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Autor Tópico: Portugal falido  (Lida 3461300 vezes)

JohnyRobaz

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Re: Portugal falido
« Responder #15900 em: 2018-08-28 11:25:00 »
Quando falei nos bancos reportei-me ao aparecimento da Nova Rede, penso que em 93 ou coisa do género. Foi uma revolução tremenda, tendo obrigado os bancos públicos (eram quase todos) a mudarem drasticamente. Se achas maus os bancos de hoje, tenta falar com quem os conheceu na década de 80 e 90, sem concorrência.

As telecons não é só servidores e depois é barato. Há uma infraestrutura de cablagens pesada. Aliás, tu próprios dizes que a Vodafone não existe na Covilhã. Ora, se é barato seria fácil lá estar a fazer concorrência aos outros.

Quanto ao "mas não seria viável haverem dois (hospitais) de cada no mesmo sítio, logo o monopólio iria sempre existir." talvez tenhas bastante conhecimento de todos os mercados, coisa que eu assumo não ter.
O que sei, sim, é que as pessoas na província esperam e desesperam por cuidados de saúde nos serviços públicos e não têm um cheque saúde para se irem tratar noutro lado.
E, btw, eu moro na zona de Lisboa mas não sou de Lisboa nem do Porto, sou da província e conheço muito bem a realidade. Por isso é que quero concorrência e não quero "pertencer a" como o estado monopolista insiste. Os meus pais ainda há pouco tempo podiam fazer análises no privado, pago pelo público, como acontece em muitos sitios. Mas o iluminados decidiram que isso era um serviço que tinha de ser prestado pelo estado, em monopólio. Resultado: agora são filas intermináveis no hospital da terra a que "pertencem". Porquê ? Porque não há concorrência. É indiferente que as pessoas estejam ou não contentes. No dia seguinte vão lá na mesma. O mesmo acontece com os meios complementares de diagnóstico. É isto que faz um monopólio que tu defendes.

Automek, eu já disse que em caso de funcionar, não me importo nada que seja em forma de cheque saúde. Aliás, no interior (onde também nasci e cresci) há clínicas privadas em concorrência com o Estado, ninguém impede que abras um hospital privado nessas cidades do interior em competição com os hospitais do Estado. Porque não o fazem, se em Lisboa fazem? Não creio que haja mercado suficiente para viabilizar dois hospitais ou duas universidades numa cidade do interior, mas é apenas uma opinião, não sou nenhum especialista, nem nada que se pareça. É apenas senso-comum. Eu não defendo o monopólio do Estado, mas sim que o Estado forneça um serviço público à população, principalmente onde não interessa aos privados. Isso para mim é que é importante, e da forma o mais eficiente e menos discriminatória possível.

Quanto às telecoms então estás a concordar comigo. É necessário que o Estado forneça um serviço de comunicação às pessoas a quem o mercado não consegue corresponder. Não fosse a PT estatal ter criado a infra-estrutura telefónica pelo país todo e haveria certamente aldeias sem telefone. Para não falar de internet. Mas atenção, o Estado para mim só tem que garantir a infraestrutura, e depois alugar aos privados para a explorarem em competição, se estes estiverem interessados. O mesmo para a REN. Não defendo que a EDP seja pública, mas a REN sim. Pelo menos maioritariamente, com controlo efectivo, para garantir acesso a todos.

Esse meu conceito de regulação é, como eu disse, onde o Estado não precisa de interferir directamente. Saúde e educação, eu acho que precisa.

Reg

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Re: Portugal falido
« Responder #15901 em: 2018-08-28 11:29:27 »
PT ainda cobra 15 euros a mais  para quem não tem concorrencia....

ou seja ate tem imposto de monopolio  :(


http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT72901

Basicamente nas Zonas C existe concorrência entre operadores e nas Zonas Não C não existe sendo a PT a deter o monopólio dos acessos à Internet. O objectivo seria dar a possibilidade dos restantes operadores de estenderem as suas infraestruturas para estas zonas, mas como a própria ANACOM reconhece em relatórios isso será impossível fora de grandes centros.

