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Autor Tópico: Educação - Tópico principal  (Lida 376222 vezes)

Luisa Fernandes

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #740 em: 2014-10-17 21:06:57 »
Quem não Offshora não mama...

Automek

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #741 em: 2014-10-21 11:34:09 »
Lembram-se do professor a quem foram atribuídos 75 horários ? Vale mesmo a pena ler como todo o sistema se processa. Atribuição de horários, telefonemas, recusa na plataforma ou por email... É demasiado surreal.

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O professor que tinha ficado colocado em 75 escolas desta vez arrebatou 95 horários
21/10/2014 - 02:33

Rui, que foi notícia por ter ficado colocado simultaneamente em 75 escolas, bateu esta segunda-feira o recorde. Até ao fim do dia recebeu 95 mensagens do Ministério da Educação a oferecer-lhe horários. Até que consiga recusá-los, ninguém entra para o seu lugar e os alunos continuam sem professor.


Da primeira vez, quando ficou colocado em 75 escolas, pediu o anonimato. Agora, identifica-se, porque diz que “já é demais”. Chama-se Rui Pinto Monteiro, tem 36 anos de idade, está a dar aulas em Biscoitos, na Ilha Terceira, nos Açores, e pede ao Ministério da Educação e Ciência (MEC), através do PÚBLICO, que faça o favor de o retirar das listas de colocação de professores. Diz que “não se aguenta”: ao primeiro telefonema de uma directora de escola a dizer que tinha ficado colocado, na manhã desta segunda-feira, pensou que era brincadeira de uma amiga; mas, ao segundo, estranhou e foi ao correio electrónico, onde foram pingando os avisos da Direcção-Geral da Administração Escolar (DGAE). Ao fim do dia eram 95. “Um novo recorde”, diz.

Na noite desta segunda-feira, Rui – a quem chamámos Fernando na primeira notícia – não sabia se havia de rir ou de chorar. Tem noção da gravidade do caso: por cada uma das 95 colocações, pelo menos uma turma de crianças de 21 alunos, no mínimo (ou seja, quase 2000 crianças) continuam sem professor. Mas estava a terminar um dia “de filme”, "cómico, se não fossem as consequências", pelo que não podia deixar de rir, também.

A gravidade resulta do cruzamento de dois factores: a sua situação pessoal (está nos Açores, que tem concursos próprios, e não quer regressar ao continente) e do mecanismo da BCE, que tem sido polémica desde o primeiro dia. Pela primeira razão, Rui já desistiu do concurso três vezes. Acontece que, embora não queira qualquer um dos 95 lugares que lhe estão a ser oferecidos, ao ser colocado Rui bloqueia as vagas. Ou seja, nem os seus colegas são colocados nem os alunos ficam com professor. Só depois de ele recusar o sistema notifica o candidato seguinte da lista. “E é aqui entra outro aspecto surreal desta história: é que, como já desisti, não consigo recusar”, explicou Rui. Mas isto só descobriu mais tarde.

"Centenas de chamadas não atendidas"
Depois do 1.º telefonema e do segundo e do terceiro, pôs o telemóvel no silêncio para ir dar aulas. Não tinha noção da dimensão do problema até reparar, horas depois, que tinha “centenas de chamadas não atendidas”. Isto porque a gestão das colocações passou esta segunda-feira do MEC (onde estava centralizada) para os directores, para ser “mais célere”. E cada um pretendia saber se ele aceitava ou não a colocação, para que Rui aceitasse e se apresentasse rapidamente ao serviço ou fosse à plataforma electrónica clicar no botão “recusar”, fazendo, assim, com que o sistema notificasse o candidato seguinte.

Como Rui não atendeu à primeira, das escolas ligaram mais uma, duas, três, quatro vezes...  Daí as centenas de chamadas. “Quando vi a quantidade entrei em pânico, nem queria acreditar. Ainda deliguei o telefone, por uns minutos. Mas não podia ser, tinha mesmo de atender”, conta.

“Parecia um filme”, portanto. Sentou-se e deixou que o telemóvel tocasse. E tocou. Enquanto falava com uma escola e explicava a situação começava a ouvir o sinal de chamada em espera. E foi assim, durante muito tempo. A todos foi explicando a situação e prometendo que iria à plataforma informática recusar a oferta, para que os directores pudessem ligar ao candidato seguinte da lista.

