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Autor Tópico: O Affair das rentabilidades do Ulisses Pereira  (Lida 996123 vezes)

Incognitus

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Re:O Affair das rentabilidades do Ulisses Pereira
« Responder #3520 em: 2014-12-09 11:26:28 »
De acordo com os dados do Nogud (que inclui comissões) esta aqui a simulação tentado que exista um edge positivo.

Para o efeito, simplesmente assumi que em vez de 332 trades ganhadores, foram produzidos 441 trades e que em vez de 441 trades perdedores foram produzidos 332 trades ganhadores, mantendo todas as outras variáveis constantes, ou seja, mantendo a média de ganhos e perdas igual.

Ou seja, da mesma forma que o Ulisses consegui produzir 332 trades ganhadores com uma média de 385€ de ganho (já incluindo comissões), vamos assumir que tendo um edge era capaz de produzir mais 109 trades ganhadores nas mesmas condições... e reduziria as perdas de 441 para 332...

Resumindo: O Ulisses tinha era uma clara falta de edge e de gestão de risk/money managment (que na verdade também existindo - o management -, apenas fazia que o estouro em vez de ser em 3 anos era em 10 ou 20).

P.S. Repito: para simulares a existência de um edge, não te serve inverter as posições como é obvio (pois podes ter duas posições abertas uma para cada lado e perder nas duas, depende da volatidade e stops/profit taking assumido - basta por exemplo utilizar um rácio risco/recompensa de 1 para 2 que até parece existir um pouco devido às medias das perdas serem inferiores as dos ganhos)

Já agora o Nogud que confirme estes dados...

E já agora, para tornar isto ainda mais interessante, ele que faça a mesma simulação que fez, mas que retire as comissões do lado das perdas. Ou seja, teria do lado dos ganhos o mesmo nr de trades, o mesmo ganho médio, mas do lado das perdas teria o mesmo nr de trades, mas uma perda média muito inferior... ou eventualmente, em alguns caos, o nr de trades podes ser diferemte em ambos devido a trades que ficassem positivos devido a não terem comissão e com isso aumentar também o ganho médio de trades ganhadores.

Nogud... Consegues fazer estes cálculos que referi?

Os cálculos são impossíveis pois simplesmente não têm nada a ver com os dados reais de que se dispõe. O melhor que se pode fazer é inverter os negócios - isso já produz um edge positivo pois o gestor apresentava um edge negativo nos negócios.

O problema é que a magnitude desse edge invertido apenas cobre os spreads, deixando que as comissões provoquem ainda assim uma perda elevada.
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Incognitus

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Re:O Affair das rentabilidades do Ulisses Pereira
« Responder #3521 em: 2014-12-09 11:31:41 »
Resolvi me inscrever para fazer algumas questões sobre este tópico que esta demasiado baralhado e com muito fait divert a mistura.

Primeiro assunto e obvio , quantas queixas a CMVM sobre a Dif e o Ulisses se fizeram pelos seus clientes? A CMVM gosta e da muita atenção a gestão de carteiras . Um cliente que pelo menos não faça uma denuncia a CMVM sobre o acontecido é no minimo ignorante.

Segundo , é obvio que o Ulisses pelo que li, usa uma gestão hiper agressiva e alavancada que inevitavelmente destrói o valor das carteiras dos seus clientes, ora se ele faz isso de forma consistente a a todos ou quase todos os cliente temos aqui um padrão não profissional para além de, segundo creio poder ser ilegal a não ser que os clientes tivessem aceite essa gestão hiper agressiva e alavancada.


Terceiro se o Ulisses era quem angariava os clientes e depois geria as suas carteiras , resta saber como o fazia, por pesquisa de mercado? pelo caldeirão? por iniciativa dos própios? E que se os clientes eram induzidos em erro , em especial se fosse através do caldeirão onde tudo eram maravilhas sobre a sua gestão e era considerado um guru. Porque a forma dele negociar o resultado só podia ser tudo ou nada, era essa a promessa?

