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Autor Tópico: Politicamente correcto  (Lida 127801 vezes)

meopeace

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Re: Politicamente correcto
« Responder #620 em: 2019-03-08 19:03:01 »
A Raquel Varela não é feminista. Tem muitos defeitos nas ideias que divulga, mas não é feminista.
Olha aqui:
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Como sabem a maioria das feministas acredita que «não há capitalismo sem sociedade patriarcal». O que na verdade é falso, não há é capitalismo sem competição entre trabalhadores, pode haver numa sociedade matriarcal. Os países europeus em breve, muito em breve, serão disso exemplo, porque mais de 70% dos estudantes universitários são mulheres. E essa é a categoria fundamental que estaticamente marca o valor do salário na Europa – o nível de formação.

Contribuindo para o debate sobre “feminismo” recordo dois dados que aparentemente têm estado fora do debate: a maior diferença salarial em Portugal não é entre homens e mulheres, mas entre jovens e mais velhos, precários e fixos. A estatística simplista não explica nada – num local de trabalho uma mulher mais velha ou fixa ganha em média mais do que todos os homens – que exercem as mesma funções dela – se forem mais novos ou precários. Passa-se que pela passagem da sociedade rural a urbana os homens tiveram mais acesso aos lugares de topo e por isso na estatística aparece a grande diferença salarial. Outro dado: a maioria do assédio nos locais de trabalho é moral, não é sexual. O assédio sexual existe, onde há poder (financeiro e físico, aqui as diferenças naturais, força física, contam e muito) mas o que está disseminado em Portugal é o assédio moral nos locais de trabalho e esse aplica-se nas mesmas taxas quer o superior hierárquico seja homem ou mulher. Há mais homens a praticá-lo porque há mais homens em lugar de chefia. Não porque as mulheres o pratiquem menos – onde há hierarquias determinadas pela força e não pela democracia, de cima e não de baixo, há assédio. Por isso a gestão democrática é fundamental para haver relações saudáveis nos locais de trabalho.

O mundo é complexo. Partindo de dogmas panfletários não o vamos compreender. E sem o compreender não o vamos mudar.
https://raquelcardeiravarela.wordpress.com/2018/03/29/feminismo/


Não sei se fui mal interpretado...
Não disse que Raquel Varela era feminista.
Nem sequer falei em feminismo.

O que disse em cima, acerca do direito à diferença, ouvi-o da boca da Raquel a propósito de alguns trabalhos.
E eu achei bem, concordei. Pareceu-me bem o que ouvi.

Isto porque fala-se muito no direito à igualdade mas também há o direito à diferença.
Fala-se menos do direito à diferença. O apelo a ambos os direitos coexiste em simultâneo.

Se as mulheres se sentem capazes de trabalhos onde há mais homens é natural que elas apelem ao direito à igualdade quando sentem que são postas de lado pelo homem.

Se as mulheres não se sentem capazes de trabalhos onde há mais homens e que por isso os não desejem, é natural que apelem ao direito à diferença isto mesmo sem os homens pedirem que elas trabalhem nesses trabalhos.

Ambos os apelos - à igualdade e à diferença - são válidos para as mulheres.

E o mesmo serve para os homens: certos trabalhos as mulheres são superiores.
Pesca de ostras (se não estou em erro) em apneia as mulheres são muito superiores.
Logo é natural que os homens dêem o lugar às mulheres reconhecendo que elas o fazem melhor.
É o direito à diferença.

É simples. Não há que complicar nem em preconceituar.

Em Portugal já lá vai o tempo em que o Parlamento era só homens.
Agora vemos mulheres. E elas não ficam atrás dos homens na qualidade das interpelações.
É o direito à igualdade. Num local de trabalho que antes era só homens e visto só para homens.

Se avaliarmos as qualidades de liderança, comunicação entre outras... a Catarina Martins talvez seja a melhor liderança partidária.
Independentemente de concordar ou não com o que ela defende a dado momento nos diferentes assuntos.