Acontece que, quando decidiu desligar o telemóvel e recusar, efectivamente, todos os lugares, apercebeu-se de que o sistema aceitara, finalmente a sua desistência do concurso. Ou, pelo menos, uma parte do sistema. A que envia de forma automática dois e-mails, um para o professor, outro para o director da escola, estava operacional. Mas, na sua página pessoal da DGAE, onde o candidato à vaga a pode aceitar ou recusar, não constava qualquer colocação e muito menos o tal botão em que devia clicar. “Mau! E agora, o que é que eu faço?”, perguntou-se.

Sem possibilidade de recusar a colocação
Voltou a ligar o telefone. E acrescentou uma terceira fase à conversa. Para além de explicar que não queria o lugar e que já nem estava a concurso, passou a dizer, também, que não podia desistir na plataforma. “Já não conseguia decorar de que ponto do país me ligavam. E como as direcções das escolas tinham o meu endereço electrónico, pedi que me enviassem um e-mail, para eu responder”, conta.

Escreveu, assim, um texto, e depois passou à fase “copy/paste” para as escolas que aceitaram gerir o processo daquela maneira:

“Bom dia,

Eu, Rui (…), portador do cartão de cidadão número (…), venho por este meio não aceitar o horário para o qual fui seleccionado na vossa escola/agrupamento, em virtude de já estar colocado. Mais informo que, uma vez que já desisti do concurso referente à BCE, na minha página da DGAE não se encontra disponível qualquer colocação, pelo que me é impossível proceder à aceitação ou à não aceitação.

Atentamente(…)”

Até à noite de ontem, Rui tinha recusado desta forma 27 colocações.
http://www.publico.pt/sociedade/noticia/o-professor-que-tinha-ficado-em-colocado-em-75-escolas-desta-vez-arrebatou-95-horarios-1673578

Zakk

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #742 em: 2014-10-21 11:46:55 »
Lembram-se do professor a quem foram atribuídos 75 horários ? Vale mesmo a pena ler como todo o sistema se processa. Atribuição de horários, telefonemas, recusa na plataforma ou por email... É demasiado surreal.

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O professor que tinha ficado colocado em 75 escolas desta vez arrebatou 95 horários
21/10/2014 - 02:33

Rui, que foi notícia por ter ficado colocado simultaneamente em 75 escolas, bateu esta segunda-feira o recorde. Até ao fim do dia recebeu 95 mensagens do Ministério da Educação a oferecer-lhe horários. Até que consiga recusá-los, ninguém entra para o seu lugar e os alunos continuam sem professor.


Da primeira vez, quando ficou colocado em 75 escolas, pediu o anonimato. Agora, identifica-se, porque diz que “já é demais”. Chama-se Rui Pinto Monteiro, tem 36 anos de idade, está a dar aulas em Biscoitos, na Ilha Terceira, nos Açores, e pede ao Ministério da Educação e Ciência (MEC), através do PÚBLICO, que faça o favor de o retirar das listas de colocação de professores. Diz que “não se aguenta”: ao primeiro telefonema de uma directora de escola a dizer que tinha ficado colocado, na manhã desta segunda-feira, pensou que era brincadeira de uma amiga; mas, ao segundo, estranhou e foi ao correio electrónico, onde foram pingando os avisos da Direcção-Geral da Administração Escolar (DGAE). Ao fim do dia eram 95. “Um novo recorde”, diz.

Na noite desta segunda-feira, Rui – a quem chamámos Fernando na primeira notícia – não sabia se havia de rir ou de chorar. Tem noção da gravidade do caso: por cada uma das 95 colocações, pelo menos uma turma de crianças de 21 alunos, no mínimo (ou seja, quase 2000 crianças) continuam sem professor. Mas estava a terminar um dia “de filme”, "cómico, se não fossem as consequências", pelo que não podia deixar de rir, também.

