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Autor Tópico: O Governo de António Costa  (Lida 187313 vezes)

Automek

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Re: O Governo de António Costa
« Responder #440 em: 2016-03-02 14:34:52 »
Muito bom este artigo de opinião do Carlos Guimarães Pinto sobre a ADSE

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Um dos argumentos mais comuns contra o alargamento da ADSE a todos os portugueses é o de que a ADSE é apenas mais uma forma de o Estado remunerar os seus funcionários. Que o Estado tem o mesmo direito que outro empregador qualquer a providenciar benefícios como um seguro de saúde. Não há argumento mais errado.

Um empregador privado tem todo o direito de achar que o Sistema Nacional de Saúde é insuficiente para os seus trabalhadores e oferecer-lhes um seguro de saúde. Mas o Estado não é um empregador qualquer. O Estado é o agente com a obrigação constitucional de garantir o acesso a cuidados de saúde a todos os cidadãos de forma igual. Se considera que o Sistema Nacional de Saúde é mau, e tem ao seu dispor um sistema melhor, deve estendê-lo aos restantes cidadãos em vez de o restringir a um grupo fechado. Ao disponibilizar a ADSE aos seus funcionários, o Estado está implicitamente a admitir que o sistema que oferece aos restantes cidadãos é insuficiente e, ao mesmo tempo, que reconhece a existência de um melhor.

Tal como o SNS, a ADSE é um sistema redistributivo em que uns pagam mais e todos beneficiam de forma igual. Mas não é isso que os funcionários públicos gostam na ADSE. O que realmente agrada aos funcionários públicos na ADSE é poderem escolher o hospital ou a clínica que podem usar em cada situação. É este o benefício principal da ADSE que está vedado aos utentes do SNS. É essa a componente que o estado descobriu ser mais vantajosa, servir melhor os interesses dos seus funcionários e que, por isso, tem a obrigação de estender a todos de forma igual.

A petição para que isto aconteça continua a correr aqui.
http://oinsurgente.org/2016/03/02/adse-e-o-empregador-estado/

Moppie85

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Re: O Governo de António Costa
« Responder #441 em: 2016-03-02 15:17:20 »
Muito bom este artigo de opinião do Carlos Guimarães Pinto sobre a ADSE

Citar
Um dos argumentos mais comuns contra o alargamento da ADSE a todos os portugueses é o de que a ADSE é apenas mais uma forma de o Estado remunerar os seus funcionários. Que o Estado tem o mesmo direito que outro empregador qualquer a providenciar benefícios como um seguro de saúde. Não há argumento mais errado.

Um empregador privado tem todo o direito de achar que o Sistema Nacional de Saúde é insuficiente para os seus trabalhadores e oferecer-lhes um seguro de saúde. Mas o Estado não é um empregador qualquer. O Estado é o agente com a obrigação constitucional de garantir o acesso a cuidados de saúde a todos os cidadãos de forma igual. Se considera que o Sistema Nacional de Saúde é mau, e tem ao seu dispor um sistema melhor, deve estendê-lo aos restantes cidadãos em vez de o restringir a um grupo fechado. Ao disponibilizar a ADSE aos seus funcionários, o Estado está implicitamente a admitir que o sistema que oferece aos restantes cidadãos é insuficiente e, ao mesmo tempo, que reconhece a existência de um melhor.

Tal como o SNS, a ADSE é um sistema redistributivo em que uns pagam mais e todos beneficiam de forma igual. Mas não é isso que os funcionários públicos gostam na ADSE. O que realmente agrada aos funcionários públicos na ADSE é poderem escolher o hospital ou a clínica que podem usar em cada situação. É este o benefício principal da ADSE que está vedado aos utentes do SNS. É essa a componente que o estado descobriu ser mais vantajosa, servir melhor os interesses dos seus funcionários e que, por isso, tem a obrigação de estender a todos de forma igual.

A petição para que isto aconteça continua a correr aqui.
http://oinsurgente.org/2016/03/02/adse-e-o-empregador-estado/



interessante, porque para mim esse argumento não tem qualquer sentido...

o argumento começa com: "Um dos argumentos mais comuns contra o alargamento da ADSE a todos os portugueses é o de que a ADSE é apenas mais uma forma de o Estado remunerar os seus funcionários. Que o Estado tem o mesmo direito que outro empregador qualquer a providenciar benefícios como um seguro de saúde. Não há argumento mais errado."

