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Autor Tópico: A solidariedade e bondade da Alemanha...  (Lida 10723 vezes)

aos_pouquinhos

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A solidariedade e bondade da Alemanha...
« em: 2012-10-08 13:54:54 »
Excerto da Revista Visão

O país de Angela Merkel, defensor primeiro da austeridade para os Estados do Sul da Europa, respondeu à crise financeira, em 2009, reduzindo os impostos e as contribuições sociais tanto aos empregadores como aos trabalhadores.

Ler mais: http://visao.sapo.pt/os-caminhos-alternativos-da-austeridade=f689816#ixzz28iAeRFJx


Portugal tem um problema de desemprego grave.
Proponham à alemanha o seguinte negócio:

Montagem de fábrica do sector automóvel (exemplo). Unica exigência do Estado Portuga é pagar os salários à malta que for aí empregue. Quanto ao resto, isentem de TSU as empresas, podem levar os lucros embora, levem também a produção.....mas paguem ao pessoal.

Consequência....baixa do desemprego (nomeadamente jovem), e dinheirinho na carteira para revitalizar o mercado interno.
Multipliquem esta empresa alemã por 100.....

Proponham à Merkel.....

A desordem é o melhor servidor da ordem estabelecida. (Jean-Paul Sartre)

Incognitus

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Re:A solidariedade e bondade da Alemanha...
« Responder #1 em: 2012-10-08 14:04:37 »
Não é a Merkel que decide onde são feitas fábricas de automóveis.
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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aos_pouquinhos

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Re:A solidariedade e bondade da Alemanha...
« Responder #2 em: 2012-10-08 14:09:42 »
Não é a Merkel que decide onde são feitas fábricas de automóveis.

Reformulo......Na conversa entre Passos e Merkel, ele que leve uns panfletos com a promoção. Concerteza ela responde que não decide nada sobre isso. Já é um bom caninho que não seja ela a decidir sobre isso mesmo. Se a diplomacia económica fosse "existente", no dia em que se fizesse tal proposta directamente às empresas, Merkel saberia bem o que fazer para dar cabo da solidariedade e bondade da Alemanhã.

A receita não é austeridade de facto.
A receita é a agressividade, nem que para isso seja necessário ir "arreliar" os grandes.

Cumprimentos

« Última modificação: 2012-10-08 14:10:17 por aos_pouquinhos »
A desordem é o melhor servidor da ordem estabelecida. (Jean-Paul Sartre)

Quico

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Re:A solidariedade e bondade da Alemanha...
« Responder #3 em: 2012-10-08 14:10:32 »
Não é a Merkel que decide onde são feitas fábricas de automóveis.


Típica visão dirigista e totalitária de um estado.
No fundo, todo o português tem uma visão socialista ou ditatorial do estado ("Se fosse eu que mandasse...").

Enquanto assim for...
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Incognitus

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Re:A solidariedade e bondade da Alemanha...
« Responder #4 em: 2012-10-08 14:13:27 »
Não é a Merkel que decide onde são feitas fábricas de automóveis.

Reformulo......Na conversa entre Passos e Merkel, ele que leve uns panfletos com a promoção. Concerteza ela responde que não decide nada sobre isso. Já é um bom caninho que não seja ela a decidir sobre isso mesmo. Se a diplomacia económica fosse "existente", no dia em que se fizesse tal proposta directamente às empresas, Merkel saberia bem o que fazer para dar cabo da solidariedade e bondade da Alemanhã.

A receita não é austeridade de facto.
A receita é a agressividade, nem que para isso seja necessário ir "arreliar" os grandes.

Cumprimentos

Certamente que esse tipo de negócio já é proposto às marcas que se aprestam a investir na Europa (que neste momento deve ser nenhuma, tendo em conta como o mercado está).
 
Mas falando de diplomacia, a diplomacia é um local onde o nosso Estado poderia cortar de forma gravosa e radical sem que a qualidade de vida dos Portugueses se ressentisse.
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aos_pouquinhos

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Re:A solidariedade e bondade da Alemanha...
« Responder #5 em: 2012-10-08 14:15:51 »
Não é a Merkel que decide onde são feitas fábricas de automóveis.

