Já não me lembrava de como tinha começado o tópico e fui reler.
Há muita informação interessante e o Inc sintetiza bastante bem toda esta questão à volta dos modelos.
Tenho que perder algum tempo a ver o tal AR1 do IPCC e tentar informar-me sobre que tipo de ajustes foram feitos aos modelos.
Agora é inegável que instituições com peso mundial andaram a dizer, que com o consenso dos cientistas, iriam acontecer coisas assustadoras, autênticos apocalipses
até a data X, e tal não aconteceu.
Ou deturparam o que foi dito pelos especialistas; ou usaram os piores
cenários (não são certezas) e não esclareceram ao público que eram os piores cenários; ou houve má fé e manipulação pura e dura; ou os modelos falharam e os cenários previstos foram exageradamente extrapolados.
É possível que tenha havido um mix de duas ou mais das hipóteses anteriores.
Se começarem a escavar o assunto, facilmente vão bater com defensores e detratores do cientista Hansen. É muito conhecido pois testemunhou no Congresso dos USA, penso que em 19888 ou 1989 (salvo erro).
Em qualquer lado encontram o famoso gráfico que ele fez com a previsão do aumento das temperaturas para um longo prazo temporal. Ele traça 3 "cenários"; um conservador, um moderado e um mais catastrófico. Penso que leva em linha de conta possíveis erupções vulcânicas, o ritmo de queima de HCs. De certeza que leva em conta outros factores mas ainda não tive tempo de ler.
Apenas li versões "digeridas do tema, e isso faz muita diferença. Por exemplo: quem ler a versão do Guardian, fica logo "informado" que as previsões bateram certo e leva logo com um rosário de ligações do tema à política. Decretam que bate certo com o cenário moderado, mas que entretanto levou um "ajustes" ... mas tenho que tentar confirmar esse ponto e a extensão dos ajustes.
O que acho estranho é que o cenário mais extremo, em que haveria mais queima de HCs, tenha sido previsto todo o crescimento da China e os outros BRIC.
Sinceramente acho muito pouco provável que o tenha feito. O que levanta a questão: com o ritmo de queima de HCs que tivemos porque não há comparação com o pior cenário; o pior cenário previa a queima de HCs, produção de metano, etc ocorrida?
Mas deixo o benefício da dúvida; tenho que ter mais info para ter uma posição mais sedimentada. Mas não vejo ninguém sequer debater esse ponto.
Se quiserem podem ler este texto, escrito pelo próprio Hansen:
http://web.archive.org/web/20010223232940/http://www.giss.nasa.gov/edu/gwdebate/É sobre um debate que teve com um "negacionista". Penso que o debate foi em 1998.
Reparem como o próprio fala sobre a ciência e depois confrontem com o que outros experts andam a "afirmar". Penso que o próprio Hansen ao longo da carreira, por vezes, esqueceu-se das suas próprias reflexões.
Agora comparem como que aparece no Guardian:
https://www.theguardian.com/environment/climate-consensus-97-per-cent/2018/jun/25/30-years-later-deniers-are-still-lying-about-hansens-amazing-global-warming-predictionEu se quiser posso ir fazer cherry picking do ponto exacto onde vou começar a fazer a comparação. Depois no Guardian aparece "adjusted scenario B"; o que cai na questão que o Inc referia ... andar a fazer ajustes "depois do jogo" e depois dizer que o modelo foi exacto ... cheira a esturro. Há fundamentação para os ajustes, logo dou o benefício da dúvida. Mas vamos ver se é plausível que o cenário original contemplasse essas razões (penso que o Hansen refere erupções vulcânicas já incorporadas nos cenários B e C).
Há outra coisa. Em certas zonas o gráfico não é facilmente legível, e é claro que tem que ser feitas "aproximações". Com dados de décima de unidade ... claro vai ficar uma porcaria. É que pelos vistos a previsão original não tinha tabelas, apenas o gráfico. Mas ainda não tenho isto confirmado e tudo sedimentado; e tenho que perceber melhor algumas coisas.
Porque se me parece que há má fé na questão dos cenários ajustados e outros detalhes da parte do "consenso" de climatologistas, também há pessoal do campo oposto a forçar a argumentação; em alguns casos a usar de pura deturpação.
No video do Lee aparece um artigo da Saloon, em que citamo Hansen a dizer que Zonas de NY que agora estão 1m acima do solo estariam submersas no ano X (penso que a data já pasou ou está próxima de passar) entre outras especulações.
Isso aparece em mais de 1 video do fulano.
Parece que o fulano que escreveu para a tal Saloon é "doente e cego" pela causa anti-antropogênica. O Hansen foi confrontado com os factos e esclareceu; o cenário seria para 40 anos e com um CO2 "duplicado". O escritor do artigo retratou-se e confirmou a versão do Hansen. Claro que o dano já estava feito e isso circula como fogo em palha.
Isto depois fica mais complicado. Há quem diga que o cenário do Hansen seria para níveis de 560ppm de CO2, outros dizem que seria 700ppm. Uns dizem que os 40 anos começam na altura da entrevista, outros que só 40 anos após a "duplicação"; mas duplicação em 560 ou 700ppm??? Parece um matriosca
Outros dizem, que o Hansen como cientista e dado o seu protagonismo nunca deveria ter entrado naquele tipo de especulação catastrofista. Os defensores do Hansen dizem que não há como dizer que foi especulativo porque o cenário de "duplicação" ainda não aconteceu. Mas é claro que os defensores do Hansen passam por cima de questões relevantes e também metem a cabeça na areia em pontos mais incômodos.
Mas de qualquer forma, é um ponto negativo para o fulano do video do Lee. Embora haja lá coisas interessantes como a subida de mais de 100m dos níveis dos oceanos nas últimas dezenas de milhares de anos; mais subida significativa da temperatura. Tal foi também referido anteriormente pelo Inc.
Podem ver o debate aqui:
https://skepticalscience.com/news.php?p=1&t=100&&n=627O site tenta "desmascarar" quase 200 mitos dos quer não aceitam a hipótese antropogênica:
https://skepticalscience.com/argument.phpPelo que percebo cada um dos pontos terá um debate do tipo do que referi para o artigo da Saloon.