Ora, quando cada vez mais se quer aproximar as duas realidades (Estado e Privado), mais estupido se torna o argumento que contrarie o facto de o Estado empregador, poder oferecer beneficios como um seguro de vida. Mais, o argumento é tão mais estúpido quanto o "Estado" não estar de facto a oferecer neste momento nada (embora tenha oferecido durante largos anos, não na "grande medida" que aparecem nas contas da ADSE porque as mesmas incluiam despesas do SNS (tal como idas aos hospitais ou idas às farmácias que eram cobradas à ADSE pelo SNS) - as contribuições cobradas a quem pertence à ADSE cobrem as despesas das mesmas. Logo, neste momento, o estado não está sequer a oferecer um "seguro de saúde".

"Tal como o SNS, a ADSE é um sistema redistributivo em que uns pagam mais e todos beneficiam de forma igual." Não. Errado. Seria um sistema redistributivo se fosse neutro em termos de despesas e receitas. Mas mesmo que fosse (o que não é), basicamente funcionaria como um seguro em que só está dentro do mesmo quem quer e não como o SNS. Seria mais semelhante a um seguro de saúde em que a seguradora não buscasse por si só o lucro. Aliás, tal já foi debatido anteriormente neste tópico.

" O que realmente agrada aos funcionários públicos na ADSE é poderem escolher o hospital ou a clínica que podem usar em cada situação."

Não é bem só isso - é o facto de poderem recorrer a quase qualquer prestador de serviço privado, em vez de esperar 6 meses por uma ressonancia magnética e pagar um valor comportável (por exemplo a RMN custa cerca de €60, enquanto se não tivessem esse sistema de protecção pode custar cerca de €400.


"É este o benefício principal da ADSE que está vedado aos utentes do SNS."

Sim. Tal como quem tem um seguro de saúde e vai à Rede Medis e outras semelhantes... sendo que os "utentes do SNS" também estão vedados desses beneficios...

"É essa a componente que o estado descobriu ser mais vantajosa, servir melhor os interesses dos seus funcionários e que, por isso, tem a obrigação de estender a todos de forma igual."

Esse é o tal argumento da treta. Não, não tem essa obrigação - pura e simplesmente porque a ADSE só é "suportável" com estes custos se tiver uma base contributiva equilibrada. Para se ver se seria possivel manter esta estrutura de contribuições e beneficios ter-se-ia de ver se a resultante das contribuições teria uma distribuição semelhante à da ADSE. O que obviamente não acontece. Aliás, a ADSE só terá alguma vantagem enquanto os que são contribuintes liquidos para a mesma (os que mais contribuem e menos auferem) acharem que não existe no mercado (ou não façam as contas do custo de um seguro semelhante) algo que equivale às vantagens de ser beneficiário e descontar os 3,5% anuais.
O aumento da base para "toda a gente" levaria a um aumento desproporcional de pessoas que contribuem pouco vs aquelas que, sendo potenciais contribuintes liquidas, não entrariam na mesma percentagem. O que é que isto daria? Fim do sistema, pura e simplesmente.


Por isso, o argumento ali colocado é um argumento que na minha opinião não tem ponta por onde se pegue... é uma tentativa de fazer querer que "se o estado consegue fazer isto com a ADSE consegue também fazer o mesmo com o SNS" quando tal não é verdade.

Automek

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Re: O Governo de António Costa
« Responder #442 em: 2016-03-02 15:34:50 »
Logo, neste momento, o estado não está sequer a oferecer um "seguro de saúde".
Ao estar a oferecer o acesso a um "seguro" exclusivo é uma forma de remuneração, não financeira, mas com valor (se não tivesse valor a pessoa não o subscrevia). Esse privilégio, por assim dizer, é uma oferta que o estado faz aos seus FPs uma vez que é o estado que o organiza e não uma entidade privada.


