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Autor Tópico: Portugal falido  (Lida 3447930 vezes)

Kaspov

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Re: Portugal falido
« Responder #21740 em: 2023-12-17 13:28:17 »
«Economia

Luís Amado defende corte de impostos após alerta da OCDE sobre carga fiscal


Em entrevista ao Negócios e à Antena 1, o consultor e ex-ministro diz que, em Portugal, a carga fiscal já é "tão grande" que "dificilmente há margem para fazer qualquer ajustamento pela via do aumento dos impostos". Mas deve ponderar-se corte de impostos, afirma.
Tempo Atual 0:22
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Duração 1:37
 
Joana Almeida
Rosário Lira
Joana Almeida JoanaAlmeida@negocios.pt | Rosário Lira Antena 1 11:00

    10
    ...

O consultor e ex-ministro socialista Luís Amado considera que o país deve adotar um caminho de redução da carga fiscal, depois de a OCDE ter alertado para a elevada fiscalidade em Portugal. Em entrevista ao Negócios e à Antena 1, defende que essa redução vai depender do próximo Governo e do crescimento económico que se verificar.

"A OCDE considera, em grande parte, resulta também desse reconhecimento de que há uma carga fiscal tão grande já na economia portuguesa que dificilmente há margem para fazer qualquer ajustamento pela via do aumento dos impostos. Portanto, não podendo haver aumento dos impostos, é provável que se possa considerar uma opção de redução da carga fiscal", disse.

Mas esse corte de impostos deverá depender, segundo Luís Amado, do crescimento económico registado e de "uma política mais agressiva de corte de custos, o que implica algumas reformas importantes que terão de ser feitas".

O ex-ministro diz ainda que, no que toca à revisão das regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC), Portugal está em condições de "garantir o cumprimento das regras orçamentais adequadas ao PEC revisto", ao contrário da maioria dos países europeus que deverão entrar "em procedimento de défice excessivo".»


https://www.jornaldenegocios.pt/economia/detalhe/luis-amado-defende-corte-de-impostos-apos-alerta-da-ocde-sobre-carga-fiscal
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Kaspov

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Re: Portugal falido
« Responder #21741 em: 2023-12-17 23:21:33 »
Acerca da maravilhosa TAP...

«JOSÉ RODRIGUES DOS SANTOS HUMILHA PEDRO NUNO SANTOS - Gonçalo Sousa»

https://www.youtube.com/watch?v=4GizdPlZhzk&t=3s


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Re: Portugal falido
« Responder #21742 em: 2023-12-18 20:13:15 »
Um texto interessante acerca da prodigiosa ilha de Cuba (outro país bastante falido, onde um médico ou um professor podem ganhar ca. de 20 euros/mês...):


«Leonardo Padura. ‘Há um Grande Irmão que nos vigia e uma polícia do pensamento pronta a atuar’

Os seus personagens fumam, bebem, dizem palavrões e olham para as mulheres. Leonardo Padura não os concebe de outra forma e tenta não se deixar condicionar. Mas reconhece que a força do politicamente correto lhe mete medo.
José Cabrita Saraiva
18 de Dezembro 2023

às
14:46

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Leonardo Padura. ‘Há um Grande Irmão que nos vigia e uma polícia do pensamento pronta a atuar’

Nascido há 68 anos em Havana, Leonardo Padura Fuentes estudou Literatura Latino-americana na universidade, foi jornalista e publicou o seu primeiro romance, Fiebre de caballos, em 1988. Em 2009 escreveu o seu romance mais conhecido, O Homem que Gostava de Cães, e em 2015 foi distinguido com o Prémio Princesa das Astúrias de Letras. Conversámos com Padura em Lisboa, a propósito do policial Pessoas Decentes (ed. Porto Editora), que trata do homicídio do perverso Reynaldo Quevedo, um antigo dirigente dos serviços de segurança, nas vésperas da histórica visita de Barack Obama a Cuba. Um caso, naturalmente, para Mario Conde resolver.

Sempre imaginei que escrever um bom policial fosse uma tarefa complicada. Mas aqui temos dois livros entrelaçados. Como foi organizar e montar tudo isto?

Escrever bem é sempre difícil. Escrever mal é muito fácil. Por isso é que há tantos romances e tantos policiais. Qualquer um que tivesse algum jeito para escrever e um pouco imaginação inventava um enredo policial. Esse enredo funciona como um esqueleto em que tu pões determinados órgãos para que funcione. Felizmente, essa estrutura permite-te fazer literatura. Ao longo de cem anos isso foi demonstrado por Dashiell Hammett, Raymond Chandler, Leonardo Siascia, Rubem Fonseca, no Brasil, e depois por toda uma série de autores recentes em línguas muito distintas: Henning Mankell na Suécia, um Andrea Camilleri em Itália, um Vázquez Montalbán em Espanha. Quando começas a escrever, o desafio é sempre tentar escrever o melhor romance de que és capaz. Neste caso, há esse elemento que é um pouco estranho: realmente são dois romances que estão unidos por uma personagem, que é Mario Conde – o protagonista de uma história e o autor da outra –, e por um contexto, que é Havana. A minha intenção era essa: fazer um romance sobre Havana, no qual falava de dois momentos muito especiais da história cubana dos últimos 100 anos. Montar a história é um processo que no meu caso ocorre durante o próprio ato da escrita. Tanto assim é que muitas vezes quando me aproximo do final ainda não sei quem é o assassino.

Não sabe?

Não sei, porque me preocupei mais em construir uma boa história. Essa estratégia de trabalho implica muita rescrita, porque à medida que vou rescrevendo, vou-me aproximando mais da literatura. Já não é tanto contar uma história, mas tratar de contá-la bem.

Vai acrescentando camadas?

