Olá, Visitante. Por favor entre ou registe-se se ainda não for membro.

Entrar com nome de utilizador, password e duração da sessão
 

Autor Tópico: Portugal falido  (Lida 3457782 vezes)

vbm

  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 13835
    • Ver Perfil
Re: Portugal falido
« Responder #9460 em: 2015-01-11 20:03:16 »
Se querem inflação podiam começar por depositar 1.000 euros na conta de cada europeu, para cada um estoirar onde quiser. Sempre ficava abaixo dos 500.000M que andaram a estimar.

Não pode ser
porque isso é socialismo! :)

Incognitus

  • Administrator
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30961
    • Ver Perfil
Re: Portugal falido
« Responder #9461 em: 2015-01-11 20:33:47 »
Se querem inflação podiam começar por depositar 1.000 euros na conta de cada europeu, para cada um estoirar onde quiser. Sempre ficava abaixo dos 500.000M que andaram a estimar.

Não pode ser
porque isso é socialismo! :)

Nem por isso. É difícil dizer o que seja, mas não é necessariamente socialismo - aquele dinheiro seria para estoirar em coisas providenciadas pelos outros, e os outros ficariam com o dinheiro como resultado (para o gastarem eles próprios). Nunca esqueças que parte da definição de socialismo inclui a negação da propriedade privada - portanto coisas que permitam propriedade privada não podem ser socialismo.
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

Incognitus, www.thinkfn.com

Luisa Fernandes

  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 1261
    • Ver Perfil
Re: Portugal falido
« Responder #9462 em: 2015-01-12 12:40:43 »
CES considera que políticas agravam desigualdade

O Conselho Económico e Social (CES) considera que as políticas em curso têm agravado as desigualdades e são um obstáculo ao desenvolvimento do país e à melhoria das condições de vida, refere um parecer que vai ser hoje aprovado


No projeto de parecer sobre a Conta Geral do Estado de 2013, que vai ser discutido e aprovado pelo plenário do CES, são reforçadas as críticas expressas em anteriores pareceres, de que a manutenção das políticas que têm vindo a ser adotadas, e que são previstas para os próximos exercícios, "têm como consequência uma maior desigualdade na distribuição do rendimento".

 

O CES considera "a situação especialmente grave num quadro em que Portugal era já um dos países mais desiguais da União Europeia.

 

No projeto de parecer, a que a agência Lusa teve acesso, é afirmado que o Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF) e a orientação política a ele subjacente "constituem sérios obstáculos ao desenvolvimento do País e à melhoria das condições de vida da população portuguesa".

 

"Os resultados da execução orçamental em 2013 permitem confirmar o elevado risco das medidas de execução orçamental no que se refere à sua interação com a recessão/recuperação da atividade económica e as inevitáveis consequências de ordem social", refere o documento.

 

No projeto de parecer, aprovado pela Comissão Especializada em Política Económica e Social, é salientada a subida da carga fiscal em 2013 e é defendida a necessidade de segmentar e quantificar as componentes relativas à subida das taxas dos impostos e aos resultados do combate à fraude e evasões fiscais.

 

O CES considera ainda que a Conta Geral do Estado (CGE) "deverá ser, para além de um documento de prestação de contas na ótica contabilística e financeira, um instrumento político que permita igualmente avaliar a forma como as medidas de política foram executadas, tendo como referência os compromissos assumidos no correspondente Orçamento do Estado e os seus efeitos económicos e sociais".

Lusa
Quem não Offshora não mama...

Incognitus

  • Administrator
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30961
    • Ver Perfil
Re: Portugal falido
« Responder #9463 em: 2015-01-12 12:55:23 »
Em média, o CES deve representar o povo Português, e o povo Português acredita claramente nisso.

O que em parte explica o nosso atraso.