"Tal como o SNS, a ADSE é um sistema redistributivo em que uns pagam mais e todos beneficiam de forma igual." Não. Errado. Seria um sistema redistributivo se fosse neutro em termos de despesas e receitas. Mas mesmo que fosse (o que não é), basicamente funcionaria como um seguro em que só está dentro do mesmo quem quer e não como o SNS. Seria mais semelhante a um seguro de saúde em que a seguradora não buscasse por si só o lucro. Aliás, tal já foi debatido anteriormente neste tópico.
IMO está correcto porque, tal como no SNS, a pessoa beneficia por igual de contribuições diferentes.
Nos seguros de saúde prestações iguais = beneficio igual. Não é dependente do que a pessoa ganha.
A ADSE é, portanto, distributiva.

" O que realmente agrada aos funcionários públicos na ADSE é poderem escolher o hospital ou a clínica que podem usar em cada situação."

Não é bem só isso - é o facto de poderem recorrer a quase qualquer prestador de serviço privado, em vez de esperar 6 meses por uma ressonancia magnética e pagar um valor comportável (por exemplo a RMN custa cerca de €60, enquanto se não tivessem esse sistema de protecção pode custar cerca de €400.
Bem, parece-me que é isso que ele quer dizer. "poderem escolher o hospital ou a clínica (PUBLICO OU PRIVADO) que podem usar em cada situação." (sublinhados meus)

"É este o benefício principal da ADSE que está vedado aos utentes do SNS."


Sim. Tal como quem tem um seguro de saúde e vai à Rede Medis e outras semelhantes... sendo que os "utentes do SNS" também estão vedados desses beneficios...
Mas isso não está em causa. o que ele questiona é ser o dono do SNS a oferecer isto ao seus FPs. Até acaba por ser hipócrita quando por um lado diz que o SNS é muito bom e por outro lado arranja uma ADSE porque sabe que o SNS não é assim tão bom.

"É essa a componente que o estado descobriu ser mais vantajosa, servir melhor os interesses dos seus funcionários e que, por isso, tem a obrigação de estender a todos de forma igual."

Esse é o tal argumento da treta. Não, não tem essa obrigação - pura e simplesmente porque a ADSE só é "suportável" com estes custos se tiver uma base contributiva equilibrada. Para se ver se seria possivel manter esta estrutura de contribuições e beneficios ter-se-ia de ver se a resultante das contribuições teria uma distribuição semelhante à da ADSE. O que obviamente não acontece. Aliás, a ADSE só terá alguma vantagem enquanto os que são contribuintes liquidos para a mesma (os que mais contribuem e menos auferem) acharem que não existe no mercado (ou não façam as contas do custo de um seguro semelhante) algo que equivale às vantagens de ser beneficiário e descontar os 3,5% anuais.
O aumento da base para "toda a gente" levaria a um aumento desproporcional de pessoas que contribuem pouco vs aquelas que, sendo potenciais contribuintes liquidas, não entrariam na mesma percentagem. O que é que isto daria? Fim do sistema, pura e simplesmente.
Eu não leio assim. Eu leio que a ADSE proporciona aos FPs benefícios de flexibilidade e rapidez que o próprio estado reconhece serem maus no SNS, que ele próprio gere.

Daí que eu diga que é uma tremenda hipocrisia ser o próprio estado, que apregoa um bom SNS, a dizer que aquilo não é suficiente para os FPs e que tem montado ao lado uma coisa melhor.

Repara que, como ele próprio diz, se for a Delta a oferecer um sistema de saúde por reconhecer que o SNS é insuficiente, não há nada a apontar. Se for o estado, que é o dono do próprio SNS, é uma posição eticamente reprovável.
Mais um argumento, aliás, para que a ADSE se tornar privada e gerida autonomamente do estado (até porque se voltar a haver um ano com défice não estou a ver os FPs a receberem uma factura suplementar).

Reg

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Re: O Governo de António Costa
« Responder #443 em: 2016-03-02 15:56:45 »
ADSE tem listas de espera?

entao porque nao alargam isto ao povo todo
« Última modificação: 2016-03-02 16:01:02 por Reg »
Democracia Socialista Democrata. igualdade de quem berra mais O que é meu é meu o que é teu é nosso

Automek

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Re: O Governo de António Costa
« Responder #444 em: 2016-03-02 16:05:52 »
ADSE tem listas de espera?

entao porque nao alargam isto ao povo todo
porque sabem que não era viável. o que têm é de autonomizar aquilo do estado.

Zakk

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Re: O Governo de António Costa
« Responder #445 em: 2016-03-02 16:08:10 »
ADSE tem listas de espera?

entao porque nao alargam isto ao povo todo

porque se alargar ao povo todo vai à falência.

