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Autor Tópico: Afinal o empreendedorismo não traz nada de bom à economia ?  (Lida 4758 vezes)

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Afinal o empreendedorismo não traz nada de bom à economia

9 Outubro, 2015 por ZAP

Uma tese de doutoramento da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra conclui que a maioria do empreendedorismo em Portugal é de necessidade, gera turbulência no tecido empresarial e contribui para o crescimento “anémico” da economia.

A tese de doutoramento, iniciada em 2012, constata que a maioria do empreendedorismo português surge alavancado pelo desemprego, o que leva a que esteja associado a um empreendedorismo “por necessidade”, ao invés de “por oportunidade”, indiciando que não contribui para o crescimento da economia, disse à agência Lusa o autor da tese, Gonçalo Brás.

Segundo o investigador, um dos “traços preocupantes do empreendedorismo em Portugal” é este ser alimentado pelo Governo, “em programas como o ‘Empreende Já’”, em que o desemprego “é condição ‘sine qua non’ [obrigatório] para haver apoio”.

O desemprego como alavanca para o empreendedorismo leva a que as pessoas “sejam empurradas para o mercado, muitas vezes impreparadas, o que pode resultar no endividamento das pessoas”, sublinhou.

A consequência de um empreendedorismo assente na necessidade e no “autoemprego” (Portugal tem uma taxa de autoemprego de 18,4%) leva a “uma turbulência de empresas que se regista em Portugal, com um carrossel de entra e sai de empresas, sem que venha nada de bom para o crescimento económico português”, referiu o autor da tese.

A aposta nesse tipo de empreendedorismo através de políticas estatais “não tem dado resultado”, sendo que a diminuição no investimento em inovação e desenvolvimento (I&D) e em educação acaba por ser “preocupante”, indiciando uma “não aposta no empreendedorismo por oportunidade” – assente na inovação e na criação de produtos de valor acrescentado.

O investigador, que analisa também 350 empresas exportadoras e, dentro dessas, 170 de base tecnológica, salienta que nessas empresas o empreendedorismo por oportunidade (feito via inovação) está presente e ajuda-as a internacionalizarem-se e a obterem “uma melhor performance global”.

No entanto, caso Portugal queira fazer uma viragem do empreendedorismo por necessidade “para o empreendedorismo por oportunidade, tem de apostar num modelo de crescimento endógeno, com o capital humano e a tecnologia como alicerces”.

“O país tem de passar de uma ótica de obsessão de liderança pelo custo, em que não é possível competir num mundo global e num país sem política monetária”, para um modelo assente na diferenciação, defendeu Gonçalo Brás.

Parte da tese será abordada em Sevilha, Espanha, entre 05 e 06 de novembro, num evento da Rede Internacional de Investigação Económica.
« Última modificação: 2015-10-10 21:15:30 por Batman »

eagle51

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Re: Afinal o empreendedorismo não traz nada de bom à economia ?
« Responder #1 em: 2015-10-10 20:27:31 »
É o empreendedorismo do café de esquina em cada esquina de cada rua, mais o empreendedorismo dos cabeleleireiros (também uns quantos por bairro), etc. Com um valor acrescentado muito duvidoso para a economia.

Lark

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Re: Afinal o empreendedorismo não traz nada de bom à economia ?
« Responder #2 em: 2015-10-10 22:20:43 »
É o empreendedorismo do café de esquina em cada esquina de cada rua, mais o empreendedorismo dos cabeleleireiros (também uns quantos por bairro), etc. Com um valor acrescentado muito duvidoso para a economia.

e dos depiladores. surgem como cogumelos.

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Re: Afinal o empreendedorismo não traz nada de bom à economia ?
« Responder #3 em: 2015-10-10 23:27:03 »
Porém aquilo parece tudo uma colecção de intenções baseada numa visão dirigista da realidade.

