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Autor Tópico: Alertas de saúde  (Lida 424014 vezes)

vv

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Re: Alertas de saúde
« Responder #2640 em: 2017-06-03 14:33:31 »
O pasteur e o beuchet é que a sabiam. A causa das doencas ou sao toxicas ou microbianas.
O organismo tem um mecanismo de auto cura mas esta so existe se outras variaveis estiverem presentes, acho que a mais fundamental é manter o corpo com os niveis de micro elementos e vitaminas. A primeira coisa que uma clinica de anti aging faz num doente cronico sao os doseamentos de minerais e vitaminas para ver o que esta em defice e logo a seguir sao corrigidas. Depois marcadores inflamatorios, pcr, colesterol, enzimas hepaticas etc. sou um apoiante vincado em tomar um multivitaminico, com doses normais, bem como a toma de coq10 etc.
os alimentos ja nao tem os nutrientes que tinham, tem para aí metade. Bem eu nao dispenso um bom multi vitaminico, coq10 e mais umas coisas, oleo omega vegetal, etc. a ideia que os medicos dao que um virus entra, faz um estrago e sai, é mentira, o virus continua la e é reativado quando lhe da na telha. As bacterias a mesma coisa. Ou as bacterias saem? Expliquem me entao porque é que os velhotes têm colonias de bacterias na bexiga e cronico. Doenca de lyme, entra e ja nao sai.
Expliquem me como é que ha putos com 20 anos ja com fibromialgia.
Toxicos: malta que gosta de fazer cozinhados em louça de barro manhoso, têm artrite e nao sabem porquê.
Eu poderia expor cerca de 300 causas e como preveni-las mas é escrever muito.
Nao sei se viram o ultimo pesadelo na cozinha, o que o gajo disse sobre tachos de aluminio.
Prevencao, comer bem e de tudo, evitar materiais e ambientes toxicos, evitar alergenos, plastico, evitar comidas de países que abusem de pesticidas ( america latina) evitar salmao com herbicidas, marisco vietnamita, a lista é infindavel mas ainda assim é possivel comer bem e de tudo. Mostrem-me 10 pessoas doentes, levem me a casa dessas pessoas, mostrem me o que comem, como comem, onde comem, onde dormem, onde respiram e eu identifico a etiologia da doenca. É pena o estado ou a comunidade medica nao levar a prevencao e divulgacao ao limite, as despesas de saude iam cair 50%. Eles bem podiam dizer" se dormir num quarto com paredes pretas de humidade, nao durma mais porque vai morrer antes do tempo ou ate pode viver mas eh um morto vivo"
So para terem uma ideia. Ha dias comi um arroz de pato em lisboa, nao me cheirava a pato, sabem ao que cheirava? Á tinta do recipiente de barro. Chamei o empregado e disse-lhe, meta aqui o nariz. E ele, mas porque? Nao esta bom? Eu disse, ouça, eu ainda nao toquei na comida, meta aqui o nariz. O gajo meteu, cheira a que? Nao lhe cheira a tinta ou verniz? E ele, sim cheira bastante, entao olhe, traga-me uma salada. Porra arroz de pato envernizado. Tachos de barro de 1 euro da china. É barato porque o restaurante tem de dar lucro. Ainda foi sorte eu nao ter mandado o tacho pela janela da cozinha adentro contra a cabeca do chef. Sao todas estas coisas que aumentam a toxicidade e o corpo perde imunidade.

Automek

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Re: Alertas de saúde
« Responder #2641 em: 2017-06-03 15:36:57 »
Neste artigo sobre o juiz Carlos Alexandre é dito que uma entorse no pé (não curada) lhe provocou posteriormente uma embolia pulmonar. Isto é possível ?
http://observador.pt/especiais/pre-publicacao-a-vida-do-juiz-mais-temido-pelos-poderosos/

vv

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Re: Alertas de saúde
« Responder #2642 em: 2017-06-03 15:57:10 »
Ate hemorroidas podem dar uma embolia pulmonar

meu-godo

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Re: Alertas de saúde
« Responder #2643 em: 2017-06-03 18:56:23 »
Neste artigo sobre o juiz Carlos Alexandre é dito que uma entorse no pé (não curada) lhe provocou posteriormente uma embolia pulmonar. Isto é possível ?
http://observador.pt/especiais/pre-publicacao-a-vida-do-juiz-mais-temido-pelos-poderosos/


Teoricamente, tudo o que afecte a mobilidade de forma significativa e duradoura favorece estase sanguínea e, portanto, processos trombo-embólicos. Há muitas embolias em jovens por não tomarem anticoagulantes quando fazem lesões osteoarticulares.

kitano

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Re: Alertas de saúde
« Responder #2644 em: 2017-06-03 19:19:43 »
É muito frequente mek, principalmente se houver um período de imobilidade associado
"Como seria viver a vida que realmente quero?"

