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Autor Tópico: Politicamente correcto  (Lida 127814 vezes)

Reg

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Re: Politicamente correcto
« Responder #1120 em: 2020-06-08 16:19:22 »
Antifa protesters often use a tactic called "black bloc," a style of protesting popularized by anti-government demonstrators in Europe. They typically wear all black clothing and hide their faces to avoid being identified by police, to avoid being pepper sprayed and also to cast an intimidating presence.

In both the U.S. and Europe, the "black bloc" tactics generally include rioting, vandalism and protesting without a permit.

Antifa movement could attract the kind of radical protesters that are prone to violent outbursts
These guys and women are basically deciding that there’s a violent alt-right that's threatening people and that they be the militia that will support and defend the left

os cartazes nem sao pior ....


On 1 May 2018, over 1,200 black bloc took part in demonstrations in Paris, France. Public infrastructures and stores were damaged.[57] During the demonstrations of the Yellow vests movement (autumn 2018-spring 2019) major damage was done by black bloc in Paris, Toulouse and Bordeaux. The protest resulting in the most significant amount of property damage took place in Paris when protestors took to the streets on the Champs-Élysées on 16 March 2019



estes ja ca andam munca dizem nada, tudo calado!  porque sao esquerdistas
« Última modificação: 2020-06-08 16:35:03 por Reg »
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Automek

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Re: Politicamente correcto
« Responder #1121 em: 2020-06-09 14:23:58 »
Black Lives Matter supporters compile a list of 50 UK ‘racist statues’ they want pulling down as Sadiq Khan calls for ALL London's slave trader landmarks to be removed

Qualquer dia vão querer deitar abaixo todos os castelos e palácios por terem sido financiados pelo colonialismo branco e racista dos portugueses no mundo inteiro. Podemos começar pelos Jerónimos.
« Última modificação: 2020-06-09 14:40:13 por Automek »

Reg

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Re: Politicamente correcto
« Responder #1122 em: 2020-06-09 14:39:35 »
podem comecar por africa   com reis pretos vender escravos pretos


isso fazer mundo dividido em branco preto e treta


ate parece   brancos ou pretos sao todos mesmo povo  nunca andam porrada   tiveram escravos


na iberia  os pretos tiveram escravos brancos   ........islamicos VS visigodos #eram basicamente alemaes #



quem quer ver mundo preto branco e racista esses   Black Lives Matter  sao racistas
« Última modificação: 2020-06-09 14:45:25 por Reg »
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Re: Politicamente correcto
« Responder #1123 em: 2020-06-10 10:57:23 »
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O Presidente da República assinala o Dia de Portugal com um programa mínimo no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.

Esta palhaçada de usar os jerónimos tem de parar. É tempo de dizer basta a estas comemorações do dia de um país, onde há uma grande população negra e afro descendentes, num sitio que é o panteão do D. Manuel, um dos maiores impulsionadores da barbárie colonialista portuguesa, bem como os túmulos desse palhaço do Camões, que granjeou fama enaltecendo essa selvajaria, assim como do Vasco da Gama, um desprezível português a replicar nas indias a já conhecida miséria portuguesa em África.

Reg

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Re: Politicamente correcto
« Responder #1124 em: 2020-06-10 11:04:03 »
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O Presidente da República assinala o Dia de Portugal com um programa mínimo no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.

Esta palhaçada de usar os jerónimos tem de parar. É tempo de dizer basta a estas comemorações do dia de um país, onde há uma grande população negra e afro descendentes, num sitio que é o panteão do D. Manuel, um dos maiores impulsionadores da barbárie colonialista portuguesa, bem como os túmulos desse palhaço do Camões, que granjeou fama enaltecendo essa selvajaria, assim como do Vasco da Gama, um desprezível português a replicar nas indias a já conhecida miséria portuguesa em África.

os gajos tambem eram mortos e feitos escravos....

o filho vasco gama teve este destino  a combater ao lado do reino  dos pretos

No entanto o Império Etíope estava sob ameaça dos muçulmanos e acudindo ao apelo do Imperador Cristão da Etiópia, Lebna Dengel, os portugueses intervieram militarmente, enviando para isso uma expedição de 400 homens comandados por D. Cristóvão da Gama.

