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Autor Tópico: Portugal falido  (Lida 3447927 vezes)

Incognitus

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Re: Portugal falido
« Responder #8560 em: 2014-09-26 14:00:04 »
O nosso sistema é mais justo do que qualquer acordo voluntarista.

Como é que podes achar isso?

Uma acção voluntária parece intrinsecamente mais justa que uma acção imposta, pois para ser voluntária os actores têm livremente que a aceitar.
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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vbm

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Re: Portugal falido
« Responder #8561 em: 2014-09-26 14:07:18 »
O nosso sistema é mais justo do que qualquer acordo voluntarista.

Como é que podes achar isso?

Uma acção voluntária parece intrinsecamente mais justa que uma acção imposta, pois para ser voluntária os actores têm livremente que a aceitar.

Um dia, abandonarás o  teu relativismo.

Pondera: o acordo de duas vontades
pode sê-lo sobre uma inconveniência
para ambos por ignorarem
o na verdade lhes é útil.


Prefiro leis gerais baseadas
na ciência estabelecida,
sem desrespeito
por opositores
minoritários.

Incognitus

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Re: Portugal falido
« Responder #8562 em: 2014-09-26 14:29:05 »
A ciência não tem nada a dizer sobre muitas decisões políticas (a idade de reforma entre elas).
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vbm

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Re: Portugal falido
« Responder #8563 em: 2014-09-26 14:44:59 »
A ciência não tem nada a dizer sobre muitas decisões políticas (a idade de reforma entre elas).

Já vice-versa, não é assim.
Salvo para uma política de dislates.

Lucky Luke

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Re: Portugal falido
« Responder #8564 em: 2014-09-27 03:40:12 »
teria sido menos penoso para a economia reduzir a carga fiscal sobre o salário mínimo, uma vez que o custo do trabalho vai aumentando, mas o valor do trabalho está numa tendência estrutural de decréscimo

assim fica a ideia de que a coisa está a ser feita para aumentar a matéria colectável em sede de impostos
menos penoso para a economia ?
qual economia ?

Luisa Fernandes

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Re: Portugal falido
« Responder #8565 em: 2014-09-27 15:27:49 »
QUAIS SÃO AFINAL OS INTERESSES OBSCUROS QUE LEVAM A UE E O GOVERNO A SALVAR BANCOS, SABENDO QUE ESTÃO A DESTRUIR O PAÍS?

PAULO MORAIS... E NÃO SÓ, RESPONDEM...



Neste video fique a perceber porque Portugal prossegue as operações suicidas de salvar bancos falidos e colocar o país a pagar os crimes e incompetências da banca.
 Todos os nossos sacrifícios e a austeridade têm, afinal, como único objectivo salvar os bancos, porque a Merkel e os países mais fortes, têm interesse em que os bancos falidos dos países corruptos e incompetentes, não afectem e contagiem os seus países.
 Mas nada como ver e ouvir o video e perceberá que andamos a sofrer para salvar milionários corruptos e incompetentes e assegurar a salvação da banca alemã e afins.

Ajudas a Portugal e Grécia foram resgates aos bancos alemães.
 Philippe Legrain, foi conselheiro económico independente de Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, o que lhe permitiu acompanhar por dentro o essencial da gestão da crise do euro. A sua opinião, muito crítica, do que foi feito pelos líderes do euro, está expressa no livro que acabou de publicar “European Spring: Why our Economies and Politics are in a mess”.
A tese do seu livro é que a gestão da crise da dívida, ou crise do euro, foi totalmente inepta, errada e irresponsável, e que todas as consequências económicas e sociais poderiam ter sido evitadas.

@-Porque é que as coisas se passaram assim? O que é que aconteceu?
 Uma grande parte da explicação é que o sector bancário dominou os governos de todos os países e as instituições da zona euro. Foi por isso que, quando a crise financeira rebentou, foram todos a correr salvar os bancos, com consequências muito severas para as finanças públicas e sem resolver os problemas do sector bancário.
 Já é mau demais ter-se um patrão imperial porque não tem base democrática, mas é pior ainda quando este patrão lhe impõe o caminho errado.

