Algumas notas:
Não estou por dentro de como decorre este tipo de processos, mas devem ter uma complexidade enorme. Não será muito peso em cima duma pessoa só?
Pelos processos que outro dia diziam estar sob a alçada do juiz Carlos Alexandre, parece-me uma tarefa dantesca.
Em relação ao RERT, já começou o clamor habitual. A taxa anterior que dizem ser de 50% era absurda por isso mexer nisso não me parece nada demais. Se o capital pagou os impostos devidos no país onde ele foi gerado, porque carga d'água vão pagar mais uma batelada para entrar em Portugal? O pessoal já está a confundir RERT com IRS e IRC.
Outra coisa que mete nojo é esta obsessão com o "politicamente correto" e as pessoas quererem tudo ao mesmo tempo. Querem que a justiça actue, mas tem que ser "fofinha" ao mesmo tempo. Não se pode prender alguém num aeroporto? Há uma filmagem manhosa dum carro a passar na escuridão, e parece que isso é que é o mais importante no meio disto tudo; como alguém conseguiu essas imagens manhosas. Quando há casos dum "Zé Manel" qualquer a ser explorado nos tabloides aí já não vejo esta celeuma toda. Continuamos com estes sentimentos "feudais" é uma coisa incrível.
Se o juiz demora a analisar as provas, é porque demora. Se solta rápido e daqui à uns tempos houvesse destruição de provas era porque o juiz foi um desmazelado ou até porque foi comprado.
Se a justiça não faz nada é porque é inoperante, se começa a actuar "aqui-d’el-rei" que não pode falhar por ser a figura que é, senão é o descalabro de tudo! Fdx, as pessoas têm que saber que há escolhas, decisões a serem tomadas é que sair tudo perfeito e agradando a toda a gente é impossível.
Outra coisa que dá vómitos é a postura da classe política, principalmente no "centrão". Há que separar a justiça e a política? WTF?!
A política e a justiça devem estar separadas enquanto poderes. Não têm nada à ver com este caso. O Sócrates não está indiciado por ter andado nu no meio da rua ou por ter proferido injúrias a uma velhinha numa igreja. Se assim fosse aceitava o argumento. Os possíveis crimes nada teriam à ver com a sua capacidade em ter exercido uma governação eficaz e honesta.
As acusações vão ao núcleo do que é a governação. É claro que tem que ser feita uma análise política do caso. Estamos a brincar?
Comenta-se tudo e alguma coisa, tudo serve de arma de arremesso político e algo que está totalmente ligado à boa governança é coloca de lado com esta displicência?
É fácil de ver o que se passa. Quem têm telhados de vidro não atira pedras ao vizinho. E a questão é não levantar muitas ondas, pois a questão essencial disto tudo (quem são os corruptores) é assunto tabu, pois alimentam as elites dos partidos, bem como a fatia de leão das máquinas partidárias.
Não se morde a mão que dá de comer e essa é a questão essencial para entender isto tudo. O ideal é manter esta "paz podre" disfarçada de dignidade por não atacar o adversário. Daqui a pouco o histerismo desce e será "business as usual".