http://www.cmavision.com/images/uploads/docs/CMA_Global_Sovereign_Credit_Risk_Report_Q1_2012.pdf
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Top 10 Most Risky Sovereign Credits
No 1 Trimestre de 2012 estava em 4.º lugar, mas nos relatórios mensais penso que já passou para 2.º lugar.
Esse índice só reflecte uma avaliação do risco por parte dos credores, que sempre se tem mantido em alta desde o default e que tem muito de subjectividade. Ela deriva, entre outras coisas, do ressentimento (e outros sentimentos ainda menos dignos) dos credores que ficaram altamente pendurados em 2002. Como disse, é bastante irracional. Os interesses ocidentais estariam melhor servidos se esse índice avaliasse o risco real de default
deste governo de Cristina Kirshner, e não o dos governos do irresponsável Carlos Menem, comandados pelo seu ministro das finanças, Domingo Cavallo. Mas não vai agora negar que eu não omiti esse problema no meu post: é o ponto 1º), a dificuldade da Argentina de se financiar junto dos mercados. Aliás, eu disse que era a única coisa em que Vitor Gaspar tinha razão. O não acesso a capitais estrangeiros tem muitos efeitos negativos, como sabemos por experiência própria -- entre 25 de Setembro de 1974 e 28 de Novembro de 1975, Portugal sofreu com esse tipo de circunstância. Mas, com um governo sério (não influenciável pela corrupção), responsável, e não assente num radicalismo marxista -- no qual a maioria dos portugueses não acredita -- creio que poderíamos tirar amplo partido das circunstâncias favoráveis, consubstanciadas nos pontos 2º e 3º.
Decorre do anterior que eu não acredito nem nesta política de consolidação orçamental (apoiada por PS, PSD e CDS) nem na política de renegociação da dívida, proposta por PCP e Bloco de Esquerda (isto porque a Islândia continua com dívida estratosférica). Deveríamos, isso sim, iniciar um processo de reestruturação com o objectivo de pressionar para baixo o custo dos títulos e de fazer subir os juros no mercado secundário. Isto, ao mesmo tempo que manteria na escuro os credores, seria condição para preparar o default e a recompra dos títulos de dívida a baixo preço.
Relativamente ao ano passado, temos agora a complicação adicional de parte da dívida ser detida pelos nossos parceiros europeus, signatários de FEEF. Isso deveremos agradecer a José Sócrates, Passos Coelho e Paulo Portas, pois foram eles que assinaram o desastroso memorando. Justifica-se também o agradecimento à troika e ao FEEF consubstanciado no processo de bancarrota controlada acima proposto, por motivo de o memorando ser, como diz o seu título, de
entendimento.