   :)

Automek

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Re: Politicamente correcto
« Responder #621 em: 2019-03-08 19:13:17 »
Nesse caso estou de acordo contigo. A minha provocação sobre o Medina é porque se ele dissesse que havia trabalho menos adequados para mulheres (os tais trabalhos "braçais"), para justificar que +70% dos trabalhos operacionais são produzidos por homens, era completamente chacinado pelas feminazis para quem esta distinção é inaceitável. Por acaso até deste o exemplo da Catarina Martins, mas essa seria uma das esganiçadas, certamente.

Reg

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Re: Politicamente correcto
« Responder #622 em: 2019-03-08 19:17:31 »
catarina pode não ser  femenazi com grande Fe ( falta odio ao macho para ser femenazi)

mas tem grande Fe socialista da igualdade marxista.....  acabar com avaliaçoes e tal nas escolas , todos funcionarios publicos são iguais e tal sem avaliação

enfim e mais uma a manter sistema avariado   do Grande socialismo  tuga

nisto são iguais catarina e raquel
« Última modificação: 2019-03-08 19:32:45 por Reg »
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meopeace

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Re: Politicamente correcto
« Responder #623 em: 2019-03-08 19:28:05 »
Nesse caso estou de acordo contigo. A minha provocação sobre o Medina é porque se ele dissesse que havia trabalho menos adequados para mulheres (os tais trabalhos "braçais"), para justificar que +70% dos trabalhos operacionais são produzidos por homens, era completamente chacinado pelas feminazis para quem esta distinção é inaceitável. Por acaso até deste o exemplo da Catarina Martins, mas essa seria uma das esganiçadas, certamente.


Cuidado com o desejas, pode tornar-se realidade
Posted on March 8, 2019

Ontem fui convidada para celebrar o Dia Internacional da Mulher numa das maiores fábricas portuguesas, a Visteon, num plenário geral de trabalhadores, centenas, onde a maioria são mulheres. Foi emocionante, mas triste, muito triste. Trabalham 8 horas em pé, junto a uma máquina, desde que a empresa foi automatizada (antes trabalhavam sentadas), ouvi relatos do século XIX, vi faces exaustas, penosas: «Não sinto as pernas, professora», «Chego ao meio dia e não sinto nada da cintura para baixo», «Sinto-me a desfalecer…». Já há na fábrica vários relatos, e alguns já diagnosticados, de uma doença na planta do pé/tendão. Confirmei tudo o que pensava sobre esta «onda» de feminismo a que a esquerda aderiu acriticamente e que na minha opinião é um desastre e um retrocesso para a igualdade, a menos que consideremos igualdade a igualdade conseguida pela nivelação por baixo, na pobreza de vida e no trabalho penoso. Sobre o tema deixo um curto excerto de uma longa entrevista que dei sobre, tem 20 páginas, vai ser publicada por uma revista académica, este é só um excerto a propósito da nova onda de feminismo cujo programa baseia-se na competição (e muitas vezes ódio) aos homens, em vez de um programa comum de melhoria de condições de trabalho e vida para ambos.

“Há riscos, claro, hoje nesta onda de feminismo ser dominada pelos desejos do Banco Mundial (BM) de incorporar força de trabalho feminina criando competição com os homens – justamente aquilo que estava mal antes vem agora reforçado na onda de feminismo. Um estudo publicado pelo BM calcula em 130 biliões de euros as perdas de “capital humano por as mulheres não estarem plenamente incorporadas ao mercado de trabalho assalariado em muitos países” (UNREALIZED POTENTIAL: THE HIGH COST OF GENDER INEQUALITY IN EARNINGS QUENTIN WODON AND BENEDICTE DE LA BRIERE MAY 2018).

Cuidado com o que desejas, já diziam todos os contos infantis. Pode tornar-se realidade. Com a automação e mecanização, as mulheres podem fazer os trabalhos de homens, estar numa linha de montagem da indústria automóvel 8 horas seguidas, com uma pausa de 7 minutos. Ele ajuda com as crianças e ela vai para a linha de montagem, intensificação à escala global da exploração. Na ordem da acumulação de capital, as empresas querem lucro e o gênero desaparece para seremos todos trabalhadores plenamente alienados, inclusive alienados do corpo e do sexo. No mundo do capital, somos todos nem homens nem mulheres, mercadorias sem sexo ou gênero. O que é um absurdo, há diferenças entre nós que têm que ser respeitadas, igualdade é respeito pela diferença.