Quarto , cabe a CMVM e as autoridades saber como funciona o esquema de comissões entre a DIf e o Ulisses que leva a delapidação das carteiras. E que pelo que li os únicos que ficaram a arder foram os clientes/investidores e os outros lucraram e bem.


Por fim pelo que se lê aqui o Ulisses é um gestor péssimo, que derrete as carteiras de forma irresponsável , sim pois a não ser que os clientes tivessem preferido a gestão hiper agressiva e com elevadas comissões a forma dele negociar era totalmente louca.


Finalmente, o tópico sobre o assunto já foi apagado no caldeirão.

Nota porém que a negociação não era com elevadas alavancagens (embora pudesse ter alavancagem resultante de ter vários negócios abertos simultaneamente). A gestão rodava era muito a carteira com posições grandes face à carteira (até à totalidade), mas sem grande alavancagem.

E sim, neste ponto só resta esperar que alguém se queixe em alguma sede. Mas também já deve começar a ser tarde por isso - isto são coisas que se passaram de 2008-2012.
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Re:O Affair das rentabilidades do Ulisses Pereira
« Responder #3522 em: 2014-12-09 11:54:04 »
O Inc e o THINKfn são uma autêntica policia de investigação de fraudes financieras, que me lembre já desmancharam a Afinsa, Pips e agora a dupla Ulisses&DIF.

congrats!

Vodu

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Re:O Affair das rentabilidades do Ulisses Pereira
« Responder #3523 em: 2014-12-09 12:16:21 »


Nota porém que a negociação não era com elevadas alavancagens (embora pudesse ter alavancagem resultante de ter vários negócios abertos simultaneamente). A gestão rodava era muito a carteira com posições grandes face à carteira (até à totalidade), mas sem grande alavancagem.

E sim, neste ponto só resta esperar que alguém se queixe em alguma sede. Mas também já deve começar a ser tarde por isso - isto são coisas que se passaram de 2008-2012.


Nunca é tarde para se pedir explicações , a CMVM depois decidirá se prescreveu ou não, alias se como dizem o caso é recorrente, muitos clientes ainda hoje devem estar nessa situação (ou pelo menos até o Ulisses ter passado de Guru Americano a guru Nacional). E já agora perguntar porque isso aconteceu!
Uma denuncia na CMVM não custa nada, e um bom advogado por uma consulta cobra uns 250€ no máximo e duvido que quem perdeu 40.000€ ou mais não tem 250€ para uma consulta e não saiba escrever uma carta a CMVM.


Uma carteira que num mês perde mais de 10.000€ tem que estar alavancada ou então quem a está a gerir é um imbecil e esta a negociar a sorte só para cobrar comissões. Pergunta: os cfd´s não são na sua essência instrumentos de alavancagem? Não era nisso que o Ulisses negociava?



Incognitus

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Re:O Affair das rentabilidades do Ulisses Pereira
« Responder #3524 em: 2014-12-09 12:27:44 »


Nota porém que a negociação não era com elevadas alavancagens (embora pudesse ter alavancagem resultante de ter vários negócios abertos simultaneamente). A gestão rodava era muito a carteira com posições grandes face à carteira (até à totalidade), mas sem grande alavancagem.

E sim, neste ponto só resta esperar que alguém se queixe em alguma sede. Mas também já deve começar a ser tarde por isso - isto são coisas que se passaram de 2008-2012.


Nunca é tarde para se pedir explicações , a CMVM depois decidirá se prescreveu ou não, alias se como dizem o caso é recorrente, muitos clientes ainda hoje devem estar nessa situação (ou pelo menos até o Ulisses ter passado de Guru Americano a guru Nacional). E já agora perguntar porque isso aconteceu!
Uma denuncia na CMVM não custa nada, e um bom advogado por uma consulta cobra uns 250€ no máximo e duvido que quem perdeu 40.000€ ou mais não tem 250€ para uma consulta e não saiba escrever uma carta a CMVM.