Reformulo......Na conversa entre Passos e Merkel, ele que leve uns panfletos com a promoção. Concerteza ela responde que não decide nada sobre isso. Já é um bom caninho que não seja ela a decidir sobre isso mesmo. Se a diplomacia económica fosse "existente", no dia em que se fizesse tal proposta directamente às empresas, Merkel saberia bem o que fazer para dar cabo da solidariedade e bondade da Alemanhã.

A receita não é austeridade de facto.
A receita é a agressividade, nem que para isso seja necessário ir "arreliar" os grandes.

Cumprimentos

Certamente que esse tipo de negócio já é proposto às marcas que se aprestam a investir na Europa (que neste momento deve ser nenhuma, tendo em conta como o mercado está).
 
Mas falando de diplomacia, a diplomacia é um local onde o nosso Estado poderia cortar de forma gravosa e radical sem que a qualidade de vida dos Portugueses se ressentisse.

Esse tipo de negócio não é aplicado em Portugal concerteza. Se assim fosse, até os Chineses produziam cá.
Quanto à diplomacia, não funcionando ela de facto, concordo que se corte na sua despesa. Melhoraria a austeridade sofrida pelos outros.

« Última modificação: 2012-10-08 14:16:38 por aos_pouquinhos »
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jeab

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Re:A solidariedade e bondade da Alemanha...
« Responder #6 em: 2012-10-08 18:18:43 »
Porque eles "mandam" em nós ...


Alemanha aumentou exportações em Agosto
2012-10-08 09:58:59

As exportações alemãs cresceram 2,4% em base sequencial, em agosto, apesar de uma quebra de 3,1% nas vendas para os parceiros da moeda única.

Segundo dados do serviço federal de estatística (Destatis), a Alemanha exportou bens num montante de 90,1 mil milhões de euros, importando 73,8 mil milhões.

Em resultado de um crescimento de 2,4% nas saídas, contra progressão de 0,3% nas importações, o saldo da balança germânica cifrou-se nos 16,3 mil milhões de euros.Em comparação com os fluxos de um ano antes, as vendas da Alemanha aumentaram 5,8%, enquanto as compras progrediram 0,4% em agosto de 2012.

Fonte: Diário Digital
O Socialismo acaba quando se acaba o dinheiro - Winston Churchill

Toda a vida política portuguesa pós 25 de Abril/74 está monopolizada pelos partidos políticos, liderados por carreiristas ambiciosos, medíocres e de integridade duvidosa.
Daí provém a mediocridade nacional!
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jeab

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Re:A solidariedade e bondade da Alemanha...
« Responder #7 em: 2012-10-08 18:26:42 »
E depois dá nisto ... recebem dinheiro e juros ... bolas que negócio  :D

 Dívida: Alemanha coloca 2,5 mil M€ com taxa de juro negativa
2012-10-08 11:56:00

A Alemanha colocou hoje no mercado dívida a seis meses no valor de 2.420 milhões de euros, a uma taxa de juro negativo de 0,0218 por cento, depois de em setembro ter colocado 3.400 milhões de euros a uma taxa de -0,0147 por cento.

O Budensbank anunciou hoje que o rácio de cobertura da emissão de dívida foi de 2,3 e que os investidores ofereceram 5.545 milhões de euros, citado pela EFE.

A dívida alemã mantém o seu estatuto de investimento seguro num momento de tensão no mercado da dívida na Europa, de tal forma que os investidores estão dispostos a suportar rentabilidades negativas.

Diário Digital / Lusa
O Socialismo acaba quando se acaba o dinheiro - Winston Churchill

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John_Law

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Re:A solidariedade e bondade da Alemanha...
« Responder #8 em: 2012-10-08 18:42:59 »
Não é a Merkel que decide onde são feitas fábricas de automóveis.


Típica visão dirigista e totalitária de um estado.
No fundo, todo o português tem uma visão socialista ou ditatorial do estado ("Se fosse eu que mandasse...").

Enquanto assim for...


É costumeiro. Nem depois dos mandatos de Sócrates em que foi precisamente esse o modelo económico seguido se pára para pensar.

O debate em Portugal é como esse artigo, uma soma de generalidades. "A austeridade tem um efeito recessivo." (não estou a citar o artigo), Jura? Há surpresas nesta vida... "A diminuição da procura faz baixar as receitas fiscais." O quê?! Não posso.

