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Autor Tópico: Queda da Europa  (Lida 61767 vezes)

pedferre

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Re: Queda da Europa
« Responder #460 em: 2020-04-13 11:37:39 »
Parece possível a previsão do Credit Suisse.
Na condição de nenhuma outra onda pânica
                                                    [se gerar.
Partindo do principio que depois deste grande susto toda a gente vai querer começar a gastar dinheiro, em vez de poupar algum para se precaver para a segunda vaga da pandemia no inverno...
Eu vou poupar para me precaver.

P.S: A minha empresa no inicio do ano tinha dito que ia pagar um prémio aos colaboradores, agora já mais ninguem fala disso... a promessa caiu, o mundo mudou.
« Última modificação: 2020-04-13 11:41:10 por pedferre »

Thunder

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Re: Queda da Europa
« Responder #461 em: 2020-04-15 10:24:31 »
Se o país fosse gerido à PCP, com défices de 4 ou 5% ao ano e sem euro seria "interessante" ver que yields Portugal estaria a enfardar neste momento. Seria um país completamente na miséria e com problemas sociais brutais.
O Jerónimo na campanha referiu explicitamente que não via razão nenhuma para o país ter défices de 3%; porquê não ter  défices superiores? ... as coisas foram colocadas nestes termos.

Só relembrar que há dias, mesmo depois do episódio do "repugnante", Portugal emitiu 5 mil M em obrigações de 7 anos, com uma yield pouco acima de 0,7%
Relembrar que isto foi feito por um país com uma dívida brutal em termos absolutos e que com a contração do PIB e simultânea cratera no OE verá a dívida em relação ao PIB "explodir".
0,7% para 7 anos não deixa de ser notável.
Por 5 mil M de EUR pagaremos pouco mais de 35 M de juros anuais. Isto para termos acesso imediato a um capital que equivale a colecta total de IRC em 2016 (5,75 mil M em 2017 e 6,34 mil M em 2018; Pordata).

Eu concordo contigo, só acho que falta aí algum reconhecimento da limpeza de face que o PS com o Centeno fez em relação ao passado recente de despesista com o Sócrates. Mas gostaria de saber o que acontece com os EUA com défices entre os 10% e os 15%. Para esses, as regras não são as mesmas.

Referi o PCP porque são os mais utópicos em relação a questão do défice e porque havia uma citação ao José Gusmão do PCP.

Não falei no PS porque não havia ligação directa à citação. Mas em relação ao equilíbrio das contas, seria um repisar de N debates que vão ocorrendo em diversos tópicos. Acho que seriam páginas de discussão  :D

Em relação aos USA, sou contra o tipo de política que seguiram, de expansão contínua da dívida. O sistema que eles estão a usar é semelhante ao usado em muitos países europeus: um banco central com poder de compra "infinito" que vai limpando obrigações do tesouro (de todo o tipo de maturidades), distorcendo completamente o mercado obrigacionista.
O estado consegue assim financiar-se a preços irreais, o que permite uma governação populista. Diria até anti-democrática. Não és obrigado a dizer verdades que chateiam os eleitores, porque consegues financiamento a yields irreais, que não refletem minimamente o risco dessas obrigações. Não és obrigado a reformas de fundo, não és obrigado a sanear nada de significativo ... o OE é equilibrado com base na emissão de dívida, não por ajuste de colecta fiscal e/ou correcções na despesa, organização do estado, combate ao despesismo e corrupção; o que mantendo-se a longo prazo é um sistema sem sentido ... aliás nem sequer é ético. Os contribuintes futuros que fodam, porque a política é de governar com o lema "quem vier depois que feche a porta". É duma falta de ética e respeito brutais.
« Última modificação: 2020-04-15 10:30:08 por Thunder »
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Re: Queda da Europa
« Responder #462 em: 2020-04-15 10:34:13 »
Se o país fosse gerido à PCP, com défices de 4 ou 5% ao ano e sem euro seria "interessante" ver que yields Portugal estaria a enfardar neste momento. Seria um país completamente na miséria e com problemas sociais brutais.
O Jerónimo na campanha referiu explicitamente que não via razão nenhuma para o país ter défices de 3%; porquê não ter  défices superiores? ... as coisas foram colocadas nestes termos.

