Olá, Visitante. Por favor entre ou registe-se se ainda não for membro.

Entrar com nome de utilizador, password e duração da sessão
 

Autor Tópico: A Nova pobreza  (Lida 228117 vezes)

Zel

  • Visitante
Re:A Nova pobreza
« Responder #880 em: 2014-01-15 00:40:26 »
Não me parece que seja opção tua.

eu podia ter sido professor, o meu curso eh dos tais que o permite ser a 2 ou 3 cadeiras duma so vez: matematica, qq coisa de computadores e nao sei se mais alguma coisa

ser professor eh tao facil (do pondo de vista academico) que ate me rio qd falam em dar formacao ou fazer mestrados da treta, acho que um teste de qi teria melhores resultados, despediam os burros. ja aturar putos, para mim seria dificil.


itg00022289

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 2332
    • Ver Perfil
Re:A Nova pobreza
« Responder #881 em: 2014-01-15 16:19:00 »
a smog não deixa de ter razão, não sendo profissionalizado é virtualmente impossível ser professor.

são as barreiras à entrada a funcionar na perfeição

Zel

  • Visitante
Re:A Nova pobreza
« Responder #882 em: 2014-01-15 17:45:39 »
a smog não deixa de ter razão, não sendo profissionalizado é virtualmente impossível ser professor.

são as barreiras à entrada a funcionar na perfeição

hoje em dia sim, qd eu entrei no mercado de trabalho ainda era possivel

jeab

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 9270
    • Ver Perfil
Re:A Nova pobreza
« Responder #883 em: 2014-01-15 17:59:22 »
a smog não deixa de ter razão, não sendo profissionalizado é virtualmente impossível ser professor.

são as barreiras à entrada a funcionar na perfeição

hoje em dia sim, qd eu entrei no mercado de trabalho ainda era possivel

Todos os meus colegas que conheço, que não conseguiram emprego na profissão (Engª) são professores   :)
O Socialismo acaba quando se acaba o dinheiro - Winston Churchill

Toda a vida política portuguesa pós 25 de Abril/74 está monopolizada pelos partidos políticos, liderados por carreiristas ambiciosos, medíocres e de integridade duvidosa.
Daí provém a mediocridade nacional!
O verdadeiro homem inteligente é aquele que parece ser um idiota na frente de um idiota que parece ser inteligente!

Smog

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 6769
    • Ver Perfil
Re:A Nova pobreza
« Responder #884 em: 2014-01-15 21:13:54 »
Não me parece que seja opção tua.

eu podia ter sido professor, o meu curso eh dos tais que o permite ser a 2 ou 3 cadeiras duma so vez: matematica, qq coisa de computadores e nao sei se mais alguma coisa

ser professor eh tao facil (do pondo de vista academico) que ate me rio qd falam em dar formacao ou fazer mestrados da treta, acho que um teste de qi teria melhores resultados, despediam os burros. ja aturar putos, para mim seria dificil.
ah! bom. sempre me reconheces algum mérito.
wild and free

Smog

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 6769
    • Ver Perfil
Re:A Nova pobreza
« Responder #885 em: 2014-01-15 21:14:46 »
a smog não deixa de ter razão, não sendo profissionalizado é virtualmente impossível ser professor.

são as barreiras à entrada a funcionar na perfeição
a vida de contratado é vida de cão.
wild and free

Smog

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 6769
    • Ver Perfil
Re:A Nova pobreza
« Responder #886 em: 2014-01-20 20:08:09 »
Citar
.








..     







.



És pobre porque não mereces ser rico
 


 
  Matthew Hutson   


O mayor de Londres, Boris Johnson, gerou algumas críticas no final do ano, por ter dito que a desigualdade social se pode atribuir, em parte, ao QI. “Temo que a violenta [competição] económica devoradora afecte seres humanos que nas suas capacidades básicas estão já muito longe da igualdade”, disse, perante uma plateia, no Centre for Policy Studies.


