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Autor Tópico: Filtros FAP, estimativas de mortes e ciência  (Lida 3357 vezes)

Incognitus

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Filtros FAP, estimativas de mortes e ciência
« em: 2015-11-27 10:26:35 »
Caramba! Não tirem os FAP e o EGR, sff!   :o

Então andamos todos a fazer um esforço brutal para melhorar a qualidade do ar que se respira na Europa (400 mil mortes por ano devido à poluição excessiva), e depois a malta anda para aí a brincar com o pagode??? Quem retira isso devem ser os mesmos que depois se queixam de medidas como a ZER... Não querem ter que lidar com a manutenção do FAP? Comprem carro a gasolina!  >:(


O que dizes faz sentido, mas a questão das 400,000 mortes por poluição em excesso na Europa é altamente duvidosa.

Digo isso porque essas estimativas são baseadas em modelos que só procuram ser fitted à realidade, não estão validados por previsões verificadas, são altamente especulativos, e de qualquer forma pelo menos um desses modelos coloca o principal factor para as mortes na Europa a ser a Agricultura:

http://www.nature.com/nature/journal/v525/n7569/full/nature15371.html


« Última modificação: 2015-11-27 10:33:40 por Incognitus »
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karnuss

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Re: Filtros FAP, estimativas de mortes e ciência
« Responder #1 em: 2015-11-27 10:32:52 »

Incognitus

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Re: Filtros FAP, estimativas de mortes e ciência
« Responder #2 em: 2015-11-27 10:35:59 »
São dados oficiais - é assustador e surpreendente (para quem não está por dentro destes asusntos), mas a poluição na Europa provoca mais mortes prematuras do que os acidentes nas estradas

http://www.eea.europa.eu/media/newsreleases/europes-cities-still-suffering-from

Podes ver o relatório compleot aqui: https://www.google.pt/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=3&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwj7ovCMs7DJAhXMvRoKHSZqCqwQFggyMAI&url=http%3A%2F%2Fwww.eea.europa.eu%2Fpublications%2Fair-quality-in-europe-2014%2Fdownload&usg=AFQjCNF9E0oFMO6uH87NjEimTN5COkTLhg&sig2=iMHL8r-m93Xz_-J4GwbA1g


Citar
estimated 400 000 premature deaths


Não, Karnuss, não são dados oficiais nem o podem ser. Na ciência, há vários tipos de ciência. Essa não é das mais fortes, estruturalmente (o mesmo se aplica ao aquecimento global, diga-se).

Na ciência para algo ser validado, fazem-se experiências e replicam-se resultados e verificam-se previsões. Em ciência baseada em modelos, como é o caso, fazem-se previsões e depois verifica-se se os modelos tendem a acertar. Ciência apenas com modelos fitted para trás é algo que cai mais ou menos no valor de uma estratégia de trading que foi fitted ao passado e funcionava no passado. Como sabes, só isso não é particularmente forte.

------------

Eu tinha acrescentado isto ao meu post anterior:

Digo isso porque essas estimativas são baseadas em modelos que só procuram ser fitted à realidade, não estão validados por previsões verificadas, são altamente especulativos, e de qualquer forma pelo menos um desses modelos coloca o principal factor para as mortes na Europa a ser a Agricultura:

http://www.nature.com/nature/journal/v525/n7569/full/nature15371.html
« Última modificação: 2015-11-27 10:37:33 por Incognitus »
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Re: Filtros FAP, estimativas de mortes e ciência
« Responder #3 em: 2015-11-27 10:39:33 »
Nota que não estou a dizer que a poluição não provoca mortes. Provoca certamente. O que estou a dizer é que esses números tipo 400,000 são puxados de um chapéu com base em modelos cujas previsões não estão validadas.

Por exemplo, o tipo de poluição em causa tem estado a cair na Europa. Os modelos indicam alguma queda dessa estimativa ao longo do tempo ou só apresentam um número?
« Última modificação: 2015-11-27 10:44:29 por Incognitus »
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Re: Filtros FAP, estimativas de mortes e ciência
« Responder #4 em: 2015-11-27 10:42:23 »
É oficial no sentido de serem reportados pela Agência Europeia do Ambiente (mais oficial e rigoroso que isto é impossível). Claro que são estimativas, com base em estudos da WHO (lá está mais oficial e rigoroso também é impossível). Sendo estimativas, podem falhar naturalmente. Mas são corroboradas por estudos locais (por exemplo, há uns anos participei num Estudo financiado pela Gulbenkian, em que concluímos que com 95% de probabilidade, se verificou uma relação causa-efeito entre picos de poluição por PM10 e um aumento significativo admissões hospitalares de crianças nas urgências Hospital da Estefâna devido a doenças respiratórias, 3 dias depois).

