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Autor Tópico: Portugal falido  (Lida 3450268 vezes)

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Re: Portugal falido
« Responder #15860 em: 2018-08-27 15:53:24 »
Não inclui serviço de lavandaria e engomadoria?
É mesmo puxado...

Nao. Limpeza e lavandaria nao te cobram por menos de 20/25 euros por cada vez que la vao.

E se ha quem cobre menos sao pessoas de biscates que nao se pode contar com elas ... as vezes vao... outras nao.

Ou tens escala em numero de ALs onde te faca sentido pagar alguem a tempo inteiro, ou entao sao estes valores a pagar.
Estou a pensar criar um AL, mas numa aldeia. Provavelmente terei que ter serviço de check-in/check-out, lavandaria poderá ser efectuada em casa mas necessitará de alguém para engomar.
“Our values are human rights, democracy and the rule of law, to which I see no alternative. This is why I am opposed to any ideology or any political movement that negates these values or which treads upon them once it has assumed power. In this regard there is no difference between Nazism, Fascism or Communism..”
Urmas Reinsalu

Messiah

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Re: Portugal falido
« Responder #15861 em: 2018-08-27 16:56:19 »
Na aldeia nao sei, mas em Lisboa sao estes os precos

Dai os alojamentos de 1 noite nao valerem a pena. Entre booking fees e estas tretas, dormidas de 1 noite nao dao lucro.

Moppie85

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Re: Portugal falido
« Responder #15862 em: 2018-08-27 17:03:04 »
O meu comentário pode ter parecido depreciativo, admito, mas não era para condenar os que partiram. Foi escrito a correr, depois de ter lido isto na notícia:

Citar
Para atrair os jovens qualificados que "saíram sem vontade de partir", sendo que nos anos da troika chegaram a emigrar 100 mil pessoas por ano, o Governo vai oferecer-lhe um desconto de 50% no IRS, revela o "Expresso", na sua edição deste sábado, 25 de Agosto.

Isto para mim é tanga e das grandes. As pessoas sairam mas ninguém as obrigou. Siram porque cá não lhe pagavam o que elas queria ou porque não tinham emprego. E não há nada condenável nisso. Agora, o que eu não aceito é que se venha propor algo como se estes tivessem sido mandados embora, quando houve outros que ficaram. Foi uma opão própia (e legítima).

Em relação ao que referes eu concordo com tudo. Acho deplorável que o incentivo seja feito através dos impostos (e não vai chegar, como provaste) e não através do preço. O preço é o melhor regulador e se para ter cá os médicos que fizerem falta for preciso pagar 5.000€ é 5.000€ que devem ser pagos. Não é pagar 3.000€ para depois isentar 50% de IRS. Isso é uma aberração económica.

Já agora, ainda podíamos ver isto da "justiça" dos que partiram de outra forma. Um tipo de engenharia fez o curso, pagando uma ninharia de 1.000€ anuais, que não chega para cobrir os custos. O restante dinheiro foi pago pelos contribuintes e ele, entretanto, foi-se embora. O custo foi de quem cá ficou e o benefício foi de quem emigrou. E agora temos de o beneficiar uma segunda vez para ele voltar com as qualificações que lhe pagámos em grande parte. Isto não cabe na cabeça de ninguém.

Preço. Preço. Preço.
Tudo deve ser pago ao preço de mercado e pelo próprio. Se o hospital ou a empresa precisa de um profissional e só o tem se pagar 5.000€, pois que pague 5.000€ ! Não é o estado que tem de se meter.

O curso custa 50K ? Pois que seja o próprio a pagar esses 50K porque é ele quem dele vai beneficiar ! (e depois ele que exija um ordenado que reflita esse investimento, senão vá para outra profissão). O estado se se quer meter seria apenas financiando cursos, com boas condições, de forma a que ninguém fique de fora por questões financeiras. Nada mais que isso.

Concordo. No UK os custos para um estudante sao 10k por ano portanto quem vai pode pedir um emprestimo e pagar ao longo do tempo...