Para esses iluminados se calhar as políticas anteriores à base de dívida insustentável é que garantiam o progresso. Afinal um tipo que compra um carro a crédito sente-se logo muito mais rico.
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

Incognitus, www.thinkfn.com

Luisa Fernandes

  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 1261
    • Ver Perfil
Re: Portugal falido
« Responder #9464 em: 2015-01-12 13:04:35 »
Como os Portugueses são todos uma cambada de estúpidos e burros, propunha uma sociedade apenas formada pelo Incognitus e seus congéneres. Alias, segundo o pensamento dominante por aqui só os iluminados com as ideias da "verdade" deveriam ter direito ao voto. ;D
« Última modificação: 2015-01-12 13:06:29 por Luisa Fernandes »
Quem não Offshora não mama...

Incognitus

  • Administrator
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30961
    • Ver Perfil
Re: Portugal falido
« Responder #9465 em: 2015-01-12 13:11:55 »
Como o povo Português são todos uma cambada de estúpidos e burros, propunha uma sociedade apenas formada pelo Incognitus e seus congéneres. Alias, segundo o pensamento dominante por aqui só os iluminados com as ideias da "verdade" deveriam ter direito ao voto. ;D

Não se trata de ideias da verdade e sim coisas básicas e óbvias, que fluem directamente de perguntas simples, do género:
* Porque é que alguém contrata outra pessoa?
* Até quanto é que alguém irá pagar para contratar outra pessoa?
* O que é que todas as pessoas fazem quando confrontadas com vários serviços equivalentes a preços diferentes? Por qual optam?
* O que é que a tomada de dívida faz?
* O que é que acontece quando a tomada de dívida cessa?

Embora as respostas a estas perguntas simples sejam extraordinariamente óbvias para a esmagadora maioria das pessoas, essas mesmas pessoas quando focam o seu pensamento em coisas mais abstractas deixam de compreender as implicações dessas respostas.

O resultado é um povo em que à vontade 80% ou mais pensa como tu, das formas mais escabrosas possíveis, e por isso defende activamente medidas que provocam maior desemprego, menores salários, maiores déficits, mais dívida, etc.

Não temos que ter nenhum governo iluminado. Aliás, os governos iluminados são típicos do socialismo, porque o socialismo é que acha que sabe o que é melhor para os outros e gosta de lhes impor essa melhoria. O que temos que ter é simplesmente um governo que compreenda que cada um sabe o que é melhor para si, e portanto que crie um país mais liberal - mas com redes sociais para amparar quem não consegue tomar conta de si próprio, bem como com educação gratuita financiada pelo Estado para dar a todos condições de partida razoavelmente iguais, e saúde gratuita porque a esmagadora maioria dos problemas de saúde não são resultado de opções do próprio mas as suas consequências seriam devastadoras para as perspectivas de cada um se tivesse que pagar o seu custo.
« Última modificação: 2015-01-12 13:13:24 por Incognitus »
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

Incognitus, www.thinkfn.com

Luisa Fernandes

  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 1261
    • Ver Perfil
Re: Portugal falido
« Responder #9466 em: 2015-01-12 14:20:55 »
No teu mundo as respostas ou são brancas ou pretas, negas a realidade que na maior parte das vezes é cinzenta.

Quando para resposta ás tuas perguntas, não tomas em conta a corrupção em todas as suas vertentes, a ganancia de muitos seres humanos que tomam decisões muito importantes, o desprezo pelos outros, o achar que só o nosso trabalho é que é importante , que as dividas são promovidas devido aos actuais interesses de alguns para mal de muitos, que não podemos querer para os outros aquilo que não desejamos para os nossos filhos, qualquer resposta não tem o mínimo de valor e de realidade.
Quem não Offshora não mama...

Incognitus

  • Administrator
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30961
    • Ver Perfil
Re: Portugal falido
« Responder #9467 em: 2015-01-12 14:32:26 »
No teu mundo as respostas ou são brancas ou pretas, negas a realidade que na maior parte das vezes é cinzenta.

Quando para resposta ás tuas perguntas, não tomas em conta a corrupção em todas as suas vertentes, a ganancia de muitos seres humanos que tomam decisões muito importantes, o desprezo pelos outros, o achar que só o nosso trabalho é que é importante , que as dividas são promovidas devido aos actuais interesses de alguns para mal de muitos, que não podemos querer para os outros aquilo que não desejamos para os nossos filhos, qualquer resposta não tem o mínimo de valor e de realidade.