No meu trabalho académico (inclusive a minha tese de mestrado e os papers peer-reviewed em que colaborei), estas fontes e referências são as mais importantes, em conjunto com outros papers peer-reviewed publicados pelos autores mais relevantes.
« Última modificação: 2015-11-27 10:42:51 por karnuss »

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Re: Filtros FAP, estimativas de mortes e ciência
« Responder #5 em: 2015-11-27 10:49:16 »
É oficial no sentido de serem reportados pela Agência Europeia do Ambiente (mais oficial e rigoroso que isto é impossível). Claro que são estimativas, com base em estudos da WHO (lá está mais oficial e rigoroso também é impossível). Sendo estimativas, podem falhar naturalmente. Mas são corroboradas por estudos locais (por exemplo, há uns anos participei num Estudo financiado pela Gulbenkian, em que concluímos que com 95% de probabilidade, se verificou uma relação causa-efeito entre picos de poluição por PM10 e um aumento significativo admissões hospitalares de crianças nas urgências Hospital da Estefâna devido a doenças respiratórias, 3 dias depois).

No meu trabalho académico (inclusive a minha tese de mestrado e os papers peer-reviewed em que colaborei), estas fontes e referências são as mais importantes, em conjunto com outros papers peer-reviewed publicados pelos autores mais relevantes.

Claro, pois a poluição tem efeitos graves sobre a saúde e é perfeitamente plausível que mata (até em quantidade).

Mas os 400,000 não deixam de ser puxados de um chapéu sem estarem validados. Aliás, mesmo colocando por hipótese serem 400,000, esse número teria que estar em queda.

E mais, a poluição por particulas PM2.5 ainda por cima viria em grande medida de emissões via combustíveis ex-transportes... e além do mais os 400,000 (a serem verdade, mas o número é duvidoso -- pode ser muito mais ou muito menos, facilmente) seriam com base em todos os poluentes e não só as PM2.5 (idem para PM10) ... repara bem o que acontece aqui, os transportes representam uma fracção das PM2.5, e as PM2.5 são uma fracção dos poluentes (embora um dos mais perigosos). Resultado, em última análise não seria improvável que os FAP afectassem a variação de uns 4,000 ou menos (entenda-se, provocassem a variação desse número, não o número) dos 400,000 (a acreditar neles) ...

-------------

Dito isto o objectivo de tornar as emissões mais limpas é louvável. E até nem se percebe porque é que a política fiscal Europeia favorece os veículos diesel, por exemplo em larga medida criando o problema que aqui estamos a debater.
« Última modificação: 2015-11-27 10:54:10 por Incognitus »
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Re: Filtros FAP, estimativas de mortes e ciência
« Responder #6 em: 2015-11-27 10:58:25 »
É oficial no sentido de serem reportados pela Agência Europeia do Ambiente (mais oficial e rigoroso que isto é impossível). Claro que são estimativas, com base em estudos da WHO (lá está mais oficial e rigoroso também é impossível). Sendo estimativas, podem falhar naturalmente. Mas são corroboradas por estudos locais (por exemplo, há uns anos participei num Estudo financiado pela Gulbenkian, em que concluímos que com 95% de probabilidade, se verificou uma relação causa-efeito entre picos de poluição por PM10 e um aumento significativo admissões hospitalares de crianças nas urgências Hospital da Estefâna devido a doenças respiratórias, 3 dias depois).

No meu trabalho académico (inclusive a minha tese de mestrado e os papers peer-reviewed em que colaborei), estas fontes e referências são as mais importantes, em conjunto com outros papers peer-reviewed publicados pelos autores mais relevantes.

Outra coisa, não chega constatar uma correlação. Essa correlação depois é a base de um modelo, que deve ser aplicado a situações futuras. Quando as situações futuras ocorrem, deve verificar-se se o modelo as previu correctamente. Para esse género de ciência, só isso produz alguma validade. A correlação em si é até esse momento uma curiosidade ainda que o tratamento estatístico seja profundo como certamente foi.

Esse modelo chegou a existir? Foi validado umas quantas vezes para a frente?

Se não foi, cai no mesmo problema dos 400,000, do aquecimento global e dos sistemas de trading fitted ao passado.

