Os Gregos da Antiguidade histórica definiam a justiça pelo princípio de <dar a cada um o que lhe pertence>. Se se tenta 'aperfeiçoar' este princípio considerando que se deve dar a cada um segundo a sua necessidade e segundo a sua capacidade, acaba-se por admitir um governo de tal modo intrusivo que a liberdade dos cidadãos esvai-se e o seu meio de defesa, - a propriedade privada do fruto do trabalho -, evapora-se. A demonstração por absurdo de o dito 'aperfeiçoamento' do princípio de justiça ser falso - melhorando-o para premiar a capacidade e socorrer a necessidade -, obtém-se pela conclusão inevitável que tal melhoria acabaria por implicar o absurdo de impor a abolição do erotismo individual, forçando os cidadãos a submeter-se ao comunismo de mulheres e filhos, o que é uma violência inadmissível e intolerável. Pelo que, é de concluir que embora podendo a justiça não ser simplesmente dar a cada um o que lhe pertence, seguramente não melhora o princípio modificá-lo com algo que acarreta o absurdo do comunismo de mulheres e filhos.
(Este é um argumento do filósofo Leo Strauss, que me parece certeiro.)