@ - Numa união europeia, numa união monetária, governos e instituições europeias puseram os interesses dos bancos à frente do bem estar das pessoas?
 Essa é a questão essencial. Estou inteiramente de acordo. Na primeira fase da crise, já foi suficientemente mau que os contribuintes tenham tido de salvar os bancos dos seus próprios países. Mas quando o problema alastrou a toda a UE, o que aconteceu foi que a zona euro passou a ser gerida em função do interesse dos bancos do centro – ou seja, França e Alemanha – em vez de ser gerida no interesse dos cidadãos no seu conjunto. O que é profundamente injusto e insustentável.
@ - E destrutivo para a UE...
 Exactamente. Essa é a tragédia. Em resultado dos erros cometidos, a Europa está a ser destruída, o apoio à Europa caiu a pique, velhos ressentimentos foram reavivados, outros nasceram, a par de tensões sociais no interior dos países.
@ - Quando diz que os Governos e instituições estavam dominados pelos bancos quer dizer o quê?
Quero dizer que os Governos puseram os interesses dos bancos à frente dos interesses dos cidadãos...

ARTIGO COMPLETO: http://apodrecetuga.blogspot.com/2014/09/quais-sao-afinal-os-interesses-obscuros.html#ixzz3EWgWv7rb
Quem não Offshora não mama...

Incognitus

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Re: Portugal falido
« Responder #8566 em: 2014-09-27 15:50:24 »
Como se viu com o BES, quando se salva um banco "em condições", os accionistas perdem tudo, alguns credores perdem tudo e a administração é substituída. Salvam-se os depositantes, muitos trabalhadores e alguns credores séniores.

São esses que são salvos. É de não salvar isso, Luísa?
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Luso11

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Re: Portugal falido
« Responder #8567 em: 2014-09-28 21:37:15 »

A olhar para as figuras por detrás de Antonio Costa, Edit Estrela, Carlos César, o Ferro , imagino que o Mesquita e o Narciso lá estarão em espirito e nos escaparates o Sócrates e a sua entourage...

Já lá estão todos próximos do palco, cheira a poder.

Preocupante ... 

Luso11

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Re: Portugal falido
« Responder #8568 em: 2014-09-28 21:51:42 »

Pior, só mesmo passar os olhos pelos intervenientes na casa dos degredos...

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Re: Portugal falido
« Responder #8569 em: 2014-09-28 22:11:18 »

A olhar para as figuras por detrás de Antonio Costa, Edit Estrela, Carlos César, o Ferro , imagino que o Mesquita e o Narciso lá estarão em espirito e nos escaparates o Sócrates e a sua entourage...

Já lá estão todos próximos do palco, cheira a poder.

Preocupante ...



......não faltará muito......eh,eh....

....agora que "Passos para trás"......

....anda enredado.....

....nas Tecnoforma's e offshores que a financiaram......eh.eh....

http://dinheirodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=220436
« Última modificação: 2014-09-28 22:12:25 por Batman »

cp

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Re: Portugal falido
« Responder #8570 em: 2014-09-28 22:47:50 »
 ;D

Portugal no seu melhor...

Mãe de Costa pede reposição dos cortes nas pensões
Entre os apoiantes de António Costa, incondicional foi o apoio da mãe do vencedor destas primárias do PS. Maria António Palla tem já um pedido a fazer ao filho, se for primeiro-ministro que reponha o mais depressa possível os cortes nas pensões.

aqui: http://sicnoticias.sapo.pt/especiais/primariasps/2014-09-28-Mae-de-Costa-pede-reposicao-dos-cortes-nas-pensoes
http://multigestao.com

"Concentre-se nos pontos fortes, reconheça as fraquezas, agarre as oportunidades e proteja-se contra as ameaças."  (Sun Tzu, 500 a.C.).

Kin2010

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Re: Portugal falido
« Responder #8571 em: 2014-09-28 23:54:10 »
Talvez seja devido a essa cegueira que a maior parte da esquerda portuguesa manifesta (e digo eu, que simpatizo mais com a esquerda do que com a direita) sobre os cortes, a austeridade, etc, bem expressa nessa parvoíce dita pela mãe do Costa, que os países do Norte acabarão por nos dar o pontapé para fora do euro, rumo ao escudo e à hiper-inflacção. Ironicamente, essa solução levará os pensionistas e FPs a perderem muito mais do que estão a perder agora via inflacção. Talvez esse processo seja inevitável, dada a cegueira de tantos, incluindo dos juízes do TC. Talvez por deconfiar dessa inevitabilidade o Ferreira do Amaral escreveu, convencidamente, "Vamos sair do euro" (e não apenas "Por que devemos sair do euro").