Assim temos Zonas C com concorrência com preços da Internet a começar em 15€ na factura ao fim do mês - Acesso com boa velocidade, possibilidade de ter acesso a TV e Zonas NC com Internet 25€ por é necessário pagar o acesso ao telefone e onde a velocidade de acesso é deficiente.


como isto o resto e igual...


vamos ver com fibra Rural paga pela UE aberta para todos isto muda para melhor ate 2020 :D
« Última modificação: 2018-08-28 11:34:23 por Reg »
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Automek

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Re: Portugal falido
« Responder #15902 em: 2018-08-28 11:44:31 »
Automek, eu já disse que em caso de funcionar, não me importo nada que seja em forma de cheque saúde. Aliás, no interior (onde também nasci e cresci) há clínicas privadas em concorrência com o Estado, ninguém impede que abras um hospital privado nessas cidades do interior em competição com os hospitais do Estado. Porque não o fazem, se em Lisboa fazem?
Não o fazem porque não há mercado na província. Porque para ser saúde "gratuita" o estado obriga as pessoas a irem aos seus hospitais. O que acontece em Lisboa é que, apesar dos hospitais "gratuitos" do estado, mesmo assim há um mercado suficiente de pessoas que abdicam dessa saúde "gratuita" e vão pagar ao privado.

Não creio que haja mercado suficiente para viabilizar dois hospitais ou duas universidades numa cidade do interior, mas é apenas uma opinião, não sou nenhum especialista, nem nada que se pareça. É apenas senso-comum.
O meu senso comum aquilo que me me diz é que há um mar de gente insatisfeita com os serviços do estado e se há muitas listas e filas de espera, é óbvio que há um enorme mercado insatisfeito que não tem alternativa porque o estado apenas permite a saúde "gratuita" nos seus serviços. Ao não permitir que a pessoa se trate, via cheque saúde, em qualquer lado, claro que vai logo castrar à nascença a concorrência.

Nada disto é a invenção da roda. Basta ir a França ou à Holanda.

Eu não defendo o monopólio do Estado, mas sim que o Estado forneça um serviço público à população, principalmente onde não interessa aos privados. Isso para mim é que é importante, e da forma o mais eficiente e menos discriminatória possível.
Fornecer não implica ter de ser público.

Quanto às telecoms então estás a concordar comigo. É necessário que o Estado forneça um serviço de comunicação às pessoas a quem o mercado não consegue corresponder. Não fosse a PT estatal ter criado a infra-estrutura telefónica pelo país todo e haveria certamente aldeias sem telefone. Para não falar de internet. Mas atenção, o Estado para mim só tem que garantir a infraestrutura, e depois alugar aos privados para a explorarem em competição, se estes estiverem interessados. O mesmo para a REN. Não defendo que a EDP seja pública, mas a REN sim. Pelo menos maioritariamente, com controlo efectivo, para garantir acesso a todos.
Bom exemplo esse da REN. A REN é privada há muitos anos e ainda não me faltou a luz em casa. A regulação faz-se por via contratual e não pela propriedade.
No caso da PT o estado não tem de ter coisa alguma, tal como não tem. Apenas tem de concessionar uma rede existente (ou concessionar a construção de uma nova, se necessário) e fazer com que o contrato obrigue ao cumprimento do serviço público (que é o que acontece). O preço da concessão já vai reflectir essa obrigação.

Temos bancos, electricidade, combustíveis, telecoms, tudo serviços essenciais e tudo sem monopólio e sem propriedade do estado. Inacreditável, não é ?