Counter Retail Trader

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Re: Alertas de saúde
« Responder #2645 em: 2017-06-03 20:06:23 »
a minha prima tem na perna , nao pode fazer grandes esforços e nunca sabe qual o dia ... isto é, uma bomba relogio.
Esta assim ha uns 3 anos salvo erro.

vv

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Re: Alertas de saúde
« Responder #2646 em: 2017-06-03 22:46:16 »
Nao sabia que era assim tao comum. É meio assustador.


Smog

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Re: Alertas de saúde
« Responder #2647 em: 2017-06-05 23:34:35 »
Neste artigo sobre o juiz Carlos Alexandre é dito que uma entorse no pé (não curada) lhe provocou posteriormente uma embolia pulmonar. Isto é possível ?
http://observador.pt/especiais/pre-publicacao-a-vida-do-juiz-mais-temido-pelos-poderosos/


Teoricamente, tudo o que afecte a mobilidade de forma significativa e duradoura favorece estase sanguínea e, portanto, processos trombo-embólicos. Há muitas embolias em jovens por não tomarem anticoagulantes quando fazem lesões osteoarticulares.

outro médico? :o a ti não te conhecia.
temos o kitano, o d. Antunes, e agora o meu-godo...ah! e o puto... já nem me lembrava dele (mas se eu lhe tivesse dado umas lições estaria mais bem preparado para a vida  8) ) portantos...5! até ao momento. e uns curiosos e tal... 8) e também havia biólogos mas perdi-lhes o rasto na mudança de nome. Fiquei muito tempo sem escrever... e há dois antigos, frendlys, que já não reconheço.
Bom, partiremos daqui como se fora a primeira vez. hei-de mudar o meu avatar...o olho escolheu a ana...sugestões? ???
wild and free

Automek

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Re: Alertas de saúde
« Responder #2648 em: 2017-06-06 08:52:59 »
Novo artigo sobre vitamina D (António Vaz Carneiro - um dos médicos que respondeu no Expresso)

Citar
O MITO DA DEFICIÊNCIA GENERALIZADA EM VITAMINA D E AS CONSEQUÊNCIAS DO SEU TRATAMENTO

É útil responder a duas perguntas: Haverá de facto uma deficiência generalizada em vitamina D em Portugal? Qual o papel da suplementação desta vitamina como medida preventiva de doença?

A vitamina D tem duas fontes possíveis no organismo: a ingestão de alimentos tipo lacticínios ou a síntese através da acção da luz solar na pele. O papel fisiológico central da vitamina D é no metabolismo dos ossos, promovendo a sua mineralização, pelo que é utilizada por exemplo na prevenção da osteoporose.

Recentemente vieram a público notícias sobre uma subida muito significativa do consumo de vitamina D entre nós. A notícia adiantava: “…encargos com a prescrição de vitamina D quintuplicaram em dois anos, passando de € 1,1 milhões para 5,7 milhões, entre medicamentos com e sem compartipação. A despesa para o Serviço Nacional de Saúde passou de 779 mil euros para 2,1 milhões.” e finalizava com “De acordo com a SIC, foi publicitado um estudo que dá como certo que a maioria dos portugueses têm falta de vitamina D. No entanto, um outro estudo feito com as mesmas pessoas e com kits diferentes dá outros resultados. Esta discrepância, para as autoridades da Saúde, "justifica uma avaliação profunda e esclarecedora".

Perante isto, parece ser útil responder a duas perguntas: 1) haverá de facto uma deficiência generalizada em vitamina D em Portugal? e 2) qual o papel da suplementação desta vitamina como medida preventiva de doença?

