um claro apartheid entre os efectivos e os contratados. Segundo ele os primeiros não tratavam os contratados como professores. Eram mesmo "os contratados".
Ou seja; para o exterior e consumo externo, muita dessa gente passa a ideia que são os cidadãos "preocupados com os valores humanistas, com as pessoas", mas depois são altamente sectários, corporativistas ... e pouco sensíveis na forma que tratam o próximo (na realidade concreta e não em discursos ou conversa fiada de café).
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Incognitus

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Re: Educação - Tópico principal
« Responder #1225 em: 2016-01-08 13:22:03 »
Outra coisa; como o Inc disse, provavelmente o TC barraria um modelo do tipo que acabei de sugerir. E teria uma oposição brutal de sindicatos e profs mais antigos.

Mais uma nota:
Esse meu amigo, que é uma pessoa de bom carácter e que sempre lutou muito na vida (desde cedo trabalhou para pagar os seus estudos), atinado, com valores e espinha dorsal, ficou chocado (enojado seria o termo mais correcto) com a forma como havia um claro apartheid entre os efectivos e os contratados. Segundo ele os primeiros não tratavam os contratados como professores. Eram mesmo "os contratados".
Ou seja; para o exterior e consumo externo, muita dessa gente passa a ideia que são os cidadãos "preocupados com os valores humanistas, com as pessoas", mas depois são altamente sectários, corporativistas ... e pouco sensíveis na forma que tratam o próximo (na realidade concreta e não em discursos ou conversa fiada de café).

Isso aplica-se a quase tudo. Quem passa o tempo a reclamar dos valores do humanismo regra geral classifica mal nisso. Isto porque quem acha que se deve tratar os outros de forma decente e igual nem sequer dá enfâse a tal coisa -- dá-a como um dado adquirido.

Isso vê-se em milhares de situações diferentes, por exemplo aqui no fórum em discussões sobre a cultura -- a única opção que trata todos como iguais é a que vê a satisfação de todos nesse aspecto como tendo o mesmo valor. O que directamente implica que apoios deveriam ser concedidos em função do público. No entanto a "opção humanista" afasta-se claramente disso e visa apoiar elites.
« Última modificação: 2016-01-08 13:22:49 por Incognitus »
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Re: Educação - Tópico principal
« Responder #1226 em: 2016-01-08 13:43:40 »
E neste caso a situação nem sequer envolve dinheiro, apenas a personalidade e carácter dos envolvidos.
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Re: Educação - Tópico principal
« Responder #1227 em: 2016-01-08 16:54:08 »
Obrigado Heras pelo trabalho que tiveste a responder ao meu pedido.

Eu tenho amigos professores, que segui desde o secundário, faculdade, concursos. E o tipo de concurso que conhecia era esse do tipo RR.
Contar a nota e depois o extra do tempo de serviço.

Na altura um dos meus amigos que estava a entrar estava indignado com o sistema.
Colegas dele que entraram em Faculdades "rascas" e que no secundário eram autênticas nódoas a Português, Matemática e Ciências com sequências de notas negativas, iriam sair à frente dele no concurso. Eu testemunhei que ele era aplicado e estudava bastante e a matéria não era fácil.
Ou seja o sistema beneficia de forma grotesca quem frequenta cursos fáceis.

Curso fácil » melhores notas » ser colocado mais facilmente
estando colocado: acumulas mais "bonus" de tempo de serviço » continuas a subir na classificação

Basicamente o sistema barra os melhores. E incita muito ao comodismo dos que já estão dentro do sistema.

Mas concordo que pela tua descrição essa BCE era um sistema lento e com pouco nexo.

Para melhorar o processo de graduação, talvez um exame nacional no final da Faculdade ajudasse a separar as águas.
Imagina; quem fosse para professor na área de física teria que fazer um exame de matemática e física a nível nacional. E a nota desse exame contar bastante para a graduação. Quem tivesse notas abaixo de 10-12 em disciplinas "nucleares" para ensinar em determinada área seria barrado de entrar no sistema.
Os anos de serviço deveriam ter um peso muito mais moderado nessa seriação. E depois de x anos deixarem simplesmente de continuar a acumular.