Moppie85

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Re: Portugal falido
« Responder #15863 em: 2018-08-27 17:11:47 »
Eu concordo com a ideia e diria mais, quando fosse o Estado ( todos nós) a financiar integralmente o curso, depois teria que trabalhar obrigatoriamente X de anos no Estado. Um curso de medicina fica perto de 350K euros aos contribuintes , por isso se depois fosse obrigado a trabalhar 10 anos no Estado não seria demais.  Tipo pilotos da força aérea, dão-lhes o curso à borla, mas só ao fim de X de anos é que se podem pirar para o privado.
Eu não sei quanto custa cada curso superior (li uma vez que o de medicina custa 100K, tu falas em 350K, não faço mesmo ideia nenhuma).
Seja como for, se a pessoa souber que lhe vai custar X parece-me que não é necessário ficar a trabalhar X anos para o estado, até porque há cursos que não têm utilidade no estado. Cada um que decida onde quer trabalhar (no estado, no privado ou no estrangeiro) para reembolsar esse valor. E o estado, claro, deverá pagar a médicos e a qualquer outro profissional de acordo com o valor de mercado.

Loll

Curso de medicina em pt 350k?! So pode ser gozo. Nem 100k deve ser... Em Edinburgh (q é uma excelente escola de medicina e q deixa em condicoes qq uma das nossas a milhas) para privados (ou seja para eles terem lucro) custa 200k, sendo o gasto de certeza bem inferior. Em Portugal se custar 60k ja eu fico admirado (no meu ano eramos 320 e turmas de 15 alunos para cada docente).

Reg

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Re: Portugal falido
« Responder #15864 em: 2018-08-27 17:13:58 »
estamos no pais mais comunista europa

onde serviços podem ser maus e custo alto....
Democracia Socialista Democrata. igualdade de quem berra mais O que é meu é meu o que é teu é nosso

Moppie85

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Re: Portugal falido
« Responder #15865 em: 2018-08-27 17:35:37 »
estamos no pais mais comunista europa

onde serviços podem ser maus e custo alto....

Nao tem comparacao... Estive num hospital medio tamanho. Tem 3 scanners de rmn mais um scanner movel de mri - total de 4! As rmn pedidas para suspeita de cancro sao feitas na mesma semana (por vezes no mesmo dia). Em portugal n tens isto nem nos hospitais centrais (nem no ipo). As condicoes em termos de treino sao de deixar a boca aberta... Tem edificios feitos so para treino com todo o tipo de material. Teem bibliotecas recheadas e acesso a quase tudo o q é base de dados de artigos. Em Portugal tinha 3 salas com capacidade para 15, 30 e 40 alunos (ou seja inferior a 100) para 320*6 = 1900 alunos... para ouvir sons cardiacos tinhamos 10 estacoes e n podias usar pq o material é mto caro sem autorizacao do director do departamento... ha que por as coisas/condicoes em prespectiva... Basicamente, o q se gasta em pt com treino e com a saude é infimamente inferior ao q se gasta ca...

vifer

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Re: Portugal falido
« Responder #15866 em: 2018-08-27 18:07:31 »
è preciso pagar a esta malta em bruxelas, gurus do conhecimento

https://www.youtube.com/watch?v=MUxDp2SXstQ

ninguem quer saber!

JohnyRobaz

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Re: Portugal falido
« Responder #15867 em: 2018-08-27 18:20:10 »
è preciso pagar a esta malta em bruxelas, gurus do conhecimento

https://www.youtube.com/watch?v=MUxDp2SXstQ

ninguem quer saber!

Isso sim, é desperdiçar dinheiro... Preferia que abrissem 100 vagas em Antropologia ou Arqueologia do que andar a sustentar esse Parlamento Europeu...

Automek

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Re: Portugal falido
« Responder #15868 em: 2018-08-27 18:22:16 »
Nós temos esta tendência natural de desculpar uma coisa má com outra coisa, ainda pior.  ;D

Messiah

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Re: Portugal falido
« Responder #15869 em: 2018-08-27 18:25:43 »
estamos no pais mais comunista europa

onde serviços podem ser maus e custo alto....