A resposta à primeira pergunta parece ser negativa, devido ao facto dos níveis séricos definidos na maior parte dos casos como sendo os mínimos serem de facto o limite superior da normalidade (e, a serem accionados, significariam que 98 em cada 100 pessoas necessitaria de suplementação crónica!)[1]. Junta-se a isto o problema da consistência do doseamento sérico de vitamina D ser problemático, com múltiplos testes apresentando variações entre si que chegam a ser de 10-20% dos resultados. Portanto, em termos da população em geral, não parece ser possível afirmar a existência de hipovitaminose D generalizada.

Quanto à resposta à segunda pergunta, utilizando os resultados de revisões sistemáticas de ensaios clínicos analisando o impacto da vitamina D na incidência (novos casos) de doenças cardiovasculares, cancro, diabetes, doença pulmonar obstrutiva crónica (e outras), a suplementação com vitamina D parece não ter impacto positivo. A melhor fonte de informação para analisar o benefício da tomada crónica de vitamina D vem de uma revisão de revisões sistemáticas (que é uma revisão não de ensaios clínicos, mas sim de revisões sistemáticas analisando a mesma intervenção terapêutica, o que a faz mais ainda mais abrangente do que as revisões sistemáticas individuais que a compõem)[2]. Este estudo incluiu 107 revisões sistemáticas de literatura e 74 meta-análises (análises estatísticas específicas) de estudos observacionais com concentrações plasmáticas de vitamina D, assim como 87 meta-análises de ensaios clínicos aleatorizados com suplementação de vitamina D. Os autores concluem que toda esta evidência científica apresenta resultados inconsistentes em termos de benefício e que, portanto, não podem suportar recomendações universais para administração de vitamina D em doenças crónicas.

Alertamos para o facto de estes dados científicos se aplicarem a populações em prevenção primária (sem doenças). O papel da suplementação vitamínica D pode ser diferente em grupos de doentes com patologias crónicas pré-existentes, ou com características específicas (por exemplo doentes institucionalizados).

NOTA: as afirmações contidas neste texto não representam a opinião pessoal do autor, antes provêm da sua interpretação de estudos de alta qualidade, seleccionados pela sua relevância e rigor metodológico, numa hierarquia previamente definida de prova científica de suporte à decisão clínica/epidemiológica.

[1] New Engl J Med 2016;375:1817-20

[2] BMJ 2014;348:g2035 doi: 10.1136/bmj.g2035

http://visao.sapo.pt/opiniao/bolsa-de-especialistas/2017-06-05-O-mito-da-deficiencia-generalizada-em-vitamina-D-e-as-consequencias-do-seu-tratamento


vv

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Re: Alertas de saúde
« Responder #2649 em: 2017-06-06 14:23:12 »
visao.pt


clima mudou, continua a mudar, mas a maior parte de nós continua a enfiar a cabeça na areia, alheado de uma realidade bem expressa em dados: 2016 foi o ano mais quente desde que há registo; a Organização Mundial de Saúde estima que todos os anos morram 150 mil pessoas por causa das alterações climáticas; atualmente, 96% do território nacional está em situação de seca e só na onda de calor de 2013 morreram 1 700 portugueses por problemas de saúde relacionados com a temperatura extrema.

Num inquérito feito aos especialistas em Medicina Interna, 90% deles afirmou que "as alterações climáticas já estão a ter efeitos na saúde dos portugueses", revela à VISÃO o presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), Luís Campos. As doenças respiratórias são as mais referidas pelos médicos portugueses, sendo os grupos mais frágeis, como os idosos, as crianças ou os que vivem em piores condições de habitação ou alimentares os que mais sofrem. A nível mundial, têm vindo a aumentar os AVC, a doença coronária, a bronquite crónica, as doenças infecciosas, e ainda as patologias relacionadas com a qualidade da água, como a cólera, ou as que são transmitidas por mosquitos, como a malária e o dengue. Também aumentam as vítimas de catástrofes naturais, como as cheias ou os furacões, os problemas mentais em pessoas obrigadas a emigrar.

Por altura do Dia Mundial do Ambiente, celebrado a 5 de junho, a Sociedade alertou médicos e sociedade em geral para os problemas relacionados com a subida da temperatura média, reforçando o papel de cada um de nós.

Também é objetivo das SPMI que a atenção ao ambiente comece nos próprios hospitais. "Os hospitais são responsáveis pelo consumo de 11% da eletricidade e 18% do gás natural. São ainda produtores de 108 mil toneladas de resíduos", avança Luís Campos. "O combate às alterações climáticas deve ser uma prioridade e o setor da saúde devia dar o exemplo", sublinha o médico.