A gravidade resulta do cruzamento de dois factores: a sua situação pessoal (está nos Açores, que tem concursos próprios, e não quer regressar ao continente) e do mecanismo da BCE, que tem sido polémica desde o primeiro dia. Pela primeira razão, Rui já desistiu do concurso três vezes. Acontece que, embora não queira qualquer um dos 95 lugares que lhe estão a ser oferecidos, ao ser colocado Rui bloqueia as vagas. Ou seja, nem os seus colegas são colocados nem os alunos ficam com professor. Só depois de ele recusar o sistema notifica o candidato seguinte da lista. “E é aqui entra outro aspecto surreal desta história: é que, como já desisti, não consigo recusar”, explicou Rui. Mas isto só descobriu mais tarde.

"Centenas de chamadas não atendidas"
Depois do 1.º telefonema e do segundo e do terceiro, pôs o telemóvel no silêncio para ir dar aulas. Não tinha noção da dimensão do problema até reparar, horas depois, que tinha “centenas de chamadas não atendidas”. Isto porque a gestão das colocações passou esta segunda-feira do MEC (onde estava centralizada) para os directores, para ser “mais célere”. E cada um pretendia saber se ele aceitava ou não a colocação, para que Rui aceitasse e se apresentasse rapidamente ao serviço ou fosse à plataforma electrónica clicar no botão “recusar”, fazendo, assim, com que o sistema notificasse o candidato seguinte.

Como Rui não atendeu à primeira, das escolas ligaram mais uma, duas, três, quatro vezes...  Daí as centenas de chamadas. “Quando vi a quantidade entrei em pânico, nem queria acreditar. Ainda deliguei o telefone, por uns minutos. Mas não podia ser, tinha mesmo de atender”, conta.

“Parecia um filme”, portanto. Sentou-se e deixou que o telemóvel tocasse. E tocou. Enquanto falava com uma escola e explicava a situação começava a ouvir o sinal de chamada em espera. E foi assim, durante muito tempo. A todos foi explicando a situação e prometendo que iria à plataforma informática recusar a oferta, para que os directores pudessem ligar ao candidato seguinte da lista.

Acontece que, quando decidiu desligar o telemóvel e recusar, efectivamente, todos os lugares, apercebeu-se de que o sistema aceitara, finalmente a sua desistência do concurso. Ou, pelo menos, uma parte do sistema. A que envia de forma automática dois e-mails, um para o professor, outro para o director da escola, estava operacional. Mas, na sua página pessoal da DGAE, onde o candidato à vaga a pode aceitar ou recusar, não constava qualquer colocação e muito menos o tal botão em que devia clicar. “Mau! E agora, o que é que eu faço?”, perguntou-se.

Sem possibilidade de recusar a colocação
Voltou a ligar o telefone. E acrescentou uma terceira fase à conversa. Para além de explicar que não queria o lugar e que já nem estava a concurso, passou a dizer, também, que não podia desistir na plataforma. “Já não conseguia decorar de que ponto do país me ligavam. E como as direcções das escolas tinham o meu endereço electrónico, pedi que me enviassem um e-mail, para eu responder”, conta.

Escreveu, assim, um texto, e depois passou à fase “copy/paste” para as escolas que aceitaram gerir o processo daquela maneira:

“Bom dia,

Eu, Rui (…), portador do cartão de cidadão número (…), venho por este meio não aceitar o horário para o qual fui seleccionado na vossa escola/agrupamento, em virtude de já estar colocado. Mais informo que, uma vez que já desisti do concurso referente à BCE, na minha página da DGAE não se encontra disponível qualquer colocação, pelo que me é impossível proceder à aceitação ou à não aceitação.

Atentamente(…)”

Até à noite de ontem, Rui tinha recusado desta forma 27 colocações.
http://www.publico.pt/sociedade/noticia/o-professor-que-tinha-ficado-em-colocado-em-75-escolas-desta-vez-arrebatou-95-horarios-1673578



E sabias que há um concurso feito pelo MEC (em simultâneo) em que nada disto acontece e que não gera erro nenhum?
Mas as escolas e o MEC querem autonomia e depois dá nisto.
Volto a lembrar que isto são concursos públicos, não se pode escolher os amigos à bruta.

Zakk

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #743 em: 2014-10-21 12:00:57 »
Se os portugueses percebessem o que está em causa, deitavam as mãos a cabeça e não entenderiam porque não se faz tudo pelo tal método em que não há falhas.