Automek

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Re: O Governo de António Costa
« Responder #446 em: 2016-03-02 16:08:29 »
Até é estranho que os FPs não peçam essa autonomização porque se há saldo positivo na ADSE e se esse saldo positivo já é depois da ADSE pagar parte das despesas do SNS, uma coisa autonomizada ainda exigiria menos contribuições. Não parece muito racional os FPs quererem isto misturado com o estado.

Zakk

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Re: O Governo de António Costa
« Responder #447 em: 2016-03-02 16:11:20 »
Até é estranho que os FPs não peçam essa autonomização porque se há saldo positivo na ADSE e se esse saldo positivo já é depois da ADSE pagar parte das despesas do SNS, uma coisa autonomizada ainda exigiria menos contribuições. Não parece muito racional os FPs quererem isto misturado com o estado.

Os FPs não são burros (rendimentos mais baixos) aquilo é quase grátis.
A longo prazo a ADSE vai falir
é melhor falir nas mãos do estado
« Última modificação: 2016-03-02 16:12:24 por heras »

Automek

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Re: O Governo de António Costa
« Responder #448 em: 2016-03-02 16:14:28 »
Até é estranho que os FPs não peçam essa autonomização porque se há saldo positivo na ADSE e se esse saldo positivo já é depois da ADSE pagar parte das despesas do SNS, uma coisa autonomizada ainda exigiria menos contribuições. Não parece muito racional os FPs quererem isto misturado com o estado.

Os FPs não são burros (rendimentos mais baixos) aquilo é quase grátis.
A longo prazo a ADSE vai falir
é melhor falir nas mãos do estado
não é isso que quero dizer.
se a adse tem receitas de 1000 e despesas de 950 e se nesses 950 estão 200 (por exemplo) para o SNS, então sendo autónomo, sem ter de pagar ao sns, pode ter despesas apenas de 750, podendo baixar as contribuições. os fps deviam bater-se pela autonomização daquilo.

Reg

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Re: O Governo de António Costa
« Responder #449 em: 2016-03-02 16:16:18 »
ok se alargar ao povo vai falencia

se ficar so  com funcionarios publicos vai falencia longo prazo 


no curto prazo podia ter contribuiçoes  mais baratas
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Zakk

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Re: O Governo de António Costa
« Responder #450 em: 2016-03-02 16:18:59 »
Até é estranho que os FPs não peçam essa autonomização porque se há saldo positivo na ADSE e se esse saldo positivo já é depois da ADSE pagar parte das despesas do SNS, uma coisa autonomizada ainda exigiria menos contribuições. Não parece muito racional os FPs quererem isto misturado com o estado.

Os FPs não são burros (rendimentos mais baixos) aquilo é quase grátis.
A longo prazo a ADSE vai falir
é melhor falir nas mãos do estado
não é isso que quero dizer.
se a adse tem receitas de 1000 e despesas de 950 e se nesses 950 estão 200 (por exemplo) para o SNS, então sendo autónomo, sem ter de pagar ao sns, pode ter despesas apenas de 750, podendo baixar as contribuições. os fps deviam bater-se pela autonomização daquilo.

eu só fico admirado como ainda não reclamaram de ser grátis para os rendimentos mais baixos.

Incognitus

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Re: O Governo de António Costa
« Responder #451 em: 2016-03-02 16:44:08 »
Muito bom este artigo de opinião do Carlos Guimarães Pinto sobre a ADSE

Citar
Um dos argumentos mais comuns contra o alargamento da ADSE a todos os portugueses é o de que a ADSE é apenas mais uma forma de o Estado remunerar os seus funcionários. Que o Estado tem o mesmo direito que outro empregador qualquer a providenciar benefícios como um seguro de saúde. Não há argumento mais errado.

Um empregador privado tem todo o direito de achar que o Sistema Nacional de Saúde é insuficiente para os seus trabalhadores e oferecer-lhes um seguro de saúde. Mas o Estado não é um empregador qualquer. O Estado é o agente com a obrigação constitucional de garantir o acesso a cuidados de saúde a todos os cidadãos de forma igual. Se considera que o Sistema Nacional de Saúde é mau, e tem ao seu dispor um sistema melhor, deve estendê-lo aos restantes cidadãos em vez de o restringir a um grupo fechado. Ao disponibilizar a ADSE aos seus funcionários, o Estado está implicitamente a admitir que o sistema que oferece aos restantes cidadãos é insuficiente e, ao mesmo tempo, que reconhece a existência de um melhor.

