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Autor Tópico: Agricultura - Tópico principal  (Lida 169434 vezes)

Incognitus

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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #340 em: 2014-12-29 19:57:28 »
Talvez tenhas razão: o desperdício e a indústria, talvez respondam pelo grosso da margem entre o produtor e o consumidor urbano. No entanto, os supermercados não falam disso! Em todo o caso, devia haver mais feiras e mercados dentro das cidades, e ao lado dos supermercados.

post-scriptum: - Mas mesmo assim, não vejo o esquema: os compradores aos lavradores compram barato e vendem barato à indústria; já à às mercearias dos híper-urbanos devem vender caríssimo para que a margem de venda final seja só de 5%. Imagino, então, que a diferença é repartida mais tarde entre os dois, no estrangeiro: metade da diferença entre o preço de compra do híper ao intermediário para o deste ao lavrador é  para o o comerciante e a outra para o híper-merceeiro. (Dir-me-ás, é quantidade pequena... duvido! cinco a seis milhões de bocas a comer, não é tão pouco quanto isso.) Bem, há ainda a importação. Mas aí ainda devem ganhar mais!

Continuas a sonhar e não estás a entender - por exemplo no caso das quebras, elas vão quase todas parar no distribuidor. O género de pensamento conspiratório que exibes - e que é comum neste país - é mais uma forte razão para o nosso atraso. As pessoas em vez de acreditarem que elas também podem fazer, acreditam que os outros estão todos de alguma forma a roubar. Se essas margens fantásticas existissem, já há muito que terias magotes de pessoas a abrir lojas que só venderiam produto desse com grandes margens a metade do preço da grande distribuição. Não é o que vês, e se entendes alguma coisa de mercados livres, isso só te pode dizer que essas grandes margens são de alguma forma ilusórias.

Basta ver que para margens bem menores, foram abertas 5000 lojas de compra de ouro. E agora está a passar-se o mesmo com os cigarros electrónicos, onde as margens na prática serão AINDA menores que no ouro (se é que existirão).

Não, vbm, não existe nenhuma mina onde estão todos a encher-se com margens fantásticas, nem no produtor nacional nem nas importações. Porque se assim fosse e não existindo nenhuma barreira à entrada num negócio tão óbvio, magotes de pessoas estariam a entrar nele. Podes utilizar isto como regra, em vez das ideias conspiratórias que primeiro te sobem à cabeça, e começas logo a separar-te da massa de idiotas que pensa dessa forma conspiratória contra todo o tipo de evidências.
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vbm

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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #341 em: 2014-12-29 20:01:21 »
Estás muito psicanalista, Incognitus.
Mas podes não ter razão.

Mantenho-me ainda reticente,
gostava de mais concorrência visível.

Incognitus

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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #342 em: 2014-12-29 20:12:08 »
Estás muito psicanalista, Incognitus.
Mas podes não ter razão.

Mantenho-me ainda reticente,
gostava de mais concorrência visível.

Se as margens não forem por aí além, não existirá muito mais concorrência visível.

Agora, repara, as margens em que estás de alguma forma a acreditar são muitas vezes superiores às praticadas na compra de ouro ou nos cigarros electrónicos. A própria ausência dessa concorrência que reclamas deveria existir contém assim informação. Nomeadamente, a informação de que as margens são ilusórias.

Depois, se soubesses em maior detalhe os contornos de todo o mercado, finalmente saberias porquê. Mas só essa ideia de alto nível já te dá bastante informação - pelo menos a suficiente para mudares de opinião e abandonares o grande rebanho de idiotas que acreditam nisso, mas que pelo menos têm a desculpa de não saber ou os factos todos, ou sequer a forma como os mercados livres funcionam e a implicação que tem até em Portugal aparecerem milhares de concorrentes quando algo tem boas margens e se pode entrar sem problemas no negócio.

Este é um bom país para o socialismo vingar, precisamente porque há tantos idiotas desinformados, prontos a acreditar seja no que for, especialmente em grandes margens mágicas e na exploração disto e daquilo, ao mesmo tempo que não levantam o cú da cadeira para irem aproveitar essas margens fantásticas, e invejam o que alguém que levante o cú e consiga algum sucesso por o fazer, não vendo sequer aqueles que também tentaram e falharam. Isto em certa medida acontece aqui porque o nosso QI médio é para aí 90, e claro, acontecerá ainda com maior violência em países onde o QI seja mais baixo ainda.