Eu acho que seria benéfico algo deste tipo:

- Escolas com capacidade de contratar e até de estipular os salários.
- Pais com possibilidade de matricular os filhos numa escola da sua escolha.
- Parte do orçamento da escola baseado no número de candidaturas e/ou inscritos na mesma escola.
- Direcção da escola com algum tipo de critério objectivo de avaliação (baixa taxa de abandono escolar, taxa de entrada em cursos superiores ou cursos vocacionais, notas nos exames nacionais - tendo em conta factores como evolução/regressão das notas, factores sócio-económicos, etc).
- Acordo dos principais partidos, para que seja uma política com estabilidade e que não mude constantemente.

Há, do meu ponto de vista, o problema que temos uma cultura em que a "cunha" tem uma força brutal. E tal poderia ser uma fonte de insucesso de tal arquitetura.
Bem como uma alergia alargada à meritocracia; há um problema cultural com o diferenciar, com o premiar quem executa, quem atinge metas.

Eu já disse aqui que por exemplo a FLUP não dava notas altas, hoje alterou a politica e começou a dar o mesmo tipo de notas que outras ditas mais fáceis. A FLUP estava a ter problemas em ter alunos.

Esse exame tem sentido e o crato criou a PACC (de forma desastrada, a prova escrita devia ter em consideração a disciplina a leccionar), só que mais uma vez foi burro, criou uma lei que dizia que quem fazia o exame eram os contratados com menos de 5 anos de serviço, se fosse fino era só para quem saía da universidade.

Serem os directores a escolher os profs, leva a critérios de selecção anormais, uma vez vi um critério de selecção que era ter dado aulas a alunos de etnia cigana. Fonix, mais vale dizer o nome do prof que querem.

Se querem fazer algo pelo mérito, criem o cheque ensino e permitam o aluno escolher a escola. Nesse dia as escolas têm que ter os melhores profs para terem alunos


Incognitus

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Re: Educação - Tópico principal
« Responder #1228 em: 2016-01-08 17:23:52 »
E neste caso a situação nem sequer envolve dinheiro, apenas a personalidade e carácter dos envolvidos.

O dinheiro é sempre apenas parte da questão -- tem a ver com status, grupos, etc, e o dinheiro contribui para isso.

A razão pela qual os humanistas detestam o mercado e o dinheiro não é por o mercado e o dinheiro serem coisas más. O mercado e o dinheiro são coisas inacreditavelmente boas e o seu princípio de funcionamento é incrivelmente ético (impõem a reciprocidade). O problema é que o mercado resulta das decisões voluntárias e incontroláveis de muita gente, em vez das decisões arbitrárias de pouca. No mercado a forma de se chegar ao topo é servir os outros -- é uma coisa muito desconfortável e "injusta" no "reconhecimento do mérito" de uma pessoa. Além de tremendamente trabalhosa e incerta.

-------

Basicamente é uma guerra entre duas formas de pensar:
* A que quer partir dos princípios simples e deixar a coisa funcionar "Independentemente dos resultados" -- admitindo que se os princípios são respeitados, os resultados são justos.
* E a que quer partir dos resultados desejados e impor as regras com base nisso.

Isto é evidente se olhares para os debates constantes. Uma cultura tem que ser apoiada sobre a vontade do público, porque senão o que é subsidiado são as mamas da Soraia. É essa a base. Quer-se o resultado e define-se o sistema, em vez de se adoptar um princípio neutro (todos são iguais) e deixar funcionar.

Imagina o futebol jogado segundo a mesma ideologia. A coisa seria mais ou menos assim "Quero que o Benfica ganhe" e depois estabeleciam-se as regras.
« Última modificação: 2016-01-08 17:31:26 por Incognitus »
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Re: Educação - Tópico principal
« Responder #1229 em: 2016-01-09 13:07:40 »
http://www.publico.pt/sociedade/noticia/no-ensino-basico-so-voltara-a-haver-um-exame-no-9-ano-171956


Para se entreterem um pouco mais...
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Re: Educação - Tópico principal
« Responder #1230 em: 2016-01-09 21:05:20 »
a minha está no 3.º e apresenta algumas dificuldades, que felizmente está a ultrapassar.
Não concordo com exames no 4.º ano e muito menos no 2.º ano.

