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Autor Tópico: Livros  (Lida 71215 vezes)

vbm

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Re: Livros
« Responder #440 em: 2020-05-03 08:13:45 »
      «2.  Preconceitos sobre a economia politica. – Muitos êrros teem corrido sobre a sciencia de que nos vamos occupar, mesmo da parte dos individuos que melhor a deviam conhecêl-a. Esses êrros provêem, frequentemente, de se julgar saber economia politica sem nunca a ter estudado. Ninguem de bom senso se aventura a contradizer um chimico sobre chimica, um astrónomo sobre eclipses ou mesmo um geólogo sobre rochas e sobre fósseis. Mas todos teem a sua opinião sobre o commercio mal entendido, sobre o effeito da alata dos salarios, sobre o transtorno que produz a offerta de trabalho a baixo preço, emfim, sobre centenas de questões de importancia social. Essa gente não vê que estes assumptos são, na realidade, mais difficeis de comprehender que a chimica, a astronomia ou a geologia e que toda uma vida de estudo não basta para nos permittir falar delles com segurança. E, comtudo, aquelles que nunca estudaram economia politica, são, em regra, os que falam della com mais desassombro.

    O facto é que, assim como outrora se detestava a sciencia physica, tambem hoje ha uma especie de desconfiança ignorante, de impaciencia contra a economia politica. O homem gosta de seguir os seus proprios impulsos e os seus preconceitos, e vexa-se quando lhe dizem que faz, justamente, o que conduz a um fim diametralmente opposto ao que elle procura. Vamos ao caso da soi-disant caridade. Muitas pessoas caritativas julgam que é uma virtude dar esmola á gente pobre que lha pede, sem  pensarem no effeito que ella produzirá nessa gente. Veem o prazer do mendigo que recebe a esmola, mas não vêem os effeitos ulteriores, isto é, o augmento do numero dos mendigos. A pobreza e os crimes são em grande parte o resultado da caridade mal entendida do passado, caridade que foi causa de que uma boa parte da população se tornasse desleixada, imprevidente e preguiçosa. A economia politica prova que, em vez de dar esmolas accidentaes e irreflectidas, devemos velar pela educação do povo, ensinál-o a trabalhar, a ganhar a vida, a poupar alguma coisa para auxiliar a velhice. Se elle presisitir na preguiça e na imprevidencia, deve soffrer-lhe as consequencias. Mas, como esta maneira de proceder pode parecer sevéra, os economistas vêem-se condemnados pela gente de coração sensivel mas illudido. A sciencia passa por inflexivel e despiedada e conclue dahi que ella não tem por objectivo senão fazer mais rico o rico e deixar morrer o pobre.

    O economista, quando ensina o homem a procurar mais facilmente as riquezas, não lhe diz que elle deve guardar os seus bens como um avaro, nem dispendêl-os em luxuosas loucuras, como se fosse um pródigo. Nada existe na sciencia para dissuadir o rico de dispender a sua riqueza de um modo ao mesmo tempo generoso e util. Póde auxiliar com prudencia os parentes e amigos; póde fundar instituições de utilidde publica, bibliothecas, museus, prques, hospitaes, etc.; favorecer a educação do povo ou crear estabelecimentos de educação superior; pode soccorrer os que soffrem de infortunios contr os quaes não teriam podido preaver-se. Os enermos, os cegos, todos aquelles a quem é absolutamente impossivel ganhar a vida, estão naturalmente indicados á caridade do rico. O que o economista quer, é que a caridade seja realmente a caridade e não prejudique aquelles que quer auxiliar. E´ triste pensar que até aqui muito mal tem sido feito por aquelles que só querem fazer o bem.

     Não é menos triste ver milhares de pessoas pretenderem melhorar a sua situação por meios que teem justamente o effeito contrario, pelas gréves, pela resistencia ao emprego das machinas, pelas restricções impostas á producção da riqueza. Os trbalhadores teem creado uma economia politicapara elles; querem tornar-se ricos, esforçando-se por não produzirem muitas riquezas. Vêem o effeito immediato do que fazem, mas não o resultado final.»
   