É uma perspectiva do mundo satisfatória para alguém que é bem-sucedido e que se considera invulgarmente inteligente. Mas uma análise rápida a alguns dados mostra as limitações desta teoria para explicar a desigualdade. A distribuição dos rendimentos nos Estados Unidos é um bom exemplo. Em 2012, os 0,01% mais ricos ganharam, em média, 10,25 milhões de dólares (7,5 milhões de euros), enquanto os rendimentos médios do país se ficaram pelos 51 mil dólares (37,4 mil euros). Serão os mais ricos 200 vezes mais espertos do que os outros? É duvidoso. Terão a capacidade de trabalhar mais 200 horas numa semana? Ainda mais duvidoso. Estão aqui envolvidas muitas forças que escapam ao seu controlo, incluindo a pura sorte.

Mas digamos que se está nos 0,01% – ou até nos 50%. Gostaríamos de admitir que o acaso nos tinha beneficiado? Não seria preferível acreditar que conquistámos a nossa fortuna, que realmente a merecemos? Não preferiríamos pensar que todos os recursos que herdámos são nossos por direito, como descendentes de pessoas excepcionais? Claro que sim. Uma nova investigação indica que, para justificar o nosso estilo de vida, podemos até fazer ajustamentos nas nossas ideias sobre o poder dos genes. As classes mais baixas não são simplesmente desafortunadas; de acordo com as classes mais altas, são geneticamente inferiores.

Em várias experiências publicadas no Journal of Personality and Social Psychology, Michael Kraus, da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign, e Dacher Keltner, da Universidade da Califórnia, em Berkeley, exploraram aquilo a que chamam “essencialismo de classe social”. Essencialismo é a crença de que as diferenças superficiais entre dois grupos de pessoas ou coisas podem ser explicadas pelas diferenças nas identidades estruturais. As categorias são encaradas como naturais, discretas e estáveis. Os cães têm uma certa caninidade inerente e os gatos uma certa felinidade.

Os investigadores descobriram que as pessoas têm crenças essencialistas sobre categorias biológicas gerais, como género, raça e sexualidade, mas também sobre outras mais culturais, como nacionalidade, religião e orientação política. O essencialismo leva a estereótipos, preconceitos e a uma falta de inclinação para nos misturarmos com pessoas de fora do grupo. Kraus e Keltner queriam saber se vemos as classes sociais como uma categoria essencialista.

Começaram por desenvolver uma escala de medição das crenças essencialistas sobre classes. Foi pedido a um grupo diversificado de adultos americanos que classificasse o seu apoio a declarações como “acho que mesmo que todos usássemos as mesmas roupas, as pessoas conseguiriam dizer qual a nossa classe social”, ou “é possível determinar a classe social de alguém através de uma análise genética”. Em média, a classificação das declarações foi de 3,43, em que 1 significava discordância total e 7 concordância total.

Os participantes também tinham de fazer uma avaliação subjectiva, de 1 a 10, do seu próprio grupo social dentro da comunidade, com base na educação, rendimentos e estatuto ocupacional. Os investigadores descobriram que, quanto mais alta a classe social, maior o essencialismo de classe. Este padrão confirmava-se mesmo depois de controlada a orientação política e os rendimentos e níveis académicos dos participantes, indicando que é o sentido individual de estar acima dos outros, e não os recursos que se tem, que conduz ao resultado.

Kraus e Keltner olharam mais aprofundadamente para a ligação entre a classe social e o essencialismo de classe testando a crença dos participantes num mundo justo, pedindo-lhes que avaliassem declarações do tipo: “Acho que as pessoas têm aquilo a que têm direito.” O psicólogo Melvin Lerner desenvolveu a teoria do mundo justo na década de 1960, argumentando que somos motivados a acreditar que o mundo é um lugar justo. A alternativa – um universo onde acontecem coisas más a pessoas boas – é demasiado perturbadora. Por isso, desenvolvemos mecanismos de defesa, como culpar a vítima – “ela não se deveria ter vestido daquela maneira” – ou acreditar que acontecimentos positivos e negativos serão equilibrados pelo karma, uma forma de pensamento mágico.

Os investigadores descobriram que quanto mais alta as pessoas acham que é a sua classe social, mais se envolvem em crenças sobre o mundo justo e que esta diferença explica o seu crescente essencialismo de classe: aparentemente, se achamos que nos estamos a sair bem, tendemos a pensar que o sucesso acabará por chegar àqueles que o merecem; e, portanto, se não chega aos que pertencem a uma classe social mais baixa, é porque eles não o merecem. (Por acaso, o argumento de que “merecemos” o que quer que seja por causa dos nossos genes é filosoficamente controverso; nenhum de nós fez o que quer que fosse para merecer os genes que tem.)

