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Autor Tópico: Educação - Tópico principal  (Lida 373982 vezes)

Incognitus

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Educação - Tópico principal
« em: 2012-10-14 01:39:20 »
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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karnuss

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #1 em: 2012-10-15 09:32:41 »
Bom artigo de opinião sbre os rankings e a inclusão de factoires sócio-económicos nos mesmos. Finalmente, digo eu. Parece que o ME andou a ler o Thinkfn e o Incogitus em particular :) Independentemente do meio de origem dos alunos, há muito a melhorar, mesmo.

Citar
Andámos, durante anos, a discutir rankings de escolas que pouco nos diziam. Baseados unicamente na média das notas dos alunos nos exames, o contributo da escola para esses resultados não era medido. As melhores escolas eram as que tinham melhores alunos e não as que mais ajudavam os alunos a melhorar. Sim, reconheçamo-lo: era mais um ranking de alunos do que um ranking de escolas. Mas, mesmo com todos esses problemas, os rankings nunca foram inúteis. Pelo contrário. A sua publicação foi o ponto a partir do qual todas as dúvidas nasceram. Percebeu--se que tínhamos ainda muito que aprender sobre as nossas escolas. E percebeu-se que esse caminho tinha de ser percorrido com mais e melhor informação. Este ano, esse caminho começou a ser feito.

Após vários anos a pedir informação complementar ao Ministério da Educação, nomeadamente acerca das características socioeconómicas dos alunos, esta apareceu (embora com limitações). Onde os outros falharam, Nuno Crato cumpriu. E custa verdadeiramente a entender por que razão se demorou tanto a chegar até aqui.

O nível socioeconómico de um aluno tem uma grande influência sobre o seu desempenho escolar. Não é novidade, nem Portugal é excepção. Em todo o mundo é assim. Também não é fatalismo, embora a influência seja significativa: na análise do ranking deste ano, explica 40% da variação dos resultados entre escolas. O contexto social conta, por mais que muitos (à direita), até hoje, tenham rejeitado essa evidência. E, este ano, conhecendo o contexto social de cada escola, foi possível ter uma expectativa quanto à sua média de resultados. Assim, compararam-se os resultados reais de uma escola com o que dela se esperava, e mediu-se o impacto que a escola teve nos alunos (i.e. se os resultados foram melhores ou piores do que o esperado). Deste modo, caiu também o argumento de que a diferença de contextos impede a avaliação, no qual a esquerda sempre se apoiou para desculpabilizar os resultados fracos das escolas do Estado. Vencidos os mitos e  feita a análise, o que descobrimos? Algo de muito preocupante.
Cerca de 51% das escolas secundárias e de 48% das escolas básicas têm resultados abaixo do que delas esperaríamos. Ou seja, metade das escolas do país não ajuda os alunos a melhorar, e produz um impacto negativo nos seus resultados. Entre essas, as escolas com contextos sociais mais favorecidos são as que menos correspondem às expectativas. Do ponto de vista dos pais, a descoberta é inquietante. Mas do ponto de vista do sistema educativo, ela é absolutamente revolucionária, pois estabelece uma nova prioridade para as políticas públicas. Temos escolas em dificuldades e temos de as ajudar a melhorar.

Com a publicação do ranking de escolas deste ano, constatámos que as escolas não são iguais, independentemente dos seus contextos sociais. Que há umas que funcionam melhor e outras que funcionam pior. Hoje sabemos que há escolas em dificuldades. Mas ainda não sabemos como as podemos ajudar. Ficámos perante novas e difíceis questões. E às suas respostas só chegaremos percorrendo o mesmo caminho que até aqui nos trouxe: analisando a realidade com mais e melhor informação. Porque só assim se prepara o futuro.


http://www.ionline.pt/opiniao/escolas-precisam-ajuda

Automek

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #2 em: 2012-10-15 10:38:53 »
Mas karnuss, no link que o Inc deixou não vejo nenhuma variável dessas nos de 6º e 9º e no secundário aparece uma coluna de valor esperado mas está vazia. Onde é que se pode consultar mais informação ?

Uma coisa que reparei é que no 6º e 9º ano os grandes colégios de Lisboa foram sovados. Nos primeiros lugares praticamente não se veem os habituais Sagrado Coração, Doroteias, Manuel Bernardes, Moderno, São João de Brito, etc. Estes só aparecem com boas classificações no secundário.

É certo que alguns dos outros só vão até ao 9º ano e depois passam para os 'consagrados', mas não deixa de ser estranho que na formação de base não consigam entrar no topo. Também é verdade que é o secundário que realmente interessa.

