Bem para o pessoal que gosta que as casas fiquem ainda mais caras isto é uma boa noticia, entrada no top 10 diretamente para o primeiro lugar. Qualquer dia para comprar alguma casa barata é preciso ir para o Alentejo.
No sector imobiliário, todos os olhos estão voltados para Lisboa. A capital portuguesa lidera pela primeira vez o ranking das preferências do investimento e da promoção imobiliária na Europa, apresentadas no inquérito anual da PricewaterhouseCoopers (PwC) com as tendências para 2019.
“Lisboa é a escolha do ano, com uma subida de 10 lugares”, destaca a consultora no trabalho “Tendências Emergentes no Mercado Imobiliário”. “E a cidade chega à liderança deste ranking geral sobre as perspetivas para 2019 somando dois primeiros lugares, nas preferências dos investidores e nas preferências dos promotores imobiliários”, sublinha Jorge Figueiredo, sócio da PwC.
“Na verdade, já se sentia que a procura em Lisboa estava a aumentar. Agora, fica claro que a cidade pode ser a primeira escolha”, afirma Jorge Figueiredo, que se habituou a ver a capital portuguesa nos últimos lugares desta tabela europeia no início da década, mas notou a aproximação ao top 10 no final do programa de assistência financeira.
Agora, chamados a pontuar o interesse na capital portuguesa com notas de 0 a 5, os inquiridos apontaram para médias “boas”, de 4,27 pontos na perspetiva dos investidores e ligeiramente abaixo, nos 4,19 pontos, na perspetiva dos promotores, o suficiente para a cidade bater os concorrentes mais diretos, de Berlim a Dublin ou Madrid.
O EFEITO CATALUNHA
Outro ângulo de análise, mais focado no retorno do investimento, também deixa Lisboa bem posicionada, no segundo lugar geral, logo atrás de Berlim, mostrando que o mercado pode ser pequeno mas é “muito interessante”. Assim, na perspetiva de subida do rendimento do investimento, a capital recebe uma média de 3,98 pontos, enquanto Berlim atinge os 4,1. Já na perspetiva de capitalização, Lisboa bate à tangente a capital alemã, com 3,84 pontos contra 3,83.
O que atrai os investidores e promotores imobiliários até Lisboa também está identificado. Os inquiridos referem, antes de mais, a “qualidade de vida”. A cidade também aparece como uma oportunidade interessante numa “fase de fim de ciclo” de crescimento do imobiliário na Europa, numa economia com “um nível saudável” de crescimento, num país que se tornou lugar de destino para empresas, investidores e turistas.
“Agora, todos falam de Lisboa”, diz um investidor citado no trabalho da PwC. Ver Lisboa, um pequeno mercado, a liderar as preferências na Europa pode ser uma surpresa, mas a cidade oferece “bons retornos” e o presidente executivo de uma empresa da Península Ibérica espera um crescimento de 10% no rendimento do seu portefólio na capital portuguesa.
A procura aumentou, desde logo com muitas empresas a procurarem o extremo sul da Europa para localizar centros de serviço e negócios, rendidas “à combinação única de custos relativamente baixos e qualidade de vida”, refere outro dos inquiridos. Os mais atentos à evolução do mercado local antecipam já uma competição crescente pelos espaços. E a atenção dada ao segmento residencial/turismo pode ser um problema, porque condiciona a oferta de escritórios. “Vai haver certamente escassez da oferta dentro de dois ou três anos”, diz um operador local.
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