Nao tem comparacao... Estive num hospital medio tamanho. Tem 3 scanners de rmn mais um scanner movel de mri - total de 4! As rmn pedidas para suspeita de cancro sao feitas na mesma semana (por vezes no mesmo dia). Em portugal n tens isto nem nos hospitais centrais (nem no ipo). As condicoes em termos de treino sao de deixar a boca aberta... Tem edificios feitos so para treino com todo o tipo de material. Teem bibliotecas recheadas e acesso a quase tudo o q é base de dados de artigos. Em Portugal tinha 3 salas com capacidade para 15, 30 e 40 alunos (ou seja inferior a 100) para 320*6 = 1900 alunos... para ouvir sons cardiacos tinhamos 10 estacoes e n podias usar pq o material é mto caro sem autorizacao do director do departamento... ha que por as coisas/condicoes em prespectiva... Basicamente, o q se gasta em pt com treino e com a saude é infimamente inferior ao q se gasta ca...

Pa basta pensar que no distrito onde vivo, que tem um liceu completamente banal, diria que tem um orcamento maior que muitas universidades em PT ...

Olhar para as contas, tudo transparente e brutal... Orcamento de 45 M de dolares/ano. O que nao fara um hospital escolar que tambem ha aqui um e sempre que la vou aquilo parece um museu de arte.

JohnyRobaz

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Re: Portugal falido
« Responder #15870 em: 2018-08-27 18:29:12 »
Nós temos esta tendência natural de desculpar uma coisa má com outra coisa, ainda pior.  ;D

Eu entendo que a nível de mercado, as especializações mais viradas para o mundo académico e não tanto para a economia em si, como são esses cursos do foro sociológico, filosófico, artístico, etc, pareçam inúteis. Mas, a meu ver, não são. A Filosofia, a Antropologia, a Arte em geral, existem neste mundo desde os antípodas e são muito responsáveis pela evolução da humanidade e do pensamento. O problema é que não se justifica com números nem com o mercado. É algo que a sociedade sustenta para que o pensamento possa progredir, para que haja pessoas que coloquem aspectos da vida em questão, pensem sobre eles fora do barulho das luzes que é o quotidiano das pessoas que vivem dentro e dependentes do "mercado". Mas isto é a minha visão das coisas...

Automek

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Re: Portugal falido
« Responder #15871 em: 2018-08-27 18:39:30 »
Eu entendo que a nível de mercado, as especializações mais viradas para o mundo académico e não tanto para a economia em si, como são esses cursos do foro sociológico, filosófico, artístico, etc, pareçam inúteis. Mas, a meu ver, não são. A Filosofia, a Antropologia, a Arte em geral, existem neste mundo desde os antípodas e são muito responsáveis pela evolução da humanidade e do pensamento. O problema é que não se justifica com números nem com o mercado. É algo que a sociedade sustenta para que o pensamento possa progredir, para que haja pessoas que coloquem aspectos da vida em questão, pensem sobre eles fora do barulho das luzes que é o quotidiano das pessoas que vivem dentro e dependentes do "mercado". Mas isto é a minha visão das coisas...
Mas ninguém impede que os cursos existam. Basta que que tenham um preço real e depois, das duas uma: ou o próprio paga e consegue receber um ordenado para reembolsar o valor ou quem considera esses cursos importantes junta-se e sustenta-os, seja através de associações que paguem os cursos, seja comprando aquilo que essas pessoas produzem, ao preço que for necessário para terem viabilidade.
Não me peçam é a minha carteira para que um tipo fique a filosofar o dia inteiro, só porque é esse o seu desejo.

Aliás, essa é a beleza do liberalismo: qualquer coisa pode subsistir desde que haja um número suficiente de pessoas para as pagar voluntariamente. Se o que dizes é tão evidente não precisas da minha carteira para o fazer. Basta a tua carteira e de todos aqueles que acharem que é importante manter esses cursos.