JohnyRobaz

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Re: Portugal falido
« Responder #15903 em: 2018-08-28 11:58:34 »
Automek, eu já disse que em caso de funcionar, não me importo nada que seja em forma de cheque saúde. Aliás, no interior (onde também nasci e cresci) há clínicas privadas em concorrência com o Estado, ninguém impede que abras um hospital privado nessas cidades do interior em competição com os hospitais do Estado. Porque não o fazem, se em Lisboa fazem?
Não o fazem porque não há mercado na província. Porque para ser saúde "gratuita" o estado obriga as pessoas a irem aos seus hospitais. O que acontece em Lisboa é que, apesar dos hospitais "gratuitos" do estado, mesmo assim há um mercado suficiente de pessoas que abdicam dessa saúde "gratuita" e vão pagar ao privado.

Não creio que haja mercado suficiente para viabilizar dois hospitais ou duas universidades numa cidade do interior, mas é apenas uma opinião, não sou nenhum especialista, nem nada que se pareça. É apenas senso-comum.
O meu senso comum aquilo que me me diz é que há um mar de gente insatisfeita com os serviços do estado e se há muitas listas e filas de espera, é óbvio que há um enorme mercado insatisfeito que não tem alternativa porque o estado apenas permite a saúde "gratuita" nos seus serviços. Ao não permitir que a pessoa se trate, via cheque saúde, em qualquer lado, claro que vai logo castrar à nascença a concorrência.

Nada disto é a invenção da roda. Basta ir a França ou à Holanda.

Eu não defendo o monopólio do Estado, mas sim que o Estado forneça um serviço público à população, principalmente onde não interessa aos privados. Isso para mim é que é importante, e da forma o mais eficiente e menos discriminatória possível.
Fornecer não implica ter de ser público.

Quanto às telecoms então estás a concordar comigo. É necessário que o Estado forneça um serviço de comunicação às pessoas a quem o mercado não consegue corresponder. Não fosse a PT estatal ter criado a infra-estrutura telefónica pelo país todo e haveria certamente aldeias sem telefone. Para não falar de internet. Mas atenção, o Estado para mim só tem que garantir a infraestrutura, e depois alugar aos privados para a explorarem em competição, se estes estiverem interessados. O mesmo para a REN. Não defendo que a EDP seja pública, mas a REN sim. Pelo menos maioritariamente, com controlo efectivo, para garantir acesso a todos.
Bom exemplo esse da REN. A REN é privada há muitos anos e ainda não me faltou a luz em casa. A regulação faz-se por via contratual e não pela propriedade.
No caso da PT o estado não tem de ter coisa alguma, tal como não tem. Apenas tem de concessionar uma rede existente (ou concessionar a construção de uma nova, se necessário) e fazer com que o contrato obrigue ao cumprimento do serviço público (que é o que acontece). O preço da concessão já vai reflectir essa obrigação.

Temos bancos, electricidade, combustíveis, telecoms, tudo serviços essenciais e tudo sem monopólio e sem propriedade do estado. Inacreditável, não é ?

E achas que esses serviços essenciais existiriam sem antes haver um investimento estatal? Mais uma vez, eu só preciso que o Estado garanta que haja, se os privados o fazem melhor, que façam. O problema é que por vezes não acontece.

Só mais um exemplo: a saúde oral, que só existe praticamente no privado, deveria funcionar às mil maravilhas, não é? Pois, nas grandes cidades até me parece que funciona, mas e no interior? É caríssimo! E parece que o mercado não leva a que haja a competitividade suficiente que faça baixar os preços, como seria suposto.. Pois, há um efeito cartel, que convém perceber. Depois o que acontece é isto:

https://www.omd.pt/2017/02/eurostat-estudo-saude/


Reg

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Re: Portugal falido
« Responder #15904 em: 2018-08-28 12:00:53 »
saude oral e para funcionarios publicos  com  adse ( estão quase todos grandes cidades)

o resto nao tem nada disso so vão dentista quando dor e grande  ( ha cheque dentista mas isso e so para alguns)
« Última modificação: 2018-08-28 12:09:17 por Reg »
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Automek

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Re: Portugal falido
« Responder #15905 em: 2018-08-28 12:13:08 »
E achas que esses serviços essenciais existiriam sem antes haver um investimento estatal?
Bem, a tv por cabo, a internet e as comunicações móveis apareceram maioritariamente já sem haver investimento estatal (tanto mais que há redes privadas). Idem para bombas de gasolina. O que não falta aí são redes totalmente privadas. Bancos idem (a nova rede foi toda privada de raiz). Televisões idem. O estado não foi preciso para coisa nenhuma.

