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Autor Tópico: Politicamente correcto  (Lida 127815 vezes)

Automek

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Re: Politicamente correcto
« Responder #120 em: 2017-10-04 18:51:21 »
Eu gosto imenso do argumento de que a pessoa é coagida a prostituir-se porque precisa de ganhar dinheiro e que vender o corpo é imoral. Como se um mineiro, a escavacar a saúde nas profundezas de uma mina, não estivesse a vender o corpo por dinheiro.

Reg

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Re: Politicamente correcto
« Responder #121 em: 2017-10-04 18:52:23 »
e mais velha profissao do mundo

bons custumes..

ate merkel fez prostituiçao legal e partido catolico..

http://expresso.sapo.pt/internacional/2016-02-03-Alemanha.-Novas-regras-para-o-maior-bordel-da-Europa

 Governo de Angela Merkel decidiu concretizar as intenções reveladas na altura e instituir novas regras na prostituição.

Conforme relata o “Guardian”, o pacote de medidas aprovado pelo Governo esta terça-feira visa conceder uma maior proteção às profissionais do sexo. Entrará em vigor em julho de 2017, se obtiver a aprovação do Parlamento.

A medida mais badalada é a obrigação de todos os clientes usarem preservativos quando tiverem relações sexuais


a prostituicao ja era legal na alemanha


pois era legal desde 2002 mas ela so mudou algumas regras

so para  provar ela nao proibiu

nao  e direita anda fazer isto sao marxistas feminazis


direita norte europa sueçia etc ainda e mais liberal nisto..que os alemaes..
« Última modificação: 2017-10-04 19:00:50 por Reg »
Democracia Socialista Democrata. igualdade de quem berra mais O que é meu é meu o que é teu é nosso

Incognitus

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Re: Politicamente correcto
« Responder #122 em: 2017-10-04 18:52:43 »
If you have someone pay you to do most jobs, that means they don't want to do those jobs, either ... eheh

-------

Ela está a atribuir um cariz especial, e totalmente subjectivo, a "sexo".
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

Incognitus, www.thinkfn.com

Zel

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Re: Politicamente correcto
« Responder #123 em: 2017-10-04 18:55:55 »
Eu gosto imenso do argumento de que a pessoa é coagida a prostituir-se porque precisa de ganhar dinheiro e que vender o corpo é imoral. Como se um mineiro, a escavacar a saúde nas profundezas de uma mina, não estivesse a vender o corpo por dinheiro.

estas feministas lesbicas tendem a ser anti-capitalistas, eh tudo exploracao para elas
estao a tentar tornar uma escolha livre num acto de escravatura, odeiam os homens

Zel

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Re: Politicamente correcto
« Responder #124 em: 2017-10-04 19:07:54 »
eu tenho um grande amigo que adora prostitutas, namora com elas e ate ja esteve casado com uma (ela continuou a trabalhar durante o casamento, ehhe)
atraves dele tive contacto com esse mundo e posso-vos garantir que as que conheci gostam de ser prostitutas, gostam das horas, gostam do dinheiro,
gostam da atencao que recebem dos clientes e ate gostam do sexo. eh para toda a gente? claro q nao. mas isso eh como tudo.
« Última modificação: 2017-10-04 19:09:17 por Camarada Neo-Liberal »

Kin2010

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Re: Politicamente correcto
« Responder #125 em: 2017-10-04 19:24:09 »
Concordo inteiramente que os comentários das feministas sobre isto são muitas vezes idiotas. E que a prostituição deveria ser livre.

Já agora a expressão PC nos artigos biomédicos: commercial sex workers, ou CSW. Nesses artigos, a coisa é encarada com naturalidade, como deve ser.



Kaspov

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Re: Politicamente correcto
« Responder #126 em: 2017-10-07 03:43:06 »
eu tenho um grande amigo que adora prostitutas, namora com elas e ate ja esteve casado com uma (ela continuou a trabalhar durante o casamento, ehhe)
atraves dele tive contacto com esse mundo e posso-vos garantir que as que conheci gostam de ser prostitutas, gostam das horas, gostam do dinheiro,
gostam da atencao que recebem dos clientes e ate gostam do sexo. eh para toda a gente? claro q nao. mas isso eh como tudo.