Agradeço que um homem me carregue a mala quando a tiro da cabine do avião, fico até ofendida quando não o fazem (e hoje quase nenhum homem o faz), porque ele tem mais força muscular; eu carregava no meu osso da anca os meus filhos gêmeos um de cada lado, com uma facilidade que quase nenhum homem consegue, apesar de eu ter duas hérnias discais, aquele osso é parte da anatomia da maioria das mulheres.».

https://raquelcardeiravarela.wordpress.com/



A prova de que a Raquel não é feminista.
Ia jurar que foi isto que eu ouvi (a azul)...

   ::)

Automek

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Re: Politicamente correcto
« Responder #624 em: 2019-03-08 19:38:44 »
Isso eu sabia. Ela é marxista mas não feminista.
O engraçado é que até já foi insultada por feministas.  :D

Reg

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Re: Politicamente correcto
« Responder #625 em: 2019-03-08 19:44:15 »
uma marxista a ser insultada por outras marxistas  femenistas...

nem esquerdistas estam safos
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Automek

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Re: Politicamente correcto
« Responder #626 em: 2019-03-08 19:49:22 »
É mais ou menos como os libertários a chamarem comunistas aos liberais.  ;D

Incognitus

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Re: Politicamente correcto
« Responder #627 em: 2019-03-11 02:22:15 »
Mas os liberais a quem os libertários podem chamar de comunistas, são os liberais dos EUA, que se apropriaram da palavra para defenderem teorias pouco liberais (afastadas do liberalismo clássico).
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

Incognitus, www.thinkfn.com

Reg

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Re: Politicamente correcto
« Responder #628 em: 2019-03-11 10:15:36 »
isso era porque dantes tinham vergonha serem socialistas

hoje em dia  Os resultados de Sanders sugerem que o termo "socialista" vem perdendo parte da carga negativa que já teve nos Estados Unidos, embora muitos americanos ainda resistam à ideia de eleger um presidente que se defina assim e outros questionem a aplicabilidade do adjetivo ao senador.

não tarda nada ate andam com bandeiras e bones vermelhas com orgulho nos Usa!
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meopeace

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Re: Politicamente correcto
« Responder #629 em: 2019-03-11 10:57:17 »
No outro dia ouvi o humorista Ricardo Araújo Pereira assumir-se como Marxista não Leninista.
Significa que há:

1)  Marxista Leninista
2)  Marxista não Leninista

Alguém sabe qual a diferença entre ambos?


Pergunto porque nunca li Marx e lembro-me do Nobel da Economia norte americano Paul Samuelson
afirmar uma vez que devia-se ler Marx nas Universidades. Conhecer Marx.

Afinal Marx foi também um economista alemão, certo?
Sendo assim tem lógica para quem estuda economia deva conhecer Marx independentemente de ficar ou não apaixonado por Marx.

Reg

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Re: Politicamente correcto
« Responder #630 em: 2019-03-11 11:09:48 »
marx e tipo moises

fez primeiros mandamentos  do socialismo

por exemplo
(esta lei marx pode ser usada nas mais valias e mercado capitais)
- a divisão do resultado da produção anual da sociedade entre operários e capitalistas;

ele não fala para dar estado gordo....

so nisto
 -a distribuição desta mais-valia entre as diferentes classes exploradoras;

isto ja se faz hoje em dia ate nos USA
sem ter economia planificada  pelo comite central


depois marx relegião socialista  partiu- se em varios ramos
o lenine e um rumo socialistas seguiram
como fascismo  foi outro ramo
e nacional socialismo outro

e social democracia  tambem tem la coisas do socialismo

tudo veio do marx
 Ricardo Araújo Pereira assumir-se como Marxista não Leninista.  quer dizer ate pode ser laranjinha anti neoliberal  :)
« Última modificação: 2019-03-11 12:43:52 por Reg »
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Thunder

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Re: Politicamente correcto
« Responder #631 em: 2019-03-11 13:31:26 »
"O DN tentou, sem sucesso, entrar em contacto com a empresa que organiza o concurso para perceber qual foi a regra infringida por Carla Rodrigues. Nas condições de participação, disponíveis no site do concurso, existem regras relativamente ao facto de as candidatas não poderem ser mães nem serem vistas "a fumar, consumir bebidas alcoólicas ou namorar em público, durante o período do concurso", assim como o dever de "manter o decoro e participar em todas as atividades requeridas pelas organização", mas não há nenhuma referência ao facto de não poderem expressar as suas opiniões políticas.