JohnyRobaz

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Re: Portugal falido
« Responder #15872 em: 2018-08-27 18:47:34 »
Eu entendo que a nível de mercado, as especializações mais viradas para o mundo académico e não tanto para a economia em si, como são esses cursos do foro sociológico, filosófico, artístico, etc, pareçam inúteis. Mas, a meu ver, não são. A Filosofia, a Antropologia, a Arte em geral, existem neste mundo desde os antípodas e são muito responsáveis pela evolução da humanidade e do pensamento. O problema é que não se justifica com números nem com o mercado. É algo que a sociedade sustenta para que o pensamento possa progredir, para que haja pessoas que coloquem aspectos da vida em questão, pensem sobre eles fora do barulho das luzes que é o quotidiano das pessoas que vivem dentro e dependentes do "mercado". Mas isto é a minha visão das coisas...
Mas ninguém impede que os cursos existam. Basta que que tenham um preço real e depois, das duas uma: ou o próprio paga e consegue receber um ordenado para reembolsar o valor ou quem considera esses cursos importantes junta-se e sustenta-os, seja através de associações que paguem os cursos, seja comprando aquilo que essas pessoas produzem, ao preço que for necessário para terem viabilidade.
Não me peçam é a minha carteira para que um tipo fique a filosofar o dia inteiro, só porque é esse o seu desejo.

Aliás, essa é a beleza do liberalismo: qualquer coisa pode subsistir desde que haja um número suficiente de pessoas para as pagar voluntariamente. Se o que dizes é tão evidente não precisas da minha carteira para o fazer. Basta a tua carteira e de todos aqueles que acharem que é importante manter esses cursos.

Pois, eu entendo, apesar de não pensar dessa maneira.

Já agora, por curiosidade, e visto que devem ser muito poucas, quais são as únicas funções/trabalhos/empregos que consideras que devem ser sustentadas através de impostos? Ou seja, o que é que são as únicas coisas que devem ser públicas num país, a teu ver?

Automek

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Re: Portugal falido
« Responder #15873 em: 2018-08-27 18:59:39 »
Já agora, por curiosidade, e visto que devem ser muito poucas, quais são as únicas funções/trabalhos/empregos que consideras que devem ser sustentadas através de impostos? Ou seja, o que é que são as únicas coisas que devem ser públicas num país, a teu ver?
A pergunta tem duas partes: aquilo que deve ser mesmo público e aquilo que deve ter financiamento público mas que pode ser privado.

Totalmente público: Defesa nacional, segurança pública (polícias) e protecção civil, justiça (tribunais superiores), produção legislativa e regulação.

Financiamento público mas não necessariamente público: ensino (todos os níveis, excepto universidade), saúde (seguro de saúde universal para todos, sem doenças pré existentes).

O ordenamento do território é mais complexo. Quanto mais micro for, melhor. Ou seja, que as pessoas se possam juntar em comunidades, tipo freguesias, e decidirem o que querem no seu canto. Claro que não tem nada a ver com as freguesias de hoje em dia que só são locais para distribuir tachos.

Mesmo coisas que parecem evidentes, como segurança social, não aceito o optin obrigatório. Eu devia poder prescindir de ter direito so sub de desemprego ou sub de doença, deixando de pagar a minha parte correspondente (idem para a minha entidade patronal).

Isto são principios genéricos. Agora não pegues numa vírgula do que disse e não te ponhas a dissecar como se eu tivesse escrito aqui um livro sobre o assunto. Cada área pode ser vista em mais detalhe.

JohnyRobaz

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Re: Portugal falido
« Responder #15874 em: 2018-08-27 19:10:07 »
Já agora, por curiosidade, e visto que devem ser muito poucas, quais são as únicas funções/trabalhos/empregos que consideras que devem ser sustentadas através de impostos? Ou seja, o que é que são as únicas coisas que devem ser públicas num país, a teu ver?
A pergunta tem duas partes: aquilo que deve ser mesmo público e aquilo que deve ter financiamento público mas que pode ser privado.

Totalmente público: Defesa nacional, segurança pública (polícias) e protecção civil, justiça (tribunais superiores), produção legislativa e regulação.