Stanley Jevons (1835-1882), Professor da Universidade de Londres,
Economia Política, Trad. revista por Agostinho Fortes,
Edição da Typographia de Francisco Luiz Gonçalves,
Rua do Alecrim, 80-82, Lisboa, 1909, pp. 7-9

« Última modificação: 2020-05-03 19:17:37 por vbm »

Counter Retail Trader

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Re: Livros
« Responder #441 em: 2020-05-03 18:45:32 »
o proplema que ja mao é de agora , excluimdo livros de ficçao , sao as fomtes dos escritores e a temdemcia politica .

Temho ali dois volumes da Historia de Imglaterra para ler, com varios mapas preto e pramco e a cores.
Muito pó.... e a lompada quer dar de si...desfolhei duas pagimas e ja estou com alergia....gramde desafio..

Ediçoes Cosmos 1945.
« Última modificação: 2020-05-03 18:46:45 por S.A.R »

vbm

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Re: Livros
« Responder #442 em: 2020-05-03 19:31:41 »
Eu, por exemplo, em estudante, detestava ler livros mexicanos ou argentinos, em espanhol.
Pois bem, com o horror do abortográfico, passei a apreciar ler em espanhol, pela profusão
de consoantes dobradas, mm, tt, ff, ph, ll, nn, -:))

Em teen-ager, custou-me um pouco Júlio Verne em escrita de 1919...
Mas como as aventuras eram extraordinárias, os meus olhos
percorreram aquelas frases estranhas em dezenas
de livros, romances de sua autoria.

E o meu gosto, pelo espanhol lido, veio de uma obra traduzida do italiano
para o espanhol, sobre a Teoría de la democracia, em dois volumes,
1. El debate contemporâneo; 2- Los problemas clássicos.
de Giovanni Sartori. Muito bom!

« Última modificação: 2020-05-03 19:33:33 por vbm »

Counter Retail Trader

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Re: Livros
« Responder #443 em: 2020-05-03 19:49:27 »
Eu, por exemplo, em estudante, detestava ler livros mexicanos ou argentinos, em espanhol.
Pois bem, com o horror do abortográfico, passei a apreciar ler em espanhol, pela profusão
de consoantes dobradas, mm, tt, ff, ph, ll, nn, -:))

Em teen-ager, custou-me um pouco Júlio Verne em escrita de 1919...
Mas como as aventuras eram extraordinárias, os meus olhos
percorreram aquelas frases estranhas em dezenas
de livros, romances de sua autoria.

E o meu gosto, pelo espanhol lido, veio de uma obra traduzida do italiano
para o espanhol, sobre a Teoría de la democracia, em dois volumes,
1. El debate contemporâneo; 2- Los problemas clássicos.
de Giovanni Sartori. Muito bom!



em escrita de 1919? a ediçao era de quamdo?

vbm

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Re: Livros
« Responder #444 em: 2020-05-03 23:12:19 »
Refiro-me ao Júlio Verne.
Disse 1919, mas é possível
ser mais antigo ou menos,
pois, refiro-me apenas
à ortografia do tempo
de Fernando Pessoa,
que ficou escandalizado
com a reforma ortográfica
do seu tempo, De resto,
não tenho nenhum desses
romances do Júlio Verne,
pois eram de um meu avô,
e calharam ser herdados
por outros primos!

Counter Retail Trader

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Re: Livros
« Responder #445 em: 2020-05-09 15:21:28 »
Comprei dois , vou ler primeiro  o "Filhos da Terra: identidades mestiças nos confins da expansão portuguesa "
Por António Manuel Hespanha

Sinopse
A história da expansão portuguesa contada às avessas: não do ponto de vista da metrópole, mas sim do ponto de vista daqueles que partiram e se instalaram nas margens do império português.