Pela sua saúde, recomenda a Sociedade, ande a pé, de bicicleta ou de transportes públicos, escolha carros menos poluentes, reduza o consumo de energia, o lixo e a carne na alimentação, coma frutas e legumes de produção local e sazonal, não beba bebidas engarrafadas em garrafas de plástico.

vv

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Re: Alertas de saúde
« Responder #2650 em: 2017-06-06 14:30:07 »
Em relacao à vitamina D, ha umas semanas deu uma noticia que os doseamentos deram resultados diferentes consoante a marca da maquina que mede os niveis. As diferenças eram colossais. Para a mesma pessoa e sangue tirado no mesmo dia, uma maquina siemens ou whatever acusava um nivel 20 e noutra maquina acusava 35. A 20 está em defice e a 35 está saudavel.

D. Antunes

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Re: Alertas de saúde
« Responder #2651 em: 2017-06-06 20:47:05 »
"Os hospitais são responsáveis pelo consumo de 11% da eletricidade e 18% do gás natural.

Parecem números exagerados.
“Price is what you pay. Value is what you get.”
“In the short run the market is a voting machine. In the long run, it’s a weighting machine."
Warren Buffett

“O bom senso é a coisa do mundo mais bem distribuída: todos pensamos tê-lo em tal medida que até os mais difíceis de contentar nas outras coisas não costumam desejar mais bom senso do que aquele que têm."
René Descartes

D. Antunes

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Re: Alertas de saúde
« Responder #2652 em: 2017-06-06 21:07:49 »
Charlatanice do Dia: Testes de Intolerância Alimentar

Com certeza que já se confrontaram com os testes de intolerância alimentar, visto que são testes muito publicitados na televisão, utilizados para fazer rastreios em farmácias e em consultas clínicas por alguns nutricionistas/dietistas e “terapeutas”. Eventualmente até conhecem alguém que os tenha realizado ou até aproveitou um descontinho para fazer o teste.

Mas antes de falarmos dos testes de intolerância alimentar e da sua validade, convém fazer uma clara distinção entre as alergias alimentares e as intolerâncias alimentares. Vou dar um explicação muito simplificada, só para percebermos do que estamos a falar.

Alergias alimentares
A alergia alimentar é um problema de saúde importante. É uma reação imunológica mediada por anticorpos IgE e ocorre quando a pessoa entra em contato ou ingere determinados alimentos. Os sintomas variam de ligeiros a severos e a reação não é linear, podendo variar de intensidade de episódio para episódio.

A maioria das reações é ligeira. No entanto, podem ocorrer episódios de anafilaxia, uma reação intensa após exposição ao alergénio, que coloca em risco a vida da pessoa.

Apesar de qualquer alimento poder causar uma reação alérgica, são oito os alimentos que representam cerca de 90% de todas as reações:

Ovos;
Leite;
Amendoins;
Frutos secos;
Peixe;
Marisco;
Trigo;
Soja.
A deteção da alergia é realizada de acordo com a história clínica do doente e recorrendo a testes realizados na pele (como o Teste Prick) ou testes de sangue em que se mede os níveis de IgE dos alergénios correspondentes.

Ou seja, é uma doença importante, que deve ser identificada e orientada convenientemente por um profissional de saúde.

O que são intolerâncias alimentares?
Primeiro…a intolerância alimentar existe. As pessoas podem, de facto, sentir-se mal com a ingestão de alguns alimentos sem que exista uma alergia alimentar associada. Para quem acha que pode ter esse problema, fica um artigo muito simples a explicar o que são as intolerâncias alimentares e como lidar com elas.

No entanto, o conceito de “intolerância alimentar”, da forma como é utilizada hoje, está completamente distorcido em benefício da comercialização de testes de diagnóstico e consultas.

No mercado, dominam dois tipos de testes para verificar a existência de “intolerância alimentar”.

Os testes sanguíneos realizados por laboratórios de análises clínicas, que consistem em fazer recolha de sangue e analisar a concentração de anticorpos IgG para as proteínas de cada alimento.

O VEGA test, que são os testes mais conhecidos pela população, realizados em farmácias, por nutricionistas/dietistas e por algumas clínicas (a maioria com ligação às medicinas alternativas, mas também clínicas convencionais).