(curiosamente, o mesmo rebanho de idiotas também depois facilmente defende a criação de regras, que elas sim permitem a existência de margens elevadas sem que exista concorrência livre para as baixar, ao passo que berra contra tanto essas margens quando solidificadas - ver energia renovável eólica, mini-hídricas, solar - onde agora está na moda vociferar contra as "rendas na energia" como contra margens mágicas que não existem mas nas quais o povão acredita)
« Última modificação: 2014-12-29 23:54:44 por Incognitus »
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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #343 em: 2014-12-29 22:16:38 »
Compreendo. A ignorância é enorme. A superstição e o simplismo reinam por todo o lado. Os ignorantes vingam-se e desprezam os que sabem, destituindo a importância do saber. Depois reagem instintiva, cegamente, como se as consequências inevitáveis dos erros não passassem de um mau agouro, próprio de intelectuais desmiolados.

Porém, fica por explicar como os três homens mais ricos de Portugal são dois merceeiros e um gasolineiro. Ao contrário dos que os possam invejar, eu não trocaria a minha personalidade nem pela quinquagésima fracção da fortuna de qualquer deles ou dos três em conjunto. Nem pelo quinquagésimo avo nem por fracção nenhuma, grande ou pequena. E por razões que são as da minha preferência e  não são para aqui chamadas.

Mas interessa-me, para lá dos factos empíricos que mostrem o estado de coisas no ramo comercial dos bens alimentares, interessa-me ver a lógica dos fluxos, ainda que em pura análise teórica ou conceptual.

Tu deste duas ideias válidas: i. desperdício; ii. matérias primas para a industria. Quanto à primeira, o Papa chegou a dizer que o desperdício é tal que dava para ninguém passar fome no mundo! E tu quantificaste que se for de 40%, isso por si só já mais que dobra os preços do produtor ao consumidor.

Depois, falaste que a indústria usa os produtos mas adquire-os aos preços mais baixos  possível, impondo assim que esses afectam o baixo preço médio de compra aos  lavradores. Ora, é possível que seja a esse mesmo preço que os hipermercados são abastecidos. Toda a margem que assim dista da venda nas grandes superfícies irá toda para transportes, electricidade, câmaras frigoríficas, rendas dos espaços!? Cinco por cento de margem dá para serem os mais ricos cá do burgo? Duvido.

E o meu interesse específico é o de pagar um preço mais coerente com o meu rendimento, e o mesmo ser proporcionado aos meus concidadãos.

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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #344 em: 2014-12-29 23:58:03 »
Compreendo. A ignorância é enorme. A superstição e o simplismo reinam por todo o lado. Os ignorantes vingam-se e desprezam os que sabem, destituindo a importância do saber. Depois reagem instintiva, cegamente, como se as consequências inevitáveis dos erros não passassem de um mau agouro, próprio de intelectuais desmiolados.

Porém, fica por explicar como os três homens mais ricos de Portugal são dois merceeiros e um gasolineiro. Ao contrário dos que os possam invejar, eu não trocaria a minha personalidade nem pela quinquagésima fracção da fortuna de qualquer deles ou dos três em conjunto. Nem pelo quinquagésimo avo nem por fracção nenhuma, grande ou pequena. E por razões que são as da minha preferência e  não são para aqui chamadas.

Mas interessa-me, para lá dos factos empíricos que mostrem o estado de coisas no ramo comercial dos bens alimentares, interessa-me ver a lógica dos fluxos, ainda que em pura análise teórica ou conceptual.

Tu deste duas ideias válidas: i. desperdício; ii. matérias primas para a industria. Quanto à primeira, o Papa chegou a dizer que o desperdício é tal que dava para ninguém passar fome no mundo! E tu quantificaste que se for de 40%, isso por si só já mais que dobra os preços do produtor ao consumidor.

Depois, falaste que a indústria usa os produtos mas adquire-os aos preços mais baixos  possível, impondo assim que esses afectam o baixo preço médio de compra aos  lavradores. Ora, é possível que seja a esse mesmo preço que os hipermercados são abastecidos. Toda a margem que assim dista da venda nas grandes superfícies irá toda para transportes, electricidade, câmaras frigoríficas, rendas dos espaços!? Cinco por cento de margem dá para serem os mais ricos cá do burgo? Duvido.

