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Autor Tópico: "Tactical Asset Allocation" (antigo Tópico "Carteira VALUE")  (Lida 15845 vezes)

D. Antunes

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Estratégia de Investimento VALUE - Criação de uma carteira de ações internacionais

Gosto de investir em empresas a médio prazo. Tenho até hoje investido em empresas que que seleciono individualmente. Geralmente escolho empresas que penso estarem desvalorizadas mas que considero terem boas hipóteses de recuperar.
Vou agora usar uma estratégia diferente: selecionar empresas com base em dados numéricos, numa perspetiva de investimento em VALUE.

A estratégia dividir-se-á em 2 etapas:
1º Etapa –seleção de países
2º Etapa –escolha de empresas dos países selecionados na etapa anterior

Utilizarei múltiplos critérios (ex: países com CAPE a 10 anos baixo) que têm em comum terem-se associado no passado a rentabilidades diferenciais positivas (estudos com duração de muitas décadas e em muitos países), na espectativa de que os critérios se mantenham úteis nos próximos anos (alguns deles, mas não todos, são difíceis de reproduzir por grandes investidores institucionais e outros já são conhecidos há muitos anos e têm continuado a permitir bons resultados).
« Última modificação: 2017-12-23 12:03:18 por D. Antunes »
“Price is what you pay. Value is what you get.”
“In the short run the market is a voting machine. In the long run, it’s a weighting machine."
Warren Buffett

“O bom senso é a coisa do mundo mais bem distribuída: todos pensamos tê-lo em tal medida que até os mais difíceis de contentar nas outras coisas não costumam desejar mais bom senso do que aquele que têm."
René Descartes

D. Antunes

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Re:Carteira VALUE
« Responder #1 em: 2014-11-16 22:48:46 »
1ª ETAPA –Seleção de países

Indicadores utilizados
 -CAPE (10 anos)
 -PE (price-earnings ratio)
 -PC (-cash-flow)
 -PB (-book)
 -PS (-sales)
 -DY (dividend yeld)

Nota: preferi os valores mais baixos, exceto para o DY.
Nota 2: no DY não foi tido em conta a compra de ações pelas empresas (“share byuback”). Alguns autores preferem o “peak dividend yeld” (máximo dividendo histórico/preços atuais) mas  não é fácil encontrar esses dados.
Nota 3: Também não tive em conta o “momentum” dos países , apenas das empresas individuais na 2ª etapa.

Resultados:
Consultei várias fontes. Um exemplo de um artigo com muita informação (dados de 30 Set 2014, à data da consulta):
http://www.starcapital.de/research/stockmarketvaluation

Os países que parecem mais atrativos são a Grécia e a Rússia.
Depois estão muitos país europeus (principalmente leste e sul de Europa): Hungria, Áustria, Portugal, Itália.
Tentando sair da Europa (p/ diversificar) o Brasil está tb. atrativo
Na Ásia, a China (bom DY) e Singapura estão razoáveis.

Escolha:
Como já estou muito exposto à Rússia e a empresas petrolíferas não vou selecionar mais empresas desse país.
Também já tenho alguma exposição aos países extra-europeus referidos (e estão também menos atrativos do que os europeus). E tenho também exposição a Portugal (profissional, imobiliária, um pouco de ações).
Mas penso que, quem ainda não tiver ainda exposição, deveria considerar comprar Rússia e um pouco de Brasil e Ásia.

Assim, vou selecionar 4 países:

                                                          Grécia, Itália, Hungria e Áustria

Em breve: escolha das ações individuais.
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Kin2010

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Re:Carteira VALUE
« Responder #2 em: 2014-11-17 02:29:33 »
Atenção a escolher os PER, PCF, e outros, com os valores mais baixos. Isso pode estar a comprar empresas que estão a começar a ter problemas (por terem problemas, o mercado atribui-lhes múltiplos mais baixos). Idem para Div Yields altos.

Mystery

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Re:Carteira VALUE
« Responder #3 em: 2014-11-17 11:35:49 »
o ideal é mesmo comprar empresas com problemas; o valor está em perceber se são temporários ou não

empresas com multiplos baixos e sem problemas tendem a manter-se com multiplos baixos ou então estão na parte do ciclo onde não se quer estar exposto
« Última modificação: 2014-11-17 11:37:23 por Mystery »
A fool with a tool is still a fool.

darkmoon

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Re:Carteira VALUE
« Responder #4 em: 2014-11-17 15:46:34 »
Porque não consideras portuguesas?