Os americanos de classe alta podem muito bem acreditar que a vida é justa porque estão motivados para defender os seus egos e o seu estilo de vida, mas há outra nuance na sua crença num mundo justo. Vários investigadores concluíram que as pessoas de classe mais alta mais provavelmente explicarão o comportamento das outras pessoas através dos seus traços e das suas próprias capacidades, enquanto os indivíduos de classes mais baixas apontam para as circunstâncias e forças impostas pelo exterior. Isto condiz de muitas formas com a realidade para ambos os grupos. Os ricos geralmente têm a liberdade de seguir os seus desejos e motivações, enquanto para os pobres há mais limitações externas do que oportunidades. Os pobres percebem que poderiam ter os melhores genes do mundo e ainda assim trabalharem num McDonald’s. Pode ser que os ricos não estejam simplesmente a virar a cara a essas realidades; por causa da sua experiência pessoal, podem nem sequer conseguir vê-las.

Há uma ponta de verdade no essencialismo de classe social; os poucos estudos sobre o assunto permitem estimar que os rendimentos, a formação académica e o estatuto ocupacional terão pelo menos 10% de influência genética (e se calhar muito mais). Faz sentido que o talento e a força de vontade, das quais uma parte está relacionada com a variação genética, contribuam para o sucesso. Mas isto está muito longe de se dizer que “é possível determinar a nossa classe social com uma análise aos genes”. Declarações deste género ignoram o papel da herança de riqueza, das relações sociais que se partilham com os pais, ou das oportunidades que o dinheiro da família pode criar – já para não falar de golpes de boa ou má sorte (que não têm nada que ver com o karma).

Uma das repercussões do essencialismo de classe social é a falta de piedade para com criminosos e aldrabões. Numa das experiências de Kraus e Keltner, os indivíduos são chamados a ler um de dois artigos científicos falsos: num deles, escrevia-se que herdamos geneticamente a nossa ética de trabalho, inteligência e em última instância o nosso estatuto socioeconómico. Depois, os participantes liam cenários sobre alguém que fazia batota num exame académico e tinham de indicar o quanto apoiavam a aplicação de vários tipos de castigos, incluindo castigos de “reabilitação”, como serviço comunitário e formação ética. Aqueles que liam o ensaio a apoiar o essencialismo mostravam mais resistência às medidas de reabilitação. “Quando as pessoas enganam o sistema académico, ascendem desonestamente na hierarquia social”, diz Kraus. Alguns de nós poderão atribuir a esperteza de um aldrabão, ou a sua integridade, à educação que recebeu e ver espaço para melhorar. Um essencialista verá maus genes. E se formos daqueles que acham que as pessoas não mudam, então nem sequer adianta tentar ajudá-las.

Klaus e Keltner pensam que o essencialismo de classe social (e o historicamente ainda mais danoso essencialismo de raça) poderão levar o nosso sistema judicial a dar a certas pessoas penas de prisão longas em vez de apostar nas hipóteses de reabilitação. Espalhar a ideia de que as categorias sociais são construídas poderá ajudar a contrabalançar a crença de que o comportamento das pessoas de classes mais baixas é determinado geneticamente. E poderá também levar a maiores apoios a programas de tratamento para a toxicodependência, acções afirmativas, aumento do salário mínimo e várias outras coisas que beneficiem os mais desfavorecidos.

O essencialismo de classe é basicamente uma incitação ao darwinismo social. A distorção da teoria da evolução de Darwin, numa das suas interpretações, é a crença de que só os capazes conseguem sobreviver e vencer – e mais do que isso, que este processo deve ser aceite ou até mesmo acelerado por políticas concretas. É um exemplo da falácia conhecida como “o apelo da natureza” – o que é natural é bom. (Se isto fosse verdade, a tecnologia e a medicina seriam abominações morais.) O essencialismo de classe social vê a sobrevivência económica do mais forte como um dado adquirido. Também pode olhar para a sobrevivência do mais forte como um fim desejável, dados os resultados que apontam para o reduzido apoio às medidas de reabilitação. Uma coisa é dizer “estas pessoas não conseguem mudar, por isso é escusado perdermos tempo”; outra é dizer “estas pessoas não conseguem mudar, por isso vamos prendê-las” ou erradicá-las: foi só há quatro anos que o então governador da Carolina do Sul, Andre Bauer, disse numa reunião camarária que os pobres, como os “animais vadios”, não deveriam receber comida “porque se reproduzem”.