As coisas serem cinzentas e tudo ter uma probabilidade associada, não é razão para não se reconhecer que as respostas são esmagadoramente em determinados sentidos. Em ciêncas sociais não existem correlações a 100% e eu sou o primeiro a dizê-lo. Pelo contrário, o que tu fazes é ignorar respostas óbvias "porque as coisas são cinzentas", o que é absurdo.

A ganância de muitos seres humanos que tomam decisões muito importantes, também não a ignoro. È por isso que defendo o que defendo, e que as decisões devem ser descentralizadas e tanto quanto possível, ditadas pela generalidade dos indivíduos em vez de centralizadas. Porque assim o impacto desse problema é minizado. Tu pelo contrário como resposta a isso queres mais Estado - o que AGRAVA o problema.

A corrupção é relacionada com o ponto anterior. Mesma resposta.

O desprezo pelos outros está presente quer tenhamos mais, quer menos, Estado. Tu própria és um bom exemplo disso, ao defenderes acerrimamente medidas que prejudicam todos os outros apenas para te favoreceres a ti própria. Eu, pelo contrário, defendo que todos sejam tratados de igual forma, e se houver alguém a ser penalizado, que seja penalizado quem está a ser injustamente remunerado acima de um mercado livre.

Quem dita o valor do nosso trabalho não somos nós próprios. São os outros, que compram o seu output. Quem sobrevaloriza o valor do seu trabalho és tu, não eu. Eu reconheço que o valor que o meu trabalho terá será o que os outros lhe derem, não o que eu lhe dou. Quanto muito o valor que eu dou ao meu trabalho tem que ser confrontado com a forma como os outros o valorizam, ditanto para mim a sua continuidade ou não.

"que não podemos querer para os outros aquilo que não desejamos para os nossos filhos". Mais uma coisa que só tu praticas. Eu quero para os filhos de toda a gente os mesmos apoios, e igualdade no tratamento. Tu, não. Tu por exemplo estás feliz com uma educação pública que só apoia os filhos de alguns. Certamente que não desejarias que esse sistema não apoiasse os teus mas apoiasse os dos outros, não é? Pois bem, o sistema não me apoia a mim, que tal? É de apoiar ou de repente mudaste de opinião?

Enfim ... cada tiro, cada melro.
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

Incognitus, www.thinkfn.com

Zel

  • Visitante
Re: Portugal falido
« Responder #9468 em: 2015-01-12 14:48:22 »
a luisa finge ser por um portugal melhor para todos mas so defende as ideias que a favorecem pessoalmente, se for preciso o pais pode arder mas ela tem de ser aumentada e por ai fora

itg00022289

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 2332
    • Ver Perfil
Re: Portugal falido
« Responder #9469 em: 2015-01-12 14:58:18 »
Como o povo Português são todos uma cambada de estúpidos e burros, propunha uma sociedade apenas formada pelo Incognitus e seus congéneres. Alias, segundo o pensamento dominante por aqui só os iluminados com as ideias da "verdade" deveriam ter direito ao voto. ;D


Não se trata de ideias da verdade e sim coisas básicas e óbvias, que fluem directamente de perguntas simples, do género:
* Porque é que alguém contrata outra pessoa?
* Até quanto é que alguém irá pagar para contratar outra pessoa?
* O que é que todas as pessoas fazem quando confrontadas com vários serviços equivalentes a preços diferentes? Por qual optam?
* O que é que a tomada de dívida faz?
* O que é que acontece quando a tomada de dívida cessa?

Embora as respostas a estas perguntas simples sejam extraordinariamente óbvias para a esmagadora maioria das pessoas, essas mesmas pessoas quando focam o seu pensamento em coisas mais abstractas deixam de compreender as implicações dessas respostas.

O resultado é um povo em que à vontade 80% ou mais pensa como tu, das formas mais escabrosas possíveis, e por isso defende activamente medidas que provocam maior desemprego, menores salários, maiores déficits, mais dívida, etc.