Incognitus

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Re: Portugal falido
« Responder #8572 em: 2014-09-29 00:33:38 »
A mãe do Costa acredita no Unicórnio.
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purehawk

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Re: Portugal falido
« Responder #8573 em: 2014-09-29 04:21:22 »
O problema do António Costa, do José Seguro, ou de qualquer um que faça promessas de regresso ao 'Antes da Austeridade' (AdA) é que nesta europa existe uma mulher 'sexy', vestida de mini-saia vermelho cabedal saltos altos, de chibata branca na mão, que com um sopro vira o 'macho' a rabinho ao léu (já o virou ao chamado de Hollande).

Basta só uma chibatada: 'splaff'.

Segue-se depois um comunicado do 'macho' de rabo dorido informando que não existem condições para politicas diferentes e que por isso as "Medidas de Ajustamento" (renomeação de Hollande) irão continuar por tempo necessário...

Com as largas expectativas criadas no cinto à cintura (arte de enganar o pagode...) mamaram entretanto uma eleiçãozinha!

Ah ah ah...


     :)

Tridion

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Re: Portugal falido
« Responder #8574 em: 2014-09-29 12:38:10 »
Basta a esquerda fazer as mesmas coisas que a direita e falar que tem que ser, que caímos numa armadilha, que o euro tem problemas e blá-blá-blá, para o povo ir comendo e calando.

Agora o que o povo não suporta mais é a ladainha de uns certos conservadores/cristãos (nem sei bem se serão isto), que gastamos demais e merecemos castigo, que não podemos comer bife todos os dias, que há-de nascer alguém mais sério que um dado político, que 7000 € não dá para uma vida digna, que a santa intercedeu nas negociações com a troika.... e outras convicções meio religiosas meio económicas meio tontas.

E é por isso, que o Governo vai levar um grande chuto dali para fora, e não tanto por causa da acção governativa em termos económicos.
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Incognitus

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Re: Portugal falido
« Responder #8575 em: 2014-09-29 12:42:19 »
Das afirmações que colocaste, pelo menos 3 das 5 são de actores fora do governo... e as outras duas não sei.


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Re: Portugal falido
« Responder #8576 em: 2014-09-29 13:18:28 »
Das afirmações que colocaste, pelo menos 3 das 5 são de actores fora do governo... e as outras duas não sei.

Ok, é justo. Substitui por outras como "temos que empobrecer", "os jovens devem emigrar", "o tempo da impunidade acabou", que até podem ser verdade, mas que não devem ser ditas por quem tem que motivar e mobilizar os portugueses, e especialmente por quem tem uma acção governativa errática e uma conduta moral no mínima dúbia.
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Re: Portugal falido
« Responder #8577 em: 2014-09-29 13:30:01 »
Dizer que emigrar é uma opção é motivar. Emigrar é melhor do que ficar em Portugal sem ocupação. Melhor para a pessoa e para o país.

O problema de Portugal já não tem solução fácil, e a maior parte da população defende activamente medidas que só o agravarão.
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Re: Portugal falido
« Responder #8578 em: 2014-09-29 15:26:59 »
Mais umas dezenas de milhões de perdas que os contribuintes suportaram.

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Empreendimento de luxo junto à lagoa de Óbidos está insolvente

CARLOS CIPRIANO 29/09/2014 - 07:56
Considerado um dos melhores empreendimentos turísticos da Europa, o Bom Sucesso Design Resort, Leisure & Golf está na falência. Proprietários tentam salvar o campo de golfe.


O empreendimento apostou no trabalho de alguns dos mais reputados arquitectos portugueses


É um projecto PIN, atribuído durante o governo de Sócrates. Uma área de 150 hectares de eucaliptais no concelho de Óbidos, perto da lagoa, foi transformada em poucos anos num empreendimento de luxo, com padrões de qualidade de alto nível, e com uma dimensão verdadeiramente internacional. Agora está em falência.