Só relembrar que há dias, mesmo depois do episódio do "repugnante", Portugal emitiu 5 mil M em obrigações de 7 anos, com uma yield pouco acima de 0,7%
Relembrar que isto foi feito por um país com uma dívida brutal em termos absolutos e que com a contração do PIB e simultânea cratera no OE verá a dívida em relação ao PIB "explodir".
0,7% para 7 anos não deixa de ser notável.
Por 5 mil M de EUR pagaremos pouco mais de 35 M de juros anuais. Isto para termos acesso imediato a um capital que equivale a colecta total de IRC em 2016 (5,75 mil M em 2017 e 6,34 mil M em 2018; Pordata).

Tens razão. Mas quanto tempo mais
se vai continuar a prestar atenção
aos ratings clássicos das agências
de notação de crédito!? Não evoluirão
os analistas para outras formas
de avaliação económica e monetária
dos endividados de cada economia?

vbm, o mercado obrigacionista está todo distorcido e o principal culpado dessa distorção é teres agentes (BCs) com poder de compra infinito. Se tens agentes desse calibre no mercado, constantemente a "limpar" activos de risco (no fundo um branqueamento do risco do activo), não me parece que o problema principal seja a avaliação dos analistas ou o rating dos activos (IMHO).
« Última modificação: 2020-04-15 10:34:52 por Thunder »
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Re: Queda da Europa
« Responder #463 em: 2020-04-15 10:34:31 »
[  ] Mas em relação ao equilíbrio das contas, seria um repisar de N debates que vão ocorrendo em diversos tópicos. Acho que seriam páginas de discussão  :D
Em relação aos USA, sou contra o tipo de política que seguiram, de expansão contínua do défice. O sistema que eles estão a usar é semelhante ao usado em muitos países europeus: um banco central com poder de compra "infinito" que vai limpando obrigações do tesouro (de todo o tipo de maturidades), distorcendo completamente o mercado obrigacionista. O estado consegue assim financiar-se a preços irreais, o que permite governação populista; não és obrigado a reformas de fundo, não és obrigado a sanear nada de significativo ... o OE é equilibrado na base de emissão de dívida, não por ajuste de colecta fiscal e/ou correcções na despesa, o que mantendo-se a longo prazo é um sistema sem sentido; aliás nem sequer é ético. Os contribuintes futuros que fodam, porque a política é de governar com o lema "quem vier depois que feche a porta". É duma falta de ética e respeito brutal.

O BCE compra sem fim obrigações públicas emitidas pelos Estados Membros;
mas depois obriga-os a condicionamentos orçamentais, exigindo-lhes
a redução da dívida em percentagem do PIB efectivo.

Portanto, não é propriamente uma emissão de crédito e papel-moeda à Lagardère

No caso da dívida covid e pós-covid,
ver-se-á se vai ser ou não a fundo perdido.

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Re: Queda da Europa
« Responder #464 em: 2020-04-15 10:36:39 »
[  ] Mas em relação ao equilíbrio das contas, seria um repisar de N debates que vão ocorrendo em diversos tópicos. Acho que seriam páginas de discussão  :D
Em relação aos USA, sou contra o tipo de política que seguiram, de expansão contínua do défice. O sistema que eles estão a usar é semelhante ao usado em muitos países europeus: um banco central com poder de compra "infinito" que vai limpando obrigações do tesouro (de todo o tipo de maturidades), distorcendo completamente o mercado obrigacionista. O estado consegue assim financiar-se a preços irreais, o que permite governação populista; não és obrigado a reformas de fundo, não és obrigado a sanear nada de significativo ... o OE é equilibrado na base de emissão de dívida, não por ajuste de colecta fiscal e/ou correcções na despesa, o que mantendo-se a longo prazo é um sistema sem sentido; aliás nem sequer é ético. Os contribuintes futuros que fodam, porque a política é de governar com o lema "quem vier depois que feche a porta". É duma falta de ética e respeito brutal.