Pois, de certeza que muitas gostam - devem ganhar bom dinheiro e não têm de pagar IRC, IRS ou IVA sobre os seus ganhos ou transacções... ...    :D
Gloria in excelsis Deo; Jai guru dev; There's more than meets the eye; I don't know where but she sends me there; Let's Make Rome Great Again!

Kaspov

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Re: Politicamente correcto
« Responder #127 em: 2017-10-07 03:45:41 »
eu tenho um grande amigo que adora prostitutas, namora com elas e ate ja esteve casado com uma (ela continuou a trabalhar durante o casamento, ehhe)
atraves dele tive contacto com esse mundo e posso-vos garantir que as que conheci gostam de ser prostitutas, gostam das horas, gostam do dinheiro,
gostam da atencao que recebem dos clientes e ate gostam do sexo. eh para toda a gente? claro q nao. mas isso eh como tudo.

Pois, de certeza que muitas gostam - devem ganhar bom dinheiro e não têm de pagar IRC, IRS ou IVA sobre os seus ganhos ou transacções... ...    :D

E quase de certeza que são pagas em cash, o que dá sempre muito jeito... pelo menos enquanto não extinguirem o cash...  :D
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kitano

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Re: Politicamente correcto
« Responder #128 em: 2017-10-07 08:46:05 »
Pois, também não têm direito a proteção da SS em caso de doença ou outro...

Ser pago em cash não é nenhuma vantagem...dá para ir à mercearia...não dá para comprar uma casa, é difícil alugar, um carro é igual...requer alguma "lavagem" de dinheiro e implica assumir riscos de andar sempre com cash nas mãos.
"Como seria viver a vida que realmente quero?"

Jsebastião

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Re: Politicamente correcto
« Responder #129 em: 2017-10-07 10:31:45 »
eu tenho um grande amigo que adora prostitutas, namora com elas e ate ja esteve casado com uma (ela continuou a trabalhar durante o casamento, ehhe)
atraves dele tive contacto com esse mundo e posso-vos garantir que as que conheci gostam de ser prostitutas, gostam das horas, gostam do dinheiro,
gostam da atencao que recebem dos clientes e ate gostam do sexo. eh para toda a gente? claro q nao. mas isso eh como tudo.

Pois, de certeza que muitas gostam - devem ganhar bom dinheiro e não têm de pagar IRC, IRS ou IVA sobre os seus ganhos ou transacções... ...    :D

Gostam sobretudo do dinheiro. Dá-lhes mais uns anos, mais uma rugas, e vais ver se ainda dizem que gostam de ser/ter sido.

Isto é uma visão imensamente parcial e limitada da questão (embora não duvide, contextualmente, de que seja verdade) . Faz uma visita aos centros de acolhimento/reabilitação de ex-prostitutas que não têm literalemnte onde cair mortas e toma o pulso às opiniões, para veres qual é o sentimento dominante.

Pornografia a mesma coisa. Enquanto são jovens e "bonitas" é quase tudo óptimo. Depois é que são elas.
« Última modificação: 2017-10-07 10:49:33 por Jsebastião »
«Despite the constant negative press covfefe,» - Donald

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Johny

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Re: Politicamente correcto
« Responder #130 em: 2017-10-07 10:36:59 »
Pois, também não têm direito a proteção da SS em caso de doença ou outro...

Ser pago em cash não é nenhuma vantagem...dá para ir à mercearia...não dá para comprar uma casa, é difícil alugar, um carro é igual...requer alguma "lavagem" de dinheiro e implica assumir riscos de andar sempre com cash nas

Podem sempre abrir atividade nas finanças como coaches sexuais (ou só coach/consultor LOL), à falta de melhor enquadramento, pagarem impostos e terem toda a proteção da SS  ;D.
Nesse aspecto só não pagam impostos (e consequente proteção social) se não quiserem   :D!

