Aumenta o número de pessoas que vivem com menos de 1 euro nos países pobres
Mais de um terço das pessoas que vive com menos de 1 euro por dia está nos 51 países mais pobres e essa fatia aumentará para 50% dentro de quatro anos. Segundo a OCDE, os países mais ricos "não estão a fazer o suficiente para ajudar os Estados frágeis" e a percentagem de apoio internacional tende a descer.
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) publicou esta quinta-feira o estudo "Estados frágeis 2014", no qual analisa os 51 países afetados por conflitos, instabilidade e fracas instituições, cuja maior fonte de rendimento continua a ser a ajuda internacional.
Em 2011, a ajuda financeira internacional - garantida por países como os Estados Unidos da América, Canadá, Reino Unido, França e Alemanha - desceu 2,4% e a tendência é para diminuir.
O relatório conclui que estes 51 Estados frágeis, nos quais continuam a figurar os lusófonos Angola, Guiné-Bissau e Timor-Leste, apenas conseguem cobrar 14% do seu PIB em impostos, bem abaixo da linha de 20% que a ONU estima ser o mínimo necessário para cumprir os objetivos de desenvolvimento.
As alterações face ao relatório do ano passado incluem a entrada na lista do Burkina Faso, Egito, Líbia, Síria, Mali, Mauritânia, Madagáscar e Tuvalu, e a saída de países como a Geórgia, Irão, Ruanda e o Quirguistão.
O estudo conclui que apenas 0,07% da Ajuda Pública ao Desenvolvimento nos Estados frágeis é canalizada para melhorar a responsabilização e o funcionamento dos sistemas de pagamento de impostos. Nesse sentido os peritos da OCDE recomendam que os doadores internacionais façam mais para ajudar estes Estados a aumentar a cobrança de impostos.
"Os doadores internacionais não estão a cumprir as promessas de se focarem mais nas receitas nacionais" por via dos impostos, disse o diretor da OCDE responsável pelo pelouro do Desenvolvimento e Cooperação, Jon Lomoy, concluindo que "está a perder-se uma grande oportunidade de investir em ajuda inteligente".
*com Lusa