Incognitus

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #3 em: 2012-10-15 12:02:16 »
Automek,
 
* As variáveis de contexto só aparecem para as escolas públicas (1-pior a 4-melhor contexto).
 
* Os colégios continuaram muito bem classificados. Estar-se em 2º, 3º, 4º ou 20º, 30º numa escala de 1200-1300 escolas é mais ou menos a mesma coisa.
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karnuss

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #4 em: 2012-10-15 14:16:21 »
Mas karnuss, no link que o Inc deixou não vejo nenhuma variável dessas nos de 6º e 9º e no secundário aparece uma coluna de valor esperado mas está vazia. Onde é que se pode consultar mais informação ?

Uma coisa que reparei é que no 6º e 9º ano os grandes colégios de Lisboa foram sovados. Nos primeiros lugares praticamente não se veem os habituais Sagrado Coração, Doroteias, Manuel Bernardes, Moderno, São João de Brito, etc. Estes só aparecem com boas classificações no secundário.

É certo que alguns dos outros só vão até ao 9º ano e depois passam para os 'consagrados', mas não deixa de ser estranho que na formação de base não consigam entrar no topo. Também é verdade que é o secundário que realmente interessa.

Eu vi os resultados, assim como a comparação com o valor esperado, no Público do passado sábado. tinha um dossier especial dedicado a este tema.

Automek

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #5 em: 2012-10-15 17:09:12 »
Ah, já vi karnuss. Só vi a primeira página de cada um e estavam em branco porque eram privadas. O que não percebo é que variáveis foram incluídas que não possam também ser calculadas na privadas. Devem ser dados objectivos, não ?

Fizeram uma reportagem de um dos colégios que está no topo do 6º e 9º ano (Colégio Plátanos) que é na Rinchoa, Sintra e uma coisa curiosa é que, apesar de estar no topo, a mensalidade (240€) é cerca de metade dos grandes colégios de Lisboa.

Incognitus

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #6 em: 2012-10-15 18:14:30 »
240 EUR ... nada mau, quem me dera ...  :D
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Automek

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #7 em: 2012-10-15 21:37:34 »
240 EUR ... nada mau, quem me dera ...  :D

Também eu  :D

Automek

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #8 em: 2012-10-26 07:50:51 »
Citar
Alunos custam mais ao Estado nas públicas do que nas privadas
26 Out 2012 - 03:10
Um aluno de estabelecimento de ensino particular ou cooperativo custa ao Estado quase menos 400 euros/ano

 Cada aluno do ensino público custa ao Estado, em média, 4415,45 euros por ano, de acordo com uma análise detalhada efectuada pelo Tribunal de Contas a pedido do grupo parlamentar do PSD, ainda antes de estar no governo. O valor encontrado varia consoante o ciclo de ensino e a região do país.

Enquanto um aluno do 1.o ciclo do ensino básico custa, em média, 2771,97 euros, um aluno do 2.o e 3.o ciclos do ensino básico e do ensino secundário custa, em média, 4921,44 euros.

A Região Centro apresenta o custo médio por aluno mais elevado, 4307,59 euros, enquanto a região do Algarve é a que apresenta um custo médio mais baixo, 3627,55 euros, o que representa uma diferença de 680,04 euros por aluno.

O tribunal optou pelo apuramento do custo médio em duas perspectivas: uma primeira (3890,69€) baseada na execução orçamental dos estabelecimentos de ensino e uma segunda (4415,45€) em que incluiu despesas relacionadas com o ensino artístico especializado, ministrado em regime articulado ou supletivo, com o pessoal docente financiado através de contratos de execução (celebrados com algumas autarquias locais) e com o Fundo Social Municipal atribuído às autarquias (para o 1.o ciclo do ensino básico), sendo esta última a mais completa.

PRIVADO MAIS BARATO O relatório especifica ainda que a despesa suportada pelo Ministério da Educação e Ciência relativa aos contratos de execução foi de quase 211,364 milhões de euros no ano lectivo 2009/10.

O valor médio do financiamento por aluno nos estabelecimentos de ensino particular e cooperativo com contrato de associação é de 4522 euros.

Uma vez que apenas existem contratos de associação com os 2.o e 3.o CEB e secundário (o 1.o ciclo do ensino básico não está abrangido), isto significa que cada um dos 53 mil alunos a estudar no ensino particular ou cooperativo coberto por estes acordos custa ao Estado menos 399,44 euros.