Zel

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Re: Politicamente correcto
« Responder #131 em: 2017-10-07 11:57:11 »
Pois, também não têm direito a proteção da SS em caso de doença ou outro...

Ser pago em cash não é nenhuma vantagem...dá para ir à mercearia...não dá para comprar uma casa, é difícil alugar, um carro é igual...requer alguma "lavagem" de dinheiro e implica assumir riscos de andar sempre com cash nas mãos.

continuam a ter todos os direitos em relacao a seguranca social e claro que usam contas bancarias sem serem apanhadas pelo fisco nem precisarem de lavar dinheiro

Kaspov

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Re: Politicamente correcto
« Responder #132 em: 2017-10-07 22:54:36 »
eu tenho um grande amigo que adora prostitutas, namora com elas e ate ja esteve casado com uma (ela continuou a trabalhar durante o casamento, ehhe)
atraves dele tive contacto com esse mundo e posso-vos garantir que as que conheci gostam de ser prostitutas, gostam das horas, gostam do dinheiro,
gostam da atencao que recebem dos clientes e ate gostam do sexo. eh para toda a gente? claro q nao. mas isso eh como tudo.

Pois, de certeza que muitas gostam - devem ganhar bom dinheiro e não têm de pagar IRC, IRS ou IVA sobre os seus ganhos ou transacções... ...    :D

Gostam sobretudo do dinheiro. Dá-lhes mais uns anos, mais uma rugas, e vais ver se ainda dizem que gostam de ser/ter sido.

Isto é uma visão imensamente parcial e limitada da questão (embora não duvide, contextualmente, de que seja verdade) . Faz uma visita aos centros de acolhimento/reabilitação de ex-prostitutas que não têm literalemnte onde cair mortas e toma o pulso às opiniões, para veres qual é o sentimento dominante.

Pornografia a mesma coisa. Enquanto são jovens e "bonitas" é quase tudo óptimo. Depois é que são elas.

Certamente, convém-lhes poupar, investir, preparar o futuro, como em tantas outras profissões de desgaste + ou - rápido...
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Smog

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Re: Politicamente correcto
« Responder #133 em: 2017-10-07 23:06:42 »
ouvi dizer que há um complexo qq em que a vitima se apaixona pelo carrasco. Deve ser o caso... :P
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Jsebastião

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Re: Politicamente correcto
« Responder #134 em: 2017-10-07 23:44:26 »
eu tenho um grande amigo que adora prostitutas, namora com elas e ate ja esteve casado com uma (ela continuou a trabalhar durante o casamento, ehhe)
atraves dele tive contacto com esse mundo e posso-vos garantir que as que conheci gostam de ser prostitutas, gostam das horas, gostam do dinheiro,
gostam da atencao que recebem dos clientes e ate gostam do sexo. eh para toda a gente? claro q nao. mas isso eh como tudo.


Pois, de certeza que muitas gostam - devem ganhar bom dinheiro e não têm de pagar IRC, IRS ou IVA sobre os seus ganhos ou transacções... ...    :D


Gostam sobretudo do dinheiro. Dá-lhes mais uns anos, mais uma rugas, e vais ver se ainda dizem que gostam de ser/ter sido.

Isto é uma visão imensamente parcial e limitada da questão (embora não duvide, contextualmente, de que seja verdade) . Faz uma visita aos centros de acolhimento/reabilitação de ex-prostitutas que não têm literalemnte onde cair mortas e toma o pulso às opiniões, para veres qual é o sentimento dominante.

Pornografia a mesma coisa. Enquanto são jovens e "bonitas" é quase tudo óptimo. Depois é que são elas.


Certamente, convém-lhes poupar, investir, preparar o futuro, como em tantas outras profissões de desgaste + ou - rápido...