--------

Só por curiosidade, o que é que provocou os picos de poluição por PM10?
« Última modificação: 2015-11-27 11:01:50 por Incognitus »
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Re: Filtros FAP, estimativas de mortes e ciência
« Responder #7 em: 2015-11-27 11:03:19 »
Claro, é com base nos efeitos cumulativos de vários poluentes que aí apresentas. Como bem dizes, as partículas são fortemente emitidas nos processos de combustão residencial, sobretudo devido às emissões das lareiras que têm um impacte significativo na Europa Central e de Leste). Nos meios urbanos como Lisboa, contudo, a fonte primordial de emissões poluentes é mesmo o tráfego rodoviário (observa-se bem o típico perfil "camelo" dos níveis de poluição, com picos na hora de ponta da manhã e da tarde - aqui para várias Estações de Qualidade do Ar em Lisboa).

Podes ver mais informação (neste caso, a nível global) sobre os impactes da poluição do ar na saúde humana, assim como uma compilação de estudos feitos pela WHO:

http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs313/en/

http://www.who.int/mediacentre/news/releases/2014/air-pollution/en/

karnuss

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Re: Filtros FAP, estimativas de mortes e ciência
« Responder #8 em: 2015-11-27 11:10:55 »
É oficial no sentido de serem reportados pela Agência Europeia do Ambiente (mais oficial e rigoroso que isto é impossível). Claro que são estimativas, com base em estudos da WHO (lá está mais oficial e rigoroso também é impossível). Sendo estimativas, podem falhar naturalmente. Mas são corroboradas por estudos locais (por exemplo, há uns anos participei num Estudo financiado pela Gulbenkian, em que concluímos que com 95% de probabilidade, se verificou uma relação causa-efeito entre picos de poluição por PM10 e um aumento significativo admissões hospitalares de crianças nas urgências Hospital da Estefâna devido a doenças respiratórias, 3 dias depois).

No meu trabalho académico (inclusive a minha tese de mestrado e os papers peer-reviewed em que colaborei), estas fontes e referências são as mais importantes, em conjunto com outros papers peer-reviewed publicados pelos autores mais relevantes.


Outra coisa, não chega constatar uma correlação. Essa correlação depois é a base de um modelo, que deve ser aplicado a situações futuras. Quando as situações futuras ocorrem, deve verificar-se se o modelo as previu correctamente. Para esse género de ciência, só isso produz alguma validade. A correlação em si é até esse momento uma curiosidade ainda que o tratamento estatístico seja profundo como certamente foi.

Esse modelo chegou a existir? Foi validado umas quantas vezes para a frente?

Se não foi, cai no mesmo problema dos 400,000, do aquecimento global e dos sistemas de trading fitted ao passado.

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Só por curiosidade, o que é que provocou os picos de poluição por PM10?



O Modelo aplicado é replicável, basta que sejam recolhidos, aquando das admissões nas urgências, os motivos de admissão e isolar as origens por causas respiratórias. Se tiveres curiosidade, podes ver a tese de mestrado que resultou deste estudo - http://ria.ua.pt/handle/10773/4959

Quanto à origem das partículas, pode ser natural e/ou antropogénica. Anatural (por exemplo, poeiras do deserto do Saara) não a podemos controlar. A antropogénica, sim - temos o dever de a minimizar.

No fundo, eu quero relevar que os FAP e os EGR não foram introduzidos para chatear os utilizadores dos diesel (como parece muita gente pensar), mas sim para proteger a saúde pública. E sim, não faz sentido beneficiar o diesel. Só vejo duas razões para tal: 1) lobby das transportadoras rodoviárias de passageiros e de mercadorias e das empresas com grandes frotas, e 2) enviesamento da CE para as questões do CO2, já que o diesel emite menos gases de efeito de estufa por km.
« Última modificação: 2015-11-27 11:11:23 por karnuss »

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Re: Filtros FAP, estimativas de mortes e ciência
« Responder #9 em: 2015-11-27 11:12:30 »
Sim, mas o impacto sobre a saúde não estava em questão (desde o início: como eu disse eu concordava com o que dizias, o que incluía o não retirar do FAP embora se entendam as razões económicas para o fazer).