D. Antunes

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Re:Carteira VALUE
« Responder #5 em: 2014-11-17 19:55:30 »
Porque não consideras portuguesas?

Porque já tenho demasiada exposição a Portugal: algumas (poucas) ações portuguesas, imobiliário e emprego. Acho que chega.
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Re:Carteira VALUE
« Responder #6 em: 2014-11-17 20:04:17 »
o ideal é mesmo comprar empresas com problemas; o valor está em perceber se são temporários ou não

empresas com multiplos baixos e sem problemas tendem a manter-se com multiplos baixos ou então estão na parte do ciclo onde não se quer estar exposto

É mesmo isso: comprar empresas com problemas.
Uma das razões porque a estratégia VALUE historicamente dá melhores resultados é: se uma empresa tem muitos problemas e o preço está baixo quando alguns problemas (não é necessário que sejam todos) se resolvem a cotação recupera.
Por outro lado, numa empresa com brilhantes perspectivas de negócio e múltiplos elevados, se não correr muito bem (não tem que correr mal, basta correr um pouco menos bem do que o previsto) a cotação fraqueja. Um pouco como o António José Seguro: ganhou as eleições europeias mas esperava-se que ganhasse por mais, lixou-se. :)
« Última modificação: 2014-11-17 20:06:13 por D. Antunes »
“Price is what you pay. Value is what you get.”
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Re:Carteira VALUE
« Responder #7 em: 2014-11-17 20:17:07 »
2ª Etapa –Escolha das ações individuais.
Critérios  utilizados
-PE
-DY
-PB
-PC
-PS
-Valorização nos últimos 12 meses
-Capitalização
-Liquidez
Utilizei uma fórmula matemática que construí com ponderação dos vários indicadores (para alguns linear, para outros logarítmica).  Os indicadores que tiveram maior peso foram PE, PB e PC. Capitalização e liquidez  os que menos pesaram.
Nota: preferi os valores mais baixos excepto para o DY e a valorização
Nota 2: alguns autores referem outros indicadores como: TEV (total enterprise value)/EBITDA.  Num prazo de  4-5 anos parece ser melhor que o PE mas a 1-3 anos é um pouco mais fraca. Claro que provavelmente é melhor associar múltiplos critérios.

Como fiz a escolha:
Utilizei o FT screener. Também no site do FT, vi a valorização pelos gráficos e calculei um índice de liquidez (transações*cotação/market cap)

Resultados:
Encontrei 290 empresas dos 4 países selecionados previamente (Grécia, Itália, Hungria e Áustria).
Dessas,  utilizando a fórmula que pondera os critérios,  selecionei  56 empresas pelo índice que construí.
Usando o meu intermediário, verifiquei que apenas poderia comprar 17 das empresas selecionadas  (algumas das empresas têm capitalizações muito pequenas e são difíceis de transacionar fora do país).
Das 17 empresas, excluí 4 (tinha 4 elétricas e escolhi as 2 mais atrativas; como já estou muito exposto ao sector energético , fiquei apenas com uma das 3 petrolíferas). Das 13 restantes excluí mais 3 que me pareceram menos interessantes).

Finalmente selecionei 10 empresas.
Aqui fica a lista:
Itália (2): ASTM; Banco di Sardegna
Grécia(3): Autohellas; ELBA;  Public Power Corporation
Áustria(2): AT & S Austria Technologie & Systemtechnik; Raiffeisen Bank International
Hungria (3): Eszak Magyarorszagi Aramszolgaltato Nyrt; Magyar Telekom Tavkozlesi Nyrt;  Tiszai Vegyi Kombinat Nyrt

Quem quiser uma carteira mais diversificada,  pode incluir as 2 do sector energético que excluí: HU= MOL plc e IT: Iren e ainda as 3 empresas  que excluí  no final  IT: El En; GR: Thessaloniki Water and Sewage Company SA; AT: OMV AG (15 empresas).