António Hespanha, um dos grandes historiadores de Portugal, alcança neste livro um feito singular: conta uma história que todos conhecemos – a da expansão portuguesa – revelando-nos a perspectiva que até aqui ignorámos. É a perspectiva de quem deixou o país para não voltar e dos descendentes que, ao longo dos séculos, formaram as comunidades de «portugueses» no Brasil, em África e no Oriente. E é também a perspectiva desses lugares remotos, fora do controlo da coroa, das populações nativas e dos outros estrangeiros que deixaram testemunho sobre esta gente assimilada.
Nesta nova historiografia, o «império na sombra» ganha uma visibilidade luminosa. Ele é, na verdade, o império da gente comum, dos que escolhiam as margens ou eram relegados para elas, dos que precisavam de arriscar para sobreviver nos negócios, dos que cruzavam as barreiras da casta e da raça no convívio, nos negócios ou nos amores, dos que trocavam o vernáculo pelo pidgin, dos que partilhavam fidelidades políticas ou religiosas impartilháveis, dos que viviam no fio da navalha da vida de renegados ou de soldados de fortuna.
Filhos da Terra alheia-se da história institucional e do discurso da metrópole para nos contar como é que a gente comum emigrou, como se adaptou a contextos «exóticos», de que modo os locais olhavam para estes «portugueses», e de que modo a sua posição e o seu poder relativos foram variando em cada lugar. Um livro que é também um exercício crítico de forças mitificadoras do nacionalismo português e do carácter benigno da colonização portuguesa.
Uma história social da expansão, em vez de uma história que se esgota numa cronologia de descobrimentos, numa prosopografia de heróis e santos, ou numa contabilidade de conquistas, de canhões e de convertidos.




Counter Retail Trader

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Re: Livros
« Responder #446 em: 2020-05-09 15:28:02 »
Vamos ver se deu o seu cumho comumista ao livro.....

vbm

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Re: Livros
« Responder #447 em: 2020-05-09 15:43:39 »
Nunca li nada de António Hespanha. Deve ser muito interessante. Não é por acaso que
a colonização portuguesa terá sido ecológica… Pouco ou nada mexeu no que existia,
limitou-se a coexistir com o que lá estava, apenas miscigenação natural de gentes,
mesmo no seio da nação apartheid, com talvez os quatro milhões de mestiços…

du Lac

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Re: Livros
« Responder #448 em: 2020-05-20 20:19:46 »
Germania - Tacitus

vbm

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Re: Livros
« Responder #449 em: 2020-05-20 22:47:58 »


Li-o, aqui há uns anos, a par de outros
da mesma colecção, Plutarco, J.J. Barthélémy,
Cícero, Suetónio, Platão, Diógenes e outros
Antigos, que espraiam o horizonte
do pensar contemporâneo.

du Lac

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Re: Livros
« Responder #450 em: 2020-05-21 13:50:47 »
Guns, Germs, and Steel: The Fates of Human Societies - Jared Diamond

vbm

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Re: Livros
« Responder #451 em: 2020-05-21 14:18:10 »
Sim, é o que está 'na moda':
a cosmovisão molecular darwininana:
- os organismos como "veículos" de informação genética


Hermínio Martins, Experimentum Humanum,
Relógio d'Água, 2011, p.305

Zenith

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Re: Livros
« Responder #452 em: 2020-05-21 14:30:46 »

Há uns anos atrás criei o tópico "A visão economicista e o futuro ambiental" depois de ler este livro.
Foi a leitura do livro "Guns, germs, ..." que me chamou a atenção para ele.

du Lac

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Re: Livros
« Responder #453 em: 2020-05-21 21:07:12 »
The Great Crash, 1929 - John Kenneth Galbraith

vbm

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Re: Livros
« Responder #454 em: 2020-05-22 06:35:04 »
Esquema de política económica de desenvolvimento de Galbraith,
(não retive a fonte de onde obtive este apontamento)

Modelos de desenvolvimento em África:

Com Galbraith, a estratégia de desenvolvimento seguida desenrolava-se assim:

investº → multiplic. → desenvolvº endógeno → fim d’ajuda externa



Modelos: —

1.   dualista:          — modernidade / subsistência
                                  aldeia comunal era explorada pelos preços dos bens
                                  da cidade, vendidos na candonga com termos de troca
                                  desfavoráveis para os camponeses.
 
2.   produtivista:    — os pobres asseguram o seu próprio desenvolvimento; 
                                  a revolução verde; os colonatos (brancos) e os 
                                  ruralatos (aldeamentos indígenas); ficou muito caro a 
                                  instalação de colonos europeus em África (Moçambique).

3.   proteccionista: — sistema marxista — encerramento do país ao mercado 
                                  financeiro internacional; acarretou a diminuição do
                                  consumo quer rural quer urbano e o empobrecimento
                                  geral, com excepção da nomenclatura governante que
                                  se abastecia em lojas especiais de bens importados.