E depois, as "alternativas" (agora sim, do artigo):

Citar
Quarta: aposta deliberada em soluções de consumo, de mobilidade, de produção e trabalho, de qualificação das pessoas e de crédito sustentáveis, equilibradas e frugais, feita através de uma política urbana e de pequenos centros no espaço rural, o que implica um contrato radicalmente novo com as autarquias (esta é a única 'austeridade' que faz sentido). Quinta: intensa renovação da capacidade exportadora, através de acordos positivos, baseados na facilitação da ação empresarial e num compromisso com o emprego e os trabalhadores.

Ler mais: http://visao.sapo.pt/os-caminhos-alternativos-da-austeridade=f689816#ixzz28jJr53uH


E nesse sítio dos lugares comuns também se encontra a doutrina de que se os membros do governo perderem regalias se acaba com o défice.

Já agora, vou deixar mais algumas ideias que me ocorreram mesmo agora: mudar o enquadramento legal de modo a promover o emprego; fomentar investimento que implique a contratação de pessoas diminuindo o desemprego, criar um conjunto de condições fiscais para que as nossas empresas tornem mais competitivas; aumentar os salários e pensões fazendo aumentar a procura interna e aumentar as receitas fiscais; dar crédito às empresas exportadoras; realizar várias iniciativas de promoção das nossas empresas lá fora... Estarei a ser detalhado demais? Não me ocorrem mais nenhumas.

Quico

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Re:A solidariedade e bondade da Alemanha...
« Responder #9 em: 2012-10-09 00:35:34 »
Caro John Law:

"Visão"?! Nem vale a pena comentar... Basta-me a capa desta semana: um verdadeiro monumento à demagogia!

Abraço!
« Última modificação: 2012-10-09 00:36:13 por Quico »
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Re:A solidariedade e bondade da Alemanha...
« Responder #10 em: 2012-10-09 00:40:05 »
É como comparar as medidas de austeridade que temos com vários países e mostrar os detalhes nas pequenas diferenças e não dizerem o maior detalhe de todos que é na comparação somos o único pais que não pode ir aos mercados financiar ....ja mete nojo tanto jornalismo sensacionalista

Incognitus

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Re:A solidariedade e bondade da Alemanha...
« Responder #11 em: 2012-10-09 00:40:16 »
Deixo o principal da capa. Grande demagogia, mas este género de mensagem passa MUITO bem porque as pessoas estão predispostas a acreditar nela. É a base da propaganda, dar ao povo algo em que ele quer acreditar.
 
 
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Re:A solidariedade e bondade da Alemanha...
« Responder #12 em: 2012-10-09 01:07:42 »
Ao povo com falta de literacia financeira tal como estes moralistas da treta burros.
Já percebo cada vez mais porque deixei de ser assinante da visão e passei para sábado tendo a sábado
Passado a ser a mais lida .....esta semana é um bom exemplo disso.

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Re:A solidariedade e bondade da Alemanha...
« Responder #13 em: 2012-11-11 13:20:05 »
Citar
Merkel, a mulher por trás da chanceler

A vida da mulher que controla a Europa

Video: http://www.tvi24.iol.pt/503/internacional/tvi24-perfil-tvi24-merkel-angela-merkel/1391659-4073.html

Angela Merkel é a mulher mais poderosa da Europa e uma das personalidades mais influentes do mundo.

Merkel chegou a chanceler em 2005 e começou a carreira política já tarde, após a queda do muro de Berlim.

Angela Dorotheia Kasner. É com este nome que Angela Merkel é batizada em 1954. Nasceu em Hamburgo, mas foi para a Alemanha de Leste, a antiga RDA, com apenas 6 semanas. Ninguém se mudava para o leste nessa altura, mas o pai de Merkel era um pastor protestante e foi para Templin cumprir aquilo a que chamou «a minha missão», respondendo ao apelo da sua igreja.

A mãe Herlind era professora de latim e de inglês, proibida de lecionar pelo regime comunista.

Foi naquela pequena vila sob influência soviética que os pais lhe passaram os valores luteranos de autenticidade, trabalho, rigor e sacrifício. E desde cedo, Angela assumiu esta ética protestante do trabalho. O pai dizia-lhe também que tinha de ser a melhor em tudo. E foi, de facto, a melhor aluna em todos os ciclos.