O que eu não acho grande coisa são estimativas concretas de mortes apresentadas como factos quando nem sequer estão validadas. É o mesmo que se passa com o aquecimento global. O homem tem certamente um impacto, mas os modelos que se dão como catastrofistas não estão validados e não devem ser apresentados como factos e sim meras hipóteses a validar. Idem para coisas que se diga preverem terramotos, ou para sistemas de trading que até este momento estejam apenas sujeitos a backtests.
« Última modificação: 2015-11-27 11:12:45 por Incognitus »
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Re: Filtros FAP, estimativas de mortes e ciência
« Responder #10 em: 2015-11-27 11:17:16 »
Sim, mas o impacto sobre a saúde não estava em questão (desde o início: como eu disse eu concordava com o que dizias, o que incluía o não retirar do FAP embora se entendam as razões económicas para o fazer).

O que eu não acho grande coisa são estimativas concretas de mortes apresentadas como factos quando nem sequer estão validadas. É o mesmo que se passa com o aquecimento global. O homem tem certamente um impacto, mas os modelos que se dão como catastrofistas não estão validados e não devem ser apresentados como factos e sim meras hipóteses a validar. Idem para coisas que se diga preverem terramotos, ou para sistemas de trading que até este momento estejam apenas sujeitos a backtests.

Neste caso é mais objetivo- são efeitos diretos na saúde humana (asma, broquite, cancro, etc.) facilmente mensuráveis e quantificáveis, e não efeitos indiretos como os efeitos das alterações climáticas.

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Re: Filtros FAP, estimativas de mortes e ciência
« Responder #11 em: 2015-11-27 11:18:08 »
É oficial no sentido de serem reportados pela Agência Europeia do Ambiente (mais oficial e rigoroso que isto é impossível). Claro que são estimativas, com base em estudos da WHO (lá está mais oficial e rigoroso também é impossível). Sendo estimativas, podem falhar naturalmente. Mas são corroboradas por estudos locais (por exemplo, há uns anos participei num Estudo financiado pela Gulbenkian, em que concluímos que com 95% de probabilidade, se verificou uma relação causa-efeito entre picos de poluição por PM10 e um aumento significativo admissões hospitalares de crianças nas urgências Hospital da Estefâna devido a doenças respiratórias, 3 dias depois).

No meu trabalho académico (inclusive a minha tese de mestrado e os papers peer-reviewed em que colaborei), estas fontes e referências são as mais importantes, em conjunto com outros papers peer-reviewed publicados pelos autores mais relevantes.


Outra coisa, não chega constatar uma correlação. Essa correlação depois é a base de um modelo, que deve ser aplicado a situações futuras. Quando as situações futuras ocorrem, deve verificar-se se o modelo as previu correctamente. Para esse género de ciência, só isso produz alguma validade. A correlação em si é até esse momento uma curiosidade ainda que o tratamento estatístico seja profundo como certamente foi.

Esse modelo chegou a existir? Foi validado umas quantas vezes para a frente?

Se não foi, cai no mesmo problema dos 400,000, do aquecimento global e dos sistemas de trading fitted ao passado.

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Só por curiosidade, o que é que provocou os picos de poluição por PM10?



O Modelo aplicado é replicável, basta que sejam recolhidos, aquando das admissões nas urgências, os motivos de admissão e isolar as origens por causas respiratórias. Se tiveres curiosidade, podes ver a tese de mestrado que resultou deste estudo - http://ria.ua.pt/handle/10773/4959

Quanto à origem das partículas, pode ser natural e/ou antropogénica. Anatural (por exemplo, poeiras do deserto do Saara) não a podemos controlar. A antropogénica, sim - temos o dever de a minimizar.

No fundo, eu quero relevar que os FAP e os EGR não foram introduzidos para chatear os utilizadores dos diesel (como parece muita gente pensar), mas sim para proteger a saúde pública. E sim, não faz sentido beneficiar o diesel. Só vejo duas razões para tal: 1) lobby das transportadoras rodoviárias de passageiros e de mercadorias e das empresas com grandes frotas, e 2) enviesamento da CE para as questões do CO2, já que o diesel emite menos gases de efeito de estufa por km.


O modelo dará para fazer previsões. Os dados da Estefânia são coligidos regularmente, não (ou não terias podido testar para trás)? Agora deveria ver-se se em observações futuras o modelo as previa correctamente. Só por curiosidade, quais são as condições atmosféricas que provocaram os picos de PM10?