Vamos ver como cada “negócio” define as intolerâncias.

O que diz um site de Análises Clínicas que disponibiliza esse tipo de exames:

“Na intolerância alimentar há a formação de anticorpos IgG dirigidos contra proteínas dos alimentos.

O organismo não consegue digerir completamente algum grupo de alimentos, provavelmente devido a uma deficiência enzimática do sistema digestivo, ou outro mecanismo desconhecido. Como consequência, são produzidas substâncias que o organismo reconhece como estranhas causando uma reação de sensibilidade alimentar.”

O que diz a WellNutri, uma das empresas líderes no mercado na realização do VEGA test:

Muitas pessoas sofrem de mal-estar digestivo, engordam e sentem-se inchadas apesar de comerem pouco e de forma saudável. E não sabem que esse tipo de problemas pode ser provocado por alimentos tão saudáveis como o tomate ou a alface ou, eventualmente, algum aditivo. O que se tenta detetar através do teste são as intolerâncias, ou seja, reações do organismo a alguns alimentos ou compostos, as quais, sem serem patológicas, produzem inflamação abdominal, gases, cefaleias ou retenção de líquidos.”

Portanto, as intolerâncias são provocadas por uma reação imunológica mediada por anticorpos IgG. Poderá estar presente quando temos um problema de saúde, um desconforto, um mal estar indefinido ou quando não conseguimos emagrecer. A “culpa” poderá ser de um ou vários alimentos – podendo mesmo ser um alimento considerado saudável.

Segundo o “negócio”, a lista de doenças que a intolerância alimentar provoca é extensa.



É de facto um problema sério que deve ser abordado e combatido, certo? Então porque é que não utilizam estes testes nos Hospitais? Os médicos não querem descobrir os problemas dos doentes e tratá-los de forma conveniente?

Perceber os testes de intolerância alimentar
O teste sanguíneo é fácil de perceber. Recolha de sangue, análise quantitativa dos IgG relativo(s) à(s) proteína(s) dos alimentos em questão e emissão de relatório.

O VEGA test é mais complexo. Para perceberem melhor, peço aos leitores que vejam o vídeo promocional da WellNutri.

O teste consiste em apertar umas fitas de velcro nos punhos e com uma canetinha fazer uns disparos nos polegares. Passado algum tempo, vem o resultado do teste, sendo que a nutricionista/dietista fará o plano alimentar do doente por forma a evitar esses alimentos. O número de alimentos estudados ronda os 500 a 800 alimentos…teste extremamente minucioso, portanto. Não há necessidade de recolha de sangue.

Como podemos observar no vídeo, o teste é muito específico e ao mesmo tempo muito pouco específico. No computador, a nutricionista/dietista mostra uma lista de alimentos aos quais a doente tem tendência à intolerância. Destaco o leite UHT 1,5% e o Nescafé. Isso significa que se beber leite com uma percentagem de gordura diferente ou se beber café de outra marca, já está tudo bem? Quanto ao Nescafé, ficou por esclarecer se apanha a gama toda ou só alguns produtos…pormenores. Claramente que café com leite está fora de questão. 🙂

Então como funciona o VEGA test, em termos “científicos”?
Recorri a um dos “cancros” da Internet, o site Lifestyle da SAPO, para ver como os profissionais que comercializam estes exames explicam o seu funcionamento. Deixo a explicação dada por uma técnica:

“O que estamos a fazer é medir a sua energia comparativamente àquilo que está classificado no ProNutri [a marca do teste] em relação a 520 alimentos. Cada grupo tem um tipo de frequência e o corpo reage ao estímulo a que está a ser sujeito. A placa de metal transmite as frequências eletromagnéticas enquanto fazemos a estimulação de impulsos nervosos na ponta dos polegares», explica a técnica.”

Já temos aqui algumas red flags dos charlatões. Utilizam o conceito energia e eletromagnético…caro leitor, sempre que vir estes termos, ative o alarme mental. Há grande probabilidade de estar a ser enganado.

Há ainda quem junte ao VEGA test a Biorresonância e Avaliação Quântica…mas vamos deixar os “quânticos” para outra altura.