4.   neo-liberal:      — A população e a poupança determinam o crescimento
                                  económico: (just) “get the prices right”; no entanto, tal
                                  não aconteceu; pelo contrário, a liberdade de preços 
                                  gerou convulsões sociais e aumentou a criminalidade
                                  urbana; o pib per capita era sempre muito superior ao   
                                  rendimento bruto das famílias; a poupança não era 
                                  aplicada na agricultura antes  migrava para o capital   
                                  mercantil e offshores.

                  ……………….. //………………..

Após o falhanço sucessivo destes quatro grandes modelos,
os analistas dedicaram-se a observar melhor a realidade concreta
de cada país e a gizar políticas de desenvolvimento mais específicas.
« Última modificação: 2020-05-22 06:44:17 por vbm »

du Lac

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Re: Livros
« Responder #455 em: 2020-05-22 13:56:36 »
The General Theory of Employment, Interest and Money - John Maynard Keynes

vbm

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Re: Livros
« Responder #456 em: 2020-05-22 14:30:34 »
Em Keynes, parou o meu aprendizado de macroeconomia, teoria monetária
e análise de economicidade e investimento. Friedman ficou-me a leste, nunca
li nada dele, nem sei. Mas, Marshall, Pareto e algo de von Mises tacteei…

Ensinaram-me a despir a economia do véu monetário,
embora me hajam mostrado como ele pode
influir na realidade económica,
por via das expectativas
no processo de decisão.

du Lac

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Re: Livros
« Responder #457 em: 2020-05-22 23:42:56 »
On China - Henry Kissinger

vbm

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Re: Livros
« Responder #458 em: 2020-05-23 08:33:47 »
De Kissinger só conheço este pormenor
de entrevista jornalística: Perguntaram-lhe
se ele era maquiavélico?! Ao que respondeu,
'não propriamente, eu sou antes espinosista' -:))

Ora dá-se, - para quem o sabe -, que Espinosa,
em política, era uma espécie de 'Maquiavel ao cubo' Lol

Claro, o jornalista não sabia; enfiou a viola no saco.

Counter Retail Trader

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Re: Livros
« Responder #459 em: 2020-05-25 12:03:24 »
Portugal - A Primeira Nação Templária
Freddy Silva

O livro é muito bom e para quem quer saber mais do que se passou é o ideal … visto que grande parte dos livros e historiadores pouco abordam este assunto…. (Diogo Freitas Amaral por exemplo)  falam so das intrigas de Portucale e principalmente  dos Galegos , leao castela etc  , e os mouros de uma forma muito redutora.
Ve se e percebe se o porque de ter demorado 10 anos , entre pesquisa e escrita.
Não se deixem enganar , o livro é muito mais que a sinopse e de certa forma uma lição a muitos historiadores , professores.
Para quem se interessa pelo assunto , este livro é imperdível e poupa anos de pesquisa… , não pensem que por ser o autor Freddy Silva os dados , tipo de escrita é algo fantasiosa ou algo mal parido , totalmente o contrario...ate fiquei estupedefacto como teve de ser um Freddy Silva a escrever um livro sobre ..visto que por algum motivo ninguém aborda este assunto , que é talvez o mais importante e revelador sobre Portugal .

Sinopse
A história convencional afirma que, em 1118, nove homens formaram uma irmandade em Jerusalém chamada cavaleiros templários para dar proteção aos peregrinos que viajavam para a Terra Santa. Ao contrário, este livro demonstra que a Ordem do Templo existia uma década antes no canto oposto da Europa, no seu território mais a ocidente.

 Revela que a proteção dos peregrinos em Jerusalém foi confiada a uma organização distinta e que, em conluio com os monges cistercienses e a misteriosa Ordem de Sião, os templários levaram a cabo um dos planos mais ousados e secretos da história: a criação do primeiro Estado-Nação independente da Europa, Portugal, com um dos seus como rei. Com centenas de referências novas e de fontes raras, este livro revela que foi Portugal, e não Jerusalém, a primeira fortaleza dos templários. Explica ainda a motivação dos templários para criarem um novo país longe do alcance de Roma, onde pudessem cumprir a sua mais importante missão — um segredo que os templários protegeram até à morte e que custou a vida a milhares deles.