--------

Sim, eu concordo com o que dizes sobre o FAP e EGR. Mas o favorecimento do diesel tem décadas, não é provável que tenha tido a ver com o CO2. Penso que a lógica original foi beneficiar "trabalho" (diesel) enquanto se penalizava "leisure" (gasolina). É claro que essa realidade se alterou fortemente devido à reacção típica do mercado, mas o favorecimento em muitos locais manteve-se na mesma (inércia do legislador).
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Re: Filtros FAP, estimativas de mortes e ciência
« Responder #12 em: 2015-11-27 11:19:20 »
Sim, mas o impacto sobre a saúde não estava em questão (desde o início: como eu disse eu concordava com o que dizias, o que incluía o não retirar do FAP embora se entendam as razões económicas para o fazer).

O que eu não acho grande coisa são estimativas concretas de mortes apresentadas como factos quando nem sequer estão validadas. É o mesmo que se passa com o aquecimento global. O homem tem certamente um impacto, mas os modelos que se dão como catastrofistas não estão validados e não devem ser apresentados como factos e sim meras hipóteses a validar. Idem para coisas que se diga preverem terramotos, ou para sistemas de trading que até este momento estejam apenas sujeitos a backtests.

Neste caso é mais objetivo- são efeitos diretos na saúde humana (asma, broquite, cancro, etc.) facilmente mensuráveis e quantificáveis, e não efeitos indiretos como os efeitos das alterações climáticas.

Sim, certamente. É uma coisa mais fácil de testar. O problema é que o teste tem que ser para a frente depois de formulada a hipótese (o modelo).

Ou seja, não chega correlacionar para trás. É nesse aspecto que isto é similar ao aquecimento global.
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Re: Filtros FAP, estimativas de mortes e ciência
« Responder #13 em: 2015-11-27 11:26:03 »
Outra coisa ainda, pela sua natureza este processo leva a muita "bad science":
* Porque por um lado correlacionar para trás é razoavelmente fácil e podem-se provar muitas correlações espúrias, nomeadamente porque o investigador pode introduzir factores até as conseguir.
* Porque um paper, mesmo que supostamente validado experimentalmente, não nos diz se o investigador alterou o modelo várias vezes até a coisa bater com as experiências.

Idealmente:
* O paper com o modelo deveria ser publicado.
* E depois, noutro separado e posterior no tempo (início das experiências posterior à publicação do modelo), deveriam ser publicadas validações experimentais do modelo.
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Re: Filtros FAP, estimativas de mortes e ciência
« Responder #14 em: 2015-11-27 11:32:32 »
Sim, mas o impacto sobre a saúde não estava em questão (desde o início: como eu disse eu concordava com o que dizias, o que incluía o não retirar do FAP embora se entendam as razões económicas para o fazer).

O que eu não acho grande coisa são estimativas concretas de mortes apresentadas como factos quando nem sequer estão validadas. É o mesmo que se passa com o aquecimento global. O homem tem certamente um impacto, mas os modelos que se dão como catastrofistas não estão validados e não devem ser apresentados como factos e sim meras hipóteses a validar. Idem para coisas que se diga preverem terramotos, ou para sistemas de trading que até este momento estejam apenas sujeitos a backtests.

Neste caso é mais objetivo- são efeitos diretos na saúde humana (asma, broquite, cancro, etc.) facilmente mensuráveis e quantificáveis, e não efeitos indiretos como os efeitos das alterações climáticas.

Sim, certamente. É uma coisa mais fácil de testar. O problema é que o teste tem que ser para a frente depois de formulada a hipótese (o modelo).

Ou seja, não chega correlacionar para trás. É nesse aspecto que isto é similar ao aquecimento global.

Será possível prever para a frente, mas para tal é necessário alterar os procedimentos aquando das admissões hospitalares nas urgências, já que a informação que é recolhida sobre as causas de admissão é escassa. No caso deste estudo, tivemos de contratar uma pessoa externa ao hospital, apenas para recolher a informação que nós precisávamos com o nível de desagregação necessário, e a posteriormente trabalhar esses dados.