Não temos que ter nenhum governo iluminado. Aliás, os governos iluminados são típicos do socialismo, porque o socialismo é que acha que sabe o que é melhor para os outros e gosta de lhes impor essa melhoria. O que temos que ter é simplesmente um governo que compreenda que cada um sabe o que é melhor para si, e portanto que crie um país mais liberal - mas com redes sociais para amparar quem não consegue tomar conta de si próprio, bem como com educação gratuita financiada pelo Estado para dar a todos condições de partida razoavelmente iguais, e saúde gratuita porque a esmagadora maioria dos problemas de saúde não são resultado de opções do próprio mas as suas consequências seriam devastadoras para as perspectivas de cada um se tivesse que pagar o seu custo.


Um livro bastante bom pela sua simplicidade e acessibilidade para esse tipo de raciocínio é “O Economista Insurgente, 101 perguntas incómodas sobre Portugal” http://goo.gl/AitKna

Automek

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30976
    • Ver Perfil
Re: Portugal falido
« Responder #9470 em: 2015-01-12 15:18:50 »
Também há um livro bom, mesmo para jovens tipo 10, 11 anos, é o "Como se desenvolve uma economia e porque se afunda" do Peter Schiff.
A primeira metade do livro é extraordinariamente bem ilustrativa e super simples a explicar porque é que o lucro e a procura da produtividade não são o demónio que querem fazer crer. A segunda parte do livro já não acho que tenha sido bem conseguida porque tenta explicar o sistema de reservas fraccionais mas duma forma pouco conseguida.

vbm

  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 13835
    • Ver Perfil
Re: Portugal falido
« Responder #9471 em: 2015-01-12 18:30:10 »
Um livro bastante bom pela sua simplicidade e acessibilidade para esse tipo de raciocínio é “O Economista Insurgente, 101 perguntas incómodas sobre Portugal”

Um, provavelmente desse género,
muito bom é O Economista Disfarçado
de Tim Harford, da Presença.

Local

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 15949
    • Ver Perfil
Re: Portugal falido
« Responder #9472 em: 2015-01-14 16:04:09 »
Mais um ex-governante condenado

Ex-governante condenado a pena suspensa de dois anos e dois meses de prisão
http://www.publico.pt/sociedade/noticia/exgovernante-condenado-a-pena-suspensa-de-dois-anos-e-dois-meses-de-prisao-1682206
“Our values are human rights, democracy and the rule of law, to which I see no alternative. This is why I am opposed to any ideology or any political movement that negates these values or which treads upon them once it has assumed power. In this regard there is no difference between Nazism, Fascism or Communism..”
Urmas Reinsalu

Thunder

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 2009
    • Ver Perfil
Re: Portugal falido
« Responder #9473 em: 2015-01-14 17:08:05 »
http://observador.pt/2015/01/02/custo-das-ppp-subiram-17-nos-primeiros-nove-meses-de-2014/

Encargos com parcerias público privadas (PPP) subiram 17% até setembro de 2014. Apesar dos esforços de renegociação, os custos com as PPP rodoviárias aumentaram 31% devido às novas subconcessões.

Os encargos do Estado com as parcerias público privadas (PPP) atingiram 903 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2014. Este valor, que é já líquido, descontando o efeito das portagens, representa um aumento de 17% em relação aos gastos com PPP verificados no mesmo período de 2013

Para esta subida, que já era prevista, contribuiu de forma decisiva a despesa com as PPP rodoviárias que aumentou 31% face aos primeiros nove meses de 2013, atingindo 571,7 milhões de euros. A evolução reflete a entrada em pagamento este ano de novos contratos, as subconcessões rodoviárias adjudicadas pelo governo liderado por José Sócrates.

Os dados da UTAP revelam que os pagamentos brutos às concessionárias de autoestradas realizados até setembro representavam apenas 49% da despesa prevista para todo o ano.

A unidade do Ministério das Finanças lembra, ainda, que os dados não são diretamente comparáveis com os do ano anterior devido aos calendários distintos de pagamento.

