Hoje em dia a nacionalidade e autorização de residência é muito misturada quando se fala de estrangeiros. São coisa totalmente distintas e um país com Portugal devia ser restrito no primeiro e bastante alargado no segundo.
Já disse várias vezes que nacionalidade implica ter direito de voto (portanto capacidade para influenciar a alteração da constituição, código civil e código penal que são as pedras basilares do país) e implica também propriedade de todos os recursos públicos.
Sim, e quando vives um país há anos, pagas impostos há anos para esse país, tens um filho nesse país, esse filho é educado nesse país, fala a língua desse país, cresce nesse país, e não tem direito a ter a nacionalidade desse país? A votar?
A discussão jus soil vs us sanguinis é ancestral e cada país é mais ou menos restrito nessa matéria. Não é uma coisa onde haja uma resposta certa ou errada.
Eu não recuso a nacionalidade a um estrangeiro (nesse aspecto sou um pouco mais liberal do que o Antunes). Aquilo que recuso é que seja atribuída automaticamente, como quer o Livre, a quem nasça cá (jus soil), mesmo que os pais não sejam portugueses, sem sequer acautelar se esses pais estão em Portugal há tempo suficiente para se considerar que têm laços com Portugal.
Parece-me correcto, por exemplo, que se exija, logo para começar, que os pais estejam integrados, com uma série de condições como têm os suíços. Isso já parece filtrar o turismo de nascimento e, simultaneamente, dá indícios de comprometimento e esforço dos pais para se integrarem no nosso país.
Se a isso se juntar um número mínimo de anos que os pais já cá estejam (5, 7, 10 anos ?) parece-me que temos uma condição de nacionalidade minimamente justa.
IMO mais difícil do que os nascimentos é a questão dos casamentos.