Só mais um exemplo: a saúde oral, que só existe praticamente no privado, deveria funcionar às mil maravilhas, não é? Pois, nas grandes cidades até me parece que funciona, mas e no interior? É caríssimo! E parece que o mercado não leva a que haja a competitividade suficiente que faça baixar os preços, como seria suposto.. Pois, há um efeito cartel, que convém perceber. Depois o que acontece é isto:
Há duas coisas aí: preço de mercado e % de pessoas a usar.
A % de pessoas a usar está, naturalmente, relacionada com o facto do estado pagar ou não pagar. Não havendo pagamento público é claro que se espera uma % inferior de pessoas a terem cuidados dentários do que noutros países em que é pago pelo estado.

O preço ser "caríssimo", não sei qual é o preço "justo", desconheço o mercado. Qual é o preço "correcto" uma vez que é caríssimo ?

JohnyRobaz

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Re: Portugal falido
« Responder #15906 em: 2018-08-28 12:16:52 »
E achas que esses serviços essenciais existiriam sem antes haver um investimento estatal?
Bem, a tv por cabo, a internet e as comunicações móveis apareceram maioritariamente já sem haver investimento estatal (tanto mais que há redes privadas). Idem para bombas de gasolina. O que não falta aí são redes totalmente privadas. Bancos idem (a nova rede foi toda privada de raiz). Televisões idem. O estado não foi preciso para coisa nenhuma.

Só mais um exemplo: a saúde oral, que só existe praticamente no privado, deveria funcionar às mil maravilhas, não é? Pois, nas grandes cidades até me parece que funciona, mas e no interior? É caríssimo! E parece que o mercado não leva a que haja a competitividade suficiente que faça baixar os preços, como seria suposto.. Pois, há um efeito cartel, que convém perceber. Depois o que acontece é isto:
Há duas coisas aí: preço de mercado e % de pessoas a usar.
A % de pessoas a usar está, naturalmente, relacionada com o facto do estado pagar ou não pagar. Não havendo pagamento público é claro que se espera uma % inferior de pessoas a terem cuidados dentários do que noutros países em que é pago pelo estado.

O preço ser "caríssimo", não sei qual é o preço "justo", desconheço o mercado. Qual é o preço "correcto" uma vez que é caríssimo ?

Bom, tinha ideia que o investimento feito pela PT pública estava ainda a ser muito aproveitado pelo mercado concorrencial hoje em dia, mesmo pelas concorrentes da Meo... Se isso é não precisar do Estado para nada...


Não sei qual seria o preço justo do dentista, mas seria talvez aquele que não conduzisse a que fossemos o pior país da Europa a nível de saúde oral. E pelos vistos, sem intervenção do Estado, não vamos lá...
« Última modificação: 2018-08-28 12:19:44 por JohnyRobaz »

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Re: Portugal falido
« Responder #15907 em: 2018-08-28 12:20:54 »
A pt ( agora altice) nao quer partilhar a rede fibra que estado deu subsidios....

mais vez so foram dar dinheiro monopolio  :(

A UE e mais esperta  quer subsidiar rede para todos... nas zonas rurais ou com pouco povo
« Última modificação: 2018-08-28 12:23:45 por Reg »
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Re: Portugal falido
« Responder #15908 em: 2018-08-28 12:23:42 »
Não sei qual seria o preço justo, mas seria talvez aquele que não conduzisse a que fossemos o pior país da Europa a nível de saúde oral. E pelos vistos, sem intervenção do Estado, não vamos lá...
Na Holanda o estado paga cuidados dentários a 100% da população. Vão 2.5 vezes por ano ao dentista.
Em Portugal o estado não paga a quase ninguém. Vamos 0,05 vezes ao dentista.