Uma carteira que num mês perde mais de 10.000€ tem que estar alavancada ou então quem a está a gerir é um imbecil e esta a negociar a sorte só para cobrar comissões. Pergunta: os cfd´s não são na sua essência instrumentos de alavancagem? Não era nisso que o Ulisses negociava?

Negociava CFDs, os CFDs podem servir para alavancar, mas no caso do Ulisses ele fazia trades de 50-100% da carteira de cada vez, o que sendo muito não é alavancado (excepto quando coincide em ter várias posições abertas simultaneamente).

O problema é que num mês ele podia rodar a carteira até 30x ou mais (depende dos meses). Rodando a carteira 30x sem um edge claro, só isso produz logo perdas de 6-9% num só mês devido a spreads e comissões.

É claro, como ele não tinha edge ou tinha até um edge ligeiramente negativo, existiram meses em que perdeu ainda mais.
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Zel

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Re:O Affair das rentabilidades do Ulisses Pereira
« Responder #3525 em: 2014-12-09 17:38:40 »
O verdadeiro edge do Ulisses eh a sua capacidade de convencer as pessoas que ele eh tudo aquilo que nao eh.
« Última modificação: 2014-12-09 17:40:31 por Neo-Liberal »

rs_trader

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Re:O Affair das rentabilidades do Ulisses Pereira
« Responder #3526 em: 2014-12-09 19:07:02 »
a cmvm ia gostar de ter una resposta à pergunta de como alguem que se anuncia como position trader no site de uma empresa negoceia a carteira como negociou.
Em memória do grande DeMelo: "PQP... gajo chato fdx."

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Re:O Affair das rentabilidades do Ulisses Pereira
« Responder #3527 em: 2014-12-10 00:46:22 »
Citação de: Incognitus
... fazia trades de 50-100% da carteira de cada vez, ...

Pelos dados que o Nougud publicou, ganhos e perdas médias de cerca de 400 euros, com a carteira toda implicava entrar e sair com percentagens de ganho/perda de 0,8%, em termos médios. Ainda olhando para os dados, 773 trades em 3 anos, tendo um ano 260 dias úteis, dá cerca de três trades por dia em média.

Ao olhar para isto lembrei-me que talvez se possa tentar fazer gestão à vista usando um discount broker com comissões muito baixas. Isto é, aleatoriamente entra-se curto ou longo num activo, fechando-se a posição ao mínimo movimento contrário, se o movimento do mercado for favorável deixa-se correr os ganhos, ma non troppo. Com um ligeiro edge, p.e. acções que fecharam em máximos na sessão anterior, as hot stocks do dia, ou outro, acredito que funcione mesmo.






« Última modificação: 2014-12-10 00:48:10 por Visitante »

DLCM

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Re:O Affair das rentabilidades do Ulisses Pereira
« Responder #3528 em: 2014-12-10 01:07:10 »
E pronto, o tópico "Observador e a gestão de carteiras" do caldeirão lá seguiu o seu caminho... Foi fazer companhia a todos os outros tópicos e comentários que incomodavam o sr. Pereira.
Continua tudo na mesma senda. Quanto menos se vir, se falar, se souber... melhor!

Siga.

Para a posteridade fica ainda a possibilidade de o consultar aqui: http://caldeiraodebolsa.jornaldenegocios.pt/viewtopic.php?f=3&t=84042&start=100

johnpotato

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Re:O Affair das rentabilidades do Ulisses Pereira
« Responder #3529 em: 2014-12-10 21:50:22 »
Para reduzir uma discussão pouco útil podem publicar a folha de Excel com as simulações (versão Ulisses, versão inversa, etc.)?
Sugiro uma partilha via Google Drive (link público, não pesquisável, em modo de leitura).