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"“O país tem de passar de uma ótica de obsessão de liderança pelo custo, em que não é possível competir num mundo global e num país sem política monetária”, para um modelo assente na diferenciação, defendeu Gonçalo Brás."

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Re: Afinal o empreendedorismo não traz nada de bom à economia ?
« Responder #4 em: 2015-10-10 23:33:44 »
Porém aquilo parece tudo uma colecção de intenções baseada numa visão dirigista da realidade.

Citar
"“O país tem de passar de uma ótica de obsessão de liderança pelo custo, em que não é possível competir num mundo global e num país sem política monetária”, para um modelo assente na diferenciação, defendeu Gonçalo Brás."

É a opinião do homem.
Isso não significa que queira impôr isso a quem quer que seja.
Dizer que o país tem mais probabilidades de desenvolvimento pela diferenciação e sofisticação do que pelo baixo custo, é dirigista?
Se é, já percebi de onde é que vêm todas as tiradas contra os colectivistas.
Pelo que me parece, na tua opinião, é proíbido ter uma opinião sobre o sistema produtivo do país. ou aparentemente sobre outra coisa qualquer que tenha a ver com política/economia.

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Automek

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Re: Afinal o empreendedorismo não traz nada de bom à economia ?
« Responder #5 em: 2015-10-10 23:35:02 »
É o empreendedorismo do café de esquina em cada esquina de cada rua, mais o empreendedorismo dos cabeleleireiros (também uns quantos por bairro), etc. Com um valor acrescentado muito duvidoso para a economia.
Por outro lado é preferível ter alguém a gastar 10.000 euros, durante 5 ou 6 anos, em cafés, restaurantes, massagens e cabeleireiros do que num carro importado. O dinheiro fica cá praticamente todo, uma vez que a componente de importação é residual (eventualmente só a maquinaria e/ou mobiliário do café e mesmo essa é one off e servirá milhentos clientes).

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Re: Afinal o empreendedorismo não traz nada de bom à economia ?
« Responder #6 em: 2015-10-10 23:42:50 »
Porém aquilo parece tudo uma colecção de intenções baseada numa visão dirigista da realidade.

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"“O país tem de passar de uma ótica de obsessão de liderança pelo custo, em que não é possível competir num mundo global e num país sem política monetária”, para um modelo assente na diferenciação, defendeu Gonçalo Brás."

É a opinião do homem.
Isso não significa que queira impôr isso a quem quer que seja.
Dizer que o país tem mais probabilidades de desenvolvimento pela diferenciação e sofisticação do que pelo baixo custo, é dirigista?
Se é, já percebi de onde é que vêm todas as tiradas contra os colectivistas.
Pelo que me parece, na tua opinião, é proíbido ter uma opinião sobre o sistema produtivo do país. ou aparentemente sobre outra coisa qualquer que tenha a ver com política/economia.

L

Não compreendeste. Não se trata de ele querer impor seja o que for. Aquilo que ali fala nem sequer é "imponível".

Trata-se de ter uma visão dirigista da realidade. Quer dizer, pensar que aquilo que ali fala são opções a nível nacional.

As opções NÃO são aquelas. As opções são outras, por políticas de educação, laborais, fiscalidade, burocracia, riscos de empreendedores vs riscos de trabalhadores, justiça funcional, etc. Dessas opções depois nasce um dado ambiente e ecosistema de empreendimentos.

Mas ninguém opta a nível nacional "agora queremos competir pelos custos". "Agora queremos competir por outra coisa qualquer".

Aliás, se algo se observa a nível internacional é que praticamente toda a gente começa por competir pelos custos (fora dos centros mais avançados tecnologicamente) e só depois evolui para algo mais.

---------

É o mesmo género de pensamento que se vê muitas vezes ... "portugal devia apostar nos Oceanos". "Portugal devia apostar nisto", "Portugal devia apostar naquilo". Quem faz essas apostas são as pessoas, não Portugal. As pessoas apostam no que acham que vai dar dinheiro, para o qual conseguem obter recursos suficientes e que sabem como fazer (ou esperam aprender rapidamente).