Vou acrescentando elementos do ambiente, vou encontrando as melhores expressões, vou arredondando o pensamento das personagens. Por exemplo, um dos desafios deste romance era dar coerência a esta personagem que é o protagonista da história de 1910 e que foi uma personagem histórica real.

Alberto Yarini.

Alberto Yarini, o proxeneta mais conhecido da história de Cuba. Porque é um personagem tão contraditório, tão estranho… Embora esteja acostumado a personagens contraditórios e estranhos – construir, por exemplo, Ramón Mercader [agente do NKVD às ordens de Estaline que assassinou Leon Trotsky com uma picareta] para O Homem que Gostava de Cães também foi um desafio. Mas construir a história às vezes é o que menos me preocupa, interessa-me mais o que consigo dizer com essa história.

Pessoas Decentes passa-se nas vésperas da visita de Obama a Cuba em 2016. O país mudou muito nestes sete anos?

A ida Obama a Cuba foi um momento em que houve esperança de que a relação com os Estados Unidos pudesse mudar. Para Cuba, como país, é muito importante, independentemente do sistema que tenha, a relação com os Estados Unidos. Como disse o ditador Porfirio Díaz antes da revolução mexicana: ‘Estamos demasiado longe de Deus e demasiado perto dos Estados Unidos’. E connosco passa-se o mesmo. Nessa altura houve esperança de que várias coisas pudessem mudar, incluindo que se levantasse o bloqueio. O bloqueio é muitas vezes uma desculpa. Mas também é uma realidade. E levantá-lo podia mudar muitas coisas em Cuba, assim como uma melhor relação com os Estados Unidos. Depois houve eleições nos Estados Unidos, Donald Trump ficou Presidente e mudou toda a política em relação a Cuba. A embaixada praticamente foi fechada e houve um momento em que nem era possível enviar dinheiro dos Estados Unidos para Cuba. E Cuba depende muito do dinheiro enviado pelos emigrantes.

As remessas.

Houve uma altura em que Portugal e Espanha também dependiam delas, por isso sabe do que estou falar. Essa política dos Estados Unidos, a pandemia – que paralisa o turismo, praticamente a única indústria que ainda funciona em Cuba –, e a ineficiência do próprio sistema cubano formaram a tempestade perfeita. Desde há dois anos que estamos a viver numa situação de crise e de carência de todos os elementos da vida diária. Todos: a comida, a eletricidade, os medicamentos, o combustível… tudo o que possas imaginar. E a primeira pergunta que uma pessoa faz é: ‘De que vivem as pessoas?’. E há uma resposta, que não te diz do que vivem as pessoas, mas sim o que estão a fazer: emigrar. No ano passado, só pela fronteira entre o México e os Estados Unidos passaram 230-240 mil cubanos. Na época de Obama, os cubanos iam de visita a Miami e regressavam. Agora pagam dez mil dólares para sair pela Nicarágua e subir pela Rota dos Coiotes acima, para chegarem aos Estados Unidos. Não tenho os números deste ano, mas continua a sair muita gente. Porque veem na emigração a única solução. E isso está a provocar um empobrecimento do país, porque a maioria dos emigrantes são jovens, e se sai uma percentagem importante da juventude de um país, isso compromete o presente e o futuro.

A certo momento do livro, fala da «deterioração gritante» de uma rua. Essa decrepitude dos edifícios pode ser fotogénica e parece ser indissociável do encanto de La Havana. Mas como é viver com ela todos os dias? Pode tornar-se opressivo?

Julgo que ter um espaço agradável e convidativo onde viver é uma aspiração universal do ser humano. No caso de Cuba, o problema da deterioração física das cidades começou a acelerar-se a partir dos anos 90. Desaparece a União Soviética [dezembro de 1991], Cuba deixa de receber ajuda económica, e a partir daí começa um processo de deterioração física das cidades, que também implica uma deterioração do aspeto humano. Porque nessa cidade em que as ruas estão estragadas, em que durante dias não recolhem o lixo das esquinas, em que os edifícios estão a cair, as pessoas também começam a ser como essas ruas, essas esquinas e esses edifícios. As atitudes humanas vão respondendo a isso. O meu próximo livro é sobre a minha apropriação física, pessoal, da cidade. Sobre como nasci e vivo num bairro da periferia e me vou apropriando dos espaços da cidade e isso se vai vendo na minha literatura. É a história de desconstrução de uma cidade, de como uma cidade se vai convertendo em ruínas. É um processo doloroso para quem o vê e deve ser terrível para quem o vive. Não pode ser menos do que terrível. Usaste a palavra ‘opressivo’. Eu diria ‘deprimente’ para quem vive nessas condições.

Mas você tem a vantagem de viajar, de respirar outro ar.

Sei bem que sou uma pessoa muito afortunada. Não apenas em Cuba, em qualquer parte do mundo, sou um escritor muito afortunado porque posso viver dos meus direitos de autor. Não há muitos que tenham essa possibilidade. Vivo muito modestamente, o meu carro tem 25 anos, a minha casa fui eu e a minha mulher que a construímos com todos os nossos sacrifícios e poupanças. É uma casa cómoda, funcional, não é um palácio. Mas de facto tenho essa possibilidade de viajar, de respirar outro ar e, além disso, quando viajo posso levar comida para a minha mãe e para a minha sogra. Tenho uma mãe de 95 anos, uma sogra de 86… Ainda ontem eu e a minha mulher fomos ao Corte Inglés comprar leite em pó e mais três ou quatro coisas para levar para Cuba. Mas sinto-me também afortunado porque vivo da literatura e vivo para a literatura. Não é apenas a minha forma de vida económica, é a minha forma de vida intelectual, social, civil.

A páginas tantas, no seu livro, Mario Conde encontra-se com um amigo, Manolo, num bar, e comenta: «Passámos por coisas bem estranhas neste país». Pode falar-me um pouco das peculiaridades de Cuba?