Um trabalho ainda mais recente de Kraus, que ainda não foi publicado, vai para além daquilo em que os indivíduos de elevado estatuto social acreditam de forma a manterem o seu lugar na hierarquia, e aborda o que eles fazem. Por exemplo, o Congresso. A média de rendimentos foi de 966 mil dólares em 2011. “São pessoas bastante ricas”, diz Kraus. “E por serem ricas é mais provável que adiram a estes processos [mentais] do essencialismo, e têm o poder de aprovar legislação que mantém as desigualdades.”

Um assessor do ministro da Educação do Reino Unido produziu recentemente um relatório argumentando que “as discussões à volta de questões como mobilidade social ignoram por completo a genética”. Afirma que o rendimento escolar tem 70% de componente genética e acusa o programa Sure Start britânico de ser um desperdício de dinheiro. (Como diz Scott Barry Kaufman, um investigador da New York University que estuda a inteligência e autor do livro Ungifted: Intelligence Redefined, “uma vez que os genes estão sempre a interagir com estímulos ambientais, não há qualquer forma de determinar quanto do desempenho de uma criança é inato ou adquirido”.)

Pode ser fácil diabolizar um político de classe alta e acusá-lo de viver fora da realidade. Mas dada a facilidade com que Kraus e Keltner fizeram emergir o essencialismo de classe social nos cidadãos comuns americanos e dada a frequência com que adoptamos termos como “white trash” (“lixo branco”, ou seja, pobres brancos), “provinciano”, “subsidiodependente” ou “mitra”, poderemos questionar até que ponto todos olhamos para o estatuto como uma marca de uma identidade mais profunda. O nosso currículo será muito diferente dependendo das circunstâncias em que nascemos. Os privilégios são muitas vezes invisíveis, especialmente os nossos.

Matthew Hutson é escritor científico e autor de The 7 Laws of Magical Thinking, um livro sobre a psicologia da superstição e da religião

Exclusivo PÚBLICO/The Washington Post
wild and free

Zel

  • Visitante
Re:A Nova pobreza
« Responder #887 em: 2014-01-20 20:57:57 »
quem eh que eh pobre?

Incognitus

  • Administrator
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30961
    • Ver Perfil
Re:A Nova pobreza
« Responder #888 em: 2014-01-20 21:47:46 »
Citar
É uma perspectiva do mundo satisfatória para alguém que é bem-sucedido e que se considera invulgarmente inteligente. Mas uma análise rápida a alguns dados mostra as limitações desta teoria para explicar a desigualdade. A distribuição dos rendimentos nos Estados Unidos é um bom exemplo. Em 2012, os 0,01% mais ricos ganharam, em média, 10,25 milhões de dólares (7,5 milhões de euros), enquanto os rendimentos médios do país se ficaram pelos 51 mil dólares (37,4 mil euros). Serão os mais ricos 200 vezes mais espertos do que os outros? É duvidoso. Terão a capacidade de trabalhar mais 200 horas numa semana? Ainda mais duvidoso. Estão aqui envolvidas muitas forças que escapam ao seu controlo, incluindo a pura sorte.

A coisa não é nem de perto tão simples. O rendimento no topo de muitas profissões não é linear com a habilidade - em muitas profissões competitivas, todos os participantes têm uma habilidade bastante próxima, e vantagens relativamente pequenas levam a ganhos muito desproporcionais.
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

Incognitus, www.thinkfn.com

Smog

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 6769
    • Ver Perfil
Re:A Nova pobreza
« Responder #889 em: 2014-01-21 18:19:48 »
Citar
É uma perspectiva do mundo satisfatória para alguém que é bem-sucedido e que se considera invulgarmente inteligente. Mas uma análise rápida a alguns dados mostra as limitações desta teoria para explicar a desigualdade. A distribuição dos rendimentos nos Estados Unidos é um bom exemplo. Em 2012, os 0,01% mais ricos ganharam, em média, 10,25 milhões de dólares (7,5 milhões de euros), enquanto os rendimentos médios do país se ficaram pelos 51 mil dólares (37,4 mil euros). Serão os mais ricos 200 vezes mais espertos do que os outros? É duvidoso. Terão a capacidade de trabalhar mais 200 horas numa semana? Ainda mais duvidoso. Estão aqui envolvidas muitas forças que escapam ao seu controlo, incluindo a pura sorte.