Menos empresas?  Apenas estas:  ASTM; Banco di Sardegna; Autohellas; Raiffeisen Bank International; Tiszai Vegyi Kombinat Nyrt (5 empresas)

Vamos ver como isto vai correr. A ideia é dar uma olhadela apenas daqui a vários meses e fazer uma rotação parcial de ações nessa altura. Depois conto-vos como correu.
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Re:Carteira VALUE
« Responder #8 em: 2014-11-18 03:59:36 »
o ideal é mesmo comprar empresas com problemas; o valor está em perceber se são temporários ou não

empresas com multiplos baixos e sem problemas tendem a manter-se com multiplos baixos ou então estão na parte do ciclo onde não se quer estar exposto

É mesmo isso: comprar empresas com problemas.
Uma das razões porque a estratégia VALUE historicamente dá melhores resultados é: se uma empresa tem muitos problemas e o preço está baixo quando alguns problemas (não é necessário que sejam todos) se resolvem a cotação recupera.
Por outro lado, numa empresa com brilhantes perspectivas de negócio e múltiplos elevados, se não correr muito bem (não tem que correr mal, basta correr um pouco menos bem do que o previsto) a cotação fraqueja. Um pouco como o António José Seguro: ganhou as eleições europeias mas esperava-se que ganhasse por mais, lixou-se. :)

Eu só alertei para o facto de que, se escolheres só os PERs mais baixos, é fácil até encontrares PERs de 2, ou até de 1, em empresas cuja cotação está em queda livre, e das quais o mercado já espera uma brutal contracção de lucros. Se comprares um PER de 2 (baseado no último lucro publicado), e os lucros caírem para 1/10, o PER baseado no lucro futuro (que é o mais importante) é na realidade 20 e não 2.

Vi isto acontecer no período 1991-1994 a imensas empresas portuguesas -- que depois se encaminharam para a falência. Podias ver PERs assim baixinhos e Div Yelds > 10%.


Incognitus

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Re:Carteira VALUE
« Responder #9 em: 2014-11-18 10:41:41 »
Sim, múltiplos muito baixos temos sempre q olhar para a empresa com muita atenção paravperceber porque acontecem, já que ninguém da borlas.

"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

Incognitus, www.thinkfn.com

D. Antunes

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Re:Carteira VALUE
« Responder #10 em: 2014-11-19 15:16:31 »
Sim, múltiplos muito baixos temos sempre q olhar para a empresa com muita atenção paravperceber porque acontecem, já que ninguém da borlas.


Até parece fazer sentido, é o que quase todos fazem. Mas será que "olhar para a empresa com muita atenção" e depois escolher quais as empresas a comprar nos permitirá obter melhores resultados? Acredito que algumas pessoas têm essa capacidade. Mas serão poucas (muito provavelmente até estás nesse pequeno grupo, Inc).
Mas o que deverá fazer a maioria que não tem essa capacidade? Ou aqueles que começaram há pouco tempo e que não sabem se a têm ou não? Seguir caminhos que historicamente se associaram a rentabilidades superiores à média não me parece uma má escolha.
« Última modificação: 2014-11-19 15:18:14 por D. Antunes »
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Mystery

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Re:Carteira VALUE
« Responder #11 em: 2014-11-19 19:02:38 »
se não têm essa capacidade então uma carteira com 10 acções é manifestamente insuficiente
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D. Antunes

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Re:Carteira VALUE
« Responder #12 em: 2014-11-19 22:27:50 »
se não têm essa capacidade então uma carteira com 10 acções é manifestamente insuficiente

Conforme disse, este não é o meu único investimento. Apenas uma parte do meu património está aqui investida desde ontem.
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Re:Carteira VALUE
« Responder #13 em: 2015-04-08 18:53:19 »
Carteira de ETFs:

No final de 2014, decidi investir em ativos de risco usando ETFs distribuindo o capital do seguinte modo:
Europa 50% (Espanha, Itália, Irlanda, Grécia, Áustria, Polónia, Hungria, Rússia, cerca de 5% em cada, 10% na Hungria e Rússia);
Ásia 35% (China 20%, Singapura, Coreia e Tailândia, 5% cada)
Brasil 10%
Ouro 5% (empresas produtoras)
Procurei encontrar ETFs europeus (UCITS), que não distribuam rendimentos (acumulem) e que sejam de replicação directa (física).
A explicação da escolha pode ser encontrada aqui: http://www.thinkfn.com/forumbolsaforex/index.php/topic,3858.msg180932.html#msg180932

