A atribuição de um rendimento base de inserção a cada cidadão adulto numa sociedade politicamente dirigida por um governo deve requerer uma série ainda não inventariada de condições de sucesso a garantir. Olhai, por exemplo, todo e qualquer salário compor-se-ia de duas parcelas: i. o dito rendimento base, trabalhe-se ou não; ii. o salário remunerador do trabalho, livre e não-escravo, prestado, maior ou menor consoante a produtividade, e basicamente suficiente para a vida do trabalhador e sua família, nos padrões históricos da sociedade dada.
Ora, entre as condições de sucesso deste esquema está, não só a produtividade do trabalho, possibilitada pela inteligência, conhecimento e grau de civilização alcançado, como a fecundidade da natureza, e a limitação demográfica da população a níveis compatíveis com o planeta - 3.5 MM habitantes, como em 1950, é o meu palpite.
Sem a engenhosidade e grande mestria política da razão humana, preferível é não avançar para o enorme descalabro da desumanidade a dirigir a humanidade; preferível mil vezes a hegemonia e a ordem cega da natureza, mãe e madrasta, independente da nossa vontade. Para comparação, por exemplo, veja-se o capitalismo regulado pelo padrão-ouro, uma ordem cega, rigorosa e violenta, e o capitalismo pós-Bretton Woods, desregulado e descerebrado.
O rendimento base de inserção é possível só depois de garantidas as condições da sua aplicação que não estão todas equacionadas. Não basta dizer que vai absorver o subsídio de desemprego, de doença, etc., que simplifica a burocracia, que mantém o incentivo ao trabalho e até compactua com a droga!? é uma pergunta, algo a equacionar no dirigismo colectivista da sociedade versus a liberdade individual e a garantia da propriedade privada, i.e., a independência face à clique-partido governante.
Uma outra coisa gira da economia, que se o souber fazer talvez me abalance a editá-lo, é equacionar ou descrever a redistribuição de rendimento do próprio rendimento não-salarial das classes possidentes, a tal questão da lógica do juro e da produtividade, do capital, do crescimento e do emprego.