Tal como o SNS, a ADSE é um sistema redistributivo em que uns pagam mais e todos beneficiam de forma igual. Mas não é isso que os funcionários públicos gostam na ADSE. O que realmente agrada aos funcionários públicos na ADSE é poderem escolher o hospital ou a clínica que podem usar em cada situação. É este o benefício principal da ADSE que está vedado aos utentes do SNS. É essa a componente que o estado descobriu ser mais vantajosa, servir melhor os interesses dos seus funcionários e que, por isso, tem a obrigação de estender a todos de forma igual.

A petição para que isto aconteça continua a correr aqui.
http://oinsurgente.org/2016/03/02/adse-e-o-empregador-estado/



É um ângulo muito interessante. E como os socialistas, BE e afins defendem isso, basicamente estão a dar-nos razão quando defendemos que o sistema deveria ser assim para todos -- apenas não o querem porque, COMO SEMPRE, o socialismo é baseado em beneficiar uns arbitrariamente sobre outros.
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Re: O Governo de António Costa
« Responder #452 em: 2016-03-02 16:46:47 »
Muito bom este artigo de opinião do Carlos Guimarães Pinto sobre a ADSE

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Um dos argumentos mais comuns contra o alargamento da ADSE a todos os portugueses é o de que a ADSE é apenas mais uma forma de o Estado remunerar os seus funcionários. Que o Estado tem o mesmo direito que outro empregador qualquer a providenciar benefícios como um seguro de saúde. Não há argumento mais errado.

Um empregador privado tem todo o direito de achar que o Sistema Nacional de Saúde é insuficiente para os seus trabalhadores e oferecer-lhes um seguro de saúde. Mas o Estado não é um empregador qualquer. O Estado é o agente com a obrigação constitucional de garantir o acesso a cuidados de saúde a todos os cidadãos de forma igual. Se considera que o Sistema Nacional de Saúde é mau, e tem ao seu dispor um sistema melhor, deve estendê-lo aos restantes cidadãos em vez de o restringir a um grupo fechado. Ao disponibilizar a ADSE aos seus funcionários, o Estado está implicitamente a admitir que o sistema que oferece aos restantes cidadãos é insuficiente e, ao mesmo tempo, que reconhece a existência de um melhor.

Tal como o SNS, a ADSE é um sistema redistributivo em que uns pagam mais e todos beneficiam de forma igual. Mas não é isso que os funcionários públicos gostam na ADSE. O que realmente agrada aos funcionários públicos na ADSE é poderem escolher o hospital ou a clínica que podem usar em cada situação. É este o benefício principal da ADSE que está vedado aos utentes do SNS. É essa a componente que o estado descobriu ser mais vantajosa, servir melhor os interesses dos seus funcionários e que, por isso, tem a obrigação de estender a todos de forma igual.

A petição para que isto aconteça continua a correr aqui.
http://oinsurgente.org/2016/03/02/adse-e-o-empregador-estado/



interessante, porque para mim esse argumento não tem qualquer sentido...

o argumento começa com: "Um dos argumentos mais comuns contra o alargamento da ADSE a todos os portugueses é o de que a ADSE é apenas mais uma forma de o Estado remunerar os seus funcionários. Que o Estado tem o mesmo direito que outro empregador qualquer a providenciar benefícios como um seguro de saúde. Não há argumento mais errado."

Ora, quando cada vez mais se quer aproximar as duas realidades (Estado e Privado), mais estupido se torna o argumento que contrarie o facto de o Estado empregador, poder oferecer beneficios como um seguro de vida. Mais, o argumento é tão mais estúpido quanto o "Estado" não estar de facto a oferecer neste momento nada (embora tenha oferecido durante largos anos, não na "grande medida" que aparecem nas contas da ADSE porque as mesmas incluiam despesas do SNS (tal como idas aos hospitais ou idas às farmácias que eram cobradas à ADSE pelo SNS) - as contribuições cobradas a quem pertence à ADSE cobrem as despesas das mesmas. Logo, neste momento, o estado não está sequer a oferecer um "seguro de saúde".

