Quando os macacos votam, os carneiros perdem o monopólio... Ao argumento anterior, pode-se acrescentar uma série de outros. Há diversos trabalhos académicos que mostram que as populações que mais vezes votam em referendo são as populações mais satisfeitas com a sua democracia. Estes resultados não são surpreendentes. Há uns anos, no Inquérito Social Europeu, perguntou-se aos cidadãos de 29 países até que ponto era “importante para a democracia” que “os cidadãos tivessem a palavra final em assuntos políticos relevantes votando directamente neles em referendos”. Numa escala de 0 a 10, a resposta média foi de 8,3. É difícil ser-se mais veemente.
É fácil perceber por que motivo tantos políticos são contra os referendos: com estes quebra-se o monopólio dos políticos na tomada de decisões; ficam obrigados a seguir políticas concretas que agradem aos eleitores. Se, ao invés, for fácil aos cidadãos impor um referendo, então os parlamentos são obrigados a prever essa possibilidade quando aprovam leis, tendo, assim, mais incentivos para respeitar as preferências do eleitor comum.