A coisa não é nem de perto tão simples. O rendimento no topo de muitas profissões não é linear com a habilidade - em muitas profissões competitivas, todos os participantes têm uma habilidade bastante próxima, e vantagens relativamente pequenas levam a ganhos muito desproporcionais.
É assim no mundo das finanças? na escola as vantagens não se veem muito porque as qualidades de quem dá aulas fica perdida no meio da burocracia.
wild and free

Incognitus

  • Administrator
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30961
    • Ver Perfil
Re:A Nova pobreza
« Responder #890 em: 2014-01-21 19:01:20 »
Citar
É uma perspectiva do mundo satisfatória para alguém que é bem-sucedido e que se considera invulgarmente inteligente. Mas uma análise rápida a alguns dados mostra as limitações desta teoria para explicar a desigualdade. A distribuição dos rendimentos nos Estados Unidos é um bom exemplo. Em 2012, os 0,01% mais ricos ganharam, em média, 10,25 milhões de dólares (7,5 milhões de euros), enquanto os rendimentos médios do país se ficaram pelos 51 mil dólares (37,4 mil euros). Serão os mais ricos 200 vezes mais espertos do que os outros? É duvidoso. Terão a capacidade de trabalhar mais 200 horas numa semana? Ainda mais duvidoso. Estão aqui envolvidas muitas forças que escapam ao seu controlo, incluindo a pura sorte.

A coisa não é nem de perto tão simples. O rendimento no topo de muitas profissões não é linear com a habilidade - em muitas profissões competitivas, todos os participantes têm uma habilidade bastante próxima, e vantagens relativamente pequenas levam a ganhos muito desproporcionais.
É assim no mundo das finanças? na escola as vantagens não se veem muito porque as qualidades de quem dá aulas fica perdida no meio da burocracia.

Nas finanças grosso modo também deve ser assim, pelo menos entre hedge funds onde a performance é uma coisa objectiva.

Nas escolas existiu durante muito tempo a tentativa de obscurecer a performance, e essa tentativa continua ou já teríamos uma ideia das performances dos alunos por professor, eventualmente corrigidas por algumas variáveis sócio-económicas dos alunos.
« Última modificação: 2014-01-21 19:02:56 por Incognitus »
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

Incognitus, www.thinkfn.com

Smog

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 6769
    • Ver Perfil
Re:A Nova pobreza
« Responder #891 em: 2014-01-21 19:20:25 »
isso é muito subjectivo mas já há respostas a essa tua reserva. na minha escola mede-se a performance dos alunos por disciplina e como é uma escola pequena sabe-se de quem são. Na avaliação externa esses dados são medidos.
wild and free

Incognitus

  • Administrator
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30961
    • Ver Perfil
Re:A Nova pobreza
« Responder #892 em: 2014-01-22 19:12:19 »
O que a globalização provocou ...


"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

Incognitus, www.thinkfn.com

Zel

  • Visitante
Re:A Nova pobreza
« Responder #893 em: 2014-01-22 19:47:02 »
a globalizacao esta a sacrificar a smog e companhia para melhorar a vida dos mais carenciados, que ao contrario da smog realmente passam fome e vivem na miseria

e' justo e recomendavel, ate a smog um dia ira concordar qd pensar menos em dinheiro e em bens materiais
« Última modificação: 2014-01-22 19:49:30 por Neo-Liberal »

karnuss

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 1071
    • Ver Perfil
Re:A Nova pobreza
« Responder #894 em: 2014-01-22 21:36:10 »
O que a globalização provocou ...


Seria interessante ter os dados para um período até 2012, para englobar a crise (que começou sensivelmente em 2008, que é o horizonte de análise desses dados). Até para avaliar de que forma a crise afectou os rendimentos dos diferentes percentis de rendimento mundial.