Se começássemos a falar das peculiaridades de Cuba não saíamos daqui. Vou-te contar uma história pessoal. A minha mulher e eu conhecemo-nos desde 1978. Estávamos na universidade, ela tinha 18 anos e eu 22, e começámos a namorar. Já estávamos casados quando fizemos a ampliação da minha casa e juntámos um terreno ao lado, e pus a nova propriedade em nome dos dois, como é lógico. Mas isso implicava que a minha mulher, se a mãe dela morresse, não podia herdar a casa da mãe porque não podia ser proprietária de duas casas. Então divorciámo-nos e no divórcio ela cedeu-me a propriedade da nossa casa, para poder herdar a casa da mãe. Assim já não tem propriedade, pode herdar a casa da mãe, e três meses depois voltámo-nos a casar. [risos] Há coisas tão estranhas em Cuba quanto isto! Ou os transportes na cidade. Existem uns automóveis particulares que percorrem determinadas rotas. Tens de saber onde te leva essa rota, e como combinar com as outras até chegar ao sítio pretendido. Para te movimentares em Havana precisas de um curso de mobilidade urbana. Para comprar alguma coisa precisas de outro curso. Enfim, é tudo anormal porque se estabeleceu a anormalidade como a regra em Cuba.

Vi um documentário em que se dizia que um professor em Cuba ganha 30 dólares por mês. É verdade?

Julgo que agora ainda ganha menos. Porque uma das medidas económicas recentes foi unificar as duas moedas que existiam em Cuba. Até ao ano 93 ou 94, se um polícia te detivesse na rua e encontrasse cinco dólares no teu bolso podias ir parar à prisão. Um dia, passou a admitir-se a circulação do dólar, e se não tinhas cinco dólares no bolso não podias comprar um frango no supermercado. Para tirar o dólar de circulação criou-se uma moeda cubana equivalente ao dólar, o que provocou uma deformação total da economia cubana, porque as taxas de câmbio eram diferentes consoante o setor a que se aplicavam… era uma loucura. Há dois anos, decidiu-se finalmente unificar as duas moedas, e isso provocou uma inflação que faz com que o que custava cinco agora custe 50 ou 100. Isso veio na pior altura, num momento de crise económica profunda, e fez com que um médico hoje ganhe 20 euros por mês.

O que é muito curioso, porque aqui em Portugal o Partido Comunista, que vê o regime cubano como um modelo, está sempre a falar na valorização dos salários.

Seria interessante que essas pessoas que dizem que as coisas em Cuba funcionam bem fosse viver para lá como um qualquer cubano normal. Tenho a certeza de que em seis meses mudavam de opinião. A realidade é tremenda. Costumo dizer que Cuba não é nem o inferno comunista que diz a extrema-direita, nem o paraíso que diz a extrema-esquerda. Está no meio. Mas neste momento a situação das pessoas normais, trabalhadoras, é desesperada. E está a surgir – falo disso neste romance – uma camada que tem maiores possibilidades económicas, seja graças a ligações, a habilidades, por muitas razões. Mas continua a ser uma percentagem muito limitada da população.

Ou seja, também há gente rica em Cuba. Não é uma sociedade totalmente homogénea.

A homogeneidade que existiu até ao ano 1990 rompeu-se. Hoje há mais pobreza e pequenos focos de riqueza. Alguém com a possibilidade de comprar um automóvel novo tem de ter muito mais dinheiro do que o médico que ganha 20 euros por mês.

Aqui no romance também se fala bastante de prostituição, inclusive de rapazes. É um flagelo em Cuba?

A história de 1910 desenvolve-se nesse mundo da prostituição porque Alberto Yarini era um famoso proxeneta. É algo que vem desde a época colonial e que se manteve durante a primeira metade do século XX. Com a revolução [de Fidel Castro, que culmina com a destituição de Fulgencio Batista a 1 de janeiro de 1959], a prostituição desaparece de Cuba, e essa foi uma realidade que durou 30 anos. Na década de 90, com a crise, voltam a aparecer manifestações de prostituição. Mas não é um fenómeno social que esteja – como direi? – a contaminar a sociedade. Não é um problema social.»


https://sol.sapo.pt/2023/12/18/leonardo-padura-ha-um-grande-irmao-que-nos-vigia-e-uma-policia-do-pensamento-pronta-a-atuar/
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Kaspov

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Re: Portugal falido
« Responder #21743 em: 2023-12-19 17:09:41 »
Pedro Passos Coelho dixit:


«Passos Coelho diz que António Costa se demitiu "por indecente e má figura"

Antes de entrar no tribunal para prestar depoimento como testemunha no caso EDP, Passos Coelho fez uma rara declaração sobre a crise política, falando em "responsabilidades graves" do Governo.

    Agência Lusa
    Texto

19 dez. 2023, 09:53 66

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Passos vai ser ouvido no caso EDP como testemunha

▲Passos vai ser ouvido no caso EDP como testemunha

DIOGO VENTURA/OBSERVADOR
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(...)


O ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho considerou esta terça-feira que a demissão de António Costa, na sequência do processo Operação Influencer, se deveu a uma “indecente e má figura”, apelando a uma mudança política nas próximas eleições legislativas.

“Espero que o país saiba identificar no atual governo, que está a cessar funções, responsabilidades graves na situação a que o país chegou. Suficientemente graves para que o primeiro-ministro tenha sido o único que eu tenho memória que se tenha sentido na necessidade de apresentar a demissão por indecente e má figura”, afirmou o antigo presidente do PSD.
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Em declarações aos jornalistas à entrada do tribunal, onde vai prestar depoimento como testemunha no julgamento do Caso EDP, Passos Coelho manifestou ainda o desejo de que a situação de Portugal possa melhorar, avisando que as coisas “não melhorarão sem dedicação, esforço e algumas condições para que isso possa ocorrer”.

O ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho admitiu que este não é o seu tempo para intervir no espaço político e manifestou a expectativa de que o PSD possa estar preparado e seja “liderante nesta fase nova”.