É óbvio que tem de haver intervenção do estado se queremos subir aquele número. Mete nas mãos de 100% da população um cheque dentista e vais ver os números a disparar.

Agora, o estado paga na Holanda, não paga cá e a culpa de não irmos ao dentista é dos privados e dos cartéis ? Porra. Ainda me custa a crer que li...

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Re: Portugal falido
« Responder #15909 em: 2018-08-28 12:25:18 »
Bom, tinha ideia que o investimento feito pela PT pública estava ainda a ser muito aproveitado pelo mercado concorrencial hoje em dia, mesmo pelas concorrentes da Meo... Se isso é não precisar do Estado para nada...
Deves ser um sortudo se nunca tiveste a tua rua esburacada, pelo menos, uma vez com a introdução de novas cablagens pelas empresas privadas. E as antenas de telemóveis ? Pensas que é uma rede pública ? E a SIBS ? É pública ? (é, na parte que cabe à CGD). O que não falta aí são grandes infraestruturas privadas, importantes, que não precisaram do estado para nada.
« Última modificação: 2018-08-28 12:26:34 por Automek »

Vimeiro

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Re: Portugal falido
« Responder #15910 em: 2018-08-28 12:26:07 »
Não sei qual seria o preço justo, mas seria talvez aquele que não conduzisse a que fossemos o pior país da Europa a nível de saúde oral. E pelos vistos, sem intervenção do Estado, não vamos lá...
Na Holanda o estado paga cuidados dentários a 100% da população. Vão 2.5 vezes por ano ao dentista.
Em Portugal o estado não paga a quase ninguém. Vamos 0,05 vezes ao dentista.

É óbvio que tem de haver intervenção do estado se queremos subir aquele número. Mete nas mãos de 100% da população um cheque dentista e vais ver os números a disparar.

Agora, o estado paga na Holanda, não paga cá e a culpa de não irmos ao dentista é dos privados e dos cartéis ? Porra. Ainda me custa a crer que li...

ehehe ... quando chega à parte de dizer um valor para as consultas dentistas os colectivistas metem logo os pés pelas mãos.
Não querem ser eles a fixar 10€/consulta pois teriam os dentistas em massa a acusá-los de tudo e mais um par de botas.  :D

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Re: Portugal falido
« Responder #15911 em: 2018-08-28 12:39:06 »
Não sei qual seria o preço justo, mas seria talvez aquele que não conduzisse a que fossemos o pior país da Europa a nível de saúde oral. E pelos vistos, sem intervenção do Estado, não vamos lá...
Na Holanda o estado paga cuidados dentários a 100% da população. Vão 2.5 vezes por ano ao dentista.
Em Portugal o estado não paga a quase ninguém. Vamos 0,05 vezes ao dentista.

É óbvio que tem de haver intervenção do estado se queremos subir aquele número. Mete nas mãos de 100% da população um cheque dentista e vais ver os números a disparar.

Agora, o estado paga na Holanda, não paga cá e a culpa de não irmos ao dentista é dos privados e dos cartéis ? Porra. Ainda me custa a crer que li...

ehehe ... quando chega à parte de dizer um valor para as consultas dentistas os colectivistas metem logo os pés pelas mãos.
Não querem ser eles a fixar 10€/consulta pois teriam os dentistas em massa a acusá-los de tudo e mais um par de botas.  :D

Ora vamos lá ver se não há aqui más interpretações. Eu não sou colectivista. O que eu quero dizer com a história dos dentistas é: preferem um país como o nosso, com a pior saúde oral da Europa, e em que o Estado mal participa (não é isso que os neoliberais defendem para tudo menos segurança?), ou preferem um país como os mais desenvolvidos da Europa, em que o Estado (logo, os contribuintes) pagam a saúde oral da população? Mas então em que é que ficamos? O que é que é o bom? Estado afastado ou Estado a pagar? E atenção, pela 4ª ou 5ª vez, o que para mim é importante é de facto o Estado fornecer um serviço que seja essencial (já descrevi atrás quais considero para mim serem), se é através de cheques que seja, desde que sejam aceites em qualquer lado tudo bem. É que por exemplo, mais uma vez falando de dentistas, a maioria não aceita certos seguros de saúde. Portanto, mais uma vez, ou o Estado regularia obrigando-os a aceitar ou então a funcionar em "mercado livre", vê-se o resultado.