Em 1542, após ter sido feito prisioneiro numa batalha contra o xeque de Zeilá, acabou por falecer vitima das torturas infligidas pelos seus captores. A obra "Historia das cousas que o mui esforçado capitão Dom Cristóvão da Gama fez nos reinos do Preste João com quatrocentos portugueses que consigo levou" (1564), de Miguel de Castanhoso, relata este episódio.
« Última modificação: 2020-06-10 11:13:05 por Reg »
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Re: Politicamente correcto
« Responder #1125 em: 2020-06-10 11:09:21 »
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O Presidente da República assinala o Dia de Portugal com um programa mínimo no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.

Esta palhaçada de usar os jerónimos tem de parar. É tempo de dizer basta a estas comemorações do dia de um país, onde há uma grande população negra e afro descendentes, num sitio que é o panteão do D. Manuel, um dos maiores impulsionadores da barbárie colonialista portuguesa, bem como os túmulos desse palhaço do Camões, que granjeou fama enaltecendo essa selvajaria, assim como do Vasco da Gama, um desprezível português a replicar nas indias a já conhecida miséria portuguesa em África.

So ha uma forma... , a solução do Vemtura..  (diferemte do Vemtura ser a soluçao)  .
Mas imfelizmemte isso mao vai acomtecer , ate porque estamos a ser aculturados pela esquerda , tal como o PT fez mo Vrasil.

E olha , pemsamdo vem o facto de aimda haver socialistas pode ate mao ser mau de todo...ate porque acredito que seja um eleitorado mais velho .
Mo dia que mao haja muitos socialistas..vais ter o Vloco e seus amigos com força e a destruirem tudo o que era Portugal (que ja ha pouco)
Portamto , de certa forma os socialistas sao uma especie de rolha..

Reg

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Re: Politicamente correcto
« Responder #1126 em: 2020-06-10 11:11:10 »
gajos iam guerra  com 400 homens

nao merecem  o politicamente correcto  hoje dia   

geronimos e bom porque foi mesmo isso

malta barco madeira dar volta mundo quando ia guerra eram poucos


nao foram eles andaram no meio mato apanhar escravos nas  guerras




« Última modificação: 2020-06-10 11:29:04 por Reg »
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Re: Politicamente correcto
« Responder #1127 em: 2020-06-10 13:01:20 »
Acho que o governo devia intervir no sentido de tornar obrigatório uma bolinha preta nos filmes a avisar para conteúdos potencialmente racistas.  :D

Citar
HBO retira "E tudo o Vento Levou" do catálogo nos EUA por perpetuar racismo
A plataforma HBO Max retirou hoje o filme "E Tudo o Vento Levou" do seu catálogo nos Estados Unidos, após a película de 1939 ser criticada durante anos por transmitir uma visão idílica da escravatura.
https://observador.pt/2020/06/10/hbo-retira-e-tudo-o-vento-levou-do-catalogo-nos-eua-por-perpetuar-racismo/

Zenith

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Re: Politicamente correcto
« Responder #1128 em: 2020-06-10 14:02:10 »
Se de acordo com o guru (Friedman) a missão social de uma empresa é maximizar os lucros e a medida representar um desvio relativamente a esse objectivo o CEO será punido pelo mercado.

Robusto

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Re: Politicamente correcto
« Responder #1129 em: 2020-06-10 14:18:06 »
Como se alguém ainda visse esse filme. Tentei assistir uma vez. Filme chato da porra  ;D

Automek

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Re: Politicamente correcto
« Responder #1130 em: 2020-06-10 14:21:30 »
mas eu não estou a criticar a hbo, era só o que faltava. estou é a gozar com as palermices do progressismo.
temos de derrubar estátuas, temos de retirar filmes, a matemática é racista, etc. este tópico já tem um par de coisas giras.
à medida que vai aumentando o rol aqui, vão também aumentando as sondagens dos venturas por esse mundo fora. mera coincidência, certamente.