Na prática, encontrei alguns problemas:
Não consegui encontrar UCITS directos e de acumulação para vários países europeus (Espanha, Itália, Irlanda, Grécia e Hungria). Acabei por comprar diretamente ações italianas (fiscalmente é pior), comprar um fundo americano  e ações gregas, reforçar a Polónia em vez da Hungria e prescindir da Espanha e da Irlanda.
Na Ásia e no Brasil não tive problemas.
Ouro ainda não investi.  Mas podia: iShares Gold Producers UCITS ETF.
Queria também investir em REITs, mas ainda não tive tempo para investigar (procuro países/zonas em que não haja bolha imobiliária, com boas perspetivas económicas e demográficas).

Quais os ETFs que tenho atualmente?
Europa:
iShares Core EURO STOXX 50 UCITS ETF
db x-tracker MSCI Europe Small Cap UCITS
db x-trackers ATX UCITS ETF (DR)
iShares MSCI Poland UCITS ETF
Global X FTSE Greece 20 ETF
Ásia
db x-trackers DBX MSCI China IDX UCITS ETF
Value China ETF
db x-trackers MSCI Korea Index UCITS ETF
db x-trackers MSCI Singapore IM Index UCITS ETF
db x-trackers MSCI THAILAND INDEX UCITS ETF (DR)
Outros:
db x-trackers MSCI BRAZIL INDEX UCITS ETF (DR)
iShares MSCI Brazil Small-Cap ETF
Cambria Global Value ETF

A maioria são  UCITS, de acumulação e replicação direta.
Exceções:
-Value China ETF: distribui e é baseado em Hong Kong. Em termos de dupla tributação é muito melhor que se fosse baseado nos EUA (não me têm retido nada em Hong Kong).
- iShares MSCI Brazil Small-Cap ETF: é um fundo dos EUA. Como tinha pouco investido nesse, deixei estar.
- Global X FTSE Greece 20 ETF: tenho pouco e não encontrei ETFs europeus.
- Cambria Global Value ETF: é também dos EUA. Investe em 10 países do mundo que estão mais desvalorizados. Gosto da estratégia, mas como em termos fiscais é penalizador, provavelmente irei vender e replicar parcialmente com ETFs europeus.
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Re:Carteira VALUE
« Responder #14 em: 2015-04-09 15:40:07 »
Olá D. Antunes,

Ainda tens a ASTM de itália?
Estou a pensar investir nela, parece estar atrativa em termos de multiplos. As perspectivas futuras é de crescimento ?
Aproveito para partilhar uma ação VALUE, DLSI, SA, empresa francesa de recrutamento focada no nuclear com bons multiplos

Joana

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Re:Carteira VALUE
« Responder #15 em: 2015-04-09 18:19:27 »
Olá D. Antunes,

Ainda tens a ASTM de itália?
Estou a pensar investir nela, parece estar atrativa em termos de multiplos. As perspectivas futuras é de crescimento ?
Aproveito para partilhar uma ação VALUE, DLSI, SA, empresa francesa de recrutamento focada no nuclear com bons multiplos

Joana

Sim. Está a ganhar 37% em 4 meses.

Isto foi uma brincadeira que fiz em que me baseei principalmente nos múltiplos e um pouco (que nisso as mulheres são melhores) em intuição, isto é, o que achava em geral do sector. Não estudei cada empresa em profundidade, nem estou sempre a ver. Lá para o final do ano posto aqui os resultados.

Parece-me que o actual cenário de queda de taxas de juro poderá ser particularmente bom para um país muito endividado como a Itália, que continua com acções baratas. É sempre melhor comprar ações baratas em países baratos. Ações baratas em mercados caros é de desconfiar mais.

