Para perceber sucintamente o funcionamento do sistema monetário necessitamos de perceber a sua origem. Esta remonta a um milénio. A maioria das pessoas julga que aquilo a que chamamos Ocidente (e antes Cristandade) surgiu com as revoluções científica, industrial e liberal dos séculos XVII, XVIII e XIX respectivamente. Outros, como os renascentistas, preferem olhar muito mais para trás. Para o Império Romano e a cultura grega da Antiguidade. Poucos acertam. A nossa Civilização tem o seu alvor no séc XI, pouco depois do ano 1000 com as reformas radicais que a Igreja Católica através do papado operou na sua organização e na sociedade em geral (reformas essas que se vinham fermentando nos conventos há alguns séculos) e com a forte expansão comercial que a acompanhou, uma revolução menos conhecida que as citadas mais acima, mas não menos importante. Esta Revolução Comercial teve como factores mais importantes o surgimento da lei mercantil, uma lei essencialmente privada, e o desenvolvimento de novos instrumentos financeiros baseados no crédito, que podiam ser utilizados como substitutos monetários nas transacções comerciais. Estes dois factores permitiram agilizar e simplificar as transacções comerciais de uma forma nunca antes observada e estiveram na base de um arranque económico, mas também científico e cultural, hoje praticamente esquecido pelo grande público, ao ponto de os anglo-saxónicos lhe chamarem a Idade das Trevas.
idade trevas segundo anglo saxonicos esta volta
Curiosamente, essa expansão da riqueza, da população e do conhecimento viu-se seriamente afectada pela Peste Negra, uma Pandemia de verdade. Daí talvez ter caído no esquecimento, mas o embrião das principais instituições que hoje reconhecemos como a espinha dorsal da nossa civilização: hospitais, universidades, ciência, lei, família e sistema financeiro, surgiram nessa altura.
ou seja nunca foram estados ou imperios.... fazeram isto grande
foram catolicos inventaram sistema fazer individo papel central do comercio
hoje dia sistema monetario e sistema estatal.... em quase todo mundo.... sistema fez ocidente grande morreu
Isto porque, independentemente de guerras ou pandemias, a inflação é sempre um fenómeno monetário. A definição habitual de inflação, como a subida generalizada no tempo dos preços de bens e serviços, apesar de meramente descritiva, aponta implicitamente para a causa: a desvalorização do dinheiro empregue nas trocas. Dizer que o preço em dinheiro de tudo sobe ou que o valor do dinheiro se reduz é exactamente a mesma coisa. Para perceber o motivo da inflação é preciso conhecer a causa dessa desvalorização, que está sempre relacionada com o próprio dinheiro, as suas características, as limitações tecnológicas e as decisões monetárias. Nas sociedades modernas, onde o dinheiro é um crédito emitido pelo próprio estado, estas últimas são geralmente responsáveis.
Quando a inflação aparece, esta responsabilidade sobre o dinheiro enquanto criatura do Estado é geralmente obviada por governantes e especialistas nos meios de comunicação. Como se fosse algo que nos sucedeu fruto de circunstâncias alheias e imprevisíveis.
Nas cinco décadas do regime monetário actual, muitos julgaram ter encontrado o dinheiro perfeito para conseguir um equilíbrio impossível: por um lado fomentar o crescimento económico e, por outro, financiar esse mastodonte de despesismo e ineficiência que atende ao nome de Estado Social ou do Bem-Estar, quando em realidade é uma bomba-relógio que atenta contra ambos, sociedade e bem-estar.
Na realidade, este foi o último capítulo de uma novela que começou com a suspensão da convertibilidade do dinheiro pela maioria das nações civilizadas para poderem financiar a Primeira Guerra Mundial. A partir de então, um retorno ao padrão-ouro tornou-se inviável (e para muitos, indesejável), pelo que os sistemas financeiros em vigor antes e depois da Segunda Guerra Mundial apenas previam essa convertibilidade em casos especiais, normalmente apenas entre estados soberanos
Para já os bancos centrais avisaram que vão reduzir as compras de dívida pública. A ideia é, com isto, aumentar a solvência dos estados, que precisam encontrar outro alguém que lhes financie o déficit e deste modo reduzir a inflação. Só que os governos, habituados à prodigalidade do sistema financeiro, irão tentar impedi-lo por todos os modos
vai reduzir substancialmente a solvência dos estados e a continuação de altas taxas de inflação que são, afinal de contas, o imposto que os detentores de dinheiro pagam pelo incumprimento do Estado. Este imposto é o imposto mais injusto de todos porque é completamente cego na sua aplicação. Penaliza principalmente aqueles que não dispõem da flexibilidade para acompanhar a subida de preços e que são geralmente os mais débeis dentro da sociedade (pensionistas e desempregados), ao mesmo tempo que prejudica o aparecimento de projectos intensivos no uso de capital que são os que, a prazo, permitem os grandes aumentos de produtividade. Se a vontade dos gastadores triunfar, no limite voltará a surgir a famosa “economia de vão de escada” e voltaremos a ouvir dos políticos queixas de que os empresários só procuram o lucro de curto prazo, ignorando que o de longo prazo se tornou demasiado incerto para ser perseguido. A inflação é o caminho que os políticos vão preferir porque pode ocultar nominalmente a existência de uma recessão