E o meu interesse específico é o de pagar um preço mais coerente com o meu rendimento, e o mesmo ser proporcionado aos meus concidadãos.

Margens baixas aplicadas a um volume de vendas muito elevado ainda assim dão muito dinheiro - mas não deixam de ser margens baixas. Não fica por explicar, e as tuas dúvidas continuam infundadas ...
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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #345 em: 2014-12-30 18:39:22 »
Margens baixas aplicadas a um volume de vendas muito elevado ainda assim dão muito dinheiro - mas não deixam de ser margens baixas. [ ]

Claro.

Citar
[Nada] fica por explicar, e as tuas dúvidas continuam infundadas ...

Fica, sim senhor.

Os preços de compra ao produtor são baixos.
Os de venda à indústria alimentar, também.
Os de venda ao público nas cidades é alto.

Desperdício, perecibilidade dos bens,
transportes, são custeados pela margem.

Pode acrescentar-se a reintegração
do equipamento de frio, renda
das superfícies, mão-d'obra.

Isso tudo absorbe a margem, 95%!?
Gostava de ver uma monografia económica do sector.

Quase aposto que não existe,
para que o mistério permaneça.

D. Antunes

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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #346 em: 2014-12-30 19:08:21 »
As grandes superfícies também vendem todo o ano e produtos com aspecto razoável. A indústria provavelmente comprará em épocas de pico de produção e também produto de menor calibre e/ou aspecto. Desse modo, a indústria comprará a um preço/kg menor do que os grandes retalhistas.
“Price is what you pay. Value is what you get.”
“In the short run the market is a voting machine. In the long run, it’s a weighting machine."
Warren Buffett

“O bom senso é a coisa do mundo mais bem distribuída: todos pensamos tê-lo em tal medida que até os mais difíceis de contentar nas outras coisas não costumam desejar mais bom senso do que aquele que têm."
René Descartes

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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #347 em: 2014-12-30 19:15:51 »
Margens baixas aplicadas a um volume de vendas muito elevado ainda assim dão muito dinheiro - mas não deixam de ser margens baixas. [ ]

Claro.

Citar
[Nada] fica por explicar, e as tuas dúvidas continuam infundadas ...

Fica, sim senhor.

Os preços de compra ao produtor são baixos.
Os de venda à indústria alimentar, também.
Os de venda ao público nas cidades é alto.

Desperdício, perecibilidade dos bens,
transportes, são custeados pela margem.

Pode acrescentar-se a reintegração
do equipamento de frio, renda
das superfícies, mão-d'obra.

Isso tudo absorbe a margem, 95%!?
Gostava de ver uma monografia económica do sector.

Quase aposto que não existe,
para que o mistério permaneça.

O mistério não existe mesmo que não conheças o detalhe. Se houvesse um magote de dinheiro a ganhar, existiria um magote de pessoas a tentar ganhá-lo. É assim que funciona o mercado livre. Não há um magote de pessoas a tentar ganhá-lo aí, é porque as margens de alguma forma não são como parecem.

Para alguém competir nesse sector, se as margens fossem tão altas, bastaria:
* Comprar ao produtor por mais meia dúzia de cêntimos, e tinha todo o produto que quisesse;
* Vender ao consumidor final a metade do preço, e tinha todos os consumidores que quisesse (depois de algum tempo a informar os consumidores, claro).
* Supostamente, fazendo isso ainda teria margens gigantes.

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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #348 em: 2014-12-30 20:17:57 »
O mistério não existe mesmo que não conheças o detalhe. Se houvesse um magote de dinheiro a ganhar, existiria um magote de pessoas a tentar ganhá-lo. É assim que funciona o mercado livre. Não há um magote de pessoas a tentar ganhá-lo aí, é porque as margens de alguma forma não são como parecem.

Para alguém competir nesse sector, se as margens fossem tão altas, bastaria:
* Comprar ao produtor por mais meia dúzia de cêntimos, e tinha todo o produto que quisesse;
* Vender ao consumidor final a metade do preço, e tinha todos os consumidores que quisesse (depois de algum tempo a informar os consumidores, claro).
* Supostamente, fazendo isso ainda teria margens gigantes.


