Vem aí uma grande nova tendência no Covid-19: o início de campanhas de testes serológicos, talvez em massa. Isto pode vir a ter uma grande importância para os mercados.
Até agora, quando alguém é declarado infectado oficialmente, tem-se usado testes PCR - polymerase chain reaction, que detectam fragmentos do RNA do vírus em amostras tiradas do nariz. Mas o PCR dá muitos falsos negativos por várias razões.
Primeiro, o decurso normal da infecção até a carga viral descer para zero é umas 2-3 semanas. Ao fim de 12 dias quase todos os infectados testam PCR- mesmo que ainda tenham sintomas (ver o artigo de Wu anexado, embora seja sobre o SARS 2003). Segundo, mesmo no auge da carga viral, só uns 60-70% testam PCR+. Terceiro porque a coisa às vezes é intermitente, no mesmo paciente pode dar PCR+ e pouco depois PCR-.
Por isso, há uma grande quantidade de infectados, mesmo com sintomas moderados, que nunca foram registados como um caso oficial, por não terem gerado nenhum PCR+. Muitos porque mesmo tendo sido testados a tempo deram PCR- naquele momento. Outros porque já foram testados uns dias depois do auge da carga viral. E ainda outros porque nem sequer foram testados, pois foram mandados ficar em casa.
Logo, o nº de infectados real é muito, muito superior aos que são declarados oficialmente, e estou a falar de pessoas com sintomas. Isto pode ser visto no outro artigo anexado, de Li. Estudaram a epidemia na China e concluíram que, por cada caso detectado por PCR, há cerca de 7 que são também sintomáticos, mas não são detectados por PCR.