Já esta sexta-feira, e depois de a notícia ter sido publicada em alguns meios, o presidente da Organização Miss Portuguesa publicou no Facebook um esclarecimento, sublinhando que Carla Rodrigues estava a par dos seus deveres: "Uma Miss tem o dever de unir o seu povo, tem obrigação de não ser fator de divisão e muito menos de tomar parte em questões políticas". O responsável alega que Carla Rodrigues não pode usar o título de Miss Portuguesa em qualquer declaração sem ter autorização da organização do concurso. Não está em causa, explica, a opinião da Miss, apenas o facto de ela não poder emitir opiniões sobre a política noutros países."


https://www.dn.pt/vida-e-futuro/interior/perdeu-a-coroa-por-apoiar-guaido-a-miss-portuguesa-nao-pode-ter-opinioes-politicas-10657941.html

https://observador.pt/2019/03/08/miss-portuguesa-perde-direito-ao-titulo-depois-de-apelar-a-ajuda-humanitaria-na-venezuela/

Nullius in Verba
Divide et Impera
Não há almoços grátis
Facts do not cease to exist because they are ignored
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Re: Politicamente correcto
« Responder #632 em: 2019-03-11 13:56:32 »
"O DN tentou, sem sucesso, entrar em contacto com a empresa que organiza o concurso para perceber qual foi a regra infringida por Carla Rodrigues. Nas condições de participação, disponíveis no site do concurso, existem regras relativamente ao facto de as candidatas não poderem ser mães nem serem vistas "a fumar, consumir bebidas alcoólicas ou namorar em público, durante o período do concurso", assim como o dever de "manter o decoro e participar em todas as atividades requeridas pelas organização", mas não há nenhuma referência ao facto de não poderem expressar as suas opiniões políticas.

Já esta sexta-feira, e depois de a notícia ter sido publicada em alguns meios, o presidente da Organização Miss Portuguesa publicou no Facebook um esclarecimento, sublinhando que Carla Rodrigues estava a par dos seus deveres: "Uma Miss tem o dever de unir o seu povo, tem obrigação de não ser fator de divisão e muito menos de tomar parte em questões políticas". O responsável alega que Carla Rodrigues não pode usar o título de Miss Portuguesa em qualquer declaração sem ter autorização da organização do concurso. Não está em causa, explica, a opinião da Miss, apenas o facto de ela não poder emitir opiniões sobre a política noutros países."


https://www.dn.pt/vida-e-futuro/interior/perdeu-a-coroa-por-apoiar-guaido-a-miss-portuguesa-nao-pode-ter-opinioes-politicas-10657941.html

https://observador.pt/2019/03/08/miss-portuguesa-perde-direito-ao-titulo-depois-de-apelar-a-ajuda-humanitaria-na-venezuela/

Faz sentido, foi eleita pelo corpo, não pela cabeça.
"Everyone knows where we have been. Let's see where we are going." – Another

Reg

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Re: Politicamente correcto
« Responder #633 em: 2019-03-11 13:59:18 »
E uma rebelde e paga o preço de o ser

daqui a alguns anos de politicamente correto

so rebeldes e que se aproveitam o resto vai ser choninhas
« Última modificação: 2019-03-11 14:01:46 por Reg »
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D. Antunes

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Re: Politicamente correcto
« Responder #634 em: 2019-03-11 17:06:17 »
Afinal também há machistas de esquerda:

i) Quando intelectualizo as discussões numa perspectiva de "objetividade científica" como desculpa para não simpatizar com o ponto de vista "demasiadamente subjetivo" das vítimas do machismo.
ii) Quando eu me acho no direito de emitir qualquer opinião ignorante, preconceituosa e paranoica sobre questões de sexo/gênero.
iii) Quando eu pesquiso só o suficiente para aprender alguns termos (como "feminismo da terceira onda") e aparentar erudição com o objetivo de conservar as minhas opiniões prévias.