A quem? Só se for a uma pequeníssima minoria de "profissionais" que ganha o suficiente para poder pensar no assunto. Tal como em outras "profissões" de desgaste rápido, a maioria se calhar nem ganha para pagar as contas correntes

(fonte: http://www.oninho.pt/)

Citar
Prostituição um trabalho para as filhas dos outros

Quando se fala na legalização da prostituição como se de um qualquer outro trabalho se tratasse (o “trabalho sexual”), ninguém certamente pensa nas suas filhas, pensa sempre nas filhas dos outros.

Anuncia-se outra etapa da agenda “fraturante” e libertária: a legalização da prostituição. Uma proposta apresentada, como outras que dessa agenda fazem parte, sob as vestes do “progressismo”.

Não pode, porém, considerar-se “progressista” uma proposta que se baseia no mito da prostituição como “mais velha profissão do mundo”, que nunca deixará de existir. Tal mito reflete o conformismo de quem se resigna a estuturas sociais injustas (como são as que conduzem à prostituição como fenómeno social) e desistiu de as transformar. Ou que se contenta em reduzir danos, sem os eliminar na sua raiz. Este conformismo não se distingue completamente dos sistemas de regulamentação da prostituição que vigoraram em vários países (também em Portugal) em tempos passados (e nalguns casos remontam ao século XIX).

Progressista no bom sentido da expressão (como o que representa um verdadeiro progresso social) será, antes, o modelo que tende à abolição da prostituição como prática intrinsecamente contrária à dignidade humana e aos direitos humanos. É um modelo que começou por ser implementado na Suécia e vem sendo seguido por um número cada vez maior de países: a Noruega, a Islândia, a Irlanda do Norte, o Canadá e, mais recentemente, a França, onde a legislação em causa foi aprovada por uma maioria alargada e transversal. O sistema assenta na punição de quem explora a prostituição (o proxeneta), mas também do cliente, assim como no apoio à resinserção social das pessoas que se prostituem, encaradas como vítimas. Na Suécia, onde o sistema vigora desde há mais de quinze anos, o número de mulheres que se prostituem foi reduzida em cerca de dois terços (e não só no que se refere à prostituição de rua), tal como se reduziu significativamente a dimensão do tráfico de pessoas com esse fim (quase desapareceu). A lei recolhe a adesão de cerca de setenta por cento da população.

As experiências de legalização da prostituição (da Holanda e da Alemanha, designadamente), pelo contrário, revelaram resultados negativos em todos os aspetos. Um relatório do governo alemão, de 2007, reconhece vários desses resultados negativos. E muitas das mulheres vítimas da prostituição consideram que a beneficiários dessa legalização são apenas os proxenetas (que por ela se bateram), agora promovidos a “empresários do sexo”.

Desde logo, porque poucas foram as pessoas que celebraram contratos de trabalho ao abrigo da legalização (e a garantia de direitos laborais foi apresentada como uma das justificações para a lei). Várias são as razões para que tal tenha acontecido.

Por um lado, porque quase nenhuma mulher quer registar no seu curriculum laboral o exercício da prostituição, como se este fizesse parte de uma carreira. Quase todas vêm tal exercício como uma ocupação temporária, que pretendem apagar e mudar o mais depressa possível, logo que surjam alternativas.

Por outro lado, porque um contrato de trabalho não comporta apenas direitos, também comporta deveres. E é natural que se receie que, a coberto desses deveres, a mulher que se prostitui fique impedida de rejeitar um cliente ou qualquer exigência desse cliente.