E sabem porque não se faz tudo assim? Devido à cunha.

Automek

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #744 em: 2014-10-21 12:07:28 »
O sistema deveria ser aquele que permitisse escolher os melhores professores para os alunos. Nem este, nem o outro que referes faz isso.
Infelizmente o focus da educação há décadas que está centrado nos interesses dos professores, sobretudo os instalados, e não dos alunos.

Zakk

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #745 em: 2014-10-21 12:13:23 »
O sistema deveria ser aquele que permitisse escolher os melhores professores para os alunos. Nem este, nem o outro que referes faz isso.
Infelizmente o focus da educação há décadas que está centrado nos interesses dos professores, sobretudo os instalados, e não dos alunos.

O que é para ti o melhor professor?
Era muito facil de resolver isso, mas aí o MEC tinha que parar de fazer contratos sucessivos.
Bastava fazer um exame e os melhores entravam para o quadro. Só que o MEC prefere ter um prof contratado durante 10 anos e nesse caso não se pode fazer exame todos os anos para escolher os profs que vão dar aulas nesse ano.

Zakk

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #746 em: 2014-10-21 12:16:12 »
Claro que se achares que o ensino deve ser privatizado nem vale a pena pensar em mais nenhum metodo.  ;D

Automek

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #747 em: 2014-10-21 12:24:27 »
Um bom professor é alguém que ensina bem (todos tivemos na escola professores que não deviam ser professores).

Uma prova igual para todos ajudaria a mitigar algumas injustiças uma vez que:
a) Um 14 na universidade A não é igual a um 14 na universidade B
b) Alguém com média de 16 pode ser pior professor que outro com 14 (senão as empresas privadas quando escolhem um candidato nem os entrevistavam - escolhiam o que tivesse a média mais alta).

A autonomia não pode é vir sem as outras duas componentes essenciais, coisa que não foi feita:
- Liberdade não só para contratar, mas também para despedir professores
- Financiamento às famílias e estas escolherem livremente a escola

De resto é o que se passa nas universidades públicas.

Aí não vão contratar um professor de álgebra linear baseado em critérios cegos. Não me parece que se possa acusar a universidade Nova de meter cunhas e, no entanto, é isso que acontece. Os professores são contratados com critérios subjectivos, apesar de ser pública. E muito bem, diga-se.

Zakk

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #748 em: 2014-10-21 12:31:26 »
Um bom professor é alguém que ensina bem (todos tivemos na escola professores que não deviam ser professores).

Uma prova igual para todos ajudaria a mitigar algumas injustiças uma vez que:
a) Um 14 na universidade A não é igual a um 14 na universidade B
b) Alguém com média de 16 pode ser pior professor que outro com 14 (senão as empresas privadas quando escolhem um candidato nem os entrevistavam - escolhiam o que tivesse a média mais alta).

A autonomia não pode é vir sem as outras duas componentes essenciais, coisa que não foi feita:
- Liberdade não só para contratar, mas também para despedir professores
- Financiamento às famílias e estas escolherem livremente a escola

De resto é o que se passa nas universidades públicas.

Aí não vão contratar um professor de álgebra linear baseado em critérios cegos. Não me parece que se possa acusar a universidade Nova de meter cunhas e, no entanto, é isso que acontece. Os professores são contratados com critérios subjectivos, apesar de ser pública. E muito bem, diga-se.

Ok, mas tás a falar de cenas inconstitucionais.
Pode ser que um dia passe por aí.

Automek

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #749 em: 2014-10-22 19:15:18 »
LOL, o tal professor a quem foram atribuidos 95 horários, ontem à tarde já ia nos 104. O artigo acrescenta mais uns pormenores surreais em relação ao anterior (se preferirem que o Inc. mude isto para o tópico das anedotas eu não levo a mal).

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Professor dos Açores já ia nas 104 colocações e não vê quando é que isto "vai acabar"

Às 17h30 desta terça-feira, Rui Pinto Monteiro, que está a dar aulas nos Açores e já desistiu três vezes de dar aulas no continente, começava a ficar preocupado. A plataforma informática do Ministério da Educação e Ciência (MEC) já lhe permitia rejeitar os 95 horários que lhe foram atribuídos em escolas de todo o país, o que representava um avanço em relação ao dia anterior. O problema era que por cada dois cliques no “recusar” caía mais uma oferta para dar aulas. Àquela hora, já ia nas 104 colocações e perguntava: “Mas será que isto não vai acabar?”