Compreendo o argumento, mas a premissa do mercado 'livre' pode ser falsa e o efeito de não se observar a entrada de novos comerciantes no ramo ser factual precisamente pelo mercado ´não ser livre': isto, da forma seguinte:

- quem aparecer, novo, a comprar aos lavradores, não tem depois nenhuma grande superfície comercial a comprar-lhe, mesmo que proponha vender-lhes mais barato. É deste modo que o comércio cartelizado costuma arruinar quaisquer cooperativas aventureiras!

Tentar vender mais barato fora dos hipermercados, até ver, só os feirantes o fazem, não comerciantes intermediários que concorram realmente com os supermercados. Porquê? A tua explicação não é  impossível, mas desconfio.

bezanas

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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #349 em: 2014-12-30 23:45:24 »
o mercado da carne de bovino  até é bastante transparente:

http://www.ajasul.com/index.php/cotacoes-leiloes/438-cotacoes-leilao-45-2014

há mais no país ... boa sorte e bons negócios ...  ;)

Incognitus

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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #350 em: 2014-12-31 02:21:47 »
O mistério não existe mesmo que não conheças o detalhe. Se houvesse um magote de dinheiro a ganhar, existiria um magote de pessoas a tentar ganhá-lo. É assim que funciona o mercado livre. Não há um magote de pessoas a tentar ganhá-lo aí, é porque as margens de alguma forma não são como parecem.

Para alguém competir nesse sector, se as margens fossem tão altas, bastaria:
* Comprar ao produtor por mais meia dúzia de cêntimos, e tinha todo o produto que quisesse;
* Vender ao consumidor final a metade do preço, e tinha todos os consumidores que quisesse (depois de algum tempo a informar os consumidores, claro).
* Supostamente, fazendo isso ainda teria margens gigantes.


Compreendo o argumento, mas a premissa do mercado 'livre' pode ser falsa e o efeito de não se observar a entrada de novos comerciantes no ramo ser factual precisamente pelo mercado ´não ser livre': isto, da forma seguinte:

- quem aparecer, novo, a comprar aos lavradores, não tem depois nenhuma grande superfície comercial a comprar-lhe, mesmo que proponha vender-lhes mais barato. É deste modo que o comércio cartelizado costuma arruinar quaisquer cooperativas aventureiras!

Tentar vender mais barato fora dos hipermercados, até ver, só os feirantes o fazem, não comerciantes intermediários que concorram realmente com os supermercados. Porquê? A tua explicação não é  impossível, mas desconfio.

A ideia não seria vender às grandes superfícies pois essas de certeza que já compram bem e não há grande dinheiro nisso. A ideia seria vender aos consumidores. Que são os supostos roubados. E claramente tanto comprar ao produtor como vender aos consumidores são mercados livres.
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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #351 em: 2014-12-31 02:34:54 »
O mistério não existe mesmo que não conheças o detalhe. Se houvesse um magote de dinheiro a ganhar, existiria um magote de pessoas a tentar ganhá-lo. É assim que funciona o mercado livre. Não há um magote de pessoas a tentar ganhá-lo aí, é porque as margens de alguma forma não são como parecem.

Para alguém competir nesse sector, se as margens fossem tão altas, bastaria:
* Comprar ao produtor por mais meia dúzia de cêntimos, e tinha todo o produto que quisesse;
* Vender ao consumidor final a metade do preço, e tinha todos os consumidores que quisesse (depois de algum tempo a informar os consumidores, claro).
* Supostamente, fazendo isso ainda teria margens gigantes.


Compreendo o argumento, mas a premissa do mercado 'livre' pode ser falsa e o efeito de não se observar a entrada de novos comerciantes no ramo ser factual precisamente pelo mercado ´não ser livre': isto, da forma seguinte:

- quem aparecer, novo, a comprar aos lavradores, não tem depois nenhuma grande superfície comercial a comprar-lhe, mesmo que proponha vender-lhes mais barato. É deste modo que o comércio cartelizado costuma arruinar quaisquer cooperativas aventureiras!

Tentar vender mais barato fora dos hipermercados, até ver, só os feirantes o fazem, não comerciantes intermediários que concorram realmente com os supermercados. Porquê? A tua explicação não é  impossível, mas desconfio.