A atual chanceler alemã é formada em física. Doutorou-se em química em Leipzig. Foi lá que se encontrou com a ciência e com o amor. Aos 23 anos casou com um colega de curso. A relação de ambos durou apenas 4 anos, mas o nome de casada perdurou. Foi este 1º marido que lhe deu o nome Merkel.

Já trabalhava em Berlim quando conheceu o atual companheiro: Joachim Sauer. Casou-se discretamente em 1998 quando já era ministra de Helmut Kohl.

Usa franjinha desde esses tempos em que era ministra de Kohl. Já foi menos loira, é certo. Já foi menos recatada, mas nos últimos 7 anos, desde que assumiu os destinos da Alemanha, tem sido fiel a esta farda: calça e casaco sempre iguais,em todas as cores possíveis e imagináveis. É a lei do menor esforço em termos de moda, mas uma fórmula mágica que dispensa preocupações ao longo das maratonas de negociação.

No look da mulher mais poderosa do mundo também não falta um colar, muito simples. Só faltam mesmo anéis, uma aliança, na mão.
 
Sem aliança, podemos imaginar uma Angela Merkel solteira que até tem um convidado de sonho para jantar: Vicente del Bosque. A líder da Alemanha gostava de se sentar à mesa com o selecionador espanhol para desenhar táticas futebolísticas.

O futebol, não é segredo para ninguém, agrada muito a Merkel que já foi ministra do desporto. O festejo no golo que deu a vitória à Alemanha sobre a Grécia no Euro 2012 foi muito falado e quase originou um incidente político quando a chanceler visitou a Grécia em outubro com um casaco de cor muito semelhante.

Sobre a vida privada de Angela Merkel sabe-se muito pouco. Em 7 anos de poder nunca houve uma inconfidência na imprensa.

Sabe-se que gosta de cozinhar sopa de batata e ganso com ameixas. E sempre que cozinha fá-lo ao som de música clássica. Wagner, de preferência. Faz férias nos Alpes. Foge para o campo sempre que pode e gosta de jardinagem. Uma mulher comum. Uma mutti, ou seja, uma mãezinha com autoridade para os alemães.

Para o resto do mundo: a mulher mais poderosa do planeta.

PMACS

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Re:A solidariedade e bondade da Alemanha...
« Responder #14 em: 2012-11-11 15:04:57 »
Uma pequena curiosidade que reparei agora sobre os maridos da Bola de Berlim, ambos têem nomes de fabricantes de armas, o 1º Merkel e o segundo e o 2º Sauer.
Se se casar 3º vez deve ser com um Mauser!!

Zel

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Re:A solidariedade e bondade da Alemanha...
« Responder #15 em: 2012-11-11 17:01:09 »
e' mais facil enganar os aforradores portugueses do que os mercados, forca nisso

Incognitus

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Re: Alternativas comunitárias
« Responder #16 em: 2012-11-11 23:06:58 »
Fui ler agora esse artigo da Visão, onde o diretor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, José Reis, propõe seis medidas alternativas, das quais destaco duas:

Citar
Terceiro: incentivo poderoso, através de certificados do Tesouro garantidos, à poupança dos que podem poupar, em vez da submissão patética do financiamento do Estado aos 'mercados'. Quarta: aposta deliberada em soluções de consumo, de mobilidade, de produção e trabalho, de qualificação das pessoas e de crédito sustentáveis, equilibradas e frugais, feita através de uma política urbana e de pequenos centros no espaço rural, o que implica um contrato radicalmente novo com as autarquias (esta é a única 'austeridade' que faz sentido).

Relativamente às poupanças, essa parece uma medida simples e óbvia, mas quando se pensa no forte desincentivo que aconteceu com os certificados de aforro, há alguns anos atrás, fica-se de facto com a sensação que a escolha é outra e muito diferente. Ou será que não existe mesmo quem queira poupar em instrumentos financeiros com o aval do Estado português?

Mas são as propostas do nº 4 que me parecem mais interessantes, já que pressupõem políticas descentralizadas e com o foco nas comunidades locais, tanto urbanas como rurais. É claro que uma coisa é apresentar ideias e outra, bem mais difícil, implementá-las no terreno, mas o princípio subjacente afigura-se muito positivo. Mas isso também assenta numa maior autonomia local e regional, para além de meras reformas administrativas.