Não é comum aqui no fórum mas pode ser útil discutir formulas em concreto do que interpretações do texto dos outros.

NouGud

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Re:O Affair das rentabilidades do Ulisses Pereira
« Responder #3530 em: 2014-12-13 01:02:43 »
Para reduzir uma discussão pouco útil podem publicar a folha de Excel com as simulações (versão Ulisses, versão inversa, etc.)?
Sugiro uma partilha via Google Drive (link público, não pesquisável, em modo de leitura).

Não é comum aqui no fórum mas pode ser útil discutir formulas em concreto do que interpretações do texto dos outros.

Se o objetivo são as fórmulas, não me importo de colocar aqui a minha folha com as fórmulas e alguns valores (não reais).
Como compreenderão, não colocarei a tabela completa.

Se alguém encontrar erros ou quizer sugerir alguma coisa, agradeço.
O cérebro é uma coisa tão maravilhosa que toda a gente devia ter um


NouGud

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SMG

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Re:O Affair das rentabilidades do Ulisses Pereira
« Responder #3533 em: 2014-12-23 12:25:12 »
E os comentários ao artigo do Sr Ulisses no JdN lá tiveram o mesmo fim… Bloqueados, por conterem a verdade.

Papillon

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Re:O Affair das rentabilidades do Ulisses Pereira
« Responder #3534 em: 2015-01-03 17:38:58 »
Eh lá!!

Parece que houve novos desenvolvimentos do affair !!!
 Muito bem!
Andava distraído.

Estive a ler o artigo do Observador.
Muito interessante. Só é pena ter algumas incorrecções que na pratica até suavizam a coisa.

Uma delas é relativamente as chamadas comissões de retrocessão que a Dif broker recebe do saxo Bank  , outra é sobre a rotatividade das carteira.



Ao contrário do que é dito no artigo, quem cobra as comissões de transacção de todos os produtos negociados na plataforma é o Saxo bank como é óbvio. Alias toda a liquidação das operações é sempre feita pelo Saxo a DIf aí não mete o bedelho.

O que há sim é um acordo entre ambas as partes  de que uma parte substancial das comisões cobradas na liquidação dos trades é devolvida à DIF. As tais comissões de retrocessão mais conhecidas por Kickbacks.
 Como eu já aqui tinha afirmado pelo menos nos anos de 2006, 2007, 2008 e 2009 esses Kickbacks eram cerca de 2/3 do total das comissões de transação cobrdas na liquidação das operações.

Um exemplo:
No caso de acções europeias e na altura tambem nas acções do mercado americano o custo adicional de negociar CFDs era de 0,15% sobre o montande de CFDs adquiridos.
Ao dar ordem de compra de CFDs indicando preço limite de 10 ( na ordem o preço limite é sempre o do activo que esta a cotar em bolsa) na pratica o que acontece é que o Saxo compra acções no mercado a 10€ ( para fazer o hedging da operação) mas cobra me 10€+ 0,15% pelos CFDs  .
No fundo funciona coma uma comissão de corretagem.
Nada de grave portanto.
O fantástico é que se o cliente entregar 30.000€ em gestão o gestor pode facilmente fazer numa assentada  uma compra de 200.000€ de CFDs e portanto os tais 0,15% de comissão serão 300€e quando fechar a posição teremos um valor novamente da mesma ordem de grandeza.


No final do mês são apurados os totais destes valores pelo SAXO para as diversas contas dos clientes da DIf independentemente de serem clientes de gestão ou clientes de corretagem e procede à devolução de boa parte destes montantes à DIf.

É este o modelo de negócio.
Nada de novo aqui.

Agora pensem só nisto quando o  presidente da corretora Pedro Lino era gestor de carteiras, quando todos os angariadores nos quais incluo o Ulissses são remunerados com uma percentagem  das comissiões de corretagem aplicadas aos clientes angariados, quando acima de tudo o modelo de negócio duma corretora é basicamente a maximização das comissões de corretagem, será que ao fim disto tudo ainda acreditam no pai Natal vulgo Sr. ATM?