O caso de Rui não é único. Directores de escolas confirmaram, em declarações ao PÚBLICO, que ao longo dia de segunda-feira, quando saíram as colocações dos professores nas escolas, várias pessoas se queixaram de não conseguirem aceitá-las ou recusá-las, aparentemente por erro da plataforma informática. O que distingue Rui das restantes é que não tinha de recusar uma nem cinco nem dez colocações, mas mais de uma centena, sem que nada assegurasse que o número ia parar de crescer.

“Foi o exagero” que o fez assumir a identidade que há semanas preferiu esconder, quando foi colocado, simultaneamente, em 75 escolas diferentes, na maior parte das quais com horários anuais e completos. Desta vez o stress foi maior. Isto porque a gestão do processo passou do MEC para os directores das escolas, que fazem acompanhar as mensagens electrónicas de insistentes telefonemas para os professores, pedindo-lhes que sejam rápidos na aceitação ou na recusa, para poderem passar ao candidato seguinte.

O sistema permite que os docentes se candidatem a cada uma 304 escolas TEIP (Território Educativo de Intervenção Prioritária) e com autonomia e que, no limite, fiquem colocados no primeiro lugar em todas as listas, que podem ser várias por escola. Enquanto o professor não recusa a colocação (tem 24 horas para o fazer), bloqueia o acesso à vaga por parte dos outros colegas.

No caso de Rui, por cada uma das 95 colocações (só na segunda), havia pelo menos uma turma de 21 alunos (ou seja, quase 2000 crianças) que continuavam sem professor. Essa ideia fez com que decidisse enviar para cada uma das escolas um email a rejeitar as ofertas. “Um esforço inútil” – comentou esta terça-feiea Filinto Lima, vice-presidente da Associação Nacional de Agrupamentos e Escolas Pública (ANDAEP), que explicou: “A recusa tem de ser feita na plataforma informática”. Em resposta a pedidos de esclarecimento do PÚBLICO, o MEC lembrou que “após 24 horas sem aceitação, o horário fica disponível para que seja contactado o docente seguinte na lista de ordenação”. De cada vez que o candidato recebe uma notificação (e Rui continuava a recebê-las), o prazo começa a contar para a respectiva escola.

Aquela e outras situações (como a não actualização das listas, que incluem professores que já estão colocados ou que desistiram do concurso, como Rui) está “a desgastar os directores”, disse Filinto Lima. “Devíamos estar a tratar de questões pedagógicas e estamos empenhados em 200% na resolução deste problema, que é continuarmos a ter alunos sem professor ao fim de seis semanas de aulas. Era bom que o MEC se empenhasse também”, comentou.

Outro dos problemas que os directores de escolas estão a enfrentar na colocação dos professores é o das falsas declarações. Quer os representantes das duas associações de dirigentes escolares, Manuel Pereira e Filinto Lima, quer o presidente do Conselho das Escolas, Eduardo Lemos, disseram já ter recusado vários candidatos às vagas, por esse motivo, e conhecerem outros que fizeram o mesmo.

O facto de terem inscrito na plataforma informática de candidatura que têm mestrado, quando estão ainda fazê-lo; de terem assinalado o número de anos lectivos em que foram directores de turma e não os anos civis completos (em dias) como era pedido; e indicado que tiveram muito bom na avaliação qualitativa de desempenho quando no registo consta bom (às vezes por causa das quotas), foram exemplos apontados.

“Pela pontuação ganha com uma resposta que não é verdadeira um professor pode passar à frente de muitos colegas. Não podemos pactuar com isso, por todas as razões”, comentou Manuel Pereira, da Associação Nacional de Dirigentes Escolares. Tal como Filinto Lima defende que numa segunda edição deste método de selecção os critérios devem se validados em fase de concurso, por uma escola

No caso de Rui, o professor dos Açores, a posição privilegiada em muitas listas resultou de um erro na aplicação do MEC que fez com que o sistema assumisse que ele tinha milhares de dias de serviço para os três grupos de recrutamento a que se candidatava, quando isso apenas valia para um deles. Depois de corrigir esse e outros problemas, o ministério voltou a abrir a plataforma, para que os professores corrigissem também as respostas, mas nessa altura Rui já tinha participado ao MEC que tinha desistido do concurso.