A ideia não seria vender às grandes superfícies pois essas de certeza que já compram bem e não há grande dinheiro nisso. A ideia seria vender aos consumidores. Que são os supostos roubados. E claramente tanto comprar ao produtor como vender aos consumidores são mercados livres.

....chega de "histórias".

O mercado está completamente cartelizado.

Os compradores dignos de relevo, tanto pelo volume de compras, como pelos montantes pagos e que garantem o certo escoamento das produções, são apenas 5 ou 6.....

Sonae, JM,

Auchan,

Lidl, Minipreço-Dia.

O Aldi está a começar....

....o resto são "histórias".....

...resta aos produtores a exportação, mas para a qual na grande maioria dos casos, com algumas excepções, não existe massa critica ou sequer quantidades ou qualidade mínimas exigíveis.....eh,eh....

E sendo sabido, que o que cá é produzido, nem sequer chega para satisfazer a procura interna.....para quê exportar ??....eh.eh...

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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #352 em: 2014-12-31 04:08:24 »
Batman, isso não faz sentido, porque:
1) Existem magotes de produtores de todas as dimensões a vender a preços baixos, pelo que pagar mais meia dúzia de cêntimos o kg asseguraria a compra sempre que necessário nas diversas quantidades pretendidas;
2) Os consumidores não estão cartelizados.
 
Portanto isso dos "compradores cartelizados" é igualmente algo irrelevante (mesmo que até pudesse ser verdade), no fundo é acreditar no mesmo que o vbm acredita, apenas com uma desculpa diferente. Para além disso, são esses mesmos compradores que possuem margens perfeitamente razoáveis, e não estrabólicas.
 
Sobre o "para quê exportar":
* Para um produtor é irrelevante se o que cá se produz chega para cá ou não;
* Pelo que se o mercado de exportação pagasse preços mais elevados, lá iria o produtor vender fora MESMO que o que cá fosse produzido não chegasse para o mercado nacional;
* Para muitas explorações as quantidades mínimas poderiam ser um problema, mas tb é possível agregar quantidades de vários produtores (algo comum nas lojas de compra de ouro, diga-se). Se não se exporta mesmo assim, é porque os preços lá fora simplesmente não são muito diferentes (para melhor) dos de cá de dentro - o que mais uma vez é um tiro nas conspirações cartelizadas.
 
Enfim, as pessoas saltam de desculpa em desculpa quando é evidente que não existe nenhuma mina no negócio ou já muita gente a estaria a explorar, com magotes de "mercearias" mais baratas a abrir por todo o lado.
« Última modificação: 2014-12-31 04:09:56 por Incognitus »
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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #353 em: 2014-12-31 09:53:30 »
A ideia não seria vender às grandes superfícies pois essas de certeza que já compram bem e não há grande dinheiro nisso. A ideia seria vender aos consumidores. Que são os supostos roubados. E claramente tanto comprar ao produtor como vender aos consumidores são mercados livres.

Se as grandes superfícies compram bem e só ganham 5% quando a diferença do preço entre o produtor e o consumidor urbano é, possivelmente cêntupla daquele ganho, as grandes superfícies, então, não compram directamente ao  produtor, mas a intermediários que compõem essa diferença - e possivelmente a distribuem pelos próprios mega-merceeiros... Para não ser acusado de dogmático e obstinado devem sempre entender-se estes enunciados como suspeitas - possivelmente com 'direito' a prisão preventiva, para conseguir auditar-se e provar toda a marosca do  negócio! E são para aí umas vinte a duzentas investigações regionais, uma por cada centro urbano. Se se provasse algo numa, talvez constituísse experiência-piloto. de como abrir o negócio à concorrência. Mas, claro, pode ser que a margem seja absorvida por custos reais. Mas duvido.

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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #354 em: 2014-12-31 10:10:33 »
No caso que conheço, as grandes superfícies compram ao produtor (mas pode ser um caso isolado). Ele também assegura o transporte do produto, mas não sei se é a totalidade da produção ou se é apenas parte da mesma.