Agora preparem-se…deixo a definição formal (traduzida) do que é uma máquina VEGA num artigo escrito por dois representantes do The Australian College of Allergy:

“A máquina VEGA é uma  técnica de regulação bioenergética que tem origem na acupuntura e na homeopatia. Os seus proponentes afirmam que a máquina serve para diagnosticar alergias e outras doenças. O seu conceito deriva da “patologia energética”, em que o primeiro sinal de anormalidade no corpo deriva de uma alteração da carga elétrica. Se essa alteração continuar por muito tempo, dará origem a alterações estruturais.

A máquina VEGA propõe medir um destes aspetos da alteração bioenergética e regista alterações na condutividade da pele após aplicar um descarga elétrica de baixa voltagem. A localização da fonte desta resposta anormal é realizada colocando extratos homeopáticos neste circuito elétrico…”

Espero que estejam pasmados porque este era o ponto alto do artigo.

Evidência científica sobre os testes de intolerância alimentar
Vamos ver a evidência para cada um dos testes, separadamente.

Testes Laboratoriais
Como falamos, nos testes laboratoriais faz-se a análise ao sangue e mede-se os níveis de IgG relacionados com os alimentos por forma a estabelecer o padrão de intolerância alimentar.

No entanto, a presença de anticorpos IgG no sangue significa apenas que existiu exposição aos produtos alimentares. Não significa que exista alergia ou intolerância ao alimento. Aliás, a presença de anticorpos IgG no sangue poderá ser um marcador de tolerância aos alimentos…e não o inverso:

Crianças com eczema por alergias ao leite e ovos e com níveis superiores de IgG tinham maior probabilidade de desenvolver tolerância em idades mais tardias.
A “cura” da alergia às proteínas de leite de vaca parece estar associado com um aumento do IgG;
Verificou-se um aumento do IgG em pacientes que fizeram imunoterapia oral, por forma a tratar a alergia ao leite e amendoins.
A investigação nesta área continua, mas tendo em consideração que não parece existir uma correlação entre os níveis de IgG e os sintomas, estes exames laboratoriais são considerados inválidos e sem utilidade clínica, como refere a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia.

A declaração formal da Sociedade Portuguesa está tão boa, que deixo aqui um resumo pouco resumido:

Nos testes ditos de intolerância alimentar são determinadas IgG/IgG4 específicas para uma bateria muito alargada de alimentos e aditivos, que habitualmente apenas identificam a exposição prévia ao alimento, isto é, uma resposta normal (fisiológica) do organismo.
A interpretação destes resultados, sem integração numa avaliação clínica apropriada, pode traduzir-se em consequências de extrema gravidade, levando a grandes restrições dietéticas com consequências nutricionais, metabólicas e impacto significativo na qualidade de vida, ainda mais grave quando envolve um grupo particularmente sensível aos desequilíbrios alimentares como são as crianças.
Estes procedimentos laboratoriais, que em Portugal são maioritariamente requisitados por indivíduos ou profissionais não habilitados ou mesmo por iniciativa própria, e que são promovidos directamente na comunidade, têm sido objecto de comunicados e de artigos científicos em que se alerta para os riscos e consequências claramente lesivas do interesse dos cidadãos, associando-se ainda a custos elevados.
Os testes supracitados não têm qualquer fundamentação científica, não têm utilidade diagnóstica e a sua realização e interpretação no âmbito clínico podem configurar elementos de má prática, não devendo igualmente receber qualquer tipo de comparticipação pelos sistemas de saúde.
Importa então informar a comunidade e, em particular, os profissionais de saúde, de que estes procedimentos podem ocasionar erros de diagnóstico graves com consequentes riscos na saúde individual e na saúde pública.
Testes eletromagnéticos ou homeopáticos ou tradicionais chineses!? (VEGA test)
Depois da definição do que é uma máquina VEGA, acho que já não haverá grandes dúvidas quanto a sua completa inutilidade. No entanto, vamos ver os estudos…e o que dizem, é que é um teste que não apresenta qualquer tipo de reprodutibilidade. Ou seja…se repetirmos mais do que uma vez na mesma pessoa, obtemos resultados diferentes. Não é um teste com qualquer fiabilidade ou utilidade clínica. Artigos aqui, aqui e aqui.

O artigo inglês da Wikipédia é muito conciso acerca desta charlatanice.

Ainda não acredita?
Se ainda não está convencido, pode ler estes dois artigos (aqui e aqui) extremamente completos sobre o tema.

Agora, vamos tentar desmontar duas linhas de raciocínio habituais.