Para lerem os sinais todos:
https://papodehomem.com.br/sinais-de-que-eu-sou-um-machista-de-esquerda?fbclid=IwAR2TTyBjqD3YAw-HgprwKRLuHtdTWIBlnH9AMyHnMHe4hLeS686K94Ien94
“Price is what you pay. Value is what you get.”
“In the short run the market is a voting machine. In the long run, it’s a weighting machine."
Warren Buffett

“O bom senso é a coisa do mundo mais bem distribuída: todos pensamos tê-lo em tal medida que até os mais difíceis de contentar nas outras coisas não costumam desejar mais bom senso do que aquele que têm."
René Descartes

Automek

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Re: Politicamente correcto
« Responder #635 em: 2019-03-12 19:21:09 »
ERC recebeu queixas contra os novos reality shows da SIC e da TVI

Acho bem. Pode haver pessoas com os botões da TV avariados ou sem pilhas no comando e que depois são forçadas a ver estas coisas. É um flagelo que afecta 2 milhões de pessoas, pelos vistos.

(o mais engraçado é que uma das apresentadoras - Leonor Poeiras - pertence à Capazes  :D)

vbm

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Re: Politicamente correcto
« Responder #636 em: 2019-03-12 19:52:37 »
O problema é que não há "um botão"
que me faça aparecer uma coisa
interessante de ser vista.

Só tratando nós
de a fazer
surgir.

E porquê?

Porque a comunicação social
só relata inanidades, fruto
do desmiolado cérebro
do povoléu arvorado
a governante
palhaço.

Automek

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Re: Politicamente correcto
« Responder #637 em: 2019-03-12 21:49:38 »
Se não tens botão que dê alguma coisa que gostes, podes sempre optar por umas coisas interessante chamadas livros.

vbm

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Re: Politicamente correcto
« Responder #638 em: 2019-03-12 22:43:19 »
Isso é verdade, automek e iluminante conhecer alguns autores…

Mas é um desgosto a inépcia dos locutores televisivos
a entrevistarem quem sabe e a exibirem
a palhaçada artificial das respectivas
perguntas quantas vezes sem
sequer se interessarem
pela resposta ou
percebê-la
ao menos!


Fico com saudades
de verdadeiras conversas
intelectuais e académicas
em que cada um fala todo
o tempo que precisar e
ninguém o interrompe
até que termine; e
há tudo menos
inquietação
de acabar!

itg00022289

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Re: Politicamente correcto
« Responder #639 em: 2019-03-13 10:33:48 »
Um tipo que costuma escrever coisas interessantes sobre a Habitação Social.


Citar
A casa que também foi “presa”…
Víctor ReisSeguir
13/3/2019, 0:31

Uma moradora de um bairro social do Porto foi presa por tráfico de droga e despejada. O que se seguiu é revelador da cobardia política e da hipocrisia que servem a caça ao voto nos bairros sociais

A história podia contar-se em poucas palavras e parecer simples. Mas não é. Esconde algo de sinistro, arbitrário e profundamente iníquo.

Apesar de ser um caso que ocorre no Porto, multiplica-se sob diversas formas por muitos bairros sociais do país e especialmente em Lisboa.

Em 2012, uma moradora do Bairro do Lagarteiro, um bairro social do Porto, foi condenada por tráfico de droga a nove anos de prisão. Quando foi detida, a casa onde vivia naquele bairro social, ficou vazia. E assim permaneceu durante vários anos, até finais de 2018, quando a Câmara Municipal do Porto decidiu executar o seu despejo.

Como reportou o Observador no passado dia 21 de fevereiro, assistiu-se de seguida a um curioso jogo, em que se descartam responsabilidades sobre a autoria dessa decisão. De um lado, Manuel Pizarro, do Partido Socialista, que teve o pelouro da habitação entre 2014 e 2017. Do outro, Fernando Paulo, o atual vereador da habitação eleito nas listas de Rui Moreira. Nenhum assume a decisão que afinal já se concretizou: a senhora foi despejada.

Pelo meio, um conjunto de individualidades e de notáveis faz uma carta aberta a Rui Moreira defendendo a moradora, onde entre outras coisas afirmam “(…) se tinha o direito à habitação antes, deveria continuar a tê-lo (…)”.