Acreditam que pondo a raposa dentro do galinheiro ela vai guardar as galinhas?

Tenham dó!!!

Bom ano para todos.

Papillon

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Re:O Affair das rentabilidades do Ulisses Pereira
« Responder #3535 em: 2015-01-05 19:53:35 »
Tenho que dar os meus parabens ao Inc por definitivamente ter desmontado cabalmente a argumentação do Thorn.

Personagem perverso que nem com as evidencias todas à frente consegue ter um pingo de vergonha e pelo menos calar-se em vez de continuar aqui a lançar cortinas de fumo para defender até ao limite o seu patrão.


Relativamente à forma como os lesados devem de agir para tentar verem ressarcido algum do dinheiro que perderam para o esquema  de comissionamento  que alimentou uma cadeia alimentar assaz voraz, devo alertar que  o visado nunca poderá ser o gestor mas sim a Dif Broker.

Independentemente de teram perdido dinheiro com o gestor Ulisses , Pedro Lino, Paulo Pinto ou outro qualquer a entidade responsavel pelo que aconteceu será sempre a corretora.

A corretora disponibiliza um serviço de gestão de carteiras e foi com ela que os clientes assinaram os respectivos contratos de gestão.

Já vi por aqui escrito que o assunto deveria ser resolvido em tribunal e não neste espaço parecendo que quem teria de ser levadao a tribunal era o Ulisses Pereira.
Nada mais errado.
O Ulisses Pereira apenas seria alvo de um processo se estivéssemos perante matéria criminal quando o tema aqui terá de ser dirimido sempre no âmbito do direito civil.
Alias  tendo em conta a data dos factos, tudo o que se pudesse enquadrar no âmbito criminal já teria prescrito.

Depois não nos esqueçamos que o Ulisses Pereira não inventou a roda.
Ele não fez nada que não fosse prática corrente na forma como eram geridas as carteiras  na DIf.
Alias pelo que eu vi, comparativamente com a gestão do Pedro Lino,  presidente da corretora, o Ulisses usava um nível de alavancagem inferior imprimindo uma menor rotatividade dos activos,  ou seja, menos comissionamento total.

O problema descrito neste tópico era endémico.
O conflito de interesses era brutal.

Quando eram os próprios sócios fundadores da corretora que se empenhavam directamente na  gestão das carteiras, o que se podia esperar senão um esquema destes bem encapuçado para gerar proveitos obscenos para a corretora?
O Ulisses foi só mais um que se aliou a um projecto que por sinal era muito proveitoso.

Todos na corretora sabiam o risco brutal  em que incorriam as contas dos clientes e com certeza que faziam o possível para que o estoiro a acontecer fosse o mais tarde possível mas claramente sabiam que o esquema era insustentável.

No dia em que a coisa desse o berro escudavam se nos argumentos mais do que gastos que nós já por aqui nos fartamos de ler.
A lei é vaga e a CMVM inoperante portanto o clima é o ideal para proliferarem estas práticas.

Posso vos dizer desde já que queixas individuais sobre este tema enviadas à CMVM serão ignoradas olimpicamente.
O tema arrasta-se indefinidamente por lá completamente esquecido e eventualmente 1 ou 2 anos depois do queixoso já ter insistido varias vezes por uma resposta,  enviam- lhe uma carta com meia duzia de larachas dando o processo por encerrado.

Tendo em conta os dados que conheço, presumo mesmo que tenha havido algum tipo de acordo entre a a DIF e a CMVM.
Um pouco na lógica de impor uma série de alterações à corretor e em troca ser um pouco condescendente na lógica de, desta vez passa. 
Ou seja a DIF no ambito de auditorias da CMVM foi forçada a alterar muita coisa internamente.