So the question is: somos… ou queremos ser… deveras autónomos e não ficar para sempre dependentes de poderes centrais − sejam o Estado nacional ou a UE − desenvolvendo comunidades fortes e participativas onde o interesse individual e o coletivo não sejam antagónicos mas se harmonizem?

Isto leva-me ainda a outro ponto que, na realidade, nem me lembro de ter visto discutido em lado algum e que tem a ver com o Estado social. Mas por que razão a função social tem de ser centralizada no estado, em vez de residir nas próprias comunidades, começando talvez pela descentralização ao nível regional? Creio ter já lido algo parecido mas só ao nível dos impostos, embora não me recorde de mais pormenores. De resto, teria interesse saber como se procede a este respeito nos outros países da UE, ou seja, qual é o nível de autonomia das diversas regiões/províncias desses países e que diferenças existem em relação ao que se passa em Portugal.

No fundo, o que pretendo dizer é que não existe qualquer incompatibilidade entre uma globalização económica − e cultural e a outros níveis − e, por outro lado, uma crescente autonomia das nações e, dentro destas, as suas várias regiões. Ou seja, a globalização não deve implicar nenhum gigantismo impessoal, e muito menos plutocrata, mas antes corresponder ao conceito original de “aldeia global”, o que significa uma verdadeira comunidade a nível planetário. Só que tal não será possível nem viável se antes não existir já esse forte laço de união comunitária nos mais diversos recantos de cada país e nação, quer sejam do 1º, 2º ou 3º mundo… não importa!

Comunidade e democracia local… para um futuro (e presente) ideal! :)

Naturalmente que se existe um desequilíbrio externo, as poupanças internas não são suficientes para financiar a tomada de dívida interna.
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tatanka

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Re: Alternativas comunitárias
« Responder #17 em: 2012-11-12 19:26:31 »

Naturalmente que se existe um desequilíbrio externo, as poupanças internas não são suficientes para financiar a tomada de dívida interna.

Claro.
Mas é o que tem vindo a ser feito, por muitas empresas. Sonae, Zon, EDP, etc... têm vendido muitas obrigações ao publico geral, com sucesso.
Ainda deve haver alguma folga, para as poupanças internas absorverem divida estatal.
« Última modificação: 2012-11-12 19:26:58 por tatankov »
“I hate reality but it's still the best place to get a good steak.”
― Woody Allen

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Re: Alternativas comunitárias
« Responder #18 em: 2012-11-12 19:34:44 »

Naturalmente que se existe um desequilíbrio externo, as poupanças internas não são suficientes para financiar a tomada de dívida interna.

Claro.
Mas é o que tem vindo a ser feito, por muitas empresas. Sonae, Zon, EDP, etc... têm vendido muitas obrigações ao publico geral, com sucesso.
Ainda deve haver alguma folga, para as poupanças internas absorverem divida estatal.

Seria ainda mais grave, se tivesses um crowding out da poupança que ainda se dirige às empresas. O Estado ainda consegue esquemas para se financiar junto de entidades oficiais, as empresas poderiam ter um problema grave em mãos.
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Re:A solidariedade e bondade da Alemanha...
« Responder #19 em: 2012-11-13 01:52:45 »
Gosto da tese de ser retirada aos bancos a função de fiel depositário. Passo a explicar. Poder-se-ia criar uma única caixa de depósitos, a nível nacional. Havia uma garantia ilimitada e permanente de todos os depósitos. Essa caixa era gerida pelo Estado e garantida por ele. Os bancos privados continuavam, e cobravam comissões por cartões, movimentos, etc, e ainda emprestavam a juros, tal como hoje. As pessoas podiam abrir conta num banco privado, mas o $$ lá depositado estava sempre depositado na realidade na caixa central, e à prova de qq problema no banco. No entanto, mesmo nos depósitos, os bancos vendiam o serviço, facilidade de consulta, cheques, home banking, etc, e daí recebiam comissões. Só a função de "fiel depositário" é que deixavam de ter.

Isto podia ser uma revolução no mercado financeiro. Acabavam os bank runs, a angústia, muito espalhada, de se poder perder o que se tem depositado.