Cada vez se torna mais clara a influência decisiva que o percurso do dólar, ou a sua tendência a médio e longo prazo, poderá exercer nos mercados, sobretudo os mais diretamente relacionados com a moeda americana, sendo aqui de salientar a influência negativa que uma forte subida do USD, nos próximos tempos, deve ter nos mercados emergentes.
A correlação com os principais mercados acionistas não é clara, como se pode ver no gráfico. Deste modo, a direção que o USD irá seguir (talvez acelerando mais ainda a subida!) não parece ser tão importante para quem negoceia os índices, mas já pode ser determinante para os traders em commodities, metais preciosos e pares cambiais.
All in all... eu diria que quem gosta preferencialmente do lado curto, talvez deva apontar baterias para o Crude, Ouro e Euro (mais GBP, JPY e afins), e não "brincar" demasiado com os índices... pois aqui comprar será mais prudente e salutar!
Já é tarde para me alargar em muitos considerandos acerca do porquê do USD como peça central no mundo financeiro, e do seu papel determinante nos mercados, durante os próximos meses.
Desejo apenas realçar que estas intervenções dos maiores Bancos Centrais dos EUA, UE e potências asiáticas (China e Japão) servem um propósito muito concreto (talvez mesmo concertado entre todos) e que vai moldar o percurso dos mercados financeiros num sentido quase único... descida para uns e subida para outros!
É natural que o reflexo mais direto da atual política monetária se faça sentir no novo equilíbrio dos pares cambiais, com a ascensão do Dólar e a descida do Iene, acompanhada igualmente pela desvalorização do Euro e da Libra. O ponto mais importante a salientar, é que se trata de medidas deliberadas com uma intenção clara e específica, devendo as suas consequências sentir-se durante muitos meses... isto não é um mero acontecimento passageiro!
Sobretudo, é necessário enfatizar que os EUA pretendem mesmo que o Dólar valorize relativamente às outras moedas, o que se torna agora essencial com o termo do QE, pois a Reserva Federal deixa de ser um big player no mercado das obrigações e tem de ser obrigatoriamente substituída pela força do capital estrangeiro atraída por uma moeda forte e um mercado em pujante ascensão.
É claro que, neste ambiente de feroz competição, o ganho de uns é a perda de outros, e aqui refiro-me aos meandros políticos e as esferas de influência que em torno deles orbitam.
Numa perspetiva mais prática, e que já menciono na citação acima, o ganho está na anunciada subida dos grandes índices acionistas, bem como o Dólar index (e respetivos pares cambiais), enquanto a perda se situa no lado das commodities (com reflexos negativos nas economias emergentes), dos metais preciosos e das moedas em desvalorização (Euro, Iene). Posições de médio/longo prazo que respeitem essa tendência poderão ser largamente compensadoras e talvez não volte a existir, durante muitos anos, uma oportunidade tão clara como esta que agora se apresenta!
No fundo, trata-se apenas de seguir os "insiders" ou os verdadeiros "market makers" e é inteiramente inútil e contraproducente clamar que os mercados estão viciados por esta manipulação gigantesca... é bem melhor fazer parte dessa onda dantesca!
Longo = SPX, NDX, DJI, DAX, CAC, FTSE... e afins + USD e seus pares (USD-JPY, sobretudo)
Curto = Ouro, Prata, Oil, Commodities + EUR, JPY e seus pares (EUR-USD...)
Prazo temporal mínimo = 6 meses
Numa perspetiva de médio prazo, eis alguns targets que me parecem lógicos para os próximos meses, quiçá o 1º semestre de 2015:
SPX ~ 2150
USD index ~ 92
EUR-USD ~1,20
GOLD ~ 1000
OIL ~ 68
Na realidade, espero ver o SPX bem acima desse valor daqui a meio ano, com a previsão mais otimista a rondar os 2400...