“Cada um tem o seu tempo e este tempo não me pertence. E, portanto, devemos deixar o espaço a quem pertence o tempo para fazer aquilo que é preciso. O que eu posso formular é um desejo muito sincero de que o PSD possa estar preparado para os tempos que aí vem”, disse o antigo líder social-democrata aos jornalistas no Campus da Justiça, onde foi depor como testemunha no julgamento do Caso EDP.

Sublinhando que será necessário um Governo “que possa inspirar confiança às pessoas”, Passos Coelho disse acreditar numa vitória social democrata nas eleições de 10 de março: “Espero evidentemente que o PSD possa ser o partido liderante nessa fase nova que se vai abrir, não porque é o meu partido – acho que todos compreenderiam que eu desejasse que o meu partido pudesse ganhar as eleições – e confio que sim, que isso acontecerá”.

Para o antigo primeiro-ministro, o “país vai precisar seguramente de um governo que tenha não apenas um rumo bem definido, mas que possa inspirar confiança às pessoas para inverter uma degradação extraordinária de uma parte muito significativa das políticas públicas que são importantes para o crescimento da nossa economia”.

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“Muitas das políticas públicas degradaram-se extraordinariamente nestes anos, da saúde à educação, as questões relacionadas com a habitação” e “até à segurança”, porque “há aspetos muito relevantes que envolvem a segurança da sociedade portuguesa e dos portugueses que estão em causa”, sustentou.

No seu entender, Portugal precisa de “um governo esclarecido, que tenha um rumo bem definido e que tenha força, que é como quem diz, autoridade moral, para conduzir uma política diferente”.

Notícia atualizada às 11h30 com mais declarações de Passos Coelho»


https://observador.pt/2023/12/19/passos-coelho-diz-que-antonio-costa-se-demitiu-por-indecente-e-ma-figura/
« Última modificação: 2023-12-19 17:30:27 por Kaspov »
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pedras11

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Re: Portugal falido
« Responder #21744 em: 2023-12-19 18:59:33 »
O Passos Coelho é testemunha de quem no processo EDP?

zAPPa

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Re: Portugal falido
« Responder #21745 em: 2023-12-21 17:30:41 »
 Do Manuel Pinho
Jim Chanos: "We Are In The Golden Age of Fraud".

Kaspov

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Re: Portugal falido
« Responder #21746 em: 2023-12-21 20:23:07 »
Sempre as energias renováveis..


«Aumento das emissões de GEE em Portugal

O contributo das fontes de energia renováveis para a produção de eletricidade aumentou, atingindo 61% do total de eletricidade produzida em 2022

Redação

21 de Dezembro 2023

às
16:38

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Aumento das emissões de GEE em Portugal

As Estatísticas do Ambiente divulgadas esta quinta-feira hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam que as emissões de gases com efeito de estufa (GEE) em Portugal, aumentaram no ano passado, por comparação com 2021.

Em 2021, as estimativas das GEE indicavam um decréscimo de 1,3% em relação ao ano anterior, “mantendo a trajetória decrescente desde 2017”, mas no em 2002 aumentaram 1,2%, resultado, “essencialmente do acréscimo das emissões do setor da energia (+2,1%) e do setor dos processos industriais e uso de produtos (+0,5%)”.

Em relação à qualidade do ar, 2022 teve em média 28,2% dos dias classificados como muito bons e 45,6% como bons, valores que em 2021 foram de 31% e 45,9%, respetivamente. Os dados do INE relativos a 2022 mostram que este foi o ano “mais quente dos últimos 92 anos”, com “um valor médio da temperatura média do ar de 16,64 ºC”.

O organismo de estatísticas revekla ainda que os incêndios rurais afetaram uma área de 110,2 mil hectares, mais de um quinto da qual se situava em Área Protegida e cerca de 90% desta situava-se no Parque Natural da Serra da Estrela. 2022 teve “o quinto valor mais baixo do número de ocorrências de incêndios rurais do período 2014-2023 em Portugal continental (10 390 ocorrências), mas a terceira maior área ardida”,

O contributo das fontes de energia renováveis para a produção de eletricidade aumentou, atingindo 61% do total de eletricidade produzida em 2022, ano em que o consumo de energia primária aumentou 2,4% e o da energia final 2,3%. O valor é próximo do registado em período pré-pandemia (2017-2019).

As Estatísticas do Ambiente 2022 do INE, citadas pela agência Lusa, mostram ainda que o valor dos impostos com relevância ambiental atingiu os 4,6 mil milhões de euros, uma diminuição de 7,5%, que reflete “essencialmente a redução da receita do imposto sobre os produtos petrolíferos”.»


https://sol.sapo.pt/2023/12/21/aumento-das-emissoes-de-gee-em-portugal/
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Re: Portugal falido
« Responder #21747 em: 2023-12-30 03:34:53 »
Uma profecia que parece estar a concretizar-se...   :(
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vbm

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Re: Portugal falido
« Responder #21748 em: 2023-12-30 10:14:33 »
Realmente, dá vontade de dizer isso.

Kaspov

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Re: Portugal falido
« Responder #21749 em: 2024-01-04 00:18:26 »
Pois...   :(


«Preços dos produtos alimentares cresceram 25,3% em Portugal em dois anos

Alerta é do economista Eugénio Rosa que faz as contas aos aumentos de 2022 e 2023 e diz que tem “enorme impacto nas famílias de baixos rendimentos”.

Daniela Soares Ferreira

3 de Janeiro 2024

às
14:35

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Preços dos produtos alimentares cresceram 25,3% em Portugal em dois anos

Dreamstime

Em dezembro deste ano, a taxa de inflação caiu para 1,4%. Um valor que tem vindo a baixar nos últimos meses. Mas, para as carteiras dos portugueses, as contas não serão exatamente estas. Quem o diz é o economista Eugénio Rosa que fala em manipulação de dados “pois propositadamente confundem a inflação anual com inflação homóloga de dezembro de 2023”, acrescentando que “os portugueses não sentem a descida no seu dia a dia, nomeadamente naquilo que tem maior peso no orçamento para a maioria das famílias, que são os preços dos produtos alimentares”.