Automek

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Re: Politicamente correcto
« Responder #1131 em: 2020-06-10 14:26:42 »
para que não restem dúvidas sobre o que quero dizer, penso que as pessoas estão totalmente descrentes nos partidos moderados para combater estes fanáticos progresistas (porque os políticos moderados têm medo de, ao mínimo descuido, serem considerados racistas, homófóbicos, etc.).
com os políticos moderados a furtarem-se a esse combate, as pessoas entendem que só animais do lado oposto é que os conseguem combater de igual para igual. isso é bastante evidente cá em Portugal com o Ventura (que ridiculariza o BE e o PAN), mas não é um exclusivo na europa.
primeiro aparece um extremo e depois aparece, naturalmente, o outro para o combater.
não acho que fiquemos melhor, mas é assim.

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Re: Politicamente correcto
« Responder #1132 em: 2020-06-10 14:35:47 »
claro , o chefe de estado é um famtoche.... , e todos os partidos deveriam ter represemtaçao ma assemvleia com todos os direitos tal como os que ja estao la.

Emquamto imsistirem mesta treta ....vamos lemtamemte camimhamdo mum pais comumista

JohnyRobaz

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Re: Politicamente correcto
« Responder #1133 em: 2020-06-10 14:51:30 »
https://24.sapo.pt/opiniao/artigos/porque-sou-um-privilegiado-o-meu-testemunho

Citar
Porque sou um privilegiado: o meu testemunho

A opinião de João Marecos

Sou apologista de que só devemos falar do que sabemos, por isso vou falar de privilégio, que é uma realidade que conheci a vida toda.
Sou homem, sou branco, sou heterossexual, cresci numa família estável, tive uma infância feliz, vivi num bairro seguro, numa casa muito confortável e, sem ter tudo, nunca me faltou nada.

Os meus pais têm educação superior, matricularam-me nas boas escolas públicas que existiam nas nossas boas áreas de residência, não precisei de trabalhar para pagar a universidade.

A maior parte dos meus colegas, muitos do quais se tornaram meus amigos, tem a minha cor de pele. Nunca me senti olhado de forma suspeita na rua, nunca nenhum desconhecido mudou de passeio ao ver-me chegar.

Na minha profissão de advogado, a maior parte das pessoas parece-se comigo. Nunca pensei não pertencer a um grupo ao qual quis pertencer.

Nunca pensei duas vezes em juntar uma fotografia a um CV, nunca fui rejeitado por nenhum senhorio por ser como sou. Nunca senti que fui julgado antes de me conhecerem por causa do meu nome.

Nunca vivi a mais de 20 minutos de autocarro do sítio onde estudei ou trabalhei.

Quando entro em lojas, sou recebido ou com simpatia ou com indiferença. Quando algum lojista anda atrás de mim, normalmente é para me impingir qualquer coisa: nunca senti que suspeitasse das minhas intenções.

Quando ligo a televisão, vejo sobretudo gente como eu. Quando estudei história, a esmagadora maioria dos “heróis” tinha a minha cor e o meu género, de Afonso Henriques, a Vasco da Gama, Salgueiro Maia. Até Jesus Cristo, cuja cor da pele é objeto de ampla discussão entre especialistas, me foi sempre apresentado como um homem branco, algumas vezes loiro e de olhos azuis. Cresci com essa confiança no protagonismo do homem branco – confiança que faz hoje parte de mim e da qual beneficio imensamente na minha profissão e vida social.

Em casa, ensinaram-me sempre a respeitar o outro, independentemente das suas características. Mas os ensinamentos da rua, da televisão, dos jornais, os ensinamentos do recreio da escola, os ensinamentos dos livros, e de tudo aquilo que me rodeou ao crescer, instalaram em mim preconceitos que rejeito racionalmente, profundamente, mas que ainda me percorrem o corpo, contra a minha vontade, e me instam a mudar de passeio se vem de lá alguém “com mau ar” (raramente gente com o “meu ar”), a afastar a vista se dois homens se beijam, a revirar os olhos e encolher os ombros, aceitando como normal ou expectável se me dizem que estes ou aqueles cometeram este ou aquele crime. É com o esforço da vontade que tento rejeitar esses impulsos, que vêm de um lugar onde eu não os pus, mas que estão lá, sem culpa de ninguém, por culpa de todos.