Nullius in Verba
Divide et Impera
Não há almoços grátis
Facts do not cease to exist because they are ignored
Bulls make money, bears make money.... pigs get slaughtered

Thunder

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 2009
    • Ver Perfil
Re: Portugal falido
« Responder #9474 em: 2015-01-14 18:28:24 »
No mundo da Luísa é suposto haver pessoas a trabalhar num projecto durante 12 anos sem receber qualquer salário.

No mundo desta malta o TGV não tinha era parado. Além dos 153M, tínhamos estoirado os 8.000M na obra completa, com o argumento que ia criar emprego, consumo e enorme prosperidade.


Automek, o valor é maior (até custa a acreditar).

http://observador.pt/2015/01/05/projeto-tgv-custou-153-milhoes-mesmo-sem-sair-papel/

 modelo para a implementação da rede ferroviária de alta velocidade em Portugal, sem paralelo em termos internacionais, assentava em seis contratos PPP (Parcerias Público Privadas) – quatro para linhas, um para o material circulante e outro para a sinalização e telecomunicações – cujos encargos para os parceiros públicos ascenderiam a 11,6 mil milhões de euros

Este montante inclui o esforço direto do Estado, mas também uma fatia substancial de fundos comunitários que também financiaram parte dos estudos contratados externamente.

A auditoria conclui ainda que os estudos preliminares demonstraram que o investimento não tinha viabilidade financeira. Apesar das generosas comparticipações de fundos comunitários na fase de investimento, na fase de operação o Estado teria de assumir o défice de exploração, assegurando a remuneração dos privados, através da CP e da Refer, duas empresas já altamente deficitárias.


http://www.publico.pt/economia/noticia/tgv-que-nao-saiu-do-papel-custou-153-milhoes-de-euros-1681216

Apesar de o documento arrasar o projecto, dizendo que aquele investimento “não apresentava viabilidade financeira”, não houve contraditório por parte da entidade que foi alvo desta auditoria porque a Refer, enquanto herdeira da extinta Rave, recusou fazê-lo.

Numa carta enviada ao Tribunal de Contas, Rui Loureiro, que foi nomeado por Passos Coelho para a Refer, diz que “considerando que o mesmo se reporta ao projecto de alta velocidade da responsabilidade da Rave, sociedade entretanto liquidada, entende esta empresa não ser de se pronunciar sobre o mesmo”.

http://www.publico.pt/economia/noticia/estudos-sobre-a-alta-velocidade-desapareceram-do-site-da-refer-1681397

São centenas de documentos, milhares de páginas em PDF, com inúmeros estudos relacionados com o projecto da alta velocidade que foram retirados do site da Refer um ano depois da extinção da Rave. Mas a Refer não explica por que motivo esse acervo desapareceu do seu site

Quem, até à data, não tinha descarregado os documentos que lhe interessava, ficou impossibilitado de aceder a estudos que custaram milhões, alguns deles feitos por universidades e reputadas consultoras internacionais.

Entre este património imaterial contavam-se os estudos de procura nas várias linhas, análises custo-benefício, os efeitos fiscais do projecto, o potencial da indústria nacional, a análise custo-benefício da terceira travessia do Tejo, o modelo de exploração do serviço, a análise sócio-demográfica dos corredores ferroviários, entre outros.
Documentos que, de acordo com a Lei de Acesso aos Documentos Administrativos, deveriam ser públicos, por forma a poderem ser escrutinados e utilizados por qualquer cidadão, dado terem sido pagos com dinheiros públicos e pertencerem a empresas do Estado.


-----------------

Logo um projeto que iria custar algo com 11 600 000 000 Euros e novamente num modelo de PPP. Fantástico.
Documentos não podem ser consultados pelo público.... isto é mesmo um regabofe de impunidade e de desviar capital público.