Para provar essa teoria, o economista faz as contas no seu mais recente estudo. Com base em dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), a média dos preços dos produtos alimentares e bebidas não alcoólicas nos 12 meses de 2022 (inflação anual) foi superior à média de 2021 em 12,99% e a média dos preços nos 12 meses de 2023 foi superior à média de 2022 em 10,9% ”, explica.

E diz que “isto significa que ao aumento de 12,99% em 2022 foi acrescentado uma subida de mais 10,9% nos preços dos produtos alimentares e bebidas alcoólicas em 2023. Fazendo os cálculos apropriados (capitalização) obtém-se um aumento de 25,3% nos produtos alimentares e bebidas não alcoólicas em apenas dois anos no nosso país”.

Eugénio Rosa defende que “é um aumento brutal de preços”, acusando o Governo de querer ocultar estes dados aos portugueses. “Os portugueses têm razão quando, confrontados por jornalistas nos mercados, lhes perguntam se não têm sentido a baixa dos preços, respondem que não e que a vida está cada vez mais difícil, e impossível com o rendimento que têm”.

Pegando no estudo ‘Análise do Comportamento das despesas das famílias em Portugal’ de Marta Homem e Sousa e que está disponível no site do INE, o economista diz que é possível perceber que o peso da despesa com a alimentação no orçamento familiar varia muito de acordo com a classe de rendimento do agregado familiar.

E faz as suas próprias conclusões: Como mostram os dados do quadro “quanto maior é o rendimento das famílias menor é a percentagem que a despesa com a alimentação representa na total da despesa da família”. Assim, continua, “para os 10% das famílias mais pobres a despesa com a alimentação representa 46% da despesa mensal, enquanto para as 10% famílias com rendimentos mais elevados a despesa com alimentação representa apenas 12% da despesa total”.

Face a estes dados, um aumento de preços de 25,3% para quem gasta 46% do seu orçamental com alimentação “tem um impacto muito maior do quem gasta apenas 12% com alimentação”. Assim, Eugénio Rosa diz ser por esta razão “que este aumento brutal dos preços da alimentação mesmo em 2023 tem um impacto enorme nas famílias de baixos rendimentos”.

O economista explica ainda que na inflação oficial do INE, que compara a média dos preços num ano com a media do ano anterior, a despesa com ‘produtos alimentares e bebidas não alcoólicas’ representa apenas 20% da despesa mensal das famílias, “o que distorce o valor oficial da inflação anual para um grande número de famílias”.

Aumento das pensões inferior à subida da inflação

No seu estudo, Eugénio Rosa atira que os dados do Governo mostram “de uma forma clara, sintética e objetiva na linguagem fria dos números, o que se verificou em 2022 e 2023 a nível de pensões, remunerações e aumento anual de preços”.

Voltando então aos dados do INE para defender a sua teoria, o economista recorda que a inflação anual foi de 7,8% em 2022 e de 4,3% em 2023 o que dá, para o conjunto dos dois anos, um aumento geral de preços de 12,4%. “Mas este valor está subestimado pelo menos por duas razões”, garante. A primeira é porque “considera que a despesa com ‘produtos alimentares e bebidas não alcoólicas’ representa apenas 20% da despesa total mensal das famílias quando, para maioria delas, é uma percentagem muito maior como provamos”.

E a segunda prende-se com o “aumento brutal das taxas de juro do crédito à habitação, que está a sufocar centenas de milhares de famílias, não é considerado no cálculo da inflação pelo INE, porque este considera essa despesa como um investimento”. E recorda que, entre dezembro de 2021 e novembro de 2023, os juros do crédito à habitação aumentaram 510% (6,1 vezes mais).

“Mesmo subestimada pelo INE ela atingiu nos dois anos (2022+2023) 12,4% o que determinou que o poder de compra dos pensionistas nestes dois anos tenha diminuído -4%, os trabalhadores da Administração Pública tenham perdido 3,9% do seu poder de compra, e que o poder de compra dos trabalhadores do setor privado tenha estagnado”, conclui.

Olhando ainda para os rendimentos, o economista diz que em 2022, um português com um rendimento mensal superior a 507 euros “já não era considera pobre pelo INE, mesmo assim 17% da população (1,78 milhões de portugueses) estavam no limiar da pobreza”.

Mas diz que entre 2021 e 2022, todos os indicadores de desigualdade pioraram. Em 2022 o rendimento dos 20% mais ricos foi 5,6 vezes superior ao rendimento dos 20% mais pobres quando em 2021 era 5,1 vezes, e o rendimento dos 10% mais ricos foi superior 9,7 vezes ao dos 10% mais pobres quando, em 2021, era 8,5 vezes mais.