O BCE compra sem fim obrigações públicas emitidas pelos Estados Membros;
mas depois obriga-os a condicionamentos orçamentais, exigindo-lhes
a redução da dívida em percentagem do PIB efectivo.

Portanto, não é propriamente uma emissão de crédito e papel-moeda à Lagardère

No caso da dívida covid e pós-covid,
ver-se-á se vai ser ou não a fundo perdido.

Que reformas de fundo fizemos no pós-Troika? Que superavit tivemos no agregado desse período?
Logo os condicionalismos (na prática) acabam por ser peanuts.
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Re: Queda da Europa
« Responder #465 em: 2020-04-15 10:51:57 »
Olha, fizemos uma coisa muito simples,
e já do ensino clássico de david ricardo.
Convencemos meio mundo a vir de férias
a Portugal! Se o outro meio se convencer
que em Portugal o coronavírus não mata,
vais ver que que continuarão a cá vir sem
covid's -:) é que o fundo é mesmo, pagar
o que se deve; e isso faz-se a trabalhar
em coisas e serviços que os outros queiram.
E isto é o que os "mek's" e o os "ink's"
deste fórum passam a vida a dizer
e eu só os contrario por o povoléu
passar a impingir coisas uns aos outros
sem interesse nenhum, em vez de
construírem, pirâmides, catedrais,
foguetões prá Lua, Marte, Júpiter,
e outras  'fantasias' para se perceber
o que se passa realmente cá pela
terra e por todo o lado!

Thunder

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Re: Queda da Europa
« Responder #466 em: 2020-04-15 10:56:12 »
Se o país fosse gerido à PCP, com défices de 4 ou 5% ao ano e sem euro seria "interessante" ver que yields Portugal estaria a enfardar neste momento. Seria um país completamente na miséria e com problemas sociais brutais.
O Jerónimo na campanha referiu explicitamente que não via razão nenhuma para o país ter défices de 3%; porquê não ter  défices superiores? ... as coisas foram colocadas nestes termos.

Só relembrar que há dias, mesmo depois do episódio do "repugnante", Portugal emitiu 5 mil M em obrigações de 7 anos, com uma yield pouco acima de 0,7%
Relembrar que isto foi feito por um país com uma dívida brutal em termos absolutos e que com a contração do PIB e simultânea cratera no OE verá a dívida em relação ao PIB "explodir".
0,7% para 7 anos não deixa de ser notável.
Por 5 mil M de EUR pagaremos pouco mais de 35 M de juros anuais. Isto para termos acesso imediato a um capital que equivale a colecta total de IRC em 2016 (5,75 mil M em 2017 e 6,34 mil M em 2018; Pordata).

Graças à Europa e ao Euro estamos a levar com um verdadeiro "free lunch" tremendo.

Nenhum de nós aqui dentro, incluindo o da extrema esquerda neste fórum, investiria 1 cêntimo em dívida portuguesa. Muito menos a 0,7%.  ;D

Gostaria de saber quantas pessoas que andam por aí a vociferar, emprestariam 200k euros seus, para só os receberem de volta daqui a 7 anos, recebendo 1400 euros anuais. Com risco de perda de parte dos 200k ... e perdendo a hipótese de fazer outros investimentos/consumo durante esses 7 anos.
Há por aí muita gente a falar, inclusive "especialistas" que são uns teóricos do crlh. Só que acho é que não percebem daquilo que estão a falar; ou estão mal informados; ou estão de má fé a doutrinar ou a a fazer trabalho de RP.
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Re: Queda da Europa
« Responder #467 em: 2020-04-15 11:04:47 »
Ja houve acordo no Eurogroupo, temos € e EU para mais uns anos...