A legalização da prostituição incrementou esta atividade em geral (como será lógico), tornando-a das mais lucrativas, e incrementou o tráfico de pessoas com esse objetivo. Na Alemanha e na Holanda, as redes de tráfico estão infiltradas na prostituição legal, o que levou o presidente da câmara de Amesterdão a revogar nuitas das licenças concedidas a bordeis. É um dado hoje reconhecido pelas polícias de vários países que as redes de tráfico se dirigem preferencialmente aos países onde a prostituição é legal (como a Alemanha), muito mais do que àqueles onde ela não o é, e ainda menos se dirigem aos que punem a atividade do cliente (como a Suécia, onde, logicamente, a redução da procura acarreta a redução da oferta). É compreensível que a atividade das redes de tráfico seja mais facilmente oculta ou encoberta em países onde a prostituição é legal do que naqueles em que toda a exploração da prostituição não o é. Isso mesmo resulta do estudo mais completo sobre a questão até agora efetuado, que envolveu cento e cinquenta países (de Seo-Young Cho, Axel Dreher, Eric Neumayer, em World Development, vol 41, 2013, pgs. 67 a 98, acessível em www.prostitutionresearch.com).

A violência associada à prostituição e os danos que ela acarreta para a saúde física e psíquica das suas vítimas também se incrementam com o incremento da prostituição que resulta da sua legalização. É assim porque não há uma prostituição “benigna”, nem a legalização a torna “benigna”. A prostituição (legal ou ilegal) é sempre a instrumentalização da pessoa, a sua redução a objeto de uma transação comercial. Não pode equiparar-se a qualquer outra prestação de trabalho ou de serviços. A sexualidade não pode ser desligada da pessoa (porque a pessoa é um corpo, não tem um corpo que possa alugar como quem aluga um objeto de sua propriedade). Ora, quando a pessoa é reduzida a objeto, a violência e o abuso tornam-se expectáveis. Na prostituição, a pessoa é paga para fazer o que ela nunca faria de bom grado, ou outra pessoa nunca faria. É por isso que a prostituição é intrinsecamente “maligna”.

Os crimes de violação e abuso sexual também se traduzem na redução da pessoa a objeto, precisamente porque a sexualidade não pode ser desligada da pessoa (daí a sua particular gravidade no confronto com outros crimes contra a liberdade, porque não é só esta que é afetada, também o é a dignidade da pessoa). Por isso, não é errado equiparar o trauma resultante desses crimes aos malefícios da prostituição (onde a pessoa também é reduzida a objeto) e muitas das suas vítimas falam, a propósito, em “ser paga para ser violada” (ver Melissa Farley, em www.prostitutionresearch.com).

Confrontados com os resultados negativos das experiências de legalização da prostituição na Holanda e na Alemanha, os proponentes dessa legalização (incluindo os portugueses) voltam-se agora para o outro lado do mundo, para a Nova Zelândia, onde tal sistema foi implementado a partir de 2003. Mas os resultados dessa experiência não são diferentes: incremento da prostituição em geral, do tráfico de pessoas, permanência da violência, abusos e danos associados à prostituição (também na Nova Zelândia, não há uma prostituição “benigna”), permanência da exploração da parte do proxenetismo (sendo ilusória a pretensão do exercício da atividade de forma autónoma, ou em regimes de cooperativa). Sabrinna Valisce, que durante anos pugnou por tal regime, em face dos resultados da sua aplicação, passou a defender o sistema da Suécia (ver Melissa Farley, in www.postitutionresearch.com, e Renee Gerligh em www.reneejg.net)

Sei que, para justificar a legalização da prostituição, se invoca a liberdade de quem escolhe esta atividade sem coerções de qualquer tipo, assim como a diversidade de situações em que é exercida a prostituição, como se esta nem sempre representasse uma verdadeira exploração, pelo menos no plano económico.

Recordo bem o que sempre ouvi a quem se dedicou toda a sua vida a libertar mulheres da prostituição e conhece o fenómeno como ninguém em Portugal, Inês Fontinha: «nunca conheci nenhuma mulher que me disesse que queria ser prostituta». A alternativa para essas mulheres não é certamente uma carreira profissional mais ou menos gratificante. A alternativa é, quase sempre, a fome e a exclusão social. Na origem destas escolhas estão situações de acentuada vulnerabilidade, onde também se incluem a toxidodependência ou a ocorrência de abusos sexuais na infância e adolescência (ver, por exemplo, Roger Matthews, Prostitution, Politics and Policy, Routledge-Cavendish, 2008). Não é por acaso que, por exemplo, a grande maioria das mulheres que se prostituem na Alemanha provem dos países mais pobres da Europa de Leste. E – dizem-no vários estudos – cerca de noventa por cento das mulheres que se prostituem optaria por outra atividade se tal oportunidade lhes fosse concedida. Falar em liberdade de escolha nestas situações é fechar os olhos à realidade.