E acrescenta que “o coeficiente de Geni, que mede também as desigualdades, aumentou de 32% para 33,7%. Em 2022, metade dos portugueses tinha um rendimento mensal igual ou inferior a 845€ brutos por mês”.»


https://sol.sapo.pt/2024/01/03/precos-dos-produtos-alimentares-cresceram-253-em-portugal-em-dois-anos/
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pedferre

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Re: Portugal falido
« Responder #21750 em: 2024-01-09 12:08:25 »
A subida galopante dos ordenados minimos que são a base da força de trabalho que do setor da alimentação também ajuda a explicar em parte a inflação dos últimos anos. Em 2015 o ordenado minimo era 505 euros, agora já é 820 euros. Depois a guerra, fertilizantes, combustiveis, etc...
E eu bem posso falar por causa propria que estou lixado, com o meu rendimento médio congelado a muitos anos praticamente.... enquanto os ordenados minimos disparam todos os anos e injetam inflação no sistema de produtos que me afetam todos os anos.  :(
« Última modificação: 2024-01-09 12:10:50 por pedferre »

Kaspov

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Re: Portugal falido
« Responder #21751 em: 2024-01-09 12:28:40 »
A subida galopante dos ordenados minimos que são a base da força de trabalho que do setor da alimentação também ajuda a explicar em parte a inflação dos últimos anos. Em 2015 o ordenado minimo era 505 euros, agora já é 820 euros. Depois a guerra, fertilizantes, combustiveis, etc...
E eu bem posso falar por causa propria que estou lixado, com o meu rendimento médio congelado a muitos anos praticamente.... enquanto os ordenados minimos disparam todos os anos e injetam inflação no sistema de produtos que me afetam todos os anos.  :(


Pois, sem dúvida. É o estilo argentino do PS...   :(
« Última modificação: 2024-01-09 12:32:15 por Kaspov »
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vbm

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Re: Portugal falido
« Responder #21752 em: 2024-01-09 13:46:29 »
Se o ps formar governo
e não elevar ordenados
médios sensível mente,
está, arrumado,
cindir-se-á, em
dois partidos, um
esquerdista, outro
de direita de governo.

Kaspov

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Re: Portugal falido
« Responder #21753 em: 2024-01-09 15:42:21 »
Elevar ordenados só significa criar inflação e empobrecer quem não recebe ordenados...   :(

Elevar ordenados não cria qualq. riqueza, como é óbvio...
« Última modificação: 2024-01-09 15:43:01 por Kaspov »
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Re: Portugal falido
« Responder #21754 em: 2024-01-09 19:26:20 »
«PRR. Economistas falam em oportunidade perdida

Economistas lamentam peso excessivo da administração pública, com as empresas a ficarem em segundo plano, sem ter em conta o tal desígnio de crescimento.

Sónia Peres Pinto

9 de Janeiro 2024

às
15:11

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PRR. Economistas falam em oportunidade perdida

Bruno Gonçalves


O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) deve ser visto como uma salvação da economia portuguesa ou como uma oportunidade perdida? Para os economistas João César das Neves, João Duque e Pedro Ferraz da Costa, o programa não está vocacionado para o crescimento do país, nem para nos tirar da cauda da Europa. A agravar este cenário está o facto de Portugal viver um clima de instabilidade política, com os economistas a admitirem que as eleições poderão atrasar ainda mais a execução do PRR e a apontarem o dedo aos responsáveis políticos por serem pouco sensíveis em relação a esta matéria.


“Os atrasos são dificilmente justificáveis”

João César das Neves vê o PRR como “uma oportunidade perdida para o desenvolvimento nacional”, considerando que quase todo o programa é alheio ao progresso, “centrado como está em construção e na burocracia”.

E para o economista, tendo em conta o prazo que mediou entre a apresentação e a execução da famosa bazuca, “os atrasos são dificilmente justificáveis”, mas faz uma ressalva: “A não ser a dificuldade em executar um tão grande número de projetos”.

César das Neves defende ainda que “uma coisa é conceber e aprovar, outra muito diferente é realizar”, admitindo que a crise política e as eleições “claramente não ajudam nada na execução de um programa desta dimensão”.

Já quanto ao apelo do Presidente da República para o futuro Governo “multiplicar” o ritmo de execução do PRR, o economista refere que tudo depende do resultado das eleições, mas lembra que muito dificilmente “a crise política não terá efeitos negativos”.

Ainda assim, afirma que face aos erros na conceção do plano seria desejável que o novo Executivo levasse a cabo uma revisão das prioridades do Plano de Recuperação e Resiliência, mesmo reconhecendo que “a oportunidade para grandes alterações já não seja a mais adequada”. Refere também que “se a orientação política do país mudar, isso será bastante provável”.

“Face à previsão inicial estamos a cumprir muito pouco”

Para João Duque, o cumprimento e a execução do PRR está muito longe daquilo que era o planeamento inicial. “Em 2023, no plano inicial devíamos estar com uma previsão dos custos de 9700 milhões do programa. ora bem, se formos ao site monitorizar a execução, até agora foram pagos 6700 milhões. Ou seja, se comparamos o que foi pago com aquilo que era a previsão dos custos concluímos que estamos muito longe disso. Isto mostra que face à previsão inicial estamos a cumprir muito pouco”.

O economista admite que as críticas que têm sido feitas pelas empresas no que diz respeito à verba total que irão receber, considerando o que vai para a administração, fazem sentido. “Dizia-se que a proporção de projetos que ia para as empresas era pequena, acabaram por fazer uma dotação de 5400 milhões de euros, o que apesar de tudo acabou por melhorar face ao rácio inicial. Só para as empresas e para as entidades públicas tínhamos previsto 6800 milhões de euros, mas se somarmos 1700 milhões para instituições do sistema científico e tecnológico dá 8500 milhões. É muito dinheiro e estes 8400 milhões são limpinhos para coisas públicas, depois para as escolas e para as universidades são mil milhões, admito que grande parte vá para instituições públicas. É por isso que se reforça esta ideia de que é muito peso para o investimento no setor público quando se podia ter tido mais em conta o tecido empresarial”.

Ainda assim, chama a atenção para o facto de mesmo os pagamentos na administração pública estarem muito abaixo das empresas, o que no seu entender, “mostra que as empresas apesar de tudo são capazes de ser mais céleres”, acrescentando que “até por essa via mostra que se tivéssemos aplicado mais dinheiro nas empresas talvez tivéssemos maiores e melhores resultados à vista”.