Quanto a França, parece-me um mercado com valorização razoável. Não conheço essa empresa, nem o sector.
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Re: Carteira VALUE
« Responder #16 em: 2015-08-01 22:09:26 »
Um artigo que me pareceu particularmente interessante, com uma recomendação da ETF:

http://seekingalpha.com/article/3242146-the-1-stock-in-the-world

Todos querem melhorar a rentabilidade, mas preferencialmente correndo poucos riscos. Para se avaliar o sucesso de um investidor muitas vezes olha-se para a razão rentabilidade/risco. A volatilidade é muitas vezes usada como equivalendo ao risco (mas não é a mesma coisa). Como muitos procuram reduzir a volatilidade das suas carteiras, quem está disposto a ficar com ela poderá receber um bom rendimento.  No prática, estamos a ser bem pagos para a aceitar. Parece um negócio desejável para investidores VALUE.

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Re: Carteira VALUE
« Responder #17 em: 2015-12-27 19:12:34 »
Boas

Em Novembro do ano passado sugeri uma carteira VALUE com 10 ações internacionais.
Passado 1 ano vamos ver como correu:

Empresa                   17-Nov-14   27-Dez-15   Dividendos   Valorização

ASTM                     9,78                11,39               0,45                21,1%
Banco di Sardegna   10,61                  8,08               0,27               -21,3%
Autohellas             8,25                11,34                0,8                47,2%
ELBA                             1,18                  1,08                                   -8,5%
Public Power             5,86                  3,82                0,05              -34,0%
AT&S                      9                         14,31                0,36               63,0%
Raiff Banf                    15,9                  14,5                                  -8,8%
EMASZ                   13,77                  23,22             0,9                75,2%
MYTAY                     6,85                    6,8                                   -0,7%
TVK                        4410                       4984                                   13,0%

A valorização média foi de 14,6%.

Comparação:
Mercados em que investi (média não ponderada): -3,25%
Áustria        8,7%
Grécia      -29,7%
Hungria     -0,1%
Itália           8,1%

Outros mercados:
Portugal                                         -1,63%
Stoxx Europe 50                            10,1%
DJ Asia-Pacific TSM (Asia-Pacific)      6,1%

Conclusão:
A escolha resultou da procura de ações aparentemente subvalorizadas, em mercados (países) com múltiplos baixos.
Apesar de os países escolhidos não terem tido uma valorização positiva, as acções escolhidas portaram-se globalmente bem (embora com grande variabilidade individual, como seria de esperar).
« Última modificação: 2015-12-27 19:16:36 por D. Antunes »
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Re: Carteira VALUE
« Responder #18 em: 2015-12-27 19:22:35 »
Em 2015 os países mais subvalorizados tiveram uma evolução globalmente fraca. Muitos deles (Rússia, Grécia, Áustria, Hungria, Rep. Checa, Brasil, Coreia do Sul) tiveram mesmo mesmo evolução negativa (YTD). Pelo contrário, alguns dos mercados mais caros evoluíram muito bem (Índia, Filipinas, Dinamarca, Irlanda).
Já em 2014, os mercados mais baratos tinham evoluído pior do que os mais valorizados.
Foram dois anos de evolução contrária à habitual. Isso significa que a diferença de valorização entre países aumentou.
Penso que aqui está uma enorme oportunidade de investimento (nos mercados com múltiplos mais baixos) e um enorme sinal de alerta (para os mercados mais caros).

Por outro lado, o desconto dos mercados emergentes face aos desenvolvidos aumentou. Penso que é altura de aumentar a exposição aos emergentes. Isso se acreditarem (como o Kin2010) que os mercados não são eficientes. Mas se forem eficientes, também não têm nada a perder.  LOL (isto já parece a aposta de Pascal).


Podem ter uma ideia da valorização dos principais países aqui:
http://www.starcapital.de/research/stockmarketvaluation

Bons investimentos em 2016!
« Última modificação: 2015-12-27 19:48:18 por D. Antunes »
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Re: Carteira VALUE
« Responder #19 em: 2015-12-27 23:57:46 »
acabei de ver um (etf de um emergente asiatico)  que tem vindo a baixar ao longo do anos e em setembro de 2015 caiu bastante indo aos minimos de sempre...  penso que devido ao GDP , agora parece querer recuperar .

Dados contraditorios , que apartentemente nao justificariam uma queda tao grande..   
Relativamente ao etf , esta mesmo muito exposto á banca.... nao so em quantidade de cotadas como o peso das mesmas no etf .