Onde é que Portugal pode realmente apostar? Em facilitar o "dar dinheiro", em tentar facilitar o "conseguem obter recursos suficientes" e em ensinar mais de forma a que as pessoas possam saber mais. Já seria um passo retirar a ênfase de coisas como demonstrações matemáticas, autores xpto, gramáticas em grande detalhe, etc, etc e colocá-las em matemática "mais" prática, saber escrever e compreender textos, cartas, documentos, argumentos, etc. Isto são apenas exemplos avulsos.

Já agora, diz-me a minha filha que a lógica esteve afastada do programa de matemática durante alguns 20 anos. Inacreditável.
« Última modificação: 2015-10-11 00:06:53 por Incognitus »
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Automek

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Re: Afinal o empreendedorismo não traz nada de bom à economia ?
« Responder #7 em: 2015-10-10 23:45:23 »
Ele toca num ponto em que estou de acordo: a perversão dos apoios. Eu sou completamente contra os apoios à criação de emprego (eventualmente talvez abra excepção a casos muitos especiais como deficientes) porque introduz uma distorção no mercado.

Se eu tenho uma fabrica de vidro com 50 empregados efectivos há vários anos, sem apoios, e se aparece uma empresa concorrente que se estabelece ao lado, também com 50 empregados mas com vários apoios, essa empresa consegue ter uma estrutura de custos mais baixa, não por mérito próprio (porque foi melhor a negociar, porque tem maquinaria mais produtiva, porque tem melhores processos, etc), mas por acção do próprio estado (e repare-se, não é o estado a beneficiar um sector inteiro,o que poderá ser mais aceitável, mas sim uma empresa especifica em condições a que a outra não pode aceder).

É, inclusivamente, normal que crie grande incentivo a esquemas que perpetuem os apoios (empresas que fecham e abrem ao lado, etc.)

Zel

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Re: Afinal o empreendedorismo não traz nada de bom à economia ?
« Responder #8 em: 2015-10-11 02:11:21 »
a logica foi das coisas mais giras que estudamos, isto incluiu os quantificadores que tb foram eliminados

hermes

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Re: Afinal o empreendedorismo não traz nada de bom à economia ?
« Responder #9 em: 2015-10-11 12:20:18 »
Onde é que Portugal pode realmente apostar? Em facilitar o "dar dinheiro", em tentar facilitar o "conseguem obter recursos suficientes" e em ensinar mais de forma a que as pessoas possam saber mais. Já seria um passo retirar a ênfase de coisas como demonstrações matemáticas, autores xpto, gramáticas em grande detalhe, etc, etc e colocá-las em matemática "mais" prática, saber escrever e compreender textos, cartas, documentos, argumentos, etc. Isto são apenas exemplos avulsos.

Já agora, diz-me a minha filha que a lógica esteve afastada do programa de matemática durante alguns 20 anos. Inacreditável.

Pois, a ênfase nas demonstrações matemáticas tem o propósito de exercitar a capacidade de raciocinar e de encontrar falhas de raciocínio. O valor não está tanto nas demonstrações, mas sim na destreza de raciocínio que se adquire.
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Re: Afinal o empreendedorismo não traz nada de bom à economia ?
« Responder #10 em: 2015-10-11 12:30:36 »
Onde é que Portugal pode realmente apostar? Em facilitar o "dar dinheiro", em tentar facilitar o "conseguem obter recursos suficientes" e em ensinar mais de forma a que as pessoas possam saber mais. Já seria um passo retirar a ênfase de coisas como demonstrações matemáticas, autores xpto, gramáticas em grande detalhe, etc, etc e colocá-las em matemática "mais" prática, saber escrever e compreender textos, cartas, documentos, argumentos, etc. Isto são apenas exemplos avulsos.