No caso da Sonae, eles têm um clube de produtores, pelo que também parte dos produtos também é comprada diretamente ao produtor.
“Our values are human rights, democracy and the rule of law, to which I see no alternative. This is why I am opposed to any ideology or any political movement that negates these values or which treads upon them once it has assumed power. In this regard there is no difference between Nazism, Fascism or Communism..”
Urmas Reinsalu

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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #355 em: 2014-12-31 14:25:35 »
A ideia não seria vender às grandes superfícies pois essas de certeza que já compram bem e não há grande dinheiro nisso. A ideia seria vender aos consumidores. Que são os supostos roubados. E claramente tanto comprar ao produtor como vender aos consumidores são mercados livres.

Se as grandes superfícies compram bem e só ganham 5% quando a diferença do preço entre o produtor e o consumidor urbano é, possivelmente cêntupla daquele ganho, as grandes superfícies, então, não compram directamente ao  produtor, mas a intermediários que compõem essa diferença - e possivelmente a distribuem pelos próprios mega-merceeiros... Para não ser acusado de dogmático e obstinado devem sempre entender-se estes enunciados como suspeitas - possivelmente com 'direito' a prisão preventiva, para conseguir auditar-se e provar toda a marosca do  negócio! E são para aí umas vinte a duzentas investigações regionais, uma por cada centro urbano. Se se provasse algo numa, talvez constituísse experiência-piloto. de como abrir o negócio à concorrência. Mas, claro, pode ser que a margem seja absorvida por custos reais. Mas duvido.

Prisão preventiva para algo que nem sequer compreendes. Estás com enviezamentos nessa cabeça próximos dos que um comunista consegue ter. Já agora os 5% de margem são após todo o género de overheads.

Abrir o negócio à concorrência? Vbm, ALGUMA coisa te impede de ires ao produtor comprar toda a sua produçao? Alguma coisa de impede de ires ao consumidor vender tudo o que compraste? Nada. Então o negócio está aberto à concorrência.

Enfim, imagina o que é um país todo cheio de idiotas com ideias dessas. É o país em que vivemos. Cheio de pessoas que só vêem margens gigantes (e pelos vistos não declaradas) nos negócios dos outros - e até quando é fácil de usufruir dessas margens depois não se mexem para as aproveitar (o que até é falso na generalidade, porque onde há margens existe quem se mexa).

É um bocado triste. Novamente:

* Não tenhas ideias tão fortes em assuntos que dominas tão pouco. É o que fazes recorrentemente, muitas vezes onde até é fácil provar-te que estás a fazer isso, e mesmo assim pareces ter grande dificuldade em absorver factos que te deveriam fazer instantaneamente mudar de opinião. Aqui o facto é de que podes comprar no produtor e vender ao consumidor facilmente e sem impedimentos - pelo que se as margens gigantes realmente existissem, muitos tentariam rapidamente aproveitá-las. Isto é particularmente grave nos casos em que depois as pessoas acham que se deve actuar sobre as suas opiniões fortes e desinformadas, penalizando até os outros devido à sua ignorância. È algo, em verdade, que normalmente só afecta os comunistas mais retardados. Mas que também te parece afectar a ti.

(O meu comentário pode parecer exagerado mas não o é - tu defendes basicamente que se penalizem os outros porque não sabes como funciona o mercado em questão mas achas desinformadamente que parece funcionar mal, dada a grande diferença entre o produto que te aparece na prateleira do supermercado e o custo pago ao produtor. Já agora no mesmo ângulo devias prender os outros empresários todos devido à grande diferença entre o preço dos produtos que colocam nas prateleiras, e o custo dos materiais que os compõem. Enfim.)

(Para mais, a forma correcta de eliminar margens exageradas num mercado livre é concorrer com quem pratica essas margens, e não prendê-lo. Prendê-lo, mais uma vez, é algo que geralmente só escorre da cabeça de um comunista retardado)
« Última modificação: 2014-12-31 14:52:38 por Incognitus »
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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #356 em: 2014-12-31 14:28:58 »
No caso que conheço, as grandes superfícies compram ao produtor (mas pode ser um caso isolado). Ele também assegura o transporte do produto, mas não sei se é a totalidade da produção ou se é apenas parte da mesma.

No caso da Sonae, eles têm um clube de produtores, pelo que também parte dos produtos também é comprada diretamente ao produtor.