"Tal como o SNS, a ADSE é um sistema redistributivo em que uns pagam mais e todos beneficiam de forma igual." Não. Errado. Seria um sistema redistributivo se fosse neutro em termos de despesas e receitas. Mas mesmo que fosse (o que não é), basicamente funcionaria como um seguro em que só está dentro do mesmo quem quer e não como o SNS. Seria mais semelhante a um seguro de saúde em que a seguradora não buscasse por si só o lucro. Aliás, tal já foi debatido anteriormente neste tópico.

" O que realmente agrada aos funcionários públicos na ADSE é poderem escolher o hospital ou a clínica que podem usar em cada situação."

Não é bem só isso - é o facto de poderem recorrer a quase qualquer prestador de serviço privado, em vez de esperar 6 meses por uma ressonancia magnética e pagar um valor comportável (por exemplo a RMN custa cerca de €60, enquanto se não tivessem esse sistema de protecção pode custar cerca de €400.


"É este o benefício principal da ADSE que está vedado aos utentes do SNS."

Sim. Tal como quem tem um seguro de saúde e vai à Rede Medis e outras semelhantes... sendo que os "utentes do SNS" também estão vedados desses beneficios...

"É essa a componente que o estado descobriu ser mais vantajosa, servir melhor os interesses dos seus funcionários e que, por isso, tem a obrigação de estender a todos de forma igual."

Esse é o tal argumento da treta. Não, não tem essa obrigação - pura e simplesmente porque a ADSE só é "suportável" com estes custos se tiver uma base contributiva equilibrada. Para se ver se seria possivel manter esta estrutura de contribuições e beneficios ter-se-ia de ver se a resultante das contribuições teria uma distribuição semelhante à da ADSE. O que obviamente não acontece. Aliás, a ADSE só terá alguma vantagem enquanto os que são contribuintes liquidos para a mesma (os que mais contribuem e menos auferem) acharem que não existe no mercado (ou não façam as contas do custo de um seguro semelhante) algo que equivale às vantagens de ser beneficiário e descontar os 3,5% anuais.
O aumento da base para "toda a gente" levaria a um aumento desproporcional de pessoas que contribuem pouco vs aquelas que, sendo potenciais contribuintes liquidas, não entrariam na mesma percentagem. O que é que isto daria? Fim do sistema, pura e simplesmente.


Por isso, o argumento ali colocado é um argumento que na minha opinião não tem ponta por onde se pegue... é uma tentativa de fazer querer que "se o estado consegue fazer isto com a ADSE consegue também fazer o mesmo com o SNS" quando tal não é verdade.


Se o sistema fosse estruturado para isso, o conceito de ADSE nem sequer existiria -- todo o sistema funcionaria como a ADSE incluindo a componente pública. Um acto médico levaria ao mesmo apoio independentemente de onde praticado.

No fundo penso que França funciona assim e o Medicare também (embora só cubra praticamente reformados). Esses sistemas têm listas extensas de comparticipação por acto médico.
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Re: O Governo de António Costa
« Responder #453 em: 2016-03-02 16:48:34 »
ok se alargar ao povo vai falencia

se ficar so  com funcionarios publicos vai falencia longo prazo 


no curto prazo podia ter contribuiçoes  mais baratas

Não vai à falência -- só se providenciar saúde em Portugal fosse inviável economicamente. É simplesmente um conceito diferente de sistema, e obviamente pode implicar pricing diferente do actual para actos médicos (com, pasme-se, alguma desvantagem para providers privados -- que no sistema actual podem ser artificialmente beneficiados dado o público menor que acede aos benefícios).
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Re: O Governo de António Costa
« Responder #454 em: 2016-03-02 16:50:54 »
Logo, neste momento, o estado não está sequer a oferecer um "seguro de saúde".
Ao estar a oferecer o acesso a um "seguro" exclusivo é uma forma de remuneração, não financeira, mas com valor (se não tivesse valor a pessoa não o subscrevia). Esse privilégio, por assim dizer, é uma oferta que o estado faz aos seus FPs uma vez que é o estado que o organiza e não uma entidade privada.