Chamando a atenção para os atrasos, João Duque acredita que o processo corre novo risco de impasse face às eleições. Afasta contudo a ideia de haver mudanças de projetos por parte do novo Governo, mesmo que houvesse essa tentação. “Acredito que haja sempre uma tentativa de reprogramar, mas não acho que seja possível até porque os projetos já foram aprovados”, embora reconheça que possa haver algum espaço de manobra em alguns projetos. “O contrário é que não faria sentido. Então o que é que iríamos dizer às pessoas? O que valia deixou de valer?”, questiona.

O economista diz também que mesmo não aplicando os fundos comunitários da melhor forma, sem eles Portugal estaria pior. “É muito difícil um país sem capital conseguir fazer investimentos. Podemos é dizer que houve uma forma displicente de aplicar o dinheiro que nos deram, mas não somos só nós. E se calhar nem somos os piores, mas concordo que quando os projetos de investimento não têm em vista o aumento de produtividade, de eficiência, etc. e quando isso não é valorizado significativamente, o dinheiro acaba por ser aplicado tendo em conta outros critérios, o que é pena porque se desperdiçou verba. Mas desperdiçámos porque não nos exigiram uma orientação para a eficiência e para a produtividade, mas também se não fossem os fundos europeus não teríamos o que temos hoje, em termos de acessibilidades, estradas, construção pública, como escolas, etc.”.

João Duque afirma, no entanto, que há investimentos feitos na administração pública que cumprem esse desígnio. “Nem todos os investimentos estão a ser orientados para esse tipo de fins. A ideia é fazer mais com menos e de forma mais eficiente, mas há projetos que já cumprem esses objetivos e que estão presentes em alguns casos, por exemplo, nos projetos vocacionados para a sustentabilidade, para a área da desarborização da indústria, da eficiência energética, para a digitalização”.

“País anda sempre de mão estendida”

Pedro Ferraz da Costa lamenta a falta de ambição que existem em Portugal, em termos de crescimento económico e defende que o PRR não poderá ser visto como uma espécie de salvação, até porque entende que o país “é um pouco difícil de salvar”, acrescentando que “a ideologia dominante hoje não se vira nem para o crescimento, nem para fazer coisas diferentes”.

Um cartão vermelho que é dado tanto ao atual Governo como à oposição. “O crescimento mão é prioridade para quase ninguém e estão a minimizar as consequências que isso irá ter sobre o emprego de melhor qualidade durante anos. Estamos a criar empregos em áreas que precisam de pouca qualificação, assentes em ordenados baixos, como o turismo barato, os hortícolas no Alentejo, etc. São projetos em que estamos a apostar muito, a mandar vir muitas pessoas para isso, enquanto os nosso jovens qualificados acreditam cada vez menos que possam vir a fazer carreira em Portugal”.

Mas também admite que estes temas raramente são debatidos porque os portugueses também não estão interessados. “A maior parte das pessoas são velhos e reformados e querem é saber das pensões, dos subsídios e deste género de coisas. Não vejo muitos a queixarem-se da falta de iniciativa ou da grande dificuldade em ultrapassar as burocracias”.

A agravar esse estado das coisas está o facto de Portugal se ver a braços com novas eleições, afirmando que atualmente nesta fase qualquer tema que seja desagradável para os sindicatos não será discutido. “O Governo arranjou aquele título pomposo da Agenda do Trabalho digno para fazer uma série de coisas que não representaram qualquer tipo de avanço e depois há uma coisa extraordinária, em que as pessoas quando querem metem baixa por contra própria por três dias. E mesmo não recebendo há imensas pessoas a fazerem isso. Isto é, as pessoas querem ir três dias para fora põem três dias de baixa e vão-se embora”.

Ainda assim, o também presidente do Fórum para a Competitividade refere que o principal problema do país não é a falta de capital, já que entende que as ideias boas nunca foram travadas por falta de dinheiro. “Há verba e há financiamento ao nível internacional, mas as coisas têm é de ter alguma dimensão e têm de ser adequadas às necessidades de mercado. E em termos de dimensão têm falhado muito, porque a maioria das empresas portuguesas são muito pequenas para se meterem em grandes projetos e estariam excluídas em termos de investimento em relação a outros fundos comunitários”.

Face a este cenário, o economista diz que não sabe se é a falta de verbas comunitárias ou o excesso de burocracia que dificulta o avançar dos projetos. “As pessoas puseram-se todas nesta choraminguice, o país anda sempre de mão estendida e anda sempre a ver se se desculpa de qualquer coisa. Acho que todos nós estamos a ser pouco persistentes. Claro que há casos de sucesso, mas também acho que são muito poucos casos para a dimensão do país. Precisávamos de cultivar mais pessoas para investirem mais, precisávamos de motivar mais gente a investir em Portugal. Temos feito pouco isso”, refere ao nosso jornal.

Quanto aos projetos, Ferraz da Costa garante que “fazemos sempre tudo ao contrário”, afirmando que “agora vem uma data de dinheiro, quando devíamos ter sabido o que é que queríamos modernizar para tentar arranjar recursos para modernizar”, lamentando que a grande maioria do financiamento do PRR tenha ido para a administração pública. “É para fazer de forma digital exatamente a mesma complicação que se fazia sem ser de forma digital. Ninguém está a aproveitar esta oportunidade para ser inovador em relação aos processos. Não há gente suficiente para continuar a fazer as coisas como se fazia antigamente e se não modernizamos a nossa maneira de funcionar, quer nas empresas, quer na administração púbica daqui a uns anos estamos completamente ultrapassados. Era muito importante que modernizássemos os processos e não vimos isso. No essencial, as coisas continuam na mesma maneira”.

E dá ainda o exemplo dos investimentos do PRR na ferrovia. “Ninguém sabe bem os projetos, nem qual foi a lógica da escolha. Não há uma explicação em relação a esta política. Há 30 anos que os espanhóis têm um plano que se vai desenrolando de acordo com o que está previsto e todos sabem o que é e o que vai ser”.»


https://sol.sapo.pt/2024/01/09/prr-economistas-falam-em-oportunidade-perdida/
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Kaspov

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Re: Portugal falido
« Responder #21755 em: 2024-01-09 19:37:43 »
Acerca da esquerda e temas afins...