Também neste caso os valores variam consoante as regiões do país, entre 4656 euros na Direcção Regional de Educação do Centro e 4253 euros na Direcção Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo. Em termos absolutos, o custo mais baixo registou-se na área de abrangência de Lisboa e Vale do Tejo (3063,67€) e o mais elevado no Norte (10 883,53€).

De acordo com o Tribunal de Contas, tornou-se impossível saber os custos por tipologia de oferta educativa/formativa, “por não ter sido implementado um plano oficial de contabilidade analítica”.

O custo médio encontrado contempla o ensino regular e o ensino recorrente e de dupla certificação, uma vez que os dados financeiros não estão desagregados de acordo com este tipo de ofertas.

Também não estão englobadas nesta avaliação as despesas de estrutura do Ministério da Educação e Ciência, ou seja, direcções-gerais, direcções regionais, gabinetes, institutos públicos, órgãos consultivos e outros, uma vez que as suas atribuições não são exclusivamente respeitantes ao ensino público, mas também ao ensino privado.

O Tribunal de Contas adverte ainda para o custo médio encontrado não deve ser extrapolado para os anos seguintes, dado o contexto de contenção da despesa pública.
http://www.ionline.pt/portugal/ensino-publico-aluno-custa-media-441545-euros-ao-estado

Incognitus

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #9 em: 2012-10-26 10:58:05 »
Basicamente já se chegou ao ponto em que se poderia ter um sistema similar ao Holandês, em que cada família decidiria onde colocar os seus filhos e as escolas receberiam em função dos alunos atraídos e seriam autónomas - fossem públicas ou privadas,
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hermes

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #10 em: 2012-10-26 11:23:09 »
Citar
PRIVADO MAIS BARATO O relatório especifica ainda que a despesa suportada pelo Ministério da Educação e Ciência relativa aos contratos de execução foi de quase 211,364 milhões de euros no ano lectivo 2009/10.


Gostava de ver aí mais detalhado os custos com o ensino experimental e das ciências, não vá o estímulo ser inadvertidamente ainda mais teóricos, advogados e letrados... é que o diabo costuma a estar nos detalhes.
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Smog

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #11 em: 2012-11-08 15:19:16 »
« Última modificação: 2012-11-08 15:22:02 por smog »
wild and free

Incognitus

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #12 em: 2012-11-08 17:49:55 »
Genericamente acho bem apostar-se no ensino profissional, e mesmo o regular deveria ter uma componente mais prática e levar a uma procura maior dos talentos raros estejam em que área estiverem (e não necessariamente no curriculum oficial). E uma vez identificados esses talentos raros, deveria existir uma preocupação de os desenvolver desde cedo.
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JoaoAP

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #13 em: 2012-11-08 18:10:21 »
Se ouvi bem, agora mesmo, na rtp2...
alguém das Universidades disse:

o aluno no Ensino Secundário custa ao Estado +- 4600 €
e um aluno no Ensino Superior custa 2600 €!!!!

Penso que as propinas não devem estar contabilizadas... o que dará +- 3600...
mesmo assim, bem baixo!

Automek

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #14 em: 2012-11-08 19:32:16 »

Uma das razões deve ser a dimensão média das turmas que é maior na universidade. Nas cadeiras teóricas um professor pode dar aulas para 100, 200, 300 alunos.

Smog

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #15 em: 2012-11-08 20:07:46 »
Genericamente acho bem apostar-se no ensino profissional, e mesmo o regular deveria ter uma componente mais prática e levar a uma procura maior dos talentos raros estejam em que área estiverem (e não necessariamente no curriculum oficial). E uma vez identificados esses talentos raros, deveria existir uma preocupação de os desenvolver desde cedo.

Conhecem o sistema alemão?  :P
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Incognitus

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #16 em: 2012-11-08 20:18:11 »
Só das descrições que vêm nas notícias, mas como disse eu sou genericamente a favor do ensino profissional e até de tornar o regular mais prático.
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Smog

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #17 em: 2012-11-08 20:21:25 »
Eu vou esperar para ver. Mas é uma ideia gira...!
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Zenith

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #18 em: 2012-11-08 20:25:33 »
Eu vou esperar para ver. Mas é uma ideia gira...!

Ola. Andaste muito tempo desaparecida. Retiro espiritual?

Smog

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #19 em: 2012-11-08 21:15:09 »
Eu vou esperar para ver. Mas é uma ideia gira...!

Ola. Andaste muito tempo desaparecida. Retiro espiritual?

Tenho estado no face. Nada que não possam fazer também  ;D
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