Cada um que vai para o poleiro muda quase tudo e a educação assim é uma bandalheira.
“Our values are human rights, democracy and the rule of law, to which I see no alternative. This is why I am opposed to any ideology or any political movement that negates these values or which treads upon them once it has assumed power. In this regard there is no difference between Nazism, Fascism or Communism..”
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Re: Educação - Tópico principal
« Responder #1231 em: 2016-01-10 07:52:20 »

Cada um que vai para o poleiro muda quase tudo e a educação assim é uma bandalheira.

Não é só assim na educação. É assim em tudo em Portugal. Não há estabilidade nenhuma nas decisões políticas.

Thunder

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Re: Educação - Tópico principal
« Responder #1232 em: 2016-01-12 15:49:28 »
Exatamente. Não faz sentido nenhum que a cada executivo novo se ande a alterar tudo de cima à baixo.
Pelo menos na justiça, educação e fiscalidade deveria existir um acordo de longo prazo. Para também dar hipótese de avaliar convenientemente os resultados das políticas.

Agora a população tem que perceber isso e pressionar os políticos nesse sentido.

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Re: Educação - Tópico principal
« Responder #1233 em: 2016-01-12 15:55:20 »

Eu já disse aqui que por exemplo a FLUP não dava notas altas, hoje alterou a politica e começou a dar o mesmo tipo de notas que outras ditas mais fáceis. A FLUP estava a ter problemas em ter alunos.

Esse exame tem sentido e o crato criou a PACC (de forma desastrada, a prova escrita devia ter em consideração a disciplina a leccionar), só que mais uma vez foi burro, criou uma lei que dizia que quem fazia o exame eram os contratados com menos de 5 anos de serviço, se fosse fino era só para quem saía da universidade.

Serem os directores a escolher os profs, leva a critérios de selecção anormais, uma vez vi um critério de selecção que era ter dado aulas a alunos de etnia cigana. Fonix, mais vale dizer o nome do prof que querem.

Se querem fazer algo pelo mérito, criem o cheque ensino e permitam o aluno escolher a escola. Nesse dia as escolas têm que ter os melhores profs para terem alunos

Eu entendo o teu ponto, por isso mesmo coloquei a reticência de que temos um problema grande com a questão do "factor c". Mas um sistema ser imperfeito não impede de debater e até implementar o mesmo. Tem é que limar-se as imperfeições.
Por haver essa hipótese ("cunhas") é que acho que parte do financiamento deveria estar atrelado a métricas e ao número de alunos (inscritos e/ou candidatos a vagas). Assim uma escola que sistematicamente escolhesse os funcionários (não só profs) com base em "cunhas" e não no mérito, mais cedo ou mais tarde teria problemas de financiamento.
« Última modificação: 2016-01-12 15:58:09 por Thunder »
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Re: Educação - Tópico principal
« Responder #1234 em: 2016-01-12 16:11:43 »
E neste caso a situação nem sequer envolve dinheiro, apenas a personalidade e carácter dos envolvidos.

O dinheiro é sempre apenas parte da questão -- tem a ver com status, grupos, etc, e o dinheiro contribui para isso.

A razão pela qual os humanistas detestam o mercado e o dinheiro não é por o mercado e o dinheiro serem coisas más. O mercado e o dinheiro são coisas inacreditavelmente boas e o seu princípio de funcionamento é incrivelmente ético (impõem a reciprocidade). O problema é que o mercado resulta das decisões voluntárias e incontroláveis de muita gente, em vez das decisões arbitrárias de pouca. No mercado a forma de se chegar ao topo é servir os outros -- é uma coisa muito desconfortável e "injusta" no "reconhecimento do mérito" de uma pessoa. Além de tremendamente trabalhosa e incerta.

-------

Basicamente é uma guerra entre duas formas de pensar:
* A que quer partir dos princípios simples e deixar a coisa funcionar "Independentemente dos resultados" -- admitindo que se os princípios são respeitados, os resultados são justos.
* E a que quer partir dos resultados desejados e impor as regras com base nisso.