«Opinião
Esquerda promove acolhimento a palestinianos

A nova esquerda é realista e pragmática. E a burguesia acredita que ‘o comunismo acabou’ e não que apenas se transformou

Avatar de Aristóteles Drummond

Aristóteles Drummond

8 de Janeiro 2024

às
21:15

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A ala mais à esquerda do PT e demais partidos da base do Governo começam a dar os primeiros passos em movimento para acolher dezenas de milhares de refugiados de Gaza, Síria e Líbano, como meio de minar a cultura ocidental-burguesa. Os serviços de inteligência dos militares já identificaram projetos para estimular a saída do Brasil de uma classe média mais abastada, que fugiria do regime que desejam implantar, denominado ‘bolivariano’.

O eixo Moscou-Pequim considera o avanço muçulmano na Europa peça importante para liquidar os fundamentos culturais cristãos e gerar insegurança.

Dois pontos do projeto seriam pela via desta imigração de baixa qualidade para estimular a violência urbana, a exemplo do que ocorre na França, Bélgica e Espanha, um fator que assusta as classes médias. E para estimular a saída do país deste segmento com condições de resistir, manter a legislação que permite a transferência de recursos para o exterior. Aliás, foi o que Fidel fez com prazo marcado, abrindo na ocasião uma janela para a fuga das famílias já desapropriadas em seu patrimônio rural e industrial. Ao taxar os recursos mantidos fora, o Governo estimula cerca de cem mil contribuintes a optar pela mudança de domicílio.

A nova esquerda é realista e pragmática. E a burguesia, ao que parece, alienada, acreditando que ‘o comunismo acabou’ e não que apenas se transformou.


VARIEDADES

• Lula da Silva assina novo feriado para o ano: 20 de novembro passa a ser ‘Dia da Raça Negra’. Novo feriado e novos tempos…

• O carioca passa a contar com as praias de Botafogo e Flamengo liberadas para banhos depois de meio século. É que a privatização dos serviços de água e esgoto em pouco tempo já deu bons resultados. A Lagoa Rodrigo de Freitas, em breve, volta a estar disponível para esportes aquáticos. E, em São Paulo, as esquerdas tentam impedir a privatização defendida pelo governo local.

• Em março, o biodiesel passa a ser 14% na mistura do gasóleo no país.

• Pesquisa revela que muitas famílias limitaram reuniões festivas no final do ano por temor de brigas por motivos políticos.

• A advogada Caroline Proner, casada com o compositor Chico Buarque de Hollanda, foi nomeada pelo Presidente Lula para a Comissão de Ética Pública.

• O Congresso deve aprovar no novo ano o fim da reeleição para os cargos no Executivo. Proposta pelo Presidente Fernando Henrique que aspirava a reeleição que veio a obter foi usada com sucesso por Lula e Dilma. Bolsonaro foi o único a não ser reeleito.

• O livro póstumo de Nélida Piñon Os Rostos que Tenho entre os mais vendidos no final do ano, tem muitas referências a Portugal, onde viveu um ano escrevendo seu último romance e onde veio a falecer

• A segurança pública, a violência, preocupa mais os brasileiros do que os rumos da economia neste momento.

• O comércio teve um final de ano inferior em dois por cento em relação ao ano anterior. O turismo interno é que cresceu.

• Governo Lula editou aumento de impostos antes do final do ano para poderem entrar em vigor agora. Os deputados não vão aprovar.»


https://sol.sapo.pt/2024/01/08/esquerda-promove-acolhimento-a-palestinianos/
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Re: Portugal falido
« Responder #21756 em: 2024-01-09 21:20:40 »
Elevar ordenados só significa criar inflação e empobrecer quem não recebe ordenados...   :(

Elevar ordenados não cria qualq. riqueza, como é óbvio...

Elevar-se-á o nível do salário médio
por via do emprego de técnicos
habilitados nos sectores
onde se vai investir.

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Re: Portugal falido
« Responder #21757 em: 2024-01-09 22:53:48 »
Elevar ordenados só significa criar inflação e empobrecer quem não recebe ordenados...   :(

Elevar ordenados não cria qualq. riqueza, como é óbvio...

Elevar-se-á o nível do salário médio
por via do emprego de técnicos
habilitados nos sectores
onde se vai investir.



É uma ideia mto optimista!...   ;)

Tb há quem diga q a AI irá substituir o emprego de técnicos... mas, quem sabe??   :-\
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Kaspov

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Re: Portugal falido
« Responder #21758 em: 2024-01-09 22:58:11 »
Elevar ordenados só significa criar inflação e empobrecer quem não recebe ordenados...   :(

Elevar ordenados não cria qualq. riqueza, como é óbvio...

Elevar-se-á o nível do salário médio
por via do emprego de técnicos
habilitados nos sectores
onde se vai investir.



É uma ideia mto optimista!...   ;)

Tb há quem diga q a AI irá substituir o emprego de técnicos... mas, quem sabe??   :-\

Mas há técnicos q, certamente, continuarão a ser necessários: por ex. canalizadores, electricistas, pedreiros, etc....    :)
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Re: Portugal falido
« Responder #21759 em: 2024-01-09 23:28:52 »
Será que as amortizações dos gastos
em Investigação & Desenvolvimento,
em IA e no geral a Reintegração
de todo o Capital Fixo
irá passar a ser tributado
para financiar a Segurança Social?

Se assim for, alivia-se o IRC
das empresas trabalho intensivo
e agrava-se o das de capital intensivo,
salvaguardando-se uma distribuição
de rendimento salários versus
lucros mais equitativa.

Ou seja, a famosa TSU variaria
de taxa de um para o outro
tipo de empresa!