Ancorado num campo de golfe e alavancado por um hotel de cinco estrelas (que não chegou a ser construído), o resort do Bom Sucesso apresentava um conceito pioneiro, assente no design. Vinte e três dos melhores arquitectos portugueses foram convidados a desenhar casas únicas e originais valorizando, logo à partida, um empreendimento bem localizado, perto da lagoa de Óbidos e do oceano, numa zona longe de estar massificada. O BES foi o banco financiador.

A dimensão internacional do projecto surpreendeu os próprios promotores. Mais de 70% das compras de casas foram feitas no estrangeiro, sobretudo por ingleses, irlandeses e espanhóis. As casas valiam entre 300 mil até perto de 1 milhão de euros. Ricardo Salgado tem lá uma. José Mourinho também ali comprou uma residência. E entre os espanhóis proprietários há personalidades de destaque da banca e da política do país vizinho.

A maioria dos compradores, porém, raramente lá residem. Naquilo que pode ser classificado como o “time sharing dos ricos”, os investidores adquirem a residência, podem usá-la durante um mês e deixam que o próprio resort a alugue durante o resto do ano. A rentabilidade do capital era garantido com taxas anuais entre os 3% e os 5%.

Tudo correu bem até à crise. Mas a contracção do mercado imobiliário fez com que as vendas das casas caíssem a pique. E sucedeu-se a falência de empresas que compunham a estrutura accionista do Bom Sucesso. A queda do BES, principal financiador, acelerou o naufrágio. A Caixa Nova Galícia e o Deutsche Bank estão agora entre os principais credores. E o hotel Hilton, um investimento de 27 milhões, dos quais 13,6 milhões de euros são fundos comunitários, tem a sua construção parada há nove meses.

A estrutura accionista do Bom Sucesso é complexa. Cerca de metade do seu capital pertence a um fundo imobiliário fechado que é integralmente detido pela Acordo Óbidos SA que, por sua vez, é detida a 100% pela Bom Sucesso SGPS. Estas duas últimas estão insolventes, mas o fundo existe e está em Plano Especial de Recuperação (PER). O objectivo é protegê-lo dos credores, entre eles a Caixa Nova Galícia que sobre ele reclama créditos de 30 milhões de euros.

A outra parte do capital pertence em 24% à família Graça Moura, que foi promotora do projecto, ao BES PME Capital Growth (15%) e ao Estado Português que, através da Portugal Ventures (uma operadora de capital de risco público), detém 15% do capital.

São todas estas entidades que detém, por sua vez, a empresa que trata da exploração do empreendimento (BS Actividades Hoteleiras e Turismo SA) e a que trata do campo de golfe (Golf Bom Sucesso SA). Ambas, porém, estão insolventes.

Salvar o campo de golfe
Num empreendimento deste tipo o campo de golfe é absolutamente sagrado. O seu encerramento degradaria o ambiente devido à fala de manutenção, transformando-o em semanas num terreno inóspito, arrastando consigo o valor imobiliário das casas de luxo que o circundam. Daí que, apesar de ter ido à falência em Junho, o campo de golfe do Bom Sucesso tenha continuado a funcionar durante o Verão. A BS Villas Exploração Turística Lda., empresa com um capital social de apenas mil euros,  despediu alguns trabalhadores, manteve alguns e contratou outros, e conseguiu manter o golf a funcionar. É também esta sociedade por quotas (num universo em que os accionistas do resort são todos sociedades anónimas ou fundos de investimento) que trata do condomínio do resort, mantendo-o em funcionamento e dando uma aparência de normalidade a um projecto que, do ponto de vista jurídico-financeiro, é um pântano.

Até quando pode durar esta empresa é uma incógnita, visto que as receitas não abundam e só a manutenção do golfe pode custar entre 10 a 12 mil euros por mês.

Numa visita ao empreendimento, o PÚBLICO não observou um complexo em ruínas, como a falência da sua estrutura accionista poderia indiciar, mas sim um resort de alta qualidade e altamente selectivo. À entrada, os carros são mandados parar por seguranças que desincentivam a entrada de forasteiros. Só um olhar mais atento detecta aquilo que Maria da Graça Meireles, administradora da BS Villas, reconhece: há 80 casas em construção. Muitas delas paradas, e há zonas de indisfarçáveis estaleiros abandonados em alguns bairros do empreendimento.

O Bom Sucesso tinha prevista a construção de 600 casas, mas só foram construídas 350. Ainda assim, foram vendidas 430, mas nem todas foram construídas, existindo apenas o lote pois os seus proprietários ainda não iniciaram a sua construção.