Reg

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Re: Portugal falido
« Responder #15912 em: 2018-08-28 12:49:29 »
cheque  dentista no valor X  e so pagar aquilo

se eles cobrarem  mais que X  o "cliente "pague o resto do seu bolso  ou va outro dentista  mais barato




« Última modificação: 2018-08-28 12:51:52 por Reg »
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Re: Portugal falido
« Responder #15913 em: 2018-08-28 12:51:21 »
Ora vamos lá ver se não há aqui más interpretações. Eu não sou colectivista. O que eu quero dizer com a história dos dentistas é: preferem um país como o nosso, com a pior saúde oral da Europa, e em que o Estado mal participa (não é isso que os neoliberais defendem para tudo menos segurança?), ou preferem um país como os mais desenvolvidos da Europa, em que o Estado (logo, os contribuintes) pagam a saúde oral da população? Mas então em que é que ficamos? O que é que é o bom? Estado afastado ou Estado a pagar? E atenção, pela 4ª ou 5ª vez, o que para mim é importante é de facto o Estado fornecer um serviço que seja essencial (já descrevi atrás quais considero para mim serem), se é através de cheques que seja, desde que sejam aceites em qualquer lado tudo bem.
Ainda não vi uma única pessoa aqui a dizer que em matéria de saúde deve ser cada um por si. Não sei de onde tiraste isso.
É que por exemplo, mais uma vez falando de dentistas, a maioria não aceita certos seguros de saúde. Portanto, mais uma vez, ou o Estado regularia obrigando-os a aceitar ou então a funcionar em "mercado livre", vê-se o resultado.
Se o estado meter um cheque dentista a 5€ e não houver adesão de dentistas privados é porque das duas uma:
- ou é um valor disparatado e tem de o aumentar
- ou os dentistas estão a ser gananciosos e o estado monta uma rede para concorrer (e terá, obrigatoriamente, de não ter custos superiores a 5€ por consulta porque foi isso que achou que era o valor justo).

JohnyRobaz

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Re: Portugal falido
« Responder #15914 em: 2018-08-28 13:14:47 »
Ora vamos lá ver se não há aqui más interpretações. Eu não sou colectivista. O que eu quero dizer com a história dos dentistas é: preferem um país como o nosso, com a pior saúde oral da Europa, e em que o Estado mal participa (não é isso que os neoliberais defendem para tudo menos segurança?), ou preferem um país como os mais desenvolvidos da Europa, em que o Estado (logo, os contribuintes) pagam a saúde oral da população? Mas então em que é que ficamos? O que é que é o bom? Estado afastado ou Estado a pagar? E atenção, pela 4ª ou 5ª vez, o que para mim é importante é de facto o Estado fornecer um serviço que seja essencial (já descrevi atrás quais considero para mim serem), se é através de cheques que seja, desde que sejam aceites em qualquer lado tudo bem.
Ainda não vi uma única pessoa aqui a dizer que em matéria de saúde deve ser cada um por si. Não sei de onde tiraste isso.
É que por exemplo, mais uma vez falando de dentistas, a maioria não aceita certos seguros de saúde. Portanto, mais uma vez, ou o Estado regularia obrigando-os a aceitar ou então a funcionar em "mercado livre", vê-se o resultado.
Se o estado meter um cheque dentista a 5€ e não houver adesão de dentistas privados é porque das duas uma:
- ou é um valor disparatado e tem de o aumentar
- ou os dentistas estão a ser gananciosos e o estado monta uma rede para concorrer (e terá, obrigatoriamente, de não ter custos superiores a 5€ por consulta porque foi isso que achou que era o valor justo).