É pena que um número tão grande não esteja gravado para sempre na cabeça dos eleitores. Isto não são detalhes, são situações brutais, seria mais um lastro colossal nas costas dos contribuintes.
« Última modificação: 2015-01-14 18:29:58 por Thunder »
Nullius in Verba
Divide et Impera
Não há almoços grátis
Facts do not cease to exist because they are ignored
Bulls make money, bears make money.... pigs get slaughtered

Incognitus

  • Administrator
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30961
    • Ver Perfil
Re: Portugal falido
« Responder #9475 em: 2015-01-14 18:32:27 »
http://observador.pt/2015/01/02/custo-das-ppp-subiram-17-nos-primeiros-nove-meses-de-2014/

Encargos com parcerias público privadas (PPP) subiram 17% até setembro de 2014. Apesar dos esforços de renegociação, os custos com as PPP rodoviárias aumentaram 31% devido às novas subconcessões.

Os encargos do Estado com as parcerias público privadas (PPP) atingiram 903 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2014. Este valor, que é já líquido, descontando o efeito das portagens, representa um aumento de 17% em relação aos gastos com PPP verificados no mesmo período de 2013

Para esta subida, que já era prevista, contribuiu de forma decisiva a despesa com as PPP rodoviárias que aumentou 31% face aos primeiros nove meses de 2013, atingindo 571,7 milhões de euros. A evolução reflete a entrada em pagamento este ano de novos contratos, as subconcessões rodoviárias adjudicadas pelo governo liderado por José Sócrates.

Os dados da UTAP revelam que os pagamentos brutos às concessionárias de autoestradas realizados até setembro representavam apenas 49% da despesa prevista para todo o ano.

A unidade do Ministério das Finanças lembra, ainda, que os dados não são diretamente comparáveis com os do ano anterior devido aos calendários distintos de pagamento.


Uma coisa que deveria simplesmente ser proibida no Estado, seria adjudicar contratos cujo impacto inicial só começa noutra legislatura. Isto porque o povo é burro demais para compreender isso, e só vê o aumento concomitante da despesa e impostos. Ou seja, os contratos até poderiam extender-se por várias legislaturas, mas o montante maior destes deveria ocorrer logo na legislatura inicial (de forma a que as seguintes no máximo fossem expostas a uma manutenção ou redução de custos).
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

Incognitus, www.thinkfn.com

Zel

  • Visitante
Re: Portugal falido
« Responder #9476 em: 2015-01-14 18:34:12 »
com uma lei dessas passavam a pagar os investimento em 100 anos, terias de limitar o prazo de pagamento e exigir que os pagamentos fossem iguais no tempo

Zel

  • Visitante
Re: Portugal falido
« Responder #9477 em: 2015-01-14 18:36:02 »
lembro-me do corrupto do socrates, ja com noticias da falencia inevitavel do pais a chegarem e ja com o aumento das taxas de juro a dar problemas, assinar o TGV a pressa num sabado e pouco tempo antes de sair. era so para garantir a indemnizacao aos amigos

Incognitus

  • Administrator
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30961
    • Ver Perfil
Re: Portugal falido
« Responder #9478 em: 2015-01-14 18:38:10 »
No mundo da Luísa é suposto haver pessoas a trabalhar num projecto durante 12 anos sem receber qualquer salário.

No mundo desta malta o TGV não tinha era parado. Além dos 153M, tínhamos estoirado os 8.000M na obra completa, com o argumento que ia criar emprego, consumo e enorme prosperidade.


Automek, o valor é maior (até custa a acreditar).

http://observador.pt/2015/01/05/projeto-tgv-custou-153-milhoes-mesmo-sem-sair-papel/

 modelo para a implementação da rede ferroviária de alta velocidade em Portugal, sem paralelo em termos internacionais, assentava em seis contratos PPP (Parcerias Público Privadas) – quatro para linhas, um para o material circulante e outro para a sinalização e telecomunicações – cujos encargos para os parceiros públicos ascenderiam a 11,6 mil milhões de euros

Este montante inclui o esforço direto do Estado, mas também uma fatia substancial de fundos comunitários que também financiaram parte dos estudos contratados externamente.

