A popularidade do Tsipras parece que não chega para tudo, as sondagens começam a dar Syriza e Nova Democracia muito próximos.
Ainda vão acabar coligados num governo de unidade nacional a implementar alegremente o memorando.
http://observador.pt/2015/08/26/syriza-continua-a-perder-membros-para-a-ala-mais-radical/
eu olharia mais para a popularidade do tsipras que anda pelos 60%.
a ala mais radical provavelmente nem vai conseguir entrar no parlamento.
agora só há uma personagem política na grécia - alexis tsipras - para o bem ou para o mal.
o que ele vai fazer com isso logo se verá. mas não me parece que vá ter de se aliar com quem quer que seja.
wishful thinking, principalmente do tipo rancoroso, não é uma boa lente para olhar a realidade.
L
A popularidade anda pelos 60%, os votos no Syriza pelos 26%.
A ala radical (Pop.Unity) tem 4.5%, resultado do PASOK nas ultimas eleições foi de 4.7% com 13 deputados eleitos.
Nas ultimas eleições tiveram 36% e coligaram-se, agora com 26% será ainda mais necessário.
Dado os números da sondagem, Syriza + ND permitem um governo estável com maioria.
Isto é o que eu retiro da sondagem e do artigo.
Já tu achas baseado em nada que vão ter maioria absoluta, discordo mas ok.
acho, baseado na popularidade do tsipras.
a sondagem foi feita com os nomes dos partidos.
se fosse feita 'vai votar no tsipras ou na oposição?' os 60% apareciam como milagre.
o que vale é que não vamos demorar nada a saber. é já para o mês que vem.
se os factos me derem razão, também me darás razão?
o melhor proxy para eleições pessoalizadas - que vai ser o caso - é a popularidade do candidado.
como as nossas eleições para presidente da república ou as eleições para presidente dos estados unidos.
Têm resultados completamente distintos dos resultados partidários.
e a melhor aproximação a esse resultados é a popularidade do candidato.
o tsipras, mesmo que formasse agora um partido só com os vizinhos do seu prédio, ganhava com maioria absoluta.
duvido que a ND suba ao poder, novamente, nesta década ou mesmo na próxima.
do pasok nem vale a pena falar - volatilizou-se.
em termos de mercados, há que estar do lado menos consensuado.
se se quer prever o que acontecerá com a bolsa de atenas, há que pensar fora da caixa.
neste momento o que se está a ver é um político com uma popularidade só comparável a um De Gaulle.
O que vai fazer o tsipras com a maioria absoluta não sei. mas não vai ser um governo ao centro / centro esquerda.
dentro de pouco tempo os bancos gregos deixam de ser susceptíveis de pressão por parte do BCE.
a maior arma usada nas negociações recentes pela troyka desaparece.
a partir de agora as relações grécia / UE vão andar à volta do perdão da dívida, implicitamente prometido pela UE e explicitamente exigido pelo FMI.
o tsipras com uma maioria absoluta por trás e sem a ameaça de estrangulamento financeiro por parte do BCE, vai ter uma posição negocial muito forte.
ainda muito se falará da grécia. é apenas mais um episódio de uma série grande, que começa com as eleições de setembro.
não me admirava nada que o tsipras concorrendo com o syriza mesmo desfalcado, depois de ganhar com maioria absoluta, convide os dissidentes do syriza, para o governo.
este tsipras por pura sorte ou por ser um génio político vai ficar na história próxima da europa. e do mundo.
nos estados unidos a candidatura do
bernie sanders está a par com a da hillary.
no UK, o
Jeremy Corbyn vai ser o líder dos trabalhistas.
qualquer um deles se declara sem pudor nenhum, socialista (socialista democrático ou social-democrata, para distinguir do conceito de socialismo marxista).
sopra uma aragem diferente do oeste anglo-saxónico. e tem sido a dupla US/UK a marcar a agenda secular política.
Reagan/Thatcher,
Clinton/Blair.
Sanders/Corbyn era curioso. no mínimo.
por isso pode considerar-se que o tsipras irá ter as costas quentes.
o que vai fazer, como disse, não tenho ideia.
mas não vai governar ao centro de certeza.
quem pensar isso está redondamente enganado.
e do lado errado do mercado no que toca à Grécia.
L