Indolor nunca é.
O que se pode dizer é que a queda é muito mais abrupta e que por isso a rapidez de saída da crise é muito mais rápida, à semelhança do que aconteceu na Islândia.
Também posso falar do preços dos imóveis, que em meia dúzia de anos triplicou de valor (isto sem ter em conta com a escassêz de imóveis que existia nessa altura), para quem tinha poupanças em escudos foram momentos muito maus.
Compreendo a explicação relativamente ao padrão ouro e que é um problema, mas ter moeda própria não basta. É uma parte importante mas não é nenhuma poção mágica.
Por exemplo, olhando de novo para a Argentina vemos que está prestes a estoirar, novamente. Tem moeda própria mas falta-lhe o resto.
Olhando agora para a Coreia do Sul, tinha moeda própria, mas fez o mais importante que foi reformar toda a economia, Agora é uma potência mundial.
O que eu gostaria de salientar é que só ter moeda própria não resolve nada, mais importante é mesmo reformar a economia. Até podiamos desvalorizar a moeda, mas em muitos casos continuavamos a ter a concorrência da China e dos outros países com muito menores ordenados.
de acordo.
não é a moeda própria que resolve todos os problemas.
amenizaria o nosso, neste momento.
no futuro se passarmos para o escudo, este desvalorizará a pique e a inflação subirá a pique. mas a dívida - denominada agora em escudos - cairá na mesma proporção.
acho mesmo que o problema só se resolve saindo do euro e denominando toda a dívida em escudos.
isto pode sser feito unilateralmente ou concertadamente com a UE. Caso em que tanto a inflação poderia ser controlada - o BCE compararia escudos - e a dívida não mexeria tanto.
seja como for terá que haver uma renogociação da dívida, seja concertada, seja à bruta - pela passagem para o escudo e denominação da dívida em escudos.
Certo, tanto o valor da dívida como a poupança cairão a pique, excepto os capitais das remessas dos emigrantes. E o problema da economia portuguesa não é só da despesa pública, mas também o endividamento excessivo das empresas e famílias.
Mas olhando para a Grécia ela deve uma diminuição brutal da sua dívida pública, com o corte de 50% nas obrigações soberanas. Neste caso não foi necessário a saída do Euro para promover essa diminuição artificial da dívida. Ao nível das empresas e famílias, o aumento do incumprimento está também a recolocar a dívida para níveis mais sustentáveis.
A diminuição dos custos via inflacção é que está a ser mais complicado, pois as taxas são relativamente baixas, apesar do congelamento dos ordenados da função pública. Em todo o caso parece que este ano irá cortar-se definitivamente nos ordenados, que pode-se considerar como uma medida similar à da desvalorização da moeda. Tem é um inconveniente político, as pessoas notam realmente que o ordenado diminui. Lembro-me do James contar que na altura em que desvalorizaram a moeda em 30% existiam pessoas todas contentes porque não tiveram um corte no ordenado.
Para mim, também não faz muito sentido o BCE, depois da saída de Portugal do Euro, andar a comprar escudos, dado que deixariamos de fazer parte desse grupo económico. Também faz-me alguma confusão como é que aceitariam a saída de Portugal do Euro, depois de tanto dinheiro enterrado em dívida portuguesa por parte do BCE.
Na minha opinião é necessário que aconteçam duas coisas. A primeira já aconteceu, foi o equilíbrio na balança de transacções correntes, a segunda será a renegociação da dívida, com possíveis cortes e dilatação do prazo de pagamentos. Mas penso que isso pode acontecer dentro da moeda única.