Ao mesmo tempo que os sindicatos e as associações de professores reclamam que as colocações sejam feitas a nível nacional e com base numa lista ordenada de acordo com a graduação profissional de cada um (como noutros concursos), os directores reclamam autonomia na escolha. Ao permitir que as escolas seleccionem uma série de critérios (relativos à experiência e à especialização do candidato, por exemplo) este concurso, a Bolsa de Contratação de Escola (BCE), procura responder a este anseio dos dirigentes escolares.

Apesar de a BCE estar a dar uma série de problemas que culminaram na demissão do director-geral da Administração Escolar, esta terça-feira Passos Coelho insistiu na ideia da descentralização de várias competências e citou como exemplo as colocações de professores, precisamente. Já o ministro da Educação aludiu às dificuldades do cargo, numa cerimónia pública em que participava. Gracejando com uma aluna que disse desejar ser ministra da Agricultura, Crato comentou que, "por momentos", pensou que ela ia afirmar que gostava de ser ministra da Educação. E comentou: "Eu garanto que não é o trabalho mais confortável do mundo”. com Lusa

http://www.publico.pt/sociedade/noticia/professor-dos-acores-ja-ia-nas-104-colocacoes-e-nao-ve-quando-e-que-isto-vai-acabar-1673678

vbm

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #750 em: 2014-10-22 21:48:16 »
Porquê ele não subcontrata as 103 colocações que tem a mais?
Falam muito, mas tolhem a iniciativa privada constantemente!

Zakk

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #751 em: 2014-10-23 09:36:57 »
"Ao mesmo tempo que os sindicatos e as associações de professores reclamam que as colocações sejam feitas a nível nacional e com base numa lista ordenada de acordo com a graduação profissional de cada um (como noutros concursos), os directores reclamam autonomia na escolha. Ao permitir que as escolas seleccionem uma série de critérios (relativos à experiência e à especialização do candidato, por exemplo) este concurso, a Bolsa de Contratação de Escola (BCE), procura responder a este anseio dos dirigentes escolares."


Aqui resumem o que se passa.
Repara que há critérios do tipo "ter escrito um livro sobre uma merda qualquer".
Dar autonomia ao diretor para escolher os profs e não dar autonomia aos pais para escolher a escola não tem sentido.

Luisa Fernandes

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #752 em: 2014-10-24 00:08:11 »
João Miguel, Pá, Pensa Um Bocadinho Antes De Escreveres
Desculpa a forma coloquial do tratamento, mas pareces ser um tipo informal e todo porreiraço e tal.

Eu percebo que andes chateado com o Crato e com o Governo, até com maioria de razão pois és da área política em causa.

Percebo que as coisas tenham afectado a tua descendência e estejas irritado. A minha petiza também está numa turma de 30 e como é das últimas, fica lá atrás e mal vê o raio das letras no quadro branco todo interactivo por causa do reflexo da luz deste verão tardio, pois não há sempre estores nestas salas de aula em escolas não “intervencionadas”. É uma treta.

Mas isso não deve toldar-te o raciocínio ao ponto de baralhares tudo.

Ora vejamos o que escreveste:


Nuno Crato justificou a reordenação no concurso da Bolsa de Contratação, e o subsequente atraso num processo que já estava atrasadíssimo, com “injustiças” que necessitavam de ser “corrigidas”. Mas lá está: mais uma vez, é o superior interesse do professor a ser colocado à frente do superior interesse do aluno. Em vez de se atribuir horários zero aos docentes que foram prejudicados pelo erro do ministério e não conseguiram colocação, Crato preferiu prejudicar os alunos que já estavam a ter aulas e retirar-lhes um professor que, para todos os efeitos, consideravam como seu. O interesse do aluno, como sempre, contou zero.



Eu até concordo com o facto dos interesses dos alunos valerem nada para este MEC.