1 – “Os médicos não querem é perder clientela! Estes testes tiram-lhes consultas e é por isso que são contra a sua utilização!”

Caro leitor, os médicos, como qualquer “terapeuta”, podem receitar as análises de intolerância ou adquirir equipamentos para realização do VEGA test e utilizá-los nas suas consultas. Até seria algo que ajudaria o médico em termos de marketing…”eh pá, fui à consulta e fiz logo testes das alergias a 800 alimentos!” – portanto, se funcionassem, os médicos utilizariam estes exames…se não os usam é porque têm a consciência ética e moral de que é errado enganar os doentes.

2 – “Mas eu fiz os testes, eliminei o glúten, a lactose, os ovos, o Nescafé e o Leite UHT de 1.5% e sinto-me muito melhor”.

Caro leitor, fico contente por se sentir melhor. Isso é o mais importante, sem dúvida.

No entanto, estes exames não ajudaram em nada. Senão faça o seguinte: repita o teste numa clínica diferente, que utilize uma empresa promotora do VEGA test diferente, para que não tenham acesso aos seus registos…e compare os resultados. Se os resultados forem iguais, partilhe connosco no blog e terei todo o gosto em assumir o erro. Como falamos, esses testes não têm qualquer reprodutibilidade e os resultados serão certamente diferentes.

Mas qual é o mal de fazer o teste?
Simples…vai estar a fazer uma dieta restritiva sem qualquer necessidade. E por vezes, essa restrição poderá ser importante. Além disso, pode mesmo incentivar as pessoas a ter uma alimentação menos saudável.

Conto um caso que ocorreu comigo em consulta: Senhora obesa, desesperada para perder peso, realizou os testes. Os testes disseram para evitar alguns vegetais e frutas. O organismo dela teria mais afinidade para os fumados. Portanto, a senhora deixou de comer alguns alimentos saudáveis e começou a fazer uma dieta de fumados…pode ser que a moda pegue…

Assim, concluindo o artigo, atribuímos a esta charlatanice 9 ovos podres!

 
9/10
 
Se chegaram até aqui, têm direito a prenda.

Depois do que leram, aproveitem 30 minutos de vídeo do teste de intolerância alimentar realizado à Cristina Ferreira, num desses programas científicos da televisão portuguesa.

Alguém que avise a Cristina que pode comer brócolos à vontade.
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zAPPa

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Re: Alertas de saúde
« Responder #2653 em: 2017-06-06 21:52:30 »
Charlatanice do Dia: Testes de Intolerância Alimentar



Link?
Jim Chanos: "We Are In The Golden Age of Fraud".

D. Antunes

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Smog

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Re: Alertas de saúde
« Responder #2655 em: 2017-06-06 22:22:32 »
Um contributo de peso na área das ciências.

http://ktreta.blogspot.pt/

 8)
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zAPPa

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Jim Chanos: "We Are In The Golden Age of Fraud".

justin

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Re: Alertas de saúde
« Responder #2657 em: 2017-06-07 20:35:37 »
Da horta excepto a cenoura e o alho 😋
não ligar aos trades que posto. o mais certo é correr mal.

Smog

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Re: Alertas de saúde
« Responder #2658 em: 2017-06-07 22:14:56 »
Da horta excepto a cenoura e o alho 😋
Falta  o ovo fresquinho do  cu da galinha, as batatinhas da horta e o fiozinho de azeite da oliveira.
(proteínas, HC e lípidos)
.. e já agora um copinho de vinho das tuas uvas.

posso ter tudo isso no meu quintal. é real  ;)

edit: e sei fazer!
« Última modificação: 2017-06-07 22:15:37 por belinha »
wild and free

justin

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Re: Alertas de saúde
« Responder #2659 em: 2017-06-08 08:35:40 »
Da horta excepto a cenoura e o alho 😋
Falta  o ovo fresquinho do  cu da galinha, as batatinhas da horta e o fiozinho de azeite da oliveira.
(proteínas, HC e lípidos)
.. e já agora um copinho de vinho das tuas uvas.

posso ter tudo isso no meu quintal. é real  ;)

edit: e sei fazer!

eu adoro (mas não todos os dias) , coisa que detestava eheh

avança! se podes e sabes, siga! digo eu...
não ligar aos trades que posto. o mais certo é correr mal.