Se me comporto mal, se me envergonho ou embaraço, conto pelo menos com a segurança de só me estar a envergonhar a mim: as minhas condutas não são imputadas à cor da minha pele, às pessoas que amo, ou aos vizinhos do meu bairro.

Eu sinto que posso ter opiniões sobre tudo sem que me venham dizer que essas opiniões são próprias de “gente como tu”. Aos privilegiados como eu reconhece-se sempre a dignidade da sua individualidade, da sua irrepetibilidade enquanto seres humanos; os outros são Outros coletivamente.

Nunca beijei alguém, ou dei a mão a alguém, e senti que as pessoas à minha volta pararam para me olhar. Nunca fui o centro das atenções por fazer coisas normais; nunca deixei de as fazer para evitar esse desconforto.

Nunca me consideraram violento ou perigoso quando eu estava só enervado e falei alto. Quando fui eleito, ou promovido, ou escolhido, ninguém achou que fui eleito, promovido ou escolhido “por causa do politicamente correto”.

Nunca me senti nervoso ao passar um polícia sem ter razões para tal.

Todos os meus bonecos eram da minha cor, do Action Man ao He-Man a todas as centenas de soldados da Playmobil (os do Dragon Ball às vezes eram verdes ou cor-de-rosa). Os meus heróis na televisão também: o Goku, o Gohan, o Ash Ketchum, o Oliver Tsubasa, o Hércules, o Yugi-Oh, o Johnny Bravo. Até o Dartacão, que era um cão, era um cão branco que gostava da Julieta, a cadela com o maior pé de cabelo loiro da história da televisão.

Nunca me disseram que o cheiro do meu suor tinha um nome: mesmo quando, depois dos treinos, o seu cheiro era tão pungente que até a mim me incomodava.

Quando pergunto as horas a alguém na rua, respondem-me com naturalidade e sem medo que eu só lhes queira ver o relógio.
Nunca perguntei às minhas namoradas se elas já tinham dito aos pais qual era a minha cor. Nunca assumi que tinha de namorar alguém às escondidas. Nunca deixei de lhes dar a mão em público.

Eu não uso maquilhagem, mas sei que ela é fabricada e vendida a pensar no meu tom de pele.

Nunca me pararam num aeroporto, me levaram para uma sala, me deram um enxerto de pancada e me deixaram à morte.

Vivi a maior parte da minha vida encantado com a noção do mérito: a maravilhosa ideia de que este meu deslizar pela vida rumo ao conforto, ao sucesso e à segurança era produto do meu esforço, do meu trabalho, da minha inteligência. Entendia a meritocracia como o grande eldorado da civilização: uma sociedade onde cada um tem aquilo pelo qual trabalha.

Essa é uma ilusão à qual já não me permito. Desfez-se à primeira tentativa de enumerar todas as vantagens que eu tenho e outros não, e as desvantagens que outros têm, e eu não, e que se devem exclusivamente a fatores que eu não controlo, nunca controlei: a minha cor, o meu género, as pessoa pelas quais me sinto atraído, o sítio onde nasci, a família onde nasci, as pessoas que me educaram, as escolas onde me inscreveram, os livros que me compraram, as decisões que tomaram sobre a minha vida antes de eu ter idade para as tomar.

Eu falo de privilégio, porque é aquilo que eu conheço, apesar de me ser visível há pouco tempo. Não me sinto culpado por isso. Nasci com ele. Nele. Aconteceu-me e eu beneficiei dele a vida toda antes de me aperceber disso, e continuarei a beneficiar dele pela vida fora, hoje consciente de que ele ali está: colado à minha pele, à forma como eu falo, escrevo, no meu sotaque, na forma como me comporto em público e em privado.

Ser branco, ser homem, ser heterossexual, ter um contexto familiar estável: nunca tal se me sobressaiu, em circunstância alguma. Eu encaixo no meu mundo. É normal eu ter demorado tanto tempo a percebê-lo: quem é que se dá conta da ausência de perturbação? Apenas quem está habituado a ela. Nunca aquele que a tem como normal. Mas hoje percebo-o: não o posso desperceber, nem posso, em consciência, em humanidade, fingir que o ignoro.