Mas… mas… ó João Miguel, relê lá o que escreveste.

Então o interesse dos professores foi perderem a colocação e irem de malas aviadas outra vez, depois de as terem aviado para virem?

O resto do artigo até faz algum sentido e eu até me ofereceria de bom grado para ir dar aulas de História à turma da tua filha, se isso garantisse que recuperavas o pensamento lógico.

Mas… mas… cum caneco, pá… o interesse dos professores não é ficar no desemprego, que é o que aconteceu a muitos… ou então voltarem a andar de malas às costas mais umas centenas de km. Por eles, ficavam onde estavam e os putos com aulas. O MEC é que quis “corrigir” o erro e entrou numa espiral de disparates.

Mas, o problema é que se ficassem nos lugares deles, apareceria logo quem dissesse que só queriam era ganhar dinheiro à custa de um erro.

Sabes… o problema é que tu continuas a ver o mundo – e nisso estás bem alinhado com observadores, blasfemos e insurgentes – em termos de cratos vs nogueiras.

E a realidade, quer queiram, quer não, é feita de marias, paulos como eu, anas, joões, joaquins, susanas, etc, etc, que se estão nas tintas para o nuno e o mário.

Dá para entender?


Paulo Guinote
« Última modificação: 2014-10-24 00:09:52 por Luisa Fernandes »
Quem não Offshora não mama...

Luisa Fernandes

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #753 em: 2014-10-26 01:49:06 »
Grande Cratino


   
«Com o ano letivo já iniciado há sete semanas, os percalços não cessam na pasta dedicada ao Ensino. Entre várias saídas de responsáveis e balanços que não são apresentados, o Ministério da Educação revelou ontem que há 2.500 horários por preencher, ou seja, milhares de alunos que ainda não têm os horários completos, conta o Jornal de Notícias.» [Notícias ao Minuto]
   


Parecer:



 100 mil alunos é muita gente.
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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #754 em: 2014-11-13 13:35:25 »
Não, o modelo pedagógico a seguir é o tailor-made na escola. Há francos benefícios de a aprendizagem ser efetuada em ambiente escolar.
“Our values are human rights, democracy and the rule of law, to which I see no alternative. This is why I am opposed to any ideology or any political movement that negates these values or which treads upon them once it has assumed power. In this regard there is no difference between Nazism, Fascism or Communism..”
Urmas Reinsalu

Incognitus

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #755 em: 2014-11-13 15:48:00 »
Não, o modelo pedagógico a seguir é o tailor-made na escola. Há francos benefícios de a aprendizagem ser efetuada em ambiente escolar.


Talvez, mas o que os estudos concluem,  geralmente, e pela superioridade do home schooling.
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

Incognitus, www.thinkfn.com

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #756 em: 2014-11-13 15:49:29 »
o que pode ganhar em resultados perde nas competências sociais.

E para se ensinar é necessário ter competências pedagógicas, que os pais não as têm.
« Última modificação: 2014-11-13 15:50:21 por Local »
“Our values are human rights, democracy and the rule of law, to which I see no alternative. This is why I am opposed to any ideology or any political movement that negates these values or which treads upon them once it has assumed power. In this regard there is no difference between Nazism, Fascism or Communism..”
Urmas Reinsalu

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #757 em: 2014-11-13 15:53:04 »
Isso sao suposições. O que a maioria dos estudos sérios conclui e simplesmente pels superioridade do homeschooling.
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #758 em: 2014-11-13 15:58:46 »
como suposições?
Não são necessárias competências pedagógicas para dar aulas?
A escola serve apenas para "empinar" matéria?

Mesmo a existência de turmas pequenas não são pedagogicamente defendidas (apesar de agora estarem a abusar no n.º de alunos).
“Our values are human rights, democracy and the rule of law, to which I see no alternative. This is why I am opposed to any ideology or any political movement that negates these values or which treads upon them once it has assumed power. In this regard there is no difference between Nazism, Fascism or Communism..”
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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #759 em: 2014-11-13 16:19:18 »
Sao suposições, porque seja qual for o sentido que a frase parece ter, os estudos nao confirmam a falta dessas aptidões ou que a sua ausência provoque desvantagem - pelo contrario.


Os motivos podem ser muitos.
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