Citar
Alguma da experiência obtida para a realização deste trabalho, em particular relacionada com algumas das lacunas identificadas, serve de base para as pequenas sugestões que serão apresentadas. O objectivo é que estas sugestões funcionem como uma pequena contribuição para alguns dos aspectos a contemplar no âmbito do Plano Ambiente-Saúde 2005/2010 actualmente em desenvolvimento.
1. A reestruturação do sector da saúde em curso, nomeadamente a informatização do sistema de gestão, deverá retirar múltiplas valências do investimento a efectuar. Neste particular será importante que os sistemas informáticos possam incorporar informação de base epidemiológica, a qual permita a recolha sistemática dos indicadores de impacte na saúde necessários à aplicação de um modelo como o modelo PSAS-9, aplicado ao longo deste trabalho. Será importante a análise prévia das classificações CID a descriminar, para que a agregação das diferentes doenças (especialmente aquelas englobadas nas classificações relativas a doenças respiratórias e cardiovasculares) possa facilmente ir ao encontro das agregações encontradas na bibliografia (p.ex. a agregação utilizada no
estudo APHEIS). A qualidade dos dados recolhidos, particularmente aqueles relativos à mortalidade por causas específicas cuja associação é mais evidente (p.ex. repare-se que na Figura 19, pág. 2-29, os riscos relativos para a mortalidade cardiovascular ou respiratória são superiores aos riscos relativos obtidos para a mortalidade total), é de grande importância para a credibilidade inerente a este tipo de estudos epidemiológicos.

2. A necessidade de classificação sistemática através dos códigos CID previamente citados deve ser aplicada sistematicamente também nos casos de urgência hospitalar e em consultas, para que se possam agrupar estes atendimentos e assim se possam recolher dados relativos à morbilidade das populações.

3. A promoção da investigação toxicológica dos efeitos dos constituintes dos aerossóis quantificados em termos de caracterização química. A
investigação em torno da toxicidade inerente aos compostos que constituem o material particulado está ainda em fase germinal, podendo ser um campo de trabalho futuro de algumas instituições nacionais nesta área. O Plano Ambiente-Saúde 2005/2010 poderá promover a investigação aplicada neste domínio

Deus Menor

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Re: Filtros FAP, estimativas de mortes e ciência
« Responder #15 em: 2015-11-27 11:36:54 »
O FAP é a resposta às novas leis de emissões, é um apêndice, um pequeno "tumor" que
se acrescentou .

Alguém tem dados de medições a um FAP com 10k, 30K, 70K km? não creio, e também
acho que não mantém a sua eficácia ao longo do tempo.

A lei obrigou os construtores a diminuir as emissões e eles não o fizeram , encontraram
um estratagema, em que a manutenção é paga pelo condutor, para cumprir uma meta
que era impossível de cumprir se implicasse "refazer" os motores.


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Re: Filtros FAP, estimativas de mortes e ciência
« Responder #16 em: 2015-11-27 11:38:48 »
Sim, mas o impacto sobre a saúde não estava em questão (desde o início: como eu disse eu concordava com o que dizias, o que incluía o não retirar do FAP embora se entendam as razões económicas para o fazer).

O que eu não acho grande coisa são estimativas concretas de mortes apresentadas como factos quando nem sequer estão validadas. É o mesmo que se passa com o aquecimento global. O homem tem certamente um impacto, mas os modelos que se dão como catastrofistas não estão validados e não devem ser apresentados como factos e sim meras hipóteses a validar. Idem para coisas que se diga preverem terramotos, ou para sistemas de trading que até este momento estejam apenas sujeitos a backtests.

Neste caso é mais objetivo- são efeitos diretos na saúde humana (asma, broquite, cancro, etc.) facilmente mensuráveis e quantificáveis, e não efeitos indiretos como os efeitos das alterações climáticas.

Sim, certamente. É uma coisa mais fácil de testar. O problema é que o teste tem que ser para a frente depois de formulada a hipótese (o modelo).

Ou seja, não chega correlacionar para trás. É nesse aspecto que isto é similar ao aquecimento global.

Será possível prever para a frente, mas para tal é necessário alterar os procedimentos aquando das admissões hospitalares nas urgências, já que a informação que é recolhida sobre as causas de admissão é escassa. No caso deste estudo, tivemos de contratar uma pessoa externa ao hospital, apenas para recolher a informação que nós precisávamos com o nível de desagregação necessário, e a posteriormente trabalhar esses dados.