Por exemplo em 2008 as carteiras geridas pelo Pedro Lino deram um estoiro monumental a coisa foi tão grave que a DIF repentinamente teve de colocar um disclaimer no perfil do gestor.
 Passados poucos meses o tipo saiu de cena como gestor de carteiras, algo que tinha feito desde sempre.
Durante muitos anos ele e o Paulo Pinto eram os unícos na corretora a fazerem gestão de carteiras
Muito estranho portanto.

Na altura, até por tudo o que estava a começar a vir ao de cima no sistema financeiro em Portugal tanto o BdP como a CMVM  tornaram-se bastante mais activos e intrusivos e pelo que sei as auditorias da CMVM à Dif foram tudo menos abonatórias.
Eu não tenho quaisquer dúvidas que o esquema descrito neste tópico é mais do que conhecido do regulador pelo menos desde 2008.

A meu ver os lesados só conseguirão alguma reacção da CMVM se houver aqui uma queixa conjunta de 10 , 20 ou mais ex-clientes.
Aí será bem mais difícil  a CMVM chutar para canto, acima de tudo quando o tema já tomou proporções mediáticas.

De qualquer forma nunca será via CMVM que os lesados verão ressarcido algum do dinheiro perdido.
A CMVM na melhor das hipóteses poderia instaurar um processo contra-ordenacional à DIF em resultado das queixas.
Os fundamentos dessa decisão é que  poderiam então ser usados  em tribunal,  e como se pode imaginar, com um peso muito forte a favor da questão dos lesados.


Vejo que neste momento  o foco se encontra unicamente no Ulisses e a meu ver erradamente.
Alias isso não é por acaso e acredito, até a julgar pelo discurso do lacaio de serviço, que o objectivo é mesmo o de desviar o foco da corretora de forma a que tudo parece resultado da atitude tresloucada de um gestor guru caído em desgraça.
É mais uma cortina de fumo.

O Ulisses apenas fazia parte duma cadeia onde todos recebem a sua comissão.
Os angariadores em regra trabalhavam na base dos 50%, ou seja recebiam numa base mensal metade das comissões de retrocessão correspondentes aos cliente angariados. Claramente que o Ulisses era antes de mais um angariador que adicionalmente geria o dinheiro dos clientes angariados.
A DIF  como um white label partner do SAXO é em ultima análise um angariador de clientes para o SAXO .

Enfim uma verdadeira cadeia alimentar em que na base está o mexilhão.

« Última modificação: 2015-01-05 20:58:45 por Papillon »

peal

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Re:O Affair das rentabilidades do Ulisses Pereira
« Responder #3536 em: 2015-01-24 04:00:49 »
quem sabe o q se passou por aqui e lê isto no outro forum até se mija a rir

Re: Portugal Telecom - Tópico Geral
Mensagempor Ulisses Pereira » 23/1/2015 19:10

Clone, porquê? Quais as razões para desconfiares da boa gestão da Altice?

Pena tenho eu dos accionistas da PT que viram o seu património delapidado ao longo dos anos.

Abraço,
Ulisses

kitano

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Re:O Affair das rentabilidades do Ulisses Pereira
« Responder #3537 em: 2015-01-24 14:49:24 »
É muito mais digno delapidar património em poucos dias
"Como seria viver a vida que realmente quero?"

SMG

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Re:O Affair das rentabilidades do Ulisses Pereira
« Responder #3538 em: 2015-01-26 12:07:32 »
Sabe-a toda... Conversa de politiqueiro.

Zel

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Re:O Affair das rentabilidades do Ulisses Pereira
« Responder #3539 em: 2015-02-25 11:35:19 »
o guru da bolsa fez mais um trade... grande actividade.
esta qs a fazer um ano com a carteira que veio para apagar o passado negro.

http://www.dif.pt/web/pt_pt/portfolio-management?portfolioId=603
« Última modificação: 2015-02-25 11:37:12 por Neo-Liberal »