Já agora, diz-me a minha filha que a lógica esteve afastada do programa de matemática durante alguns 20 anos. Inacreditável.

Pois, a ênfase nas demonstrações matemáticas tem o propósito de exercitar a capacidade de raciocinar e de encontrar falhas de raciocínio. O valor não está tanto nas demonstrações, mas sim na destreza de raciocínio que se adquire.

Eu apostaria mais em que o ênfase está em que quem decide se é ou não importante é da área e sempre o achou importante. Um fenómeno igual ao que leva ao ênfase na gramática e nos autores específicos, e que certamente ocorrerá em mais campos diferentes noutras disciplinas, se procurarmos bem.

Não é que essas coisas não possam ter o seu valor, mas é provável que esse valor seja melhor aplicado numa fase já mais avançada e especializada, e não quando o que ainda se tenta passar são conhecimentos altamente úteis e práticos, e o tempo e esforço dispendido aí provavelmente obteria maior retorno se dispendido noutra coisa qualquer. Por exemplo é incompreensível que a lógica tenha estado ausente, pois até num nível muito básico (contruir filtros para n aplicações informáticas de uso corrente em n profissões diferentes) ela é necessária, ao passo que teríamos grande dificuldade em encontrar uma aplicação prática para uma demonstração matemática fora do edifício académico.

E a ideia de que possa fomentar uma maior destreza é algo que deveria ser testado pois na ausência desse valor objectivo, o facto de não existirem aplicações práticas óbvias bem como o risco de desmotivar estudantes são coisas reais e fáceis de compreender.
« Última modificação: 2015-10-11 12:31:55 por Incognitus »
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Tridion

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Re: Afinal o empreendedorismo não traz nada de bom à economia ?
« Responder #11 em: 2015-10-11 13:06:20 »
Em última análise o empreendedorismo resolve o problema de um desempregado que cria o seu posto de trabalho e, também, resolve um problema para o estado, que deixa de ter mais um desempregado.

Agora todo o excesso de publicidade que podemos/devemos ser todos empreendedores é parva. Porque nem todos empreendedores vão ter sucesso e porque grandes empresas fazem-se de grandes empregados.

 
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Re: Afinal o empreendedorismo não traz nada de bom à economia ?
« Responder #12 em: 2015-10-11 13:16:49 »
Onde é que Portugal pode realmente apostar? Em facilitar o "dar dinheiro", em tentar facilitar o "conseguem obter recursos suficientes" e em ensinar mais de forma a que as pessoas possam saber mais. Já seria um passo retirar a ênfase de coisas como demonstrações matemáticas, autores xpto, gramáticas em grande detalhe, etc, etc e colocá-las em matemática "mais" prática, saber escrever e compreender textos, cartas, documentos, argumentos, etc. Isto são apenas exemplos avulsos.

Já agora, diz-me a minha filha que a lógica esteve afastada do programa de matemática durante alguns 20 anos. Inacreditável.

Pois, a ênfase nas demonstrações matemáticas tem o propósito de exercitar a capacidade de raciocinar e de encontrar falhas de raciocínio. O valor não está tanto nas demonstrações, mas sim na destreza de raciocínio que se adquire.

Eu apostaria mais em que o ênfase está em que quem decide se é ou não importante é da área e sempre o achou importante. Um fenómeno igual ao que leva ao ênfase na gramática e nos autores específicos, e que certamente ocorrerá em mais campos diferentes noutras disciplinas, se procurarmos bem.

Não é que essas coisas não possam ter o seu valor, mas é provável que esse valor seja melhor aplicado numa fase já mais avançada e especializada, e não quando o que ainda se tenta passar são conhecimentos altamente úteis e práticos, e o tempo e esforço dispendido aí provavelmente obteria maior retorno se dispendido noutra coisa qualquer. Por exemplo é incompreensível que a lógica tenha estado ausente, pois até num nível muito básico (contruir filtros para n aplicações informáticas de uso corrente em n profissões diferentes) ela é necessária, ao passo que teríamos grande dificuldade em encontrar uma aplicação prática para uma demonstração matemática fora do edifício académico.