Citar
Alguma da experiência obtida para a realização deste trabalho, em particular relacionada com algumas das lacunas identificadas, serve de base para as pequenas sugestões que serão apresentadas. O objectivo é que estas sugestões funcionem como uma pequena contribuição para alguns dos aspectos a contemplar no âmbito do Plano Ambiente-Saúde 2005/2010 actualmente em desenvolvimento.
1. A reestruturação do sector da saúde em curso, nomeadamente a informatização do sistema de gestão, deverá retirar múltiplas valências do investimento a efectuar. Neste particular será importante que os sistemas informáticos possam incorporar informação de base epidemiológica, a qual permita a recolha sistemática dos indicadores de impacte na saúde necessários à aplicação de um modelo como o modelo PSAS-9, aplicado ao longo deste trabalho. Será importante a análise prévia das classificações CID a descriminar, para que a agregação das diferentes doenças (especialmente aquelas englobadas nas classificações relativas a doenças respiratórias e cardiovasculares) possa facilmente ir ao encontro das agregações encontradas na bibliografia (p.ex. a agregação utilizada no
estudo APHEIS). A qualidade dos dados recolhidos, particularmente aqueles relativos à mortalidade por causas específicas cuja associação é mais evidente (p.ex. repare-se que na Figura 19, pág. 2-29, os riscos relativos para a mortalidade cardiovascular ou respiratória são superiores aos riscos relativos obtidos para a mortalidade total), é de grande importância para a credibilidade inerente a este tipo de estudos epidemiológicos.

2. A necessidade de classificação sistemática através dos códigos CID previamente citados deve ser aplicada sistematicamente também nos casos de urgência hospitalar e em consultas, para que se possam agrupar estes atendimentos e assim se possam recolher dados relativos à morbilidade das populações.

3. A promoção da investigação toxicológica dos efeitos dos constituintes dos aerossóis quantificados em termos de caracterização química. A
investigação em torno da toxicidade inerente aos compostos que constituem o material particulado está ainda em fase germinal, podendo ser um campo de trabalho futuro de algumas instituições nacionais nesta área. O Plano Ambiente-Saúde 2005/2010 poderá promover a investigação aplicada neste domínio

Pensei que a info já fosse colectada normalmente ... nesse caso isso significa que provavelmente levaram em conta um número reduzido de picos ...

Afastaram a hipótese de as admissões estarem associadas à própria causa* dos picos de PM10? Verificaram se na presença dessas causas SEM pico de PM10, as admissões não eram afectadas?

-------

* É provável que as mesmas causas que provocam os picos de PM10 também levem a alterações das concentrações atmosféricas de outras partículas, etc.
« Última modificação: 2015-11-27 11:40:51 por Incognitus »
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Re: Filtros FAP, estimativas de mortes e ciência
« Responder #17 em: 2015-11-27 11:44:47 »
O FAP é a resposta às novas leis de emissões, é um apêndice, um pequeno "tumor" que
se acrescentou .

Alguém tem dados de medições a um FAP com 10k, 30K, 70K km? não creio, e também
acho que não mantém a sua eficácia ao longo do tempo.

A lei obrigou os construtores a diminuir as emissões e eles não o fizeram , encontraram
um estratagema, em que a manutenção é paga pelo condutor, para cumprir uma meta
que era impossível de cumprir se implicasse "refazer" os motores.

A solução da VW para os seus motores na Europa é que me parece uma tanga ...  :D:

(a introdução de uma peça de plástico para supostamente regular o fluxo de ar para o MAF)

Obviamente as alterações de software que também vão fazer é que irão fazer diferença, mas curiosamente não querem falar do que vão fazer a consumos e performances ...  :D
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Re: Filtros FAP, estimativas de mortes e ciência
« Responder #18 em: 2015-11-27 11:49:55 »
O FAP é a resposta às novas leis de emissões, é um apêndice, um pequeno "tumor" que
se acrescentou .

Alguém tem dados de medições a um FAP com 10k, 30K, 70K km? não creio, e também
acho que não mantém a sua eficácia ao longo do tempo.

A lei obrigou os construtores a diminuir as emissões e eles não o fizeram , encontraram
um estratagema, em que a manutenção é paga pelo condutor, para cumprir uma meta
que era impossível de cumprir se implicasse "refazer" os motores.

A solução da VW para os seus motores na Europa é que me parece uma tanga ...  :D:

(a introdução de uma peça de plástico para supostamente regular o fluxo de ar para o MAF)

Obviamente as alterações de software que também vão fazer é que irão fazer diferença, mas curiosamente não querem falar do que vão fazer a consumos e performances ...  :D

O objectivo dos esquemas é o mesmo, só que o MAF não dá tanta despesa como o FAP.
o FAP quando entupido ou a a EGR a funcionar mal dá cabo dos Turbos.

karnuss

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Re: Filtros FAP, estimativas de mortes e ciência
« Responder #19 em: 2015-11-27 19:14:17 »
Sim, mas o impacto sobre a saúde não estava em questão (desde o início: como eu disse eu concordava com o que dizias, o que incluía o não retirar do FAP embora se entendam as razões económicas para o fazer).