Financiamento público mas não necessariamente público: ensino (todos os níveis, excepto universidade), saúde (seguro de saúde universal para todos, sem doenças pré existentes).

O ordenamento do território é mais complexo. Quanto mais micro for, melhor. Ou seja, que as pessoas se possam juntar em comunidades, tipo freguesias, e decidirem o que querem no seu canto. Claro que não tem nada a ver com as freguesias de hoje em dia que só são locais para distribuir tachos.

Mesmo coisas que parecem evidentes, como segurança social, não aceito o optin obrigatório. Eu devia poder prescindir de ter direito so sub de desemprego ou sub de doença, deixando de pagar a minha parte correspondente (idem para a minha entidade patronal).

Isto são principios genéricos. Agora não pegues numa vírgula do que disse e não te ponhas a dissecar como se eu tivesse escrito aqui um livro sobre o assunto. Cada área pode ser vista em mais detalhe.

Não te preocupes, era só para ter uma ideia. Tenho o "Capitalismo e Liberdade" mas ainda não tive tempo nem vontade suficiente para o ler, mas do que consegui folhear, pareces-me identificado com o Friedman.
Gostava de saber por que razão a protecção civil e a segurança pública (polícia) não pode ser privada. Cada pessoa tinha a liberdade de garantir a sua própria segurança como bem entendesse, fosse arriscando a vida fosse contratando os seus seguranças privados. Porque hão-de obrigar-me a sustentar polícias que eu não quero? Ou, porque sustentar bombeiros, se eu achar que não vou precisar deles para nada, se quiser pagar para ter uma equipa de bombeiros privada à minha disposição mal lhes telefone? Isto pode parecer ridículo, mas pronto, na defesa nacional e justiça nem vou entrar, porque sinceramente acho totalmente absurdo colocar em questão a estatização de tais áreas. Mas as outras, gostava de saber o argumento (eu acho que sei qual é, mas vou confirmar).

Automek

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Re: Portugal falido
« Responder #15875 em: 2018-08-27 19:11:17 »
as coisas que devem ser públicas são aquelas que estão relacionadas com a soberania e/ou com a necessidade de isenção e/ou em que a organização de privados é demasiado difícil e é mais fácil ser o estado a organizar e proporcionar esse serviço.

por este princípio, como é fácil ver, quase nada precisa de ser público (e a melhor prova disso é ir a outros países e ver que são os privados a fornecer coisas que nós, portugueses, achamos que era inconcebível ser outro, que não o estado, a fornecer).

JohnyRobaz

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Re: Portugal falido
« Responder #15876 em: 2018-08-27 19:15:22 »
as coisas que devem ser públicas são aquelas que estão relacionadas com a soberania e/ou com a necessidade de isenção e/ou em que a organização de privados é demasiado difícil e é mais fácil ser o estado a organizar e proporcionar esse serviço.

por este princípio, como é fácil ver, quase nada precisa de ser público (e a melhor prova disso é ir a outros países e ver que são os privados a fornecer coisas que nós, portugueses, achamos que era inconcebível ser outro, que não o estado, a fornecer).

Pois, eu só acho que nesse leque de coisas cabem mais algumas que devem ser públicas, ou pelo menos, de financiamento público e de acesso a todos.

Há outras coisas particulares que aparentemente estão fora desse teu leque. Por exemplo, as estradas deviam ser todas privadas? O território devia poder ser todo privado? Por exemplo, as praias e as montanhas e seus parques naturais? Outra questão diferente, a vacinação: pode o indivíduo escolher vacinar os seus filhos, ou por questão de saúde pública, deve, por financiamento do estado, ser obrigado a vaciná-los?

Automek

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Re: Portugal falido
« Responder #15877 em: 2018-08-27 19:26:16 »
Há outras coisas particulares que aparentemente estão fora desse teu leque. Por exemplo, as estradas deviam ser todas privadas?
A circulação nas estradas não é gratuita. Nós pagamos ao estado o IUC. A propriedade pública não é necessária se alguém se predispor a fazer o mesmo que o estado ou até melhor, a um custo mais baixo. Não é de fácil execução, diga-se, mas não é impossível com concessões.