Tens razão, a universidade é que não consideras essencial o Estado fornecer (eu considero).

Ora, 5€ obviamente é ridículo, mas a segunda alternativa é o tal fornecimento do serviço pelo Estado quando se vê que o privado não fornece, ou fornece demasiado caro para a maioria da população. Ou isso ou faz um estudo de quanto gastaria com um serviço de saúde oral por pessoa e distribuía isso em cheques-saúde. Agora, será que esse valor seria suficiente? Obviamente que não, pois falta a parcela do lucro. Ou seja, em teoria, se o Estado criasse o serviço, não tencionando ter lucro, sairia mais barato, pois gastava o mesmo e a população gastava zero. Preferencialmente, terias um cheque que gastarias indo ao Estado ou abatendo indo ao privado. Desde que não te faltasse o serviço por não teres dinheiro, por mim tudo bem.

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Re: Portugal falido
« Responder #15915 em: 2018-08-28 13:29:02 »
os funcionarios publicos andam nesta vida para terem lucro tambem... ate Instituição Particular de Solidariedade Social  andam lucrar como e caso raricimas e tal


so se forem missionarios ou algo do genero mas duvido sejam dentistas :D
« Última modificação: 2018-08-28 13:34:34 por Reg »
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Re: Portugal falido
« Responder #15916 em: 2018-08-28 13:34:07 »
Ou isso ou faz um estudo de quanto gastaria com um serviço de saúde oral por pessoa e distribuía isso em cheques-saúde. Agora, será que esse valor seria suficiente? Obviamente que não, pois falta a parcela do lucro. Ou seja, em teoria, se o Estado criasse o serviço, não tencionando ter lucro, sairia mais barato, pois gastava o mesmo e a população gastava zero. Preferencialmente, terias um cheque que gastarias indo ao Estado ou abatendo indo ao privado. Desde que não te faltasse o serviço por não teres dinheiro, por mim tudo bem.
Ora neste "obviamente" é que o raciocínio falha. Tu assumes que o estado é eficiente a gerir mas não é.
Quando a Nova Rede apareceu viu-se bem como um banco privado, tendo de incorporar a parcela do lucro, conseguia prestar um serviço muito melhor e mais eficiente do que os bancos públicos que não tinham a parcela do lucro. Naquela altura foi uma abada monumental.

Eu conheço um tipo que era director na RTP quando apareceu a SIC. Ele conta que nessa altura a RTP chegava sistematicamente mais tarde às reportagens do que a SIC.
Porquê ?
A SIC era uma estação nova e tinha o cameraman e o reporter. Um deles conduzia o carro.
Na RTP havia o cameramen, o tipo do som (que a SIC não precisava com equipamento mais moderno), o reporter e.... o motorista do carro. O resultado era obviamente a demora em reunir a equipa toda para sairem para as reportagens.
Isto não é brincadeira, atenção. É real. Os tipos da RTP só saiam com motorista.
RTP sem necessidade de lucro. SIC a ter de incluir a parcela de lucro.

Vimeiro

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Re: Portugal falido
« Responder #15917 em: 2018-08-28 13:34:22 »
Tens razão, a universidade é que não consideras essencial o Estado fornecer (eu considero).

Ora, 5€ obviamente é ridículo, mas a segunda alternativa é o tal fornecimento do serviço pelo Estado quando se vê que o privado não fornece, ou fornece demasiado caro para a maioria da população. Ou isso ou faz um estudo de quanto gastaria com um serviço de saúde oral por pessoa e distribuía isso em cheques-saúde. Agora, será que esse valor seria suficiente? Obviamente que não, pois falta a parcela do lucro. Ou seja, em teoria, se o Estado criasse o serviço, não tencionando ter lucro, sairia mais barato, pois gastava o mesmo e a população gastava zero. Preferencialmente, terias um cheque que gastarias indo ao Estado ou abatendo indo ao privado. Desde que não te faltasse o serviço por não teres dinheiro, por mim tudo bem.

