A diferença entre promessa e certeza....
Por cada Cristiano Ronaldo, vão sempre existir 10 Fabios Paims a mergulhar numa qualquer piscina.
Vão continuar a existir muitos Agostinhos Cás, apressados a sair do Sporting para o Barcelona B, e a serem dispensados ao fim de um ano.
Os Djalós desta vida, grandes estrelas resgatadas por treinadores brilhantes, mas dispensados ao fim de um ano.....
Mas claro, a memória do povo é sempre curta, e lembramo-nos melhor de 1 promessa concretizada, do que 10 promessas falhadas.
Todos os anos se repete a história. Há sempre um jovem que promete ser o novo Cristiano Ronaldo. Há sempre a ameaça, mais ou menos velada, desse Cristiano Ronaldo acabar no Porto. Essa ameaça serve para fazer subir o preço da renovação.
A própria existência dessas histórias é reveladora de uma política desportiva errática. Com uma política coerente os problemas das renovações não se resolvem, evitam-se. A maior parte desses jogadores não passa de promessas. Não se paga por uma promessa o mesmo que se paga por uma certeza. Por uma promessa paga-se o potencial de valorização futura, deduzido, igualmente, dos erros de principiante.
O Cristiano Ronaldo do Sporting estava a quilómetros de distância do Cristiano Ronaldo do Manchester United. O Manchester United pagou o preço do seu potencial, deduzido do custo de transformar esse potencial em realidade. Esse custo não foi pequeno. Foi o custo da incerteza (o potencial nem sempre se concretiza) e o custo da aprendizagem, que deu um ano de banco.
O Sporting é um clube formador. Está disposto a pagar os custos (de incerteza e de aprendizagem). Assim, o preço tem de vir deduzido desses custos. Do lado do jogador, falta considerar outros custos e benefícios. É preciso considerar o custo da mudança (a mudança envolve riscos) e o benefício de se jogar no clube que nos formou e ao qual nos orgulhamos de pertencer.