Eurogrupo chega ao acordo já esperado (a valer 540 milhões) mas deixa "coronabonds" para segundas núpcias

Para por em perspectiva a resposta ao Corona:
EU = 500 M
US = 2000 M

Parece-me mais um stunt de RP do que algo de brutalmente diferente do MEE (que salvo erro já tinha mais de 400 mil M EUR). Retiraram é algumas condicionalidades.
O valor condicionado a ser usado no "combate e prevenção", em países corruptos será um festim. Porque isso são "as gordas" do texto legal. Aposto que existirão outras áreas passíveis de  consumir fundos. E mesmo na área da prevenção, aposto que haverá muita "criatividade".

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Vimeiro

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Re: Queda da Europa
« Responder #468 em: 2020-04-15 11:37:42 »
Se o país fosse gerido à PCP, com défices de 4 ou 5% ao ano e sem euro seria "interessante" ver que yields Portugal estaria a enfardar neste momento. Seria um país completamente na miséria e com problemas sociais brutais.
O Jerónimo na campanha referiu explicitamente que não via razão nenhuma para o país ter défices de 3%; porquê não ter  défices superiores? ... as coisas foram colocadas nestes termos.

Só relembrar que há dias, mesmo depois do episódio do "repugnante", Portugal emitiu 5 mil M em obrigações de 7 anos, com uma yield pouco acima de 0,7%
Relembrar que isto foi feito por um país com uma dívida brutal em termos absolutos e que com a contração do PIB e simultânea cratera no OE verá a dívida em relação ao PIB "explodir".
0,7% para 7 anos não deixa de ser notável.
Por 5 mil M de EUR pagaremos pouco mais de 35 M de juros anuais. Isto para termos acesso imediato a um capital que equivale a colecta total de IRC em 2016 (5,75 mil M em 2017 e 6,34 mil M em 2018; Pordata).

Graças à Europa e ao Euro estamos a levar com um verdadeiro "free lunch" tremendo.

Nenhum de nós aqui dentro, incluindo o da extrema esquerda neste fórum, investiria 1 cêntimo em dívida portuguesa. Muito menos a 0,7%.  ;D

Gostaria de saber quantas pessoas que andam por aí a vociferar, emprestariam 200k euros seus, para só os receberem de volta daqui a 7 anos, recebendo 1400 euros anuais. Com risco de perda de parte dos 200k ... e perdendo a hipótese de fazer outros investimentos/consumo durante esses 7 anos.
Há por aí muita gente a falar, inclusive "especialistas" que são uns teóricos do crlh. Só que acho é que não percebem daquilo que estão a falar; ou estão mal informados; ou estão de má fé a doutrinar ou a a fazer trabalho de RP.

1400 euros anuais brutos.

28%

1008 líquidos anuais

84 euros por mês. Em troca de emprestar ao estado português 200 mil euros. Estado que nunca pagou 1 cêntimo de dívida, e que nunca foi solidário com a União Europeia desde 1986. Nem com a UE nem com ninguém.

E que há 40 anos diz ser contra o capitalismo, o capital e os capitalistas.

Boa sorte.  ;D

Ninguém no seu perfeito juízo invistiria....sobretudo os tipos de extrema esquerda pró estado que andam aqui neste fórum e que defendem mais e muito estado. Na hora de por o dinheiro, fogem e só metem posts aqui a defender mais estado.

Thunder

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Re: Queda da Europa
« Responder #469 em: 2020-04-15 12:22:12 »
Sim, tens toda a razão em referires que é um valor bruto.
No post ia referir que eram "contas de sapateiro", mas depois esqueci-me. Ainda há comissões dos intermediários, etc.

