Euroborn, sem ter a pretensão de responder cabalmente às questões colocaste, diria o seguinte :
1 - É incompreensível que os accionistas tenham aprovado os termos do novo acordo de fusão com a OI que é ruinoso para as suas próprias posições. A Ongoing já era uma empresa zoombie, a Visabeira colocou-se em maus lençóis e a decisão de voto do que resta do BES foi injustificável.
Creio que se trata de um situação inédita, não há memória dos próprios accionistas fazerem um hara kiri a si mesmos ...
Há um artº excepcional escrito pelo Pedro Santos Guerreiro no Expresso com o título Ave Rafael Mora, actual administrador da OI ( personagem com CV repelente ) que traduz bem o quão sinistro é este processo.
2 - A evolução da OI está muito dependente das futuras decisões do poder político brasileiro e são de vária natureza as hipóteses existentes - creio que com Dilma as hipóteses de o destino da Oi ser " suportado pelo Governo" aumentaram consideravelmente ( não obstante desceram hoje !!! ) . Pode ser ela própria a consolidar , pode ser adquirida, são vários e de difícil previsão os cenários existentes.
Já agora mais dois temas de critica importância :
1 Os termos do novo acordo de fusão além de transformarem a PT numa Empresa zoombie, suprimindo valor aos seus próprios accionistas contém uma cláusula assassina que trancrevo :
"Nos termos dos contratos a celebrar a Oi e a CorpCo outorgarão, com a consumação da Permuta, quitação à Portugal Telecom e aos seus administradores em relação à realização das aplicações nos Instrumentos Rioforte, a sua posterior utilização para a finalidade da contribuição no Aumento de Capital da Oi e a omissões ou incompletude de informações relacionadas especificamente com os Instrumentos Rioforte, a sua situação e riscos envolvidos.
A inclusão desta cláusula no novo acordo ( e do restante articulado) mais não visava que respaldar as costas dos administradores executivos da PT responsáveis pelo desaparecimento de 900Mio€ e evitar as acções de indemnização civis contra esse trio ( ? ) de ratos vigaristas que de imediato abandonaram o barco da PT , pois sabiam bem o seu destino.
2 - Há uma ténue esperança judicial de que o pedido de impugnação judicial da AG da PT possa ter sucesso e a fusão questionada, o que abriria caminho à valorização do título PT e à renegociação de todos os acordos com a OI. Essa acção foi interposta pela Ass. dos Analistas Técnicos e pequenos investidores que teve a sagacidade de ver o óbvio, de chamar a atenção para a insensatez da aprovação deste novo acordo e votou vencida na AG e recolheu apenas 1,5% dos votos dos accionistas , pasme-se ...
Quem ler o conteúdo dos acordos PT e OI concluirá que a venda pela OI da PT Portugal põe em causa todo o espírito da fusão , o seu objeto e as finalidades prosseguidas pelo que, mais não seja, os accionistas da PT ainda poderão em desespero de causa questionar judicialmente a fusão e lutar contra sua rendição vexatória causada pela leviandade e irresponsabilidade de Granadeiro, Pacheco de Melo e Bava.
Se vivermos num país com justiça estes Senhores que deviam ser chamados a responder pelo desaparecimento dos 900Mio€ , ainda tem o desplante, a sem vergonha ( oi ) de aparecer de guarda costas ou profetizar sobre o futuro dos Colaboradores da PT.
A divulgação mais recente dos factos relativos à gestão de tesouraria da PT e as circunstâncias em que ocorreram, constitui um elemento adicional que permite confirmar a podridão e a ausência de profissionalismo dos responsáveis da Portugal Telecom e o desrespeito continuado e grosseiro dos seua accionistas o que em qq país civilizado do mundo dá prisão.
Por último, li citações de acordos complementares ao acordo de fusão que os Administradores que representam a PT no CA da OI teriam poderes ao abrigo desse acordo para vetar uma eventual venda da PT Portugal ... a ser verdade não me passa pela cabeça, por mais Rafael Moras que lá estejam, que a alienação da PT Portugal não seja recusada.
Aguardam-se as conclusões dos relatórios da CMVM e de consultor independente ( estão demorados !!! ) que podem dar novos contributos.
Bons negócios