O território devia poder ser todo privado? Por exemplo, as praias e as montanhas e seus parques naturais?
Esta pergunta vou passar (a resposta é nim) porque é extremamente complexa. Tínhamos de falar de direitos naturais e isso é uma área que, um dia, se tiver paciência, abro um tópico próprio próprio.

Outra questão diferente, a vacinação: pode o indivíduo escolher vacinar os seus filhos, ou por questão de saúde pública, deve, por financiamento do estado, ser obrigado a vaciná-los?
Há um princípio que é perguntar se uma coisa pode causar vítimas inocentes. Por este princípio o estado deve poder forçar a vacinação compulsiva (tanto mais que são crianças, o que acrescenta outro nível de obrigação).

Automek

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Re: Portugal falido
« Responder #15878 em: 2018-08-27 19:26:52 »
Pois, eu só acho que nesse leque de coisas cabem mais algumas que devem ser públicas, ou pelo menos, de financiamento público e de acesso a todos.
queres dizer algumas ?

JohnyRobaz

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Re: Portugal falido
« Responder #15879 em: 2018-08-27 19:40:29 »
Há outras coisas particulares que aparentemente estão fora desse teu leque. Por exemplo, as estradas deviam ser todas privadas?
A circulação nas estradas não é gratuita. Nós pagamos ao estado o IUC. A propriedade pública não é necessária se alguém se predispor a fazer o mesmo que o estado ou até melhor, a um custo mais baixo. Não é de fácil execução, diga-se, mas não é impossível com concessões.

O território devia poder ser todo privado? Por exemplo, as praias e as montanhas e seus parques naturais?
Esta pergunta vou passar (a resposta é nim) porque é extremamente complexa. Tínhamos de falar de direitos naturais e isso é uma área que, um dia, se tiver paciência, abro um tópico próprio próprio.

Outra questão diferente, a vacinação: pode o indivíduo escolher vacinar os seus filhos, ou por questão de saúde pública, deve, por financiamento do estado, ser obrigado a vaciná-los?
Há um princípio que é perguntar se uma coisa pode causar vítimas inocentes. Por este princípio o estado deve poder forçar a vacinação compulsiva (tanto mais que são crianças, o que acrescenta outro nível de obrigação).

A questão é que as estradas são à partida tendencialmente monopólios. Pode haver mais que uma estrada entre A e B, mas seria tonto, a meu ver. Assim sendo, não há competitividade. Eu sei que não acreditas nessa possibilidade, mas admitindo que o Estado tem as mesmas capacidades (pode contratar as mesmas pessoas pelo mesmo dinheiro) que empresas privadas, não tendo o lucro como objectivo, mas sim apenas a sustentabilidade, o que não acontece com empresas privadas, a opção para o consumidor mais barata seria sempre ter o Estado como detentor e gestor das estradas. Este raciocínio é o mesmo para qualquer monopólio natural. Tu dirás-me que a empresa privada será sempre mais eficiente. Eu não consigo compreender essa assumpção a nível teórico, pelo que preferia compreender a razão de não ser. E, temos em Portugal as auto-estradas concessionadas, caríssimas e em péssimo estado...

Por exemplo, a saúde pública não se esgota na vacinação. Ter um serviço público que permita que pessoas carenciadas sejam tratadas gratuitamente de viroses ou outras doenças infecciosas, permite um controlo das doenças em si e garante maior segurança para a população em geral. Ter um serviço de ensino/educação público leva a que uma sociedade seja menos ignorante, e consequentemente mais civilizada.


Citar
Por este princípio, como é fácil ver, quase nada precisa de ser público (e a melhor prova disso é ir a outros países e ver que são os privados a fornecer coisas que nós, portugueses, achamos que era inconcebível ser outro, que não o estado, a fornecer).
Eu acho que na História apenas o Chile sob ditadura experimentou esse liberalismo do Friedman e não me parece que tenha resultado assim tão bem. Pelo oposto, não concordas que onde o Estado mais fornece serviço público de educação, mais civilizado é o país? (Lá vou eu para os nórdicos..)