Uma coisa que um governo que detesta, de forma convicta e não por puro tacticismo político, pagar juros a agentes estrangeiros poderia fazer: emitir dívida só passível de ser comprada por cidadãos nacionais, duma forma simplificada, sem grandes comissões. Coisa com juros moderados, mas bem melhor que ter dinheiro à ordem. Sei que há certificados do Tesouro mas não estou por dentro do assunto.
Logo fazer uma coisa que fosse divulgada na imprensa, que a opinião pública acabasse por ter conhecimento. E simplificada. Testar as águas com um valor jeitoso e caso fosse bem sucedido fazer novas emissões. No final das contas, se calhar o governo ainda arranjava uns 2 ou 3 mil M de EUR numa "brincadeira" destas.
Acho que as pessoas de esquerda ficariam satisfeitas em saber que os juros ficavam em mãos nacionais, logo poderia ser reciclado na nossa economia. Mas aposto que o passo seguinte seria dizer que não, que isso acabaria na mão de grandes aforradores (CAPITALISTAS) logo que não seria admissível ... Enfim parecem adolescentes, a viver num mundo utópico em que as soluções aparecem por passe de mágica; e que se não são 100% perfeitas é para malhar e rejeitar sem apelo nem agravo.
« Última modificação: 2020-04-15 12:25:57 por Thunder »
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Re: Queda da Europa
« Responder #470 em: 2020-04-15 12:50:51 »
Mas isso existe. Certificados de aforro acho que são anteriores ao 25 Abril. Durante crise 2010 foram introduzidos certificados do tesouro. Nos últimos anos houve várias emissões de obrigações destinadas ao público (aqui há intermediário e logo comissões).
No site do IGCP consegue-se ver quais os valores nestes instrumentos e peso na dívida total (não sei se chega a 10%).
« Última modificação: 2020-04-15 14:07:14 por Zenith »

Thunder

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Re: Queda da Europa
« Responder #471 em: 2020-04-15 13:57:20 »
Eu sei que existe Zenith (até estive no site do IGCP a ver, mas foi por alto). Se reparares eu disse: "Sei que há certificados do Tesouro mas não estou por dentro do assunto."

Para mim o factor diferenciador seria publicitar a situação e simplificar o acesso. E talvez (mas aí entra a parte em que não tenho conhecimento suficiente) expandir a escala.

Mas estava a fazer um bocado de brain storming. Mas vês alguém a falar deste tipo de assunto? Eu não vi ninguém. Sou 100% sincero, não vi ninguém a abordar uma solução deste tipo.
Talvez porque não haja interesse em mostrar publicamente este tipo de soluções: se somos todos tão defensores do interesse colectivo há uma solução interna para ajudar (não seria o único mecanismo) na solução da questão em que inúmeras pessoas podem participar. Mas parece-me que é muito mais interesse arranjar um culpado externo (101 em situações de aperto ou crise).
« Última modificação: 2020-04-15 13:58:51 por Thunder »
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Re: Queda da Europa
« Responder #472 em: 2020-04-15 14:19:11 »
Citar
Mas vês alguém a falar deste tipo de assunto?

Em termos de publicitação, quando os certificados tesouro foram criados houve bastante divulgação. Também para as obrigações aí já mais da parte do intermediário recebi sempre mensagens dos bancos ou contactos directos.

Em termos de debate para discutir se para evitar sujeição a estrangeiros era preferivel ter dívida maioritariamente interna (como no Japão) e depois (se solução fosse essa) incentivar portugueses a aplicar poupanças em dívida nacional, aí não tem havido nada.

Thunder

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Re: Queda da Europa
« Responder #473 em: 2020-04-15 14:27:18 »
Zenith refiro a falar agora (últimas semanas); tudo no rescaldo do episódio do REPUGNANTE!
Eu não vi nada, mas posso andar ceguinho  :)

Há uns anos sei que foi bastante divulgado (a meu ver bem); até houve bastante discussão sobre isso no fórum (do que me recordo).