Maria da Graça Meireles diz que o empreendimento estará entre 60 a 70% daquilo que seria o seu objectivo.

Só que agora já nem se trata de o concluir, mas sim de o salvar. Manter o golfe é imprescindível. E a conclusão do hotel daria uma séria alavancagem ao projecto.

Por parte dos credores, a Portugal Ventures – que apesar de gerir dinheiro dos contribuintes não quis revelar quanto investiu no projecto – reconhece que poderá não reaver o seu capital. Fonte oficial da empresa disse ao PÚBLICO que “independentemente da sua posição de accionista, o Fundo de Capital de Risco Portugal Ventures, enquanto credor da sociedade em apreço, mantém legítimas expectativas de, no âmbito do processo de insolvência em curso, poder reaver, ainda que apenas parcialmente o investimento realizado”.

Parte da família Graça Moura, que é a mentora do projecto e sua principal promotora imobiliária, apresenta-se também como credora laboral, uma vez que alguns dos seus elementos desempenharam funções de administradores nas empresas que faliram. Uma situação criticada pelos proprietários do resort e pelos trabalhadores.

Quanto ao hotel de cinco estrelas, uma porta voz da Hilton Worldwide, em Londres, disse ao PÚBLICO que o “Hilton Bom Sucesso Óbidos Resort encontra-se suspenso enquanto aguardamos mais notícias do seu proprietário”. A empresa proprietária é a BS – Actividades Hoteleiras e Turismo SA que está insolvente. A cadeia internacional, porém, diz que “continuamos empenhados em aumentar a nossa presença em Portugal, onde agora temos três marcas com sucesso em operação”.

A imagem da Hilton pode ter ficado afectada, mas a cadeia não perdeu dinheiro com a não construção do hotel que, de resto, poderá acabar nas mãos de outra marca que o queira comprar.

O hotel, desenhado pelo arquitecto Eduardo Souto Moura, está concluído em 75% e tem 120 quartos. Estima-se que possa criar 62 a 70 postos de trabalho. Aquando do início da construção, o então presidente da Turismo de Portugal, Luís Patrão, classificou-o como “um excelente exemplo de como as coisas se devem fazer”.

O financiamento desta unidade hoteleira de cinco estrelas permanece opaco. O PÚBLICO apurou que a AICEP terá investido pelo menos 8,8 milhões de euros, visto que é esse o montante que esta entidade pública reclama devido à insolvência da promotora do hotel. Mas também o Instituto Turismo de Portugal tem nele empatados 1,2 milhões de euros, se bem que, ao contrário da AICEP, este investiu aquele montante com uma garantia bancária do BES. O BES é, de resto, também credor de 2,5 milhões de euros sobre o hotel inacabado.

Torneira do IMT fecha
Apesar de ser um concelho essencialmente rural, pouco industrializado, Óbidos teve durante anos uma fonte de receitas invejável em comparação com os municípios vizinhos e até com o resto do país. Graças a uma estratégia que privilegia os resorts selectos com clientes estrangeiros ricos, em vez do turismo doméstico e massificado, o município destaca-se nas receitas de IMI e de IMT. Em termos de IMT per capita, cada obidense recebeu em 2009 387 euros de IMT, sete vezes mais do que a média nacional e o dobro da média do Algarve.

O resort do Bom Sucesso, bem como os vizinhos Praia D’el Rey, Royal Óbidos e Quintas de Óbidos, vão ainda mantendo um fluxo razoável de receitas extraordinárias ao município. Mas, em 2012, segundo o Pordata, a receita de IMT caía já para metade. Continua, no entanto, a ser muito superior à da média nacional.

http://www.publico.pt/economia/noticia/empreendimento-de-luxo-junto-a-lagoa-de-obidos-esta-insolvente-1671151?page=-1#/0

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Re: Portugal falido
« Responder #8579 em: 2014-09-29 15:31:09 »
Se não foram todos, quase todos os PIN's deram barraca.
“Our values are human rights, democracy and the rule of law, to which I see no alternative. This is why I am opposed to any ideology or any political movement that negates these values or which treads upon them once it has assumed power. In this regard there is no difference between Nazism, Fascism or Communism..”
Urmas Reinsalu