"Tal como o SNS, a ADSE é um sistema redistributivo em que uns pagam mais e todos beneficiam de forma igual." Não. Errado. Seria um sistema redistributivo se fosse neutro em termos de despesas e receitas. Mas mesmo que fosse (o que não é), basicamente funcionaria como um seguro em que só está dentro do mesmo quem quer e não como o SNS. Seria mais semelhante a um seguro de saúde em que a seguradora não buscasse por si só o lucro. Aliás, tal já foi debatido anteriormente neste tópico.
IMO está correcto porque, tal como no SNS, a pessoa beneficia por igual de contribuições diferentes.
Nos seguros de saúde prestações iguais = beneficio igual. Não é dependente do que a pessoa ganha.
A ADSE é, portanto, distributiva.

" O que realmente agrada aos funcionários públicos na ADSE é poderem escolher o hospital ou a clínica que podem usar em cada situação."

Não é bem só isso - é o facto de poderem recorrer a quase qualquer prestador de serviço privado, em vez de esperar 6 meses por uma ressonancia magnética e pagar um valor comportável (por exemplo a RMN custa cerca de €60, enquanto se não tivessem esse sistema de protecção pode custar cerca de €400.
Bem, parece-me que é isso que ele quer dizer. "poderem escolher o hospital ou a clínica (PUBLICO OU PRIVADO) que podem usar em cada situação." (sublinhados meus)

"É este o benefício principal da ADSE que está vedado aos utentes do SNS."


Sim. Tal como quem tem um seguro de saúde e vai à Rede Medis e outras semelhantes... sendo que os "utentes do SNS" também estão vedados desses beneficios...
Mas isso não está em causa. o que ele questiona é ser o dono do SNS a oferecer isto ao seus FPs. Até acaba por ser hipócrita quando por um lado diz que o SNS é muito bom e por outro lado arranja uma ADSE porque sabe que o SNS não é assim tão bom.

"É essa a componente que o estado descobriu ser mais vantajosa, servir melhor os interesses dos seus funcionários e que, por isso, tem a obrigação de estender a todos de forma igual."

Esse é o tal argumento da treta. Não, não tem essa obrigação - pura e simplesmente porque a ADSE só é "suportável" com estes custos se tiver uma base contributiva equilibrada. Para se ver se seria possivel manter esta estrutura de contribuições e beneficios ter-se-ia de ver se a resultante das contribuições teria uma distribuição semelhante à da ADSE. O que obviamente não acontece. Aliás, a ADSE só terá alguma vantagem enquanto os que são contribuintes liquidos para a mesma (os que mais contribuem e menos auferem) acharem que não existe no mercado (ou não façam as contas do custo de um seguro semelhante) algo que equivale às vantagens de ser beneficiário e descontar os 3,5% anuais.
O aumento da base para "toda a gente" levaria a um aumento desproporcional de pessoas que contribuem pouco vs aquelas que, sendo potenciais contribuintes liquidas, não entrariam na mesma percentagem. O que é que isto daria? Fim do sistema, pura e simplesmente.
Eu não leio assim. Eu leio que a ADSE proporciona aos FPs benefícios de flexibilidade e rapidez que o próprio estado reconhece serem maus no SNS, que ele próprio gere.

Daí que eu diga que é uma tremenda hipocrisia ser o próprio estado, que apregoa um bom SNS, a dizer que aquilo não é suficiente para os FPs e que tem montado ao lado uma coisa melhor.

Repara que, como ele próprio diz, se for a Delta a oferecer um sistema de saúde por reconhecer que o SNS é insuficiente, não há nada a apontar. Se for o estado, que é o dono do próprio SNS, é uma posição eticamente reprovável.
Mais um argumento, aliás, para que a ADSE se tornar privada e gerida autonomamente do estado (até porque se voltar a haver um ano com défice não estou a ver os FPs a receberem uma factura suplementar).

A ADSE nem tem que ser privada -- basta eliminá-la e mudar a estrutura de funcionamento do SNS.

Obviamente um monte de gente poderia estar contra isto, nomeadamente seguradoras privadas de saúde (que deixariam de ter sentido) e sabe-se lá porque razão, a esquerda.
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Re: O Governo de António Costa
« Responder #455 em: 2016-03-02 16:53:16 »
A viabilidade económica mede-se através de um aumento de preço com o aumento da idade. Na ADSE isso não acontece.