Não peço desculpas pelo meu privilégio. Mas também não arranjo desculpas para ele. Não posso, com sinceridade, com honestidade, com justiça, alimentar essa construção fictícia do “mérito” quando conheço a minha circunstância e a circunstância dos outros.

Trabalhei mais do que muita gente, e menos do que muita gente, e acabarei, não duvido, atrás de muitos dos primeiros e à frente da maioria dos segundos. Li muito, estudei bastante, tive apenas duas ou três boas ideias, mas uma avenida cheia de oportunidades de falar sobre elas, na TV, na rádio, em jornais.

Não lhe chamo sorte, porque não é sorte: não foi o acaso que me traçou o privilégio. Não o ganhei num jogo de dados, não me calhou numa rifa. É produto de séculos de história, de guerras por poder, de sacrifícios pela paz social, de opressão, de violência, de silêncios, de segredos, de cobardia, de coragem. O meu privilégio não é sorte, porque é um resultado preciso, alcançado com intenção por aqueles que se parecem comigo e que viveram antes de mim.

Não me envergonho do meu privilégio. Não quero que se envergonhem vocês dos vossos, se os têm – e quase toda a gente tem algum privilégio, ainda que muito pouca tenha todos os que eu tenho. Não é esse o objetivo deste texto. Não me estou a flagelar, nem recomendo isso a ninguém: estou só a testemunhar.

Este é o meu privilégio. Não me envergonho dele, repito. Mas envergonhar-me-ia de não fazer nada com ele. Envergonhar-me-ia se me servisse para reforçar, de forma consciente, aproveitadora, parasitária, a minha vantagem natural, imerecida, sobre os outros. Isso mesmo: imerecida. Ninguém nasce a merecer mais ou menos que ninguém e, ainda assim, nascemos todos em partes diferentes nesse espetro do privilégio. Desse lugar onde nascemos, partimos para a vida, como se de uma corrida de obstáculos se tratasse, uns a correr os 100 metros desimpedidos, outras maratonas com areias movediças, lagos com crocodilos e alçapões no final de cada etapa. Pelo meio, milhares de milhões de percursos diferentes, uns mais difíceis do que outros, alguns aparentemente sem fim.

Só que isto não é uma corrida. Não há verdadeiramente uma competição, se todos corremos percursos diferentes. Reconheço beleza naquela ideia da minha juventude, todos a correrem por si, e no final cada um obtém o que obteve com o seu esforço, com a sua capacidade. Reconheço-lhe beleza, mas não lhe reconheço mais nada. Não partimos juntos. Partimos separados, separadíssimos. Precisamos de dar as mãos. Começando naquele que parte lá à frente de todos, que dá à mão ao segundo, ao terceiro, ao quarto, e por aí fora, até ao que está lá atrás, tão distante que eu nem sequer o vejo, aqui de onde estou. É para dar as mãos, primeiro, e depois é para puxar, com força. Desse puxão resultarão duas coisas: os que estão lá à frente vão deslizar um bocadinho cá para trás. Contudo, como têm mais força, vão certamente puxar os de trás lá para a frente, em muito maior medida. É uma troca para a qual temos de estar disponíveis.

Esta é uma imagem, uma metáfora bonitinha para um cenário dramático, mas não queria terminar este texto ao som dos violinos. A realidade faz-se de mãos dadas, sim: as mãos dadas das políticas concretas de solidariedade social, da redistribuição de riqueza, do investimento sério em educação, em habitação, em infraestruturas, em segurança, da promoção da cultura, das culturas desprivilegiadas, dos seus criadores, das suas vozes, das suas histórias.

É o que eu tenho de fazer com o meu privilégio. Sentar-me pelos meus direitos e, de seguida, quase como se fosse o mesmo gesto (mas não o sendo exatamente), levantar-me pelos direitos dos outros: talvez o derradeiro exercício do privilégio.