Se essa teoria tivesse alguma validade ou sequer fosse exequível, então o estado prestaria todos os serviços e asseguraria todos os produtos.

O que te falta na teoria - que onde foi aplicada sempre falhou - é a parte onde assim que a parcela de lucro é eliminada, são introduzidas parcelas de corrupção, nepotismo, favorecimento partidário, favorecimento por amizada, desleixo, ausência de pressão para conter as despesas, ausência de pressão para tornar os processos mais eficientes, ausência de pressão para contratar fornecimentos de serviços ou matéria prima mais em conta, etc.

O que torna o produto final muito mais caro do que aquele que incorpora a parcela de lucro.
« Última modificação: 2018-08-28 13:36:18 por Vimeiro »

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Re: Portugal falido
« Responder #15918 em: 2018-08-28 13:40:03 »
O que te falta na teoria - que onde foi aplicada sempre falhou - é a parte onde assim que a parcela de lucro é eliminada, são introduzidas parcelas de corrupção, nepotismo, favorecimento partidário, favorecimento por amizada, desleixo, ausência de pressão para conter as despesas, ausência de pressão para tornar os processos mais eficientes, ausência de pressão para contratar fornecimentos de serviços ou matéria prima mais em conta, etc.

O que torna o produto final muito mais caro que a parcela de lucro.
É um excelente resumo !

JohnyRobaz

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Re: Portugal falido
« Responder #15919 em: 2018-08-28 14:58:28 »
Ou isso ou faz um estudo de quanto gastaria com um serviço de saúde oral por pessoa e distribuía isso em cheques-saúde. Agora, será que esse valor seria suficiente? Obviamente que não, pois falta a parcela do lucro. Ou seja, em teoria, se o Estado criasse o serviço, não tencionando ter lucro, sairia mais barato, pois gastava o mesmo e a população gastava zero. Preferencialmente, terias um cheque que gastarias indo ao Estado ou abatendo indo ao privado. Desde que não te faltasse o serviço por não teres dinheiro, por mim tudo bem.
Ora neste "obviamente" é que o raciocínio falha. Tu assumes que o estado é eficiente a gerir mas não é.
Quando a Nova Rede apareceu viu-se bem como um banco privado, tendo de incorporar a parcela do lucro, conseguia prestar um serviço muito melhor e mais eficiente do que os bancos públicos que não tinham a parcela do lucro. Naquela altura foi uma abada monumental.

Eu conheço um tipo que era director na RTP quando apareceu a SIC. Ele conta que nessa altura a RTP chegava sistematicamente mais tarde às reportagens do que a SIC.
Porquê ?
A SIC era uma estação nova e tinha o cameraman e o reporter. Um deles conduzia o carro.
Na RTP havia o cameramen, o tipo do som (que a SIC não precisava com equipamento mais moderno), o reporter e.... o motorista do carro. O resultado era obviamente a demora em reunir a equipa toda para sairem para as reportagens.
Isto não é brincadeira, atenção. É real. Os tipos da RTP só saiam com motorista.
RTP sem necessidade de lucro. SIC a ter de incluir a parcela de lucro.

Ok, eu não descuro que um privado, com inovação vinda de uma motivação de procura pelo lucro, não o mereça, baixando custos com uma maior eficiência, principalmente se for uma área em plena expansão como era a TV na altura. Já os bancos tb pode ter acontecido, mas o BES não era privado também na altura? E actualmente pode-se dizer que os bancos privados são mais eficientes que a CGD? Admito que não sei mas que não me parece...

Parece-me insensato afirmar que o Estado é por natureza menos eficiente, quando são na mesma pessoas como as outras. Admito que poderia haver mais controlo, mais exigência nalguns sectores, mas o mesmo se passa em empresas privadas.