E há ainda quem escreva que “(…) vivendo atrás das grades sempre na angústia e no desespero de perder o teto, numa situação de nítida desvantagem e de desfavorecimento social por estar privada de liberdade para escrever, reunir, telefonar e berrar alto sobre esta perseguição, teve ao longo destes anos a compreensão e sensibilidade do anterior vereador da Habitação, o dr. Manuel Pizarro (…).”. É comovente, mas confuso. Como se poderia “proteger” ou “favorecer” uma pessoa condenada a nove anos por tráfico de droga e encarcerada numa prisão? Comutando-lhe a pena? Guardando-lhe uma casa que ficaria vazia, sabe-se lá por quantos anos?

Mas o mais rocambolesco neste processo é constatar que o vereador Manuel Pizarro que reconhece que a lei determina o despejo quando as casas estão desocupadas há mais de dois anos, vem agora dizer que nada obriga a câmara a executar esse despejo. Por outras palavras, a lei existe, mas segundo ele só se aplica quando convém.

Surpreendentemente, ficámos também a saber que durante o seu mandato como vereador da habitação entre 2014 e 2017, Manuel Pizarro despejou mais de 150 famílias dos bairros municipais. Certamente, a lei e os regulamentos facultaram-lhe motivos ponderosos para o fazer.

Tão ponderosos, como os que agora utiliza para acusar o seu sucessor de “procedimento desumano”, “despejo injusto” e “insensibilidade”, retórica já habitual nestas ocasiões, mas que disfarça algo particularmente grave e que não se pode escamotear.

A cidade do Porto, à semelhança de Lisboa tem um parque de habitação social com dimensão muito expressiva. No Porto, este parque habitacional aloja cerca de 20% da população da cidade. Ou seja, os bairros sociais do Porto têm um grande peso eleitoral.

A caça ao voto nestes bairros é assim um exercício onde se mistura uma enorme “generosidade” para com os seus moradores a quem tudo se oferece, com uma dissimulação onde os despejos fazem parte do quotidiano, mas nunca são assumidos. Quando ocorrem, são sempre obra de outros. Este é o padrão que expõe a hipocrisia de quem determinou o despejo de uma casa que estava vazia e agora empurra a responsabilidade para quem teve que o executar.

O caricato é que esta casa esteve “presa” e vazia tantos anos, quantos os que a sua anterior moradora esteve encarcerada em Santa Cruz do Bispo. Mas este, não é caso único. Infelizmente, na habitação social em Portugal, situações destas fazem parte de um quotidiano ditado pela cobardia política dos responsáveis que aplicam a lei conforme as conveniências. Ou porque se aproximam atos eleitorais. Ou em função de algumas manifestações. Ou até, em resultado da pressão de umas quantas notícias ditadas por umas cartas abertas de algumas individualidades.

No Porto existem centenas de famílias nas listas de espera para aceder a uma habitação social. Qual é a dificuldade em assumir que é inaceitável a existência de casas vazias durante tantos anos como sucedeu nesta situação?

O que escandaliza é que se tenha agido com seis anos de atraso e no final ainda nos apresentem uma procissão de notáveis que alimentam uma guerrilha partidária visando simplesmente a caça ao voto.

Obviamente, entrámos em ano de eleições!

Convém recordar que o vereador Manuel Pizarro, tal como alguns dos subscritores da carta aberta a Rui Moreira, são os responsáveis e até autores da Lei n.º 32/2016, de 24 de agosto, que estabelece o regime de arrendamento apoiado e que contém as normas que ditaram o despejo desta moradora. Tentem imaginar a gritaria sobre esta “lei dos despejos”, se isto ocorresse com o anterior governo.

Agora, acanham-se com a lei que fizeram e quando são confrontados com a sua aplicação prática, encabeçam movimentos e manifestações em defesa dos “injustiçados”.

Ao menos, poderiam ter a frontalidade do PCP que é um dos autores desta lei. Decorridos 18 meses e quando começaram a ser incomodados com as suas “injustiças” anunciaram que a queriam alterar. Afinal, fazer leis, ter que as aplicar e ficar com as responsabilidades dos seus resultados, perturba as clientelas eleitorais a quem se vende a ideia que só têm direitos e não existem obrigações. E quando se promete que as rendas não subirão e serão sempre baixinhas, é uma chatice passar por charlatão quando acontece o contrário… que o diga o Bloco de Esquerda, no Porto e em Guimarães.

