Bom, o artigo continua num repúdio político das medidas de Piketty. É possível que um defeito frequente dos raciocinadores dos encadeamentos das coisas, fluxos, económicos seja a petição de princípio, outras vezes conclusões que independem das premissas evocadas, regressões sem fim, etc.
Julguei que Falkenstein iria por aí, mas derivou para o medo do Estado na economia. Eu até posso compreender esse receio, mas a direcção da sociedade pela simples tendência dos negócios (= actividades produtivas e comerciais lucrativas) concentra poder em monopólios, que desafiam a lei, a colectividade e o direito, e não contribuem para a maximização do bem estar nem do bem comum colectivo.
Além disso, a desigualdade r>g, rendimento do capital > crescimento do valor da produção, não é sustentável pelo que os Estados apressam-se a convertê-la em papel-moeda sem poder de compra e assim delapidarem as pseudo-mais-valias do capital como delapidarem o valor das economias dos fundos de pensões, ambas irreais e insustentáveis. De modo que, os alertas de Piketty, como os de Stiglitz, são reais independentemente de se gostar ou não da 'má notícia' de que o sistema não presta e de como se há de remendá-lo ou reformá-lo.