"Este exercício foi inspirado pelo artigo "White Privilege and Male Privilege: A Personal Account of Coming to See Correspondences Through Work in Women's Studies (1988)", de Peggy McIntosh.

Extremos sempre existiram, e sempre existirão, infelizmente. Eu prefiro os moderados (ainda estou para ver se alguém chama o João Marecos de esquerdalha).
Para mim, na política o objectivo não é atacar um extremo transformando-nos no extremo oposto, é apresentar propostas moderadas que por si só sequem as propostas extremistas. Os extremos querem subir à custa da descida do outro, os moderados querem apenas que todos subam em bloco, ainda que menos.

Zenith

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Re: Politicamente correcto
« Responder #1134 em: 2020-06-10 15:01:06 »
Um excelente texto.
Mas deve viver numa pequena aldeia isolada onde ainda não chegou a impediosa perseguição ao homem branco  ;D
« Última modificação: 2020-06-10 16:26:38 por Zenith »

Automek

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Re: Politicamente correcto
« Responder #1135 em: 2020-06-10 15:11:45 »
E ainda não foi preterido na empresa a favor de uma mulher branca, por ser preciso cumprir quotas (isto para não meter negros e ciganos na conversa).

JohnyRobaz

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Re: Politicamente correcto
« Responder #1136 em: 2020-06-10 15:30:51 »
De facto, temos que continuar a busca pela opinião do injustiçado homem branco heterossexual cristão que nasceu numa família de bem e a quem nunca faltou nada, o grande representante do drástico problema social que vivemos hoje, no século XXI. Ou em todos os séculos, quem sabe hoje em dia? É inimaginável e incomparável o seu potencial sofrimento derivado do desprezo e da negativa parcialidade que certamente sentiu a vida toda por parte de uma sociedade que valoriza todos menos ele, logo ele, que representa a maioria. O sofrimento da maioria: o verdadeiro drama social actual.

Tridion

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Re: Politicamente correcto
« Responder #1137 em: 2020-06-10 15:38:42 »
A forma como sentimos as injustiças do mundo diz mais sobre nós, do que da sociedade em que nos inserimos.

Não compreendo pessoas que discriminam com base na diferença, nem pessoas que se sentem envergonhados de serem aquilo que são.
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JohnyRobaz

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Re: Politicamente correcto
« Responder #1138 em: 2020-06-10 15:48:46 »
A forma como sentimos as injustiças do mundo diz mais sobre nós, do que da sociedade em que nos inserimos.

Não compreendo pessoas que discriminam com base na diferença, nem pessoas que se sentem envergonhados de serem aquilo que são.

Exactamente, e o autor do texto é claro em dizer que não se envergonha de ser o que é.

Automek

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Re: Politicamente correcto
« Responder #1139 em: 2020-06-10 15:49:00 »
Robaz, também não é aceitável corrigir injustiças com outras injustiças.

Para não me meter na questão dos negros e ciganos, falemos em homens brancos vs mulheres brancas.

Sabendo a composição rapazes / raparigas nos cursos de engenharia civil / electrotécnica, etc., assim como a composição homens / mulheres em profisões como electricistas, metalomecânicos, etc. é inaceitável que os moderados aprovem legislação que exige paridade nos conselhos de administração de empresas do PSI 20 como a REN ou a Mota Engil.

Se pensarmos no mundo real quem deverão ser esses administradores ? Pessoas com uma carreira na área, digamos com 20 anos de experiência. Penso que é um pressuposto razoável.
Então, se há 20 anos os recém licenciados eram 80/20 entre rapazes e raparigas, aquilo que se assume é que ao fim de 20 anos o grupo dos mais competentes serão também 80/20 (a não ser que as mulheres sejam extraordinariamente mais competentes do que os homens, ao ponto de fazer passar isto para 50/50 ao fim de 20 anos).

Então, como é que agora queremos 50/50 de homens mulheres ? Qual é a tua opinião sobre isto Robaz ? Isto foi aprovado por moderados. Gostavas de um dia na tua empresa seres preterido, não por alguém mais competente que tu, mas por alguém menos competente mas que calha a ter uma vagina para cumprir uma qualquer quota (legal ou determinada pelo politicamente correcto) ?