O que eu não acho grande coisa são estimativas concretas de mortes apresentadas como factos quando nem sequer estão validadas. É o mesmo que se passa com o aquecimento global. O homem tem certamente um impacto, mas os modelos que se dão como catastrofistas não estão validados e não devem ser apresentados como factos e sim meras hipóteses a validar. Idem para coisas que se diga preverem terramotos, ou para sistemas de trading que até este momento estejam apenas sujeitos a backtests.

Neste caso é mais objetivo- são efeitos diretos na saúde humana (asma, broquite, cancro, etc.) facilmente mensuráveis e quantificáveis, e não efeitos indiretos como os efeitos das alterações climáticas.

Sim, certamente. É uma coisa mais fácil de testar. O problema é que o teste tem que ser para a frente depois de formulada a hipótese (o modelo).

Ou seja, não chega correlacionar para trás. É nesse aspecto que isto é similar ao aquecimento global.

Será possível prever para a frente, mas para tal é necessário alterar os procedimentos aquando das admissões hospitalares nas urgências, já que a informação que é recolhida sobre as causas de admissão é escassa. No caso deste estudo, tivemos de contratar uma pessoa externa ao hospital, apenas para recolher a informação que nós precisávamos com o nível de desagregação necessário, e a posteriormente trabalhar esses dados.

Citar
Alguma da experiência obtida para a realização deste trabalho, em particular relacionada com algumas das lacunas identificadas, serve de base para as pequenas sugestões que serão apresentadas. O objectivo é que estas sugestões funcionem como uma pequena contribuição para alguns dos aspectos a contemplar no âmbito do Plano Ambiente-Saúde 2005/2010 actualmente em desenvolvimento.
1. A reestruturação do sector da saúde em curso, nomeadamente a informatização do sistema de gestão, deverá retirar múltiplas valências do investimento a efectuar. Neste particular será importante que os sistemas informáticos possam incorporar informação de base epidemiológica, a qual permita a recolha sistemática dos indicadores de impacte na saúde necessários à aplicação de um modelo como o modelo PSAS-9, aplicado ao longo deste trabalho. Será importante a análise prévia das classificações CID a descriminar, para que a agregação das diferentes doenças (especialmente aquelas englobadas nas classificações relativas a doenças respiratórias e cardiovasculares) possa facilmente ir ao encontro das agregações encontradas na bibliografia (p.ex. a agregação utilizada no
estudo APHEIS). A qualidade dos dados recolhidos, particularmente aqueles relativos à mortalidade por causas específicas cuja associação é mais evidente (p.ex. repare-se que na Figura 19, pág. 2-29, os riscos relativos para a mortalidade cardiovascular ou respiratória são superiores aos riscos relativos obtidos para a mortalidade total), é de grande importância para a credibilidade inerente a este tipo de estudos epidemiológicos.

2. A necessidade de classificação sistemática através dos códigos CID previamente citados deve ser aplicada sistematicamente também nos casos de urgência hospitalar e em consultas, para que se possam agrupar estes atendimentos e assim se possam recolher dados relativos à morbilidade das populações.

3. A promoção da investigação toxicológica dos efeitos dos constituintes dos aerossóis quantificados em termos de caracterização química. A
investigação em torno da toxicidade inerente aos compostos que constituem o material particulado está ainda em fase germinal, podendo ser um campo de trabalho futuro de algumas instituições nacionais nesta área. O Plano Ambiente-Saúde 2005/2010 poderá promover a investigação aplicada neste domínio

Pensei que a info já fosse colectada normalmente ... nesse caso isso significa que provavelmente levaram em conta um número reduzido de picos ...

Afastaram a hipótese de as admissões estarem associadas à própria causa* dos picos de PM10? Verificaram se na presença dessas causas SEM pico de PM10, as admissões não eram afectadas?

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* É provável que as mesmas causas que provocam os picos de PM10 também levem a alterações das concentrações atmosféricas de outras partículas, etc.

As causas são variadas, desde meteorologia (maior estabilidade atmosférica e ausência de precipitação dificultam a dispersão dos poluentes), fenómenos naturais (intrusão de massas de ar provenientes do norte de Àfrica e carregadas de partículas PM10), tráfego rodoviário etc. No caso das PM2,5, como são de menor dimensão, o peso das causas antropogénicas é maior. Procurou-se despistar algumas, como a temperatura do ar, eventos naturais, entre outros. Esses fatores foram tidos em conta na elaboração do modelo.