A auditoria conclui ainda que os estudos preliminares demonstraram que o investimento não tinha viabilidade financeira. Apesar das generosas comparticipações de fundos comunitários na fase de investimento, na fase de operação o Estado teria de assumir o défice de exploração, assegurando a remuneração dos privados, através da CP e da Refer, duas empresas já altamente deficitárias.


http://www.publico.pt/economia/noticia/tgv-que-nao-saiu-do-papel-custou-153-milhoes-de-euros-1681216

Apesar de o documento arrasar o projecto, dizendo que aquele investimento “não apresentava viabilidade financeira”, não houve contraditório por parte da entidade que foi alvo desta auditoria porque a Refer, enquanto herdeira da extinta Rave, recusou fazê-lo.

Numa carta enviada ao Tribunal de Contas, Rui Loureiro, que foi nomeado por Passos Coelho para a Refer, diz que “considerando que o mesmo se reporta ao projecto de alta velocidade da responsabilidade da Rave, sociedade entretanto liquidada, entende esta empresa não ser de se pronunciar sobre o mesmo”.

http://www.publico.pt/economia/noticia/estudos-sobre-a-alta-velocidade-desapareceram-do-site-da-refer-1681397

São centenas de documentos, milhares de páginas em PDF, com inúmeros estudos relacionados com o projecto da alta velocidade que foram retirados do site da Refer um ano depois da extinção da Rave. Mas a Refer não explica por que motivo esse acervo desapareceu do seu site

Quem, até à data, não tinha descarregado os documentos que lhe interessava, ficou impossibilitado de aceder a estudos que custaram milhões, alguns deles feitos por universidades e reputadas consultoras internacionais.

Entre este património imaterial contavam-se os estudos de procura nas várias linhas, análises custo-benefício, os efeitos fiscais do projecto, o potencial da indústria nacional, a análise custo-benefício da terceira travessia do Tejo, o modelo de exploração do serviço, a análise sócio-demográfica dos corredores ferroviários, entre outros.
Documentos que, de acordo com a Lei de Acesso aos Documentos Administrativos, deveriam ser públicos, por forma a poderem ser escrutinados e utilizados por qualquer cidadão, dado terem sido pagos com dinheiros públicos e pertencerem a empresas do Estado.


-----------------

Logo um projeto que iria custar algo com 11 600 000 000 Euros e novamente num modelo de PPP. Fantástico.
Documentos não podem ser consultados pelo público.... isto é mesmo um regabofe de impunidade e de desviar capital público.

É pena que um número tão grande não esteja gravado para sempre na cabeça dos eleitores. Isto não são detalhes, são situações brutais, seria mais um lastro colossal nas costas dos contribuintes.


Era pouco mais de uma mileca por cidadão ou duas milecas por contribuinte. Os contribuintes não podem olhar só aos números, também têm que pensar nas pessoas. Existiam de certeza muitas pessoas que queriam que isto avançasse. Para muitas, seria mesmo o nirvana, de certeza...  :D
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

Incognitus, www.thinkfn.com

Thunder

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 2009
    • Ver Perfil
Re: Portugal falido
« Responder #9479 em: 2015-01-14 18:44:07 »

Era pouco mais de uma mileca por cidadão ou duas milecas por contribuinte. Os contribuintes não podem olhar só aos números, também têm que pensar nas pessoas. Existiam de certeza muitas pessoas que queriam que isto avançasse. Para muitas, seria mesmo o nirvana, de certeza...  :D

Estas merdas dão-me a volta ao miolo e ao estômago, são situações brutais, que colocam um lastro enorme em cima de todos. Mas é como dizes, haveria pessoal que teria vidas de marajá às custas desta brincadeira. Os facilitadores/corrompidos. Os corruptores então nem se fala. Coisas para uma família inteira (no sentido dum clã) viver muito mas mesmo muito bem, com regalias brutais, só porque gravitam na esfera do controle do capital público.
« Última modificação: 2015-01-14 18:45:09 por Thunder »
Nullius in Verba
Divide et Impera
Não há almoços grátis
Facts do not cease to exist because they are ignored
Bulls make money, bears make money.... pigs get slaughtered