E a ideia de que possa fomentar uma maior destreza é algo que deveria ser testado pois na ausência desse valor objectivo, o facto de não existirem aplicações práticas óbvias bem como o risco de desmotivar estudantes são coisas reais e fáceis de compreender.

Se não deram lógica nos últimos 20 anos, tb não deram demonstrações matemáticas, pois não se fazem omeletes sem ovos. Ou seja, tiveste o ensino prático que tanto desejavas, mas que vens criticar por não ensinar lógica...
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Re: Afinal o empreendedorismo não traz nada de bom à economia ?
« Responder #13 em: 2015-10-11 13:28:01 »
Eu sei que a lógica esteve ausente porque me disseram, não sei se as demonstrações estiveram ausentes mas duvido que tenham estado. Teria que verificar.

Eu lógica sei e uso bastante. Demonstrações nunca mais lhes toquei desde que saí da escola pelo que já se foi tudo, não posso comentar.
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Zenith

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Re: Afinal o empreendedorismo não traz nada de bom à economia ?
« Responder #14 em: 2015-10-11 13:28:15 »
Não percebo muito bem a ênfase na lógica e depois menorização das demonstrações e da gramática. Parece-me uma contradição.
Demonstrações são processo formal, mas lógica é a mais formal de todas as disciplinas. Acho que até se pode dizer que é a gramática da linguagem.
 matemática.
Até acho que lógica está mais próxima da filosofia que da matemática cuja actividade fundamental são nºs e formas (geometria).
Eu no secundário nunca gostei de matemática por causa do enfase na logica, mas quando via alguns livros antigos em que tinham métodos para extrair raizes quadradas, ou ténicas imediatas de multiplicar nos por 11 ou ver se era divisível por 3 ou 9, achava que nesse tempo é que era interessante  :D

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Re: Afinal o empreendedorismo não traz nada de bom à economia ?
« Responder #15 em: 2015-10-11 13:31:49 »
Não percebo muito bem a ênfase na lógica e depois menorização das demonstrações e da gramática. Parece-me uma contradição.
Demonstrações são processo formal, mas lógica é a mais formal de todas as disciplinas. Acho que até se pode dizer que é a gramática da linguagem.
 matemática.
Até acho que lógica está mais próxima da filosofia que da matemática cuja actividade fundamental são nºs e formas (geometria).
Eu no secundário nunca gostei de matemática por causa do enfase na logica, mas quando via alguns livros antigos em que tinham métodos para extrair raizes quadradas, ou ténicas imediatas de multiplicar nos por 11 ou ver se era divisível por 3 ou 9, achava que nesse tempo é que era interessante  :D

Zenith, o ênfase tem a ver com a relevância para a vida prática. A importância da lógica é óbvia -- quando tens que construir um filtro com "E" e "OU" isso é uma aplicação prática da lógica e é uma coisa extremamente espalhada no mundo actual ao nível do utilizador, nem falo de programadores (onde o uso é naturalmente brutalmente superior).

As demonstrações? Terás que ser tu a mostrar um uso espalhado da coisa, porque eu não encontro nenhum. Em nichos académicos, sim. Mas para a população em geral ser mais eficiente e por isso viver uma vida melhor? Nem por isso.
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Re: Afinal o empreendedorismo não traz nada de bom à economia ?
« Responder #16 em: 2015-10-11 13:57:01 »
Creio que estás a falar de ensinar uma linguagem e não da lógica propriamente dita.
Do ponto de vista da lógica como disciplina ou da matemática o que interessa são as relações e não definições de operadores, que tem a ver com construir uma linguagem.