Em Lisboa a situação é mais grave, muito mais grave.

Em junho do ano passado foi noticiado que a Câmara não sabe quantas das suas casas estão ocupadas ilegalmente. Parece que serão algumas centenas.

Recentemente, em reuniões de técnicos da câmara com as juntas de freguesia, os primeiros solicitam apoio para identificar casas propriedade do município que estejam vazias. Neste caso, parece que o número excede um milhar.

Entretanto, a câmara divulga números preocupantes sobre famílias que pedem casa. Mas a própria câmara não sabe, de entre as suas casas que estão vazias, abandonadas ou ocupadas ilegalmente, quantas dispõe para satisfazer as necessidades de alojamento dessas famílias.

O valor das rendas em dívida nos bairros sociais municipais não pára de aumentar e já ultrapassa os 40 milhões de euros, sendo evidente que a câmara não quer agir e impor a sua autoridade. Bastaria confrontar os que não pagam a renda com uma opção muito simples: ou cumprem com as suas obrigações ou terão que enfrentar o despejo. Importa recordar que estas rendas são rendas sociais, calculadas de acordo com os rendimentos destas famílias e que em média rondam os 70 euros.

Para cúmulo, sabe-se agora que em vez de agirem, meteram na gaveta muitas dezenas de processos que permitiriam atuar judicialmente para cobrar as rendas em dívida e recuperar as casas ilegalmente ocupadas. Nem sequer se preocupam em assegurar um tratamento de equidade face aos lisboetas que cumprem com as suas obrigações.

O descontrolo e a bandalheira na gestão dos bairros sociais municipais de Lisboa atingiram proporções inimagináveis.

À semelhança do que faz Manuel Pizarro no Porto, Fernando Medina passeia-se em Lisboa, por reuniões públicas da câmara como a que ocorreu no passado dia 6 de março, comentando a gestão do património público por parte do anterior governo e desresponsabilizando-se dos problemas dos velhos bairros do ex-SAAL (programa de construção de habitação social que existiu em 1974/76 e cuja execução se estendeu até 1982).

Omite que estes bairros estão implantados em terrenos que são propriedade do Município de Lisboa e que nunca foram legalizados. São, assim, uma espécie de bairros clandestinos, construídos em terrenos municipais e com o consentimento da própria câmara.

Talvez tenha chegado o momento de convidar o vereador Manuel Salgado a regressar aos bancos da escola para receber umas aulas sobre loteamentos e licenciamento, de modo a que este explique a Fernando Medina que os problemas destes velhos bairros de Lisboa só se resolvem no dia em que o dono dos terrenos, ou seja o Município de Lisboa e neste caso o próprio Fernando Medina, mande elaborar e faça aprovar os respetivos loteamentos.

Também convinha que ajudassem a sra. presidente da Assembleia Municipal de Lisboa a não fazer certas figuras nos jornais quando defende a criação de uma Autoridade Nacional para a Habitação que entra na casa dos cidadãos para verificar se as regras estão a ser cumpridas, ao mesmo tempo que na sua cidade, a sua câmara municipal consente na total rebaldaria e desordem no bairro Portugal Novo nas Olaias, onde se pode testemunhar todo o tipo de obras clandestinas, que até colocam em risco a segurança de quem lá habita.

Dizem-nos que vivemos num Estado de direito. Mas a realidade e a caça ao voto mostra-nos que enquanto Manuel Pizarro no Porto acha que a lei se aplica quando convém e assistimos a este episódio ridículo de uma casa que esteve “presa” mais de seis anos, Fernando Medina em Lisboa segue uma governação “desprendida”, onde não há lei que valha nos bairros sociais da cidade e que todos andamos a pagar.

O melhor epítome desta política está na célebre metáfora de George Orwell no Triunfo dos Porcos: “Todos são iguais, mas alguns são mais iguais que outros”.

Arquitecto, presidente do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana de 2012 a 2017

https://observador.pt/opiniao/a-casa-que-tambem-foi-presa/



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https://observador.pt/opiniao/autor/vmreis1/