o que Ventura fez nesta campanha quando apontou a tudo o que podia: pensionistas, militares, polícias, professores. Tal como o Pedro Nuno Santos, André Ventura defendeu a importância estratégica da TAP nacionalizada, da CGD e da RTP. Tal como os partidos de extrema-esquerda, atacou os lucros da banca, prometeu combater a corrupção e a economia paralela sem dizer como. Nestas eleições, o CH foi um partido estatista que vê no Estado a solução para tudo porque é isso que a maioria do eleitorado está habituado a ouvir. André Ventura não quer mudar o país nem limpar Portugal. Tal como António Costa, conhece demasiado bem o país em que vive para saber que, se quiser ser governo, o que tem de fazer é gerir a estagnação com os fundos de Bruxelas
nos nao convertemos povos de bruxelas
aso André Ventura afaste o PS da governação, daqui a 30 anos Portugal continuará a sofrer com um Estado pesado, ineficiente, uma carga fiscal avassaladora, empresas e cidadãos descapitalizados e dependentes do poder político que distribui fundos de Bruxelas para garantir o voto. Um país de serviços públicos que exporta cidadãos.”
Nesse mesmo texto expliquei por que motivo a IL não devia aceitar fazer parte de um governo com o CH. A mais-valia do partido de Ventura nesse governo, “seria nenhuma, pois o Chega é o PS com outras cores.
. Sucede que, e como Ventura percebeu muito bem, a maioria do eleitorado do PS virou à direita nessa matéria de identidade, mas manteve-se à esquerda na economia. O eleitorado socialista (foi o comunista) é conservador, teme a imigração, os estrangeiros, mas também quer segurança nos empregos, manter o nível dos salários, ter acesso gratuito à saúde e à educação. É um eleitorado que não quer escolher, mas sim bem-estar, paz e sossego. Ventura sabe isso e o seu próximo passo vai ser aliciar os funcionários públicos. Se o conseguir, o PS fica em maus lençóis. Se assim for, é caso para deixar a pergunta: quanto vale a sede do Largo do Rato?