Do meu ponto de vista seriam baby steps construtivos para haver financiamento para esta fase difícil. Parte do MEE, parte emissão de dívida com diversas maturidades (já que as yields são baixas), certificados do tesouro ou algo semelhante, etc.
Não era andar a fazer rodriguinhos e a fazer de conta que não vamos ter uma cratera no OE.
« Última modificação: 2020-04-15 14:28:43 por Thunder »
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JohnyRobaz

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Re: Queda da Europa
« Responder #475 em: 2020-04-15 22:38:12 »
Zenith refiro a falar agora (últimas semanas); tudo no rescaldo do episódio do REPUGNANTE!
Eu não vi nada, mas posso andar ceguinho  :)

Há uns anos sei que foi bastante divulgado (a meu ver bem); até houve bastante discussão sobre isso no fórum (do que me recordo).

Do meu ponto de vista seriam baby steps construtivos para haver financiamento para esta fase difícil. Parte do MEE, parte emissão de dívida com diversas maturidades (já que as yields são baixas), certificados do tesouro ou algo semelhante, etc.
Não era andar a fazer rodriguinhos e a fazer de conta que não vamos ter uma cratera no OE.

Era uma boa medida, sem dúvida, lançarem uma campanha de divulgação e apelo ao investimento em certificados do tesouro.

Quanto à mutualização da dívida, isso dos eurobonds, com o BCE a dizer que compra dívida de todos os países, não vejo o interesse, sinceramente. Para além de ser obviamente injusto e politicamente impopular para os países que têm menos risco a nível interno, e isso desgastar possibilidades de entendimento com algo realmente útil.

Uma coisa diferente era o BCE imprimir dinheiro para injectar nas várias economias desvalorizando a moeda, basicamente imprimindo e dando o dinheiro a todos (sob a forma de fundo perdido digamos assim) neste período de tempo em que a economia está parada de forma a sustentar a paragem sem uma grande acumulação de dívida. Ninguém iria pagar a ninguém, seria o euro a desvalorizar, por se estar a criar moeda a troco de nada. Sem criação de dívida. Não sei bem se isto é uma real possibilidade, mas penso que é disso que se fala quando se lembra o Plano Marshall, apesar de aí ter sido os EUA a oferecer o dinheiro. Se isto for economicamente impossível digam, não sou economista.

Reg

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Re: Queda da Europa
« Responder #476 em: 2020-04-15 22:41:09 »
isso ja foi feito era portugal 2020


se nao chegou povo e porque sistema  o andou comer


desde 1986 que recebem    se nao modou

nao vai ser agora com mesmo regime ps/psd  e companhia  ja ca anda 40 anos  que vai mudar com impressao dinheiro
« Última modificação: 2020-04-15 22:43:13 por Reg »
Democracia Socialista Democrata. igualdade de quem berra mais O que é meu é meu o que é teu é nosso

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Re: Queda da Europa
« Responder #477 em: 2020-04-16 18:17:36 »
Citar
BCE terá que lançar plano de ‘reinvestimento vitalício’ para evitar outra crise da dívida

Com a nova crise económico-financeira a alastrar pela zona euro, o Banco Central Europeu (BCE) deverá assumir, uma vez mais, o papel de herói, sempre pronto a salvar a zona euro, sustentam analistas, ouvidos por agências internacionais.

O facto é que a crise do coronavírus deixará as finanças públicas ainda mais desequilibradas, com níveis de dívida que não serão sustentáveis num ambiente com taxas de juros atuais.