Zenith

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 5259
    • Ver Perfil
Re:A Nova pobreza
« Responder #895 em: 2014-01-22 22:08:11 »
a globalizacao esta a sacrificar a smog e companhia para melhorar a vida dos mais carenciados, que ao contrario da smog realmente passam fome e vivem na miseria

e' justo e recomendavel, ate a smog um dia ira concordar qd pensar menos em dinheiro e em bens materiais

Na verdade o quadro é mais complicado.
Se fizermos uma raciocinio simplista e considerando qua acima do percentil 70% é tudo paises desenvolvidos e abaixo tudo paises em desenvolvimento, conclui-se que a zona onde se deram os maiores ganho (percentil 55 a 70), representam os 20% mais ricos dos paises em desenvolvimento. Ou seja a globalização aumentou a desigualdade quer nos paises desenvolvidos quer nos paises em desenvolvimento.
Se fizermos uma analise mais detalhada e retiramos a China éramos capazes de verificar que os  beneficios da globalização talvez estejam muito localizados

Zel

  • Visitante
Re:A Nova pobreza
« Responder #896 em: 2014-01-22 22:13:14 »

zenith, preferes entao um mundo com menos ricos e mais pobres? ou achas que o mundo esta a melhorar com a globalizacao ?
« Última modificação: 2014-01-22 22:13:57 por Neo-Liberal »

Incognitus

  • Administrator
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30961
    • Ver Perfil
Re:A Nova pobreza
« Responder #897 em: 2014-01-22 22:27:53 »
a globalizacao esta a sacrificar a smog e companhia para melhorar a vida dos mais carenciados, que ao contrario da smog realmente passam fome e vivem na miseria

e' justo e recomendavel, ate a smog um dia ira concordar qd pensar menos em dinheiro e em bens materiais

Na verdade o quadro é mais complicado.
Se fizermos uma raciocinio simplista e considerando qua acima do percentil 70% é tudo paises desenvolvidos e abaixo tudo paises em desenvolvimento, conclui-se que a zona onde se deram os maiores ganho (percentil 55 a 70), representam os 20% mais ricos dos paises em desenvolvimento. Ou seja a globalização aumentou a desigualdade quer nos paises desenvolvidos quer nos paises em desenvolvimento.
Se fizermos uma analise mais detalhada e retiramos a China éramos capazes de verificar que os  beneficios da globalização talvez estejam muito localizados

Embora contrariado por políticas Estatais, o desenvolvimento e aumento de produção facilmente aumenta a desigualdade.

Isto porque uma fatia das pessoas não produzem mais mesmo que hà sua volta a sociedade esteja a produzir mais, pelo que necessariamente muitos ficam (continuam) na "base" imutável enquanto outros ascendem via a sua produção, aumentando a desigualdade. Isto verifica-se em praticamente qualquer lugar, até na China onde a desigualdade terá aumentado bastante porque a produção aumentou bastante enquanto a China rural terá continuado essencialmente inalterada.
« Última modificação: 2014-01-22 22:28:30 por Incognitus »
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

Incognitus, www.thinkfn.com

Zenith

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 5259
    • Ver Perfil
Re:A Nova pobreza
« Responder #898 em: 2014-01-22 22:47:00 »

zenith, preferes entao um mundo com menos ricos e mais pobres? ou achas que o mundo esta a melhorar com a globalizacao ?

à primeiro pergunta a resposta é não
á segunda a resposta não diria um não definitivo mas parece-me que em geral as melhorias são ténues . Os beneficios estão essencialmente na China
Fiz umas contas simples com os dados do quadro. Verifica-se que aproxidamente  o rendimento médio aumentou cerca de 4% ao ano . Se nos focarmos no percentil abaixo dos 70% que eles dizem ser os paises em vias de desenvolvimente o aumento cerca de 5,5% ao ano. Se consideramos que a China representa cerca de 30% e lá rendimento cresceu 10% ao ano, significa que resto cresceu 2,5% o que não propriamente espectacular.

John_Law

  • Ordem dos Especialistas
  • Sr. Member
  • *****
  • Mensagens: 466
    • Ver Perfil
Re:A Nova pobreza
« Responder #899 em: 2014-01-22 22:55:49 »
Deviam ler a nova carta anual da Bill and Melinda Gates Foundation... Ficam aqui alguns factos, trazidos pelo tio Bill:









« Última modificação: 2014-01-22 22:57:11 por John_Law »