Portugal nem sequer é comparável com o Brasil, pois não tem moeda própria, embora eu consiga conceber um mecanismo excepcional de desvalorização da dívida, via revalorização, em consequência de uma mudança do sistema monetário [logo necessariamente uma só vez no tempo].
Podias clarificar a 2.ª parte da frase.
Hermes.... please....
Isto passou sem resposta, e eu também queria sabê-la.
Obrigado.
Realmente não tinha visto.
É assim, a minha aposta é que caminhamos inexorávelmente para um novo "padrão" ouro [à falta de melhor palavra], que o euro foi desenhado para a sua chegada e para se metamorfosear nesse momento.
A metamorfose consiste no euro se tornar o middle man de referência do Banco Central da Natureza através da criação de um mercado puramente físico de ouro com a profundidade das reservas de ouro do eurogrupo [cerca de 10 mil toneladas] e com a manutenção da ausência de enforcement dos contratos derivados de ouro obrigarem à entrega de ouro, i.e. os tribunais continuarão só a poder forçar a contraparte devedora a pagar moeda fiduciária.
Nesta metamorfose, os Bancos Centrais não cedem a independência monetária que conquistaram, o que varia é que as suas reservas deixam de ser em dólares e passam a ser só as reservas de ouro que já têm e que só precisam que se lhes limpe o pó.
A metamorfose do ouro é consequência da Eurolândia ter deixado de aumentar as compras de dívida pública americana em 2001 e da China tb o ter deixado de fazer em 2011/12. Está apenas 10 anos atrasada, graças aos interesses da China e de esta se preparar para a nova ordem monetária, tornando-se o maior importador de ouro. A hiperinflação do dólar já aconteceu, já leva 40 anos continuados, daí a Eurolândia e a China não precisarem de fazer nada e nada estarem a fazer.
A metamorfose do euro não consiste no euro substituir o papel do dólar nas reservas dos Bancos Centrais, consiste sim em providenciar o mercado mais líquido e com maior profundidade a quem não queira usar o euro... depois de terem descoberto que a riquesa não era o que pensavam ser, graças ao professor dólar.
Nesta metamorfose do sistema monetário internacional, os euros oleiam o comércio, mas o pagamento último [i.e. as poupanças] são em ouro, graças ao professor dólar. É a função que determina o valor, e velha nova função do ouro de ser o equilibrador último das balanças comerciais obriga a que este tenha de revalorizar acima de uma ordem de grandesa.
É esta metamorfose que salva países altamente endividados como os EUA [graças às suas 8 mil toneladas de ouro, embora tenham de prescindir do padrão dólar], bem como Portugal [se a minha memória não me falha, o Banco de Portugal tem a 8ª maior reserva de ouro per cápita]. Um pelintra que recebe uma herança é logo visto com outros olhos e passa logo a ser muito mais solvente...