Não será sempre assim… Mas as situações em que não é assim são uma minoria, são a exceção que confirma a regra.
E quando se elaboram leis, ou quando se legaliza uma atividade, é a regra que deve ser considerada, não a exceção. Legalizar a prostituição pensando nas poucas mulheres que a escolheram entre alternativas benéficas não é sensato, porque acaba por consagrar e consolidar uma prática que a maioria vive como uma opressão.

Em suma, quando se fala na legalização da prostituição como se de um qualquer outro trabalho se tratasse (o “trabalho sexual”), como um “trabalho” que sempre existiu e sempre continuará a existir, ninguém certamente pensa nas suas filhas, pensa sempre nas filhas dos outros…

Presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz


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Kaspov

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Re: Politicamente correcto
« Responder #135 em: 2017-10-08 02:30:48 »
Pois, certamente que ter um bom emprego na função pública será muito melhor que exercer a prostituição - só é pena infelizmente não ser possível para todos...   :(
« Última modificação: 2017-10-08 02:31:53 por Kaspov »
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Smog

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Re: Politicamente correcto
« Responder #136 em: 2017-10-08 13:50:50 »
Pois, certamente que ter um bom emprego na função pública será muito melhor que exercer a prostituição - só é pena infelizmente não ser possível para todos...   :(

há sempre alternativas á prostituição...uma empregada doméstica, que seja razoável, tb ao negro, tira uma boa maquia...!! há é quem não queira sujar as unhas! >:(
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Incognitus

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Re: Politicamente correcto
« Responder #137 em: 2017-10-09 11:12:42 »
Pois, certamente que ter um bom emprego na função pública será muito melhor que exercer a prostituição - só é pena infelizmente não ser possível para todos...   :(

há sempre alternativas á prostituição...uma empregada doméstica, que seja razoável, tb ao negro, tira uma boa maquia...!! há é quem não queira sujar as unhas! >:(
[/b]

É aí que está o debate. Se algumas pessoas acham a outra actividade preferível, quem são os outros para dizer que não é ou não deve ser permitida essa outra opção?

Outra coisa, é obviamente um limite/excepção, mas alguns destes Estados até pagam prostitutas a deficientes. Isso mostra que se existem vítimas da prostituição também existem vítimas da sua ausência -- ou seja, pessoas a quem a sociedade nega sexo se não existir prostituição (sendo deficientes um caso extremo).

No fundo o Estado não existe para proibir as pessoas de fazerem o que lhes der na telha desde que não existam vítimas inocentes. E o próprio não conta como vítima inocente.
« Última modificação: 2017-10-09 11:15:16 por Incognitus »
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Zel

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Re: Politicamente correcto
« Responder #138 em: 2017-10-09 12:32:37 »
o jsebastiao erra qd diz que as prostitutas nao ganham para poupar, como quer denegrir a profissao inventa
aquelas que eu conheco ganham entre 4k a 6k limpos por mes, nao da para poupar como? a 50-100 euros limpos a pimpadela ate o jsebastiao conseguiria poupar

eh mais um iluminado puritano que quer decidir como os outros vao viver a sua vida
« Última modificação: 2017-10-09 19:10:41 por Camarada Neo-Liberal »

Zel

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Re: Politicamente correcto
« Responder #139 em: 2017-10-09 12:34:35 »
eh engracado como o puritanismo eh uma tendencia normal humana e facilmente salta da direita para a esquerda
agora os malucos puritanos estao mais na esquerda, so mudou a conversa da chacha pseudo-intelectual que o justifica
« Última modificação: 2017-10-09 12:41:20 por Camarada Neo-Liberal »