Isto é evidente se olhares para os debates constantes. Uma cultura tem que ser apoiada sobre a vontade do público, porque senão o que é subsidiado são as mamas da Soraia. É essa a base. Quer-se o resultado e define-se o sistema, em vez de se adoptar um princípio neutro (todos são iguais) e deixar funcionar.

Imagina o futebol jogado segundo a mesma ideologia. A coisa seria mais ou menos assim "Quero que o Benfica ganhe" e depois estabeleciam-se as regras.

No geral concordo contigo.
Para mim é espantoso que com tanta história de líderes "bem" intencionados e que vendem à população novos paradigmas, utopias, etc, baseadas na visão dum grande líder, dum visionário, do líder carismático e que tantas correram mal (e em alguns casos não há adjectivos que sejam suficientes) que se continue a insistir neste tipo de modelos.

Em relação aos indivíduos:
Eu cada vez consigo encaixar menos este tipo de postura. Se estivermos a falar do colectivo são pessoas super preocupadas com "os outros", bastante à esquerda, etc.
O problema é quando vemos o que é reflexo da acção de cada uma das pessoas isoladamente. Deitar lixo no chão, não respeitar filas, maltratar funcionários em lojas e restaurantes "porque eu pago", pensar que porque tem uma criança tem o direito de ter prioridade em todas as situações, maltratar familiares idosos e por aí fora.
A postura do indivíduo é díspar daquilo que defende para a colectividade.

Ainda no Sábado estive no Porto e aquilo era ridículo. Duas Avenidas principais com caros estacionados em plena faixa de rodagem. Não um carro ou dois, mas dezenas deles. Ou seja; eu quero estacionar aqui, os outros que se f#dam. Atravessar passadeiras ... é melhor abrir bem os olhinhos e ter paciência, que ninguém para.
Em cidades pequena é passar perto duma escola e ver o caos ... os outros que esperem.

Passeios de zonas reformadas e requalificadas cravejados com milhares e milhares de chicletes. Calçadas cagadas por cães, coisas desse gênero.

Enfim ... n situações em que não há respeito nenhum pelo próximo, pelo direito do próximo.
« Última modificação: 2016-01-12 16:25:15 por Thunder »
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Re: Educação - Tópico principal
« Responder #1235 em: 2016-01-12 18:54:42 »
Sim, é para essas situações que é necessária lei e penalizações.

Não para as outras em que cada pessoa colhe as consequências das suas acções.
« Última modificação: 2016-01-12 18:55:01 por Incognitus »
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Re: Educação - Tópico principal
« Responder #1236 em: 2016-01-12 20:27:11 »

As leis têm de ser poucas, simples e cumpridas por todos.

Portugal não cumpre nenhuma destas 3 premissas.

Zel

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Re: Educação - Tópico principal
« Responder #1237 em: 2016-01-12 22:42:28 »
se calhar com mais exames a malta um dia ate poderia perceber de estatistica basica em vez de andar sempre a dizer que nao se pode generalizar

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Re: Educação - Tópico principal
« Responder #1238 em: 2016-01-26 15:54:35 »
Quase 90% dos alunos que chumbam têm um baixo estatuto socioeconómico

http://observador.pt/2016/01/25/quase-90-dos-alunos-chumbam-um-baixo-estatuto-socioeconomico/

Citar
Portugal é dos países da Europa onde mais se chumba
“Portugal assume a liderança ao chumbar tantas crianças nos primeiros anos da sua aprendizagem”
E o principal problema é que as retenções não contribuem para o sucesso escolar e para as aprendizagens.
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Re: Educação - Tópico principal
« Responder #1239 em: 2016-01-26 16:11:34 »
Quase 90% dos alunos que chumbam têm um baixo estatuto socioeconómico

http://observador.pt/2016/01/25/quase-90-dos-alunos-chumbam-um-baixo-estatuto-socioeconomico/

Citar
Portugal é dos países da Europa onde mais se chumba
“Portugal assume a liderança ao chumbar tantas crianças nos primeiros anos da sua aprendizagem”
E o principal problema é que as retenções não contribuem para o sucesso escolar e para as aprendizagens.



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