Porque não exigir a abertura do sistema de saúde bancário a todas as pessoas? É bem melhor que a ADSE.
“Our values are human rights, democracy and the rule of law, to which I see no alternative. This is why I am opposed to any ideology or any political movement that negates these values or which treads upon them once it has assumed power. In this regard there is no difference between Nazism, Fascism or Communism..”
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Re: O Governo de António Costa
« Responder #456 em: 2016-03-02 16:54:40 »
A viabilidade económica mede-se através de um aumento de preço com o aumento da idade. Na ADSE isso não acontece.

Porque não exigir a abertura do sistema de saúde bancário a todas as pessoas? É bem melhor que a ADSE.

Pedir a abertura de sistemas privados não faz sentido.

Mas se o SNS fosse estruturado de forma diferente, até esses sistemas tendencialmente deixariam de fazer sentido existirem.
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Re: O Governo de António Costa
« Responder #457 em: 2016-03-02 16:55:58 »
ok se alargar ao povo vai falencia

se ficar so  com funcionarios publicos vai falencia longo prazo 


no curto prazo podia ter contribuiçoes  mais baratas

Não vai à falência -- só se providenciar saúde em Portugal fosse inviável economicamente. É simplesmente um conceito diferente de sistema, e obviamente pode implicar pricing diferente do actual para actos médicos (com, pasme-se, alguma desvantagem para providers privados -- que no sistema actual podem ser artificialmente beneficiados dado o público menor que acede aos benefícios).
Eu penso que iria à falência porque o facto de ser proporcionado a FPs, baseado nas contribuições, é uma forma de ter um prémio médio alto que, se alargassem a toda a gente, diminuiria drasticamente.

No fundo a ADSE é como uma seguradora que vende prémios a 100 e é viável mas se os vendesse a 80 não era.
Só com a diferença que esse prémio de 100 na ADSE não é fixo mas sim o resultado das contribuições de 1000 e de 10. Se alargassem a todos, esse prémio médio iria baixar, uma vez que no estado os salários são, em média, mais altos do que o resto da população activa.

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Re: O Governo de António Costa
« Responder #458 em: 2016-03-02 16:59:02 »
A viabilidade económica mede-se através de um aumento de preço com o aumento da idade. Na ADSE isso não acontece.

Porque não exigir a abertura do sistema de saúde bancário a todas as pessoas? É bem melhor que a ADSE.

Pedir a abertura de sistemas privados não faz sentido.

Mas se o SNS fosse estruturado de forma diferente, até esses sistemas tendencialmente deixariam de fazer sentido existirem.
A ADSE é um sistema privado dos funcionários da função pública. Pago pelos próprios funcionários e que, até que façam as contas devidamente, com a retirada de valores referentes a medicamentos e ídas ao SNS, é devidamente financiada.
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Re: O Governo de António Costa
« Responder #459 em: 2016-03-02 16:59:10 »
ok se alargar ao povo vai falencia

se ficar so  com funcionarios publicos vai falencia longo prazo 


no curto prazo podia ter contribuiçoes  mais baratas

Não vai à falência -- só se providenciar saúde em Portugal fosse inviável economicamente. É simplesmente um conceito diferente de sistema, e obviamente pode implicar pricing diferente do actual para actos médicos (com, pasme-se, alguma desvantagem para providers privados -- que no sistema actual podem ser artificialmente beneficiados dado o público menor que acede aos benefícios).
Eu penso que iria à falência porque o facto de ser proporcionado a FPs, baseado nas contribuições, é uma forma de ter um prémio médio alto que, se alargassem a toda a gente, diminuiria drasticamente.

No fundo a ADSE é como uma seguradora que vende prémios a 100 e é viável mas se os vendesse a 80 não era.
Só com a diferença que esse prémio de 100 na ADSE não é fixo mas sim o resultado das contribuições de 1000 e de 10. Se alargassem a todos, esse prémio médio iria baixar, uma vez que no estado os salários são, em média, mais altos do que o resto da população activa.

Mas a questão estaria em mudar a filosofia do sistema. Eventualmente existirão hoje coisas que produzem despesa, como óculos de sol e sabe-se lá mais o quê, que deixariam de fazer sentido.

Não seria extender a ADSE. Seria mudar o SNS e existir só o SNS (com possibilidade de optar por providers privados ou públicos, todos recebendo o mesmo por acto médico tabelado).
« Última modificação: 2016-03-02 16:59:24 por Incognitus »
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