Na ausência de um acordo para mutualizar os riscos através de ‘eurobonds’ (ou ‘coronabonds’) ou outras formas de partilha do fardo, o BCE terá que se comprometer, mais cedo ou mais tarde, a prolongar o programa de compras pandémicas de emergência (PEPP) e, em seguida, “reinvestir perpetuamente” os vencimentos do referido programa.

https://revistarisco.sapo.pt/bce-tera-que-lancar-plano-de-reinvestimento-vitalicio-para-evitar-outra-crise-da-divida/

Segundo perspetiva o Bank of América, “as propostas discutidas até agora provavelmente não serão suficientes para garantir que a dívida pública permaneça num caminho sustentável, a menos que o BCE anuncie que os ativos provenientes do PEPP serão reinvestidos para sempre”.

Considerando os cálculos de bancos e organizações internacionais, não parece irracional pensar que o déficit fiscal deste ano na área do euro seja em média de 10% do PIB – depois de cair para 0,5% nos últimos anos -, o que seria de cerca de 1,2 trilhão de euros de novas dívidas. Os diferentes programas de compras do BCE somam cerca de 1 trilhão de euros e nem todo esse dinheiro é destinado a títulos soberanos. Talvez esse valor seja ainda menor. O BCE anunciou nesta quinta-feira que apenas as cinco principais economias da área do euro (Alemanha, França, Itália, Espanha e Holanda) emitirão títulos soberanos no valor de pelo menos um trilhão de euros em 2020 devido a necessidades de financiamento derivado do coronavírus.

Este cenário agrava-se se atentarmos nas economias que já estavam a registar um baixo crescimento e uma inflação muito baixa também, o que dificulta a redução dos níveis de dívida, a curto e médio prazo. O que, uma vez mais, conduz ao BCE e à sua intervenção no sentido de se comprometer a reinvestir todos os títulos que estão a vencer para evitar uma crise de dívida na zona euro, um risco liderado pelos países com menor margem fiscal, como é o caso de Itália, Portugal, Grécia ou Espanha .

Para Laureline Renaud-Chatelin e Frederik Ducrozet, analistas da Pictet WM, importa salientar que, embora o BCE tenha disparado a “bazuca” do PEPP (o programa de compra de ativos de coronavírus), “os riscos são claros e o BCE terá que implementar um aumento e extensão das compras de ativos em 2021”.

“Primeiro, o choque sem precedentes que a economia global enfrenta levará, provavelmente, a uma deterioração nas perspectivas de inflação de médio prazo, o que exige novos ajustes monetários. Segundo, a natureza ‘temporária’ do PEPP (refletida na falta de reinvestimento e vencimentos curtos) implica que o seu peso possa começar a diminuir em 2021. Suspeitamos que a compra de ativos aumentará em 2021, provavelmente através de uma expansão do programa”, apontam ainda os analistas da Pictet WM.

Os economistas do americano BofA são ainda mais claros e falam de um plano perpétuo, isto é, de um reinvestimento vitalício, considerando que o BCE pode ser forçado a recomprar uma enorme quantidade de dívida por décadas para impedir que as taxas de juros dos títulos disparem rapidamente, criando um problema para os países do euro.

“É necessário um apoio muito grande que mutualize os custos da pandemia e prolongue os vencimentos. Soluções que fornecem apenas custos de financiamento mais baratos e não aumentam significativamente os prazos de vencimento, incentivam uma resposta fiscal insuficiente que pode prolongar a recessão e aumentar a fatura fiscal. As propostas discutidas até agora provavelmente não serão suficientes para garantir que a dívida pública permaneça em um caminho sustentável, a menos que o BCE anuncie que os ativos vencidos do PEPP serão reinvestidos para sempre “, concluem.

 


vbm

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Re: Queda da Europa
« Responder #479 em: 2020-04-19 13:39:20 »
[  ]Mas estava a fazer um bocado de brain storming. Mas vês alguém a falar deste tipo de assunto? Eu não vi ninguém. Sou 100% sincero, não vi ninguém a abordar uma solução deste tipo. Talvez porque não haja interesse em mostrar publicamente este tipo de soluções: [  ]

Se for muito badalado,
os subscritores desconfiam
acabe em haircut!