É normal que ou comprem ao produtor, ou comprem a alguém com margens esmagadíssimas que compra ao produtor. As grandes superfícies regra geral compram tudo bem - ou seja, com margens esmagadas para quem quer que lhes venda alguma coisa, excepto se esse alguém tiver uma diferenciação qualquer (marca, etc) para a qual a grande superfície não consiga alternativa (a alternativa última aqui são os produtos brancos, mas não é a mesma coisa).
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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #357 em: 2014-12-31 19:04:02 »
[ ]
No caso da Sonae, eles têm um clube de produtores, pelo que também parte dos produtos também é comprada diretamente ao produtor.

Olha esse caso já é de certeza uma certa repartição da margem entre produtores e supermercado, o que é interessante e muito próprio dos hábitos nortenhos, como de algum modo poderá ser o caso do vinho do Porto.

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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #358 em: 2014-12-31 19:23:42 »
[ ]
No caso da Sonae, eles têm um clube de produtores, pelo que também parte dos produtos também é comprada diretamente ao produtor.

Olha esse caso já é de certeza uma certa repartição da margem entre produtores e supermercado, o que é interessante e muito próprio dos hábitos nortenhos, como de algum modo poderá ser o caso do vinho do Porto.

A repartição deve ser do género de pagarem os mesmos preços a esses produtores que pagariam a quaisquer outros ...
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

Incognitus, www.thinkfn.com

vbm

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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #359 em: 2014-12-31 19:42:40 »
É normal que ou comprem ao produtor, ou comprem a alguém com margens esmagadíssimas que compra ao produtor. As grandes superfícies regra geral compram tudo bem - ou seja, com margens esmagadas para quem quer que lhes venda alguma coisa, excepto se esse alguém tiver uma diferenciação qualquer (marca, etc) para a qual a grande superfície não consiga alternativa (a alternativa última aqui são os produtos brancos, mas não é a mesma coisa).

Bem, penso que é mesmo isso: compram a quem esmaga as margens do produtor, e, doppo, acordam um preço de transferência do intermediário para o supermercado, e qualquer outra combinação ad lattere ser-nos -á desconhecida e porventura inauditável.

Hoje por acaso até fui a uma loja Continente, e aquilo é impressionante: parece a Caverna do Ali-Babá e os 40 Ladrões! Realmente, há muitos outros produtos a comerciar e vender, para lá dos alimentares, e porventura 50% serão mesmo importados e margens de 'transferência' comercialmente negociáveis à la carte.

Sim, [isto sobre o  teu outro postal] prender pessoas por  meras suspeitas é ignóbil, mas é o que a polícia por cá faz!

Há uma ´camouflage´ no teu argumento quando dizes que o «negócio está aberto à concorrência». Não está. É de uma escala que cerra portas a  muitos interessados. Depois, há o próprio espaço, limitado, que força a negar licenciamentos a concorrentes. Por fim, dizes algo que te aproxima da minha impressão: a margem dos 5% é depois de vários overheads. A natureza analítica destes tem de passar pelo crivo da sua racionalidade. É certo que juros têm de creditar-se a quem avance os capitais para os activos que o negócio requeira. Mas já  nem falo do procurement de tais investimentos e dos valores 'arbitrados' para cada negócio montado.

Mas, Incognitus, eu ouço-te com atenção sempre que criticas o que eu digo, porque evidentemente que já percebi há muito tempo que estruturas as tuas posições em sistema lógico bem concatenado. E eu posso até dar-te razão em muitas conclusões e  apreciar vários argumentos. O que mais censuro no sistema de suporte da tua argumentação é o relativismo indiferente de valores, a abstração da necessidade da governação política da sociedade de cada país independente, e a suposição de que os mercados resolvem tudo da melhor maneira, o que me faz sorrir. Mas estou consciente de uma coisa: toda a concorrência tende para uma estruturação regulada da actividade produtiva e comercial, que terá porventura facetas positivas e vantajosas mesmo para os consumidores, mas tende a ser um ónus de encarecimento e prejuízo social em benefício de poucos.

Quanto aos 'nossos merceeiros duopolistas' é para mim um gosto apodá-los assim, mas concedo que ignoro os meandros da distribuição, embora gostasse que ela fosse 'monografada' por economistas para eventualmente mais beneficiar não só as cidades como a lavoura e o produto nacional (e acho o belmiro melhor que o soares dos santos na preferência do produto português).