As demonstrações não tem nenhum interesse utilitário (ninguem vai demonstrar novos teoremas numa aula do secundário ou mesmo de uma lic em matemática). Tem como disse o Hermes o objectivo de estimular um raciocínio rigoroso livre de contradições.

Automek

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Re: Afinal o empreendedorismo não traz nada de bom à economia ?
« Responder #17 em: 2015-10-11 14:19:44 »
Em última análise o empreendedorismo resolve o problema de um desempregado que cria o seu posto de trabalho e, também, resolve um problema para o estado, que deixa de ter mais um desempregado.
Eu também vejo por esse prisma. Inclusivamente a empresa até pode dar lucro zero se nesse lucro zero estiver já descontados (obviamente) o seu próprio salário. E também acho que mais vale uma empreendedora daquelas que tem um gabinete para pintar unhas do que uma desempregada a receber subsídio.


hermes

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Re: Afinal o empreendedorismo não traz nada de bom à economia ?
« Responder #18 em: 2015-10-11 15:50:26 »

Zenith, o ênfase tem a ver com a relevância para a vida prática. A importância da lógica é óbvia -- quando tens que construir um filtro com "E" e "OU" isso é uma aplicação prática da lógica e é uma coisa extremamente espalhada no mundo actual ao nível do utilizador, nem falo de programadores (onde o uso é naturalmente brutalmente superior).

As demonstrações? Terás que ser tu a mostrar um uso espalhado da coisa, porque eu não encontro nenhum. Em nichos académicos, sim. Mas para a população em geral ser mais eficiente e por isso viver uma vida melhor? Nem por isso.

As demonstrações são como a programação de algoritmos informáticos, ajudam a treinar a mente para os pressupostos e para analisar a maneira como se interligam para obter os resultados.

A lógica não é só o E e o OU é tambem o IMPLICA, bem como a Existência (quantificador existencial) ou a Universalidade (quantificador universal) e a Indução Matemática (Recursividade).

Parte do que se pretende atingir com o treino das demonstrações também pode ser adquirido via programação informática, se isso ajuda a dourar a pílula. Dada a correspondência:

Código: [Seleccione]
IMPLICA --> IF
Quantificador Universal --> FOR EACH
Recursividade --> WHILE ou UNTIL

« Última modificação: 2015-10-11 15:58:07 por hermes »
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Re: Afinal o empreendedorismo não traz nada de bom à economia ?
« Responder #19 em: 2015-10-11 17:43:00 »

Zenith, o ênfase tem a ver com a relevância para a vida prática. A importância da lógica é óbvia -- quando tens que construir um filtro com "E" e "OU" isso é uma aplicação prática da lógica e é uma coisa extremamente espalhada no mundo actual ao nível do utilizador, nem falo de programadores (onde o uso é naturalmente brutalmente superior).

As demonstrações? Terás que ser tu a mostrar um uso espalhado da coisa, porque eu não encontro nenhum. Em nichos académicos, sim. Mas para a população em geral ser mais eficiente e por isso viver uma vida melhor? Nem por isso.

As demonstrações são como a programação de algoritmos informáticos, ajudam a treinar a mente para os pressupostos e para analisar a maneira como se interligam para obter os resultados.

A lógica não é só o E e o OU é tambem o IMPLICA, bem como a Existência (quantificador existencial) ou a Universalidade (quantificador universal) e a Indução Matemática (Recursividade).

Parte do que se pretende atingir com o treino das demonstrações também pode ser adquirido via programação informática, se isso ajuda a dourar a pílula. Dada a correspondência:

Código: [Seleccione]
IMPLICA --> IF
Quantificador Universal --> FOR EACH
Recursividade --> WHILE ou UNTIL

A lógica é mais uma série de coisas, eu estou apenas a dizer que no uso normal existem aplicações práticas imensas. No assembler por exemplo também me lembro de